[Venenum Saltationes] O Duende

por Hölle Carogne



A primeira vez que ouvi falar do “Duende” foi na Palestra da Lucy Linck, no “I Encontro Ventre Poa/RS”. Achei tão interessante que resolvi dar uma pesquisada no assunto e agora compartilho com vocês do Aerith Tribal Fusion Blog! Espero que gostem!

"Tero Duende" é uma expressão bastante conhecida no universo do Flamenco. O conceito foi utilizado pela primeira vez em 1922, por Federico Garcia Lorca, no texto “Juego y Teoríadel Duende”. Esta expressão, originalmente, fazia referência apenas à arte andaluza. Hoje, porém, ela já caracteriza outras formas de arte.

“O Duende”seria um“espírito de evocação”,um estado elevado de emoção, expressão e autenticidade. Ter o duende é semelhante a ter alma.


O duende vem de dentro como uma resposta física/emocional do artista. É o que causa calafrios, aquilo que faz sorrir ou chorar como uma reação corporal para uma performance artística que é particularmente expressiva. O duende é um “fazer arrebatar”, é a alma e a essência da arte.

O poeta alemão, Johann Wolfgang Von Goethe definiu o duende como um poder misterioso que todos sentem e nenhum filósofo explica.

O duende é um dom, essência pura que brota da alma do artista. Você não pode domesticá-lo ou controla-lo. O duende nasce sozinho. Você tem ou não tem.



Para Nick Cave, Lorca tenta lançar alguma luz sobre a tristeza estranha e inexplicável que vive no coração de certas obras de arte ("Tudo o que tem de som escuro tem duende") Para Nick, BobDylan, Leonard Cohen, Van Morrison, Tom Waits e Neil Young podem invocar o duende. De acordo com o músico, o duende é demasiado frágil para sobreviver à brutalidade da tecnologia e da crescente aceleração da indústria da música. Para ele talvez não haja dinheiro na tristeza; não existem dólares no duende. “A Melancolia odeia a pressa e flutua em silêncio.”

Todas as canções de amor devem conter duende. Para criar uma canção de amor é necessário não estar realmente feliz. Em primeiro lugar, é necessário abraçar o potencial da dor. A canção de amor deve entrar em ressonância com o sussurro de tristeza e luto.
O escritor que se recusa a explorar as regiões mais escuras do coração nunca vai ser capaz de escrever de forma convincente sobre a maravilha, a magia e a alegria do amor, pois dentro do tecido da canção de amor, dentro de sua melodia, de sua letra, deve-se perceber um reconhecimento da sua capacidade de sofrimento.

Selecionei alguns trechos do texto “Teoria e Prática do Duende” de García Lorca, mas sugiro à todos que leiam todo o material se tiverem interesse no assunto, pois é maravilhoso.



“Em toda Andaluzia, as pessoas falam constantemente do duende e o descobrem naquilo que sai com instinto eficaz.Manuel Torres, disse, esta esplêndida frase: ‘Tudo o que tem sons negros tem duende’. E não há nada mais verdadeiro.

Esses sons negros são o mistério, as raízes que penetram no limo que todos conhecemos, que todos ignoramos, mas de onde nos chega o que é substancial em arte.  Sons negros, disse o homem popular da Espanha, e coincidiu com Goethe, que define o duende ao falar de Paganini, dizendo: ‘Poder misterioso que todos sentem e nenhum filósofo explica’.

Assim, pois, o duende é um poder e não um obrar, é um lutar e não um pensar.  Eu ouvi um velho violonista dizer: ‘O duende não está na garganta; o duende sobe por dentro a partir da planta dos pés.’  Ou seja, não é uma questão de faculdade, mas de verdadeiro estilo vivo; ou seja, de sangue; ou seja, de velhíssima cultura, de criação em ato.


O duende de que falo, obscuro e estremecido, é descendente daquele alegríssimo demônio de Sócrates, mármore e sal que o arranhou indignado no dia em que tomou a cicuta, e do outro melancólico demoniozinho de Descartes, pequeno como amêndoa verde, que, farto de círculos e de linhas, saiu pelos canais para ouvir cantarem os marinheiros bêbados.

Todo homem, todo artista, dirá Nietzsche, cada degrau que sobe na torre de sua perfeição é às custas da luta que trava com um duende, não com um anjo, como se diz, nem com sua musa.  É preciso fazer essa distinção fundamental para a raiz da obra.

O anjo guia e presenteia, defende e evita, previne.

O anjo deslumbra, mas voa sobre a cabeça do homem, está acima, derrama sua graça, e o homem, sem nenhum esforço, realiza sua obra, ou sua simpatia, ou sua dança. 

A musa dita, e, em algumas ocasiões, sopra.  Pode relativamente pouco, porque já está distante e tão cansada (eu a vi duas vezes) que teve que colocar meio coração de mármore.  Os poetas de musa ouvem vozes e não sabem de onde elas vêm; são da musa que os alenta e às vezes os merenda.  A musa desperta a inteligência, traz paisagem de colunas e falso sabor de lauréis, e a inteligência é muitas vezes a inimiga da poesia, porque imita demasiadamente, porque eleva o poeta a um trono de agudas arestas e o faz esquecer que logo podem comê-lo as formigas ou pode cair-lhe na cabeça uma grande lagosta de arsênico, contra a qual nada podem as musas que há nos monóculos ou na rosa de tíbia laca do pequeno salão.


Anjo e musa vêm de fora; o anjo dá luzes e a musa dá formas (Hesíodo aprendeu com elas).  Pão de ouro ou prega de túnicas, o poeta recebe normas no bosquezinho de lauréis. 

Ao contrário, o duende tem que ser despertado nas últimas moradas do sangue.
A verdadeira luta é com o duende.

Para buscar o duende não há mapa nem exercício.  Só se sabe que ele queima o sangue como uma beberagem de vidros, que esgota, que rechaça toda a doce geometria aprendida, que rompe os estilos, que faz com que Goya, mestre nos cinzas, nos pratas e nos rosas da melhor pintura inglesa, pinte com os joelhos e com os punhos com horríveis negros de betume; ou que desnuda Mosén Cinto Verdaguer com o frio dos Pirineus, ou leva Jorge Manrique a esperar a morte no páramo de Ocaña, ou veste com uma roupa verde de saltimbanco o corpo delicado de Rimbaud, ou põe olhos de peixe morto no conde Lautréamont na madrugada do Boulevard.

A chegada do duende pressupõe sempre uma transformação radical em todas as formas sobre velhos planos, dá sensações de frescor totalmente inéditas, com uma qualidade de rosa recém criada, de milagre, que chega a produzir um entusiasmo quase religioso.

Há anos, em um concurso de baile de Jerez de La Frontera, quem ganhou o prêmio foi uma velha de oitenta anos, contra formosas mulheres e meninas com a cintura de água, pelo simples fato de levantar os braços, erguer a cabeça e dar um golpe com o pé sobre o tablado; mas na reunião de musas e de anjos que havia ali, belezas de forma e belezas de sorriso, tinha que ganhar e ganhou aquele duende moribundo que arrastava pelo chão suas asas de facas oxidadas.


Todas as artes são capazes de duende, mas onde ele encontra maior campo, como é natural, é na música, na dança e na poesia falada, já que elas necessitam de um corpo vivo que interprete, porque são formas que nascem e morrem de modo perpétuo e alçam seus contornos sobre um presente exato.

Todas as artes, e também os países, têm capacidade de duende, de anjo e de musa; e assim como a Alemanha tem, com exceções, musa, e a Itália tem permanentemente anjo, a Espanha é em todos os tempos movida pelo duende, como país de música e dança milenares, onde o duende espreme limões de madrugada, e como país de morte, como país aberto à morte.

O duende não chega se não vê possibilidade de morte, se não sabe que ela há de rondar sua casa, se não tem segurança de que há de balançar esses ramos que todos carregamos e que não têm, que não terão consolo.

Com ideia, com som ou com gesto, o duende gosta das bordas do poço em franca luta com o criador.  Anjo e musa escapam com violino ou compasso, e o duende fere, e na cura dessa ferida, que não se fecha nunca, está o insólito, o inventado da obra de um homem.

Dissemos que o duende ama a orla, o limite, a ferida, e se aproxima dos lugares onde as formas se fundem em um anelo superior a suas expressões visíveis.



O duende opera sobre o corpo da bailarina como o vento sobre a areia.  Transforma com mágico poder uma garota em paralítica da lua, ou enche de rubores adolescentes um velho roto que pede esmola pelas tendas de vinho, dá aos cabelos um cheiro de porto noturno, e em todo momento opera sobre os braços com expressões que são mães da dança de todos os tempos.

E é impossível que ele se repita, isso é muito interessante de sublinhar.  O duende não se repete, como não se repetem as formas do mar na tempestade.

Cada arte tem, como é natural, um duende de modo e forma distintos, mas todas unem suas raízes em um ponto de onde manam os sons negros de Manuel Torres, matéria última e fundo comum incontrolável e estremecido de lenho, som, tela e vocábulo.

Sons negros por trás dos quais estão já em terna intimidade os vulcões, as formigas, os zéfiros e a grande noite apertando a cintura com a Via Láctea.

Senhoras e senhores; ergui três arcos e com mão torpe coloquei neles a musa, o anjo e o duende.



A musa permanece quieta; pode ter a túnica de pequenas pregas ou os olhos de vaca que miram em Pompéia o narizinho de quatro caras com que seu grande amigo Picasso a pintou.  O anjo pode agitar cabelos de Antonello de Mesina, túnica de Lippi e violino de Massolino ou de Rousseau.

O duende...  Onde está o duende?  Pelo arco vazio entra um ar mental que sopra com insistências sobre as cabeças dos mortos, em busca de novas paisagens e acentos ignorados; um ar com cheiro de saliva de menino, de erva pisada e véu de medusa que anuncia o constante batismo das coisas recém criadas.”

In Federico García Lorca.  Obras Completas.  Ed. Aguillar.  Tradução: Roberto Mallet.




Feminino Tribal por Alana Reis



















Feminino Tribal
Alana Reis, Natal - RN, Brasil

Sobre a Coluna:

Vamos falar de sororidade! 

A ideia desta coluna é caminhar pelo tema que nos une: nossa irmandade. Entender e discutir saudavelmente como funciona essa união entre mulheres e como ela se faz presente no mundo Tribal.


Sobre a Autora:
Alana Reis, 28 anos, é paulistana, bailarina clássica por formação. Instrutora de Yoga reconhecida pela Liga Internacional de Pakua e professora de Tribal Fusion desde 2013 dos estúdios da Companhia Shaman Tribal em São Paulo e Natal, desde 2014. Além do ballet clássico, se aventurou pelo Jazz e sapateado ainda jovem, aos 12 anos.
Aos 14 anos conheceu a dança do ventre, em Teresina/PI e a partir daí se dedicou ao estudo da dança árabe e participou de diversos workshops com Ju Marconatto, Samya Jú, Lulu Sabongi, Esmeralda, entre outras bailarinas.

Em meados de 2005 conheceu as danças populares brasileiras, através da Unesp – Rio Claro/SP, onde fez parte do grupo “Oro Ari”, se apresentando em diversos eventos em todo Estado.

Junto às danças populares, continuou seus estudos na dança do ventre e em 2010 conheceu o Tribal Fusion e se tornou aluna regular de Paula Braz – Shaman Tribal Co.. Apaixonada pelo estilo começou a fazer aulas e workshops com bailarinas nacionais e internacionais, como Cibelle Souza (com quem atualmente é aluna regular), Kilma Farias, Karina Leiro, Gabriela Miranda, Mariana Quadros, Rebeca Piñeiro, Guigo Alves,Rachel Brice, Samantha Emanuel, Tjarda Von Straten, Heather Stants, Ariellah, April Rose, Lady Fred, entre outras.

Os workshops na dança tribal foram realizados em diversos estados do Brasil, em Festivais Internacionais, que inclusive, fez parte da organização, como por exemplo, os Shaman’s Fests de 2011, 2012, 2013 e 2014.Já se apresentou em palcos de diversos festivais e desde 2014 é integrante do corpo de baile da Companhia Shaman Tribal. Integrada e apaixonada pela dança étnica contemporânea,de onde nunca mais saiu, Alana morou em Austin/TX, em 2013 e 2014, para fazer aulas de fusão com dança indiana com a bailarina internacional, April Rose.

Desde abril de 2014 resideem Natal/RN, onde ministra aula e faz parte do corpo de baile da Companhia Shaman Tribal.

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Organizando a Tribo por Melissa Souza


Organizando a Tribo
Melissa Souza, Jundiaí-SP, Brasil


Sobre a Coluna:

Voltado para os empreendedores em dança, a coluna “Organizando a Tribo” tem como proposta abordar o gerenciamento e organização de aulas, eventos, mídia, produtos e serviços diversos acerca dos tópicos recorrentes na profissão de professores, coreógrafos, bailarinos e produtores em diferentes áreas; abordando questões como orçamento; infraestrutura; necessidade de pessoal; delimitação de público alvo; comunicação, divulgação e feedback.

Com frequência mensal, cada postagem trará um foco diferente, como a inovação em sala de aula; diferentes motivações para coreografias; as principais dificuldades em organizar um evento a céu aberto, numa casa cultural ou num teatro; produção de releases; organização de eventos temáticos, desde a personalização dos convites, decoração do local, preparação do figurino e escolha das músicas; entre outros.

Saindo do lugar-comum, você já se imaginou reunindo as tribalescas mais próximas numa confraternização? Ou ainda preparando uma intervenção num evento público da sua cidade? Produzindo workshops, cursos de iniciação, intensivos e palestras afora as rotineiras aulas regulares? Administrando um calendário de shows? E locando um espaço na capital, convidando bailarinas notáveis para um festival de dança no estado em que reside? Para saber como chegar a este nível, procuraremos inspiração nas principais bailarinas, professoras e realizadoras dos maiores eventos de dança étnica produzidos no Brasil.

Trazendo informação e conhecimento, o objetivo central é motivar a ampliação de performances, aulas e eventos de qualidade em cada região e, assim, disseminar a graça da dança tribal aos quatro cantos! Todas buscamos visibilidade e reconhecimento profissional, então por que não ser a autora das suas próprias oportunidades?


Sobre a autora:

Melissa Souza (Jundiaí/SP) é dançarina, instrutora, pesquisadora, articulista e produtora na área da dança, graduanda em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Unifaccamp e atua com assessoria de comunicação e mídias digitais para empreendedores e artistas. Iniciou na Dança do Ventre em 2009 com a professora Sol Gadaq e em 2014 realizou o curso de formação em dança tribal com Joline Andrade. Desde então, estudou danças de culturas diversas com diferentes professores. Atualmente, mantém estudos regulares com o portal Datura Online. Desde 2015 promove encontros, confraternizações, vivências e workshops em eventos e festivais diversos, escolas de dança, espaços abertos e privados, pubs e ambientes alternativos. Entre 2016 e 2018, criou e administrou o portal Tribal Archive, desenvolveu o projeto de conclusão de curso Mulheres que Dançam e produziu vídeos para a web.



Mídias Sociais


Artigos

 

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Aline Pires (SC) - Resenhando

Coordenação Região Sul - Núcleo SC:


Aline Pires
é 
 bailarina e professora de dança oriental árabe e fusion bellydance/tribal fusion natural de Florianópolis, Santa Catarina. Se dedica há 10 anos a estudar dança oriental e há 7 anos a estudar o tribal. Trabalha apenas com a dança, ensinando e performando os dois estilos profissionalmente desde 2016, sendo que seu primeiro contato com a dança oriental foi em 2005.

É professora e proprietária do La Lune Noire Estúdio de Dança, e coreógrafa dos grupos de dança oriental e de tribal fusion bellydance que levam o nome do estúdio.

Ministrou workshops em festivais como Temporada Tribal (do qual foi co-organizadora), Festival Raqs Florianópolis e Congresso Tribal Sul Americano. 

Possui, entre outros cursos, formação profissional e imersões em dança oriental com bailarinos nacionais e internacionais; formação em tribal fusion com Joline Andrade, aprimoramentos técnicos em FCBD Style® com Rebeca Piñeiro, cursos de folclore árabe também com bailarinos conceituados, e fez aulas com grandes nomes como Ariellah Aflalo, Lady Fred, Jill Parker, Devi Mamak. Atualmente está cursando graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina.






Artigos



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[Organizando a Tribo] Marketing de conteúdo para mídias sociais - como cuidar da sua imagem na web

por Melissa Souza

Blog Tribalices
Desde que comecei a estudar Comunicação Social e trabalhar com mídias digitais, entendi a importância de cuidar da sua imagem na web, independente do tipo de negócio que administra. Quando se trata de dança então, a internet se torna um importante meio para criação e manutenção de networking, possibilitando a comunicação e divulgação do seu trabalho com seu público-alvo. Mas apenas estar presente não basta, é preciso planejamento e organização para administrar seus perfis.

Mas afinal, o que são Mídias Sociais?



Antes referida ao poder de difundir uma mensagem dos grandes meios de comunicação de massa, as Mídias Sociais ganharam um novo significado com a internet, sendo hoje definida como ferramentas online utilizadas para compartilhamento de conteúdo (textos, fotos, vídeos, imagens), ao mesmo tempo em que permite alguma relação com outras pessoas.

Ferramentas como Blogger, Wix, Wordpress, Vímeo e YouTube tem como objetivo o compartilhamento de conteúdo, deixando as relações em segundo plano, diferente do que chamamos de Redes Sociais, antes conhecidas como Sites de Relacionamento, trata-se de mídias que possibilitam a interação entre pessoas de algum nível de relação e interesses em comum, das quais predomina o Facebook, atualmente.

E também temos os aplicativos de comunicação, fotografia e vídeo, propagados com a popularização dos smartphones, reduzindo o uso de ligações e SMS’s, como o Whatsapp, Instagram, Vine e Snapchat, entre outros.

10 Dicas Estratégias para Conteúdo e Relacionamento

1.      Preencha todos os campos ao criar um novo perfil;
2.      Crie urls personalizados e fáceis de memorizar;
3.      Produza conteúdo multimídia (texto + imagem/vídeo/link);
4.      Utilize imagens e fotos de boa qualidade;
5.      Compartilhe conteúdo, novidades e informações;
6.      Facilite a leitura escrevendo textos simples, curtos e com termos de conhecimento geral;
7.      Gere credibilidade citando fontes e referências;
8.      Seja bem humorado, pense em memes, virais, textos engraçados;
9.      Responda comentários, mensagens e e-mails com cordialidade;
10.  Sobreviva às críticas (por que em algum momento, elas virão).


Pessoal x Profissional


Nós artistas temos uma grande dificuldade em distinguir nossa vida pessoal da profissional e isso é visível quando se trata de mídias sociais. Todavia, se o seu intuito é trabalhar com arte, a criação de uma marca é indispensável. Sua marca é o seu ID, ou seja, sua Identidade Visual, as pessoas tem que ver e lembrar de você. Você cria um ID quando utiliza um padrão de fotos, imagens, fontes e descrição para produzir conteúdo, quando adota um nome artístico e cria um logo para compartilhar seu trabalho.

Não há problemas em utilizar as mesmas mídias para compartilhar conteúdo tanto da sua vida pessoal quanto profissional, mas tem certas coisas que não dá para misturar, então, se necessário, crie canais diferentes para publicar conteúdo relacionado à dança e fotos e vídeos das peripécias do seu animal de estimação ou baby, por exemplo.

Acredito que a grande dificuldade hoje em dia é diferenciar seu perfil da sua página do Facebook. A página possui ferramentas para gestão da sua marca que é impossível na utilização de perfil.

Para se Inspirar



Tenho mil perfis para indicar! Mas escolhi um exemplo de cada mídia social para servir de modelo na construção da sua imagem na web:



Para se Aprofundar

Para quem quiser se aprofundar mais, tem dois sites que utilizo bastante e super indico:






[Perdido na Tradução] Episódio 6: "É preciso uma aldeia inteira"

por Raphaella Peting


  Note: The English version of this text is below this post.

Para muitos de nós, um festival de dança é mais que apenas uma oportunidade de aprender com os nossos ídolos. É uma reunião de almas gêmeas em que se reunir com nossas irmãs e irmãos de dança de todo o mundo com quem raramente conseguem ver. É uma oportunidade de interagir com aqueles em um ambiente onde sucos criativos estouram em uma atitude colaborativa e projetos futuros começam a florescer. Basicamente, é o nosso Natal!

E como uma criança antecipando a noite do Natal, nós fazemos uma dancinha feliz como se nós contássemos os dias até o próximo festival. Bem, entre os momentos de "piração" como tentativa de montar uma peça inesquecível para o show.

É também, a época do ano que nós relutantemente passamos a área de vendas na ponta dos pés tentando não abrir mão de todo o nosso dinheiro no primeiro dia para aqueles figurinos atraentes, jóias brilhantes e calças novas de dança que parecem sussurrar sedutoramente nossos nomes quando nós cruzamos pelas exibidas enquanto, ao mesmo tempo, tentamos lembrar quantos pacotes de Miojo ainda temos para passar o fim de semana quando nós pegamos nossas carteiras.

No momento em que as dançarinas chegam no hotel, também conhecido como "Sede dos Dançarinas do Ventre", a sinfonia dos tambores batendo, carrilhões dos snujs e risos começam em breve. Embora, se você é virgem do festival, ele pode ser um pouco intimidante. Marinheiros de primeira viagem podem passar a maior parte do seu tempo livre no quarto do hotel até que eles decidam testar as águas e se aproximar destas novas e estranhas criaturas conhecidas como Dançarinas do Tribal Fusion. Eu, pessoalmente, participei em ambas extremidades do espectro. Uma dica para aqueles novos na nossa tribo: não tenha medo. A cena do festival pode parecer um pouco esmagadora na primeira vez, mas confie em mim ... Após o seu primeiro dia de aulas, você vai fazer algumas conexões instantâneas que durarão uma vida.

Há tanta coisa acontecendo durante um festival de dança que o que se passa nos bastidores muitas vezes passa despercebida. Enquanto a maioria de nós estão celebrando, aproximar-se com amigos antigos e passar por nossa engrenagem tribal recentemente adquirida, não estamos cientes da magnitude do trabalho diligente e planejamento que dá simplesmente organizar um evento em uma escala tão grande. Muitos participantes no dia da chegada tem a impressão de que o trabalho "real" dos organizadores do festival e voluntários é apenas em curso.

A verdade é, no entanto, que uma grande parte do trabalho duro e preparação para um festival começa quase um ano antes do tempo, lidando com uma interminável lista de "afazeres" que poderia dar errado a qualquer momento. A partir de contratos de negócios, políticas de local, detalhes do vôos e pedidos de visto para os instrutores que estão chegando de várias cidades do mundo a lidar com falhas do sistema para as vendas on-line e estresse financeiro; há um número infinito de coisas que poderiam explodir a qualquer momento por qualquer razão. O conceito de um festival de dança de ser uma tarefa difícil de gerir pode parecer um "acéfalo", mas até você viver... para descrever o nível de estresse que irá passar é quase impossível.

Você vê, produzir um festival de dança tem semelhanças com o parto de alguma forma. Nós todos "sabemos" que é incrivelmente doloroso, mas até que você esteja empurrando um pequeno humano fora de suas partes femininas, você não sabe REALMENTE  a gravidade real da dor. Agora, imagine se são adicionados complicações, por exemplo ... você se encontra em um país diferente. Eu confio em você ver aonde isso vai dar.

Por favor, não me entenda mal. Eu não estou de nenhuma maneira tentando minimizar o árduo processo de parto. Aquelas mulheres merecem uma medalha e um desfile para toda a tortura física que sofrem para trazer uma vida neste mundo. Estou simplesmente destacando uma semelhança no conceito dos dois processos.

Vamos dar uma olhada na primeira etapa, tá? Concepção! Que, como todos sabemos, é a parte que é a mais divertido. Em seguida, começamos a pensar sobre nomes, o que nós pensamos que vai parecer, o que nós queremos ser capazes de fornecer e possibilidades para o futuro. Depois, nós chamamos nossos amigos e família para dizer-lhes a notícia emocionante e tomar nota dos conselho deles como eles continuam a nos oferecer ajuda na preparação para a chegada e doar tudo o que podem.




Em seguida, a fase de planejamento começa e as dores de cabeça e noites sem dormir vem em breve a seguir com preocupações de que você não será capaz de fazer as finanças trabalharem. E assim como você sente que pode começar a relaxar de novo, o seu plano faz um desvio fora do curso por causa de alguns problemas com o local. Se você é uma futura mamãe esta poderia ser uma série de coisas. Por exemplo, você descobrir que houve uma mudança recente na sua apólice de seguro e do hospital e o médico de que você estava planejando não são mais cobertos em sua apólice.

Em relação à organização de eventos, deixe-me compartilhar com vocês a minha própria luta pessoal. Naquela época, eu tinha organizado alguns eventos no passado, mas nada nesta escala e até aquele momento, nada no Brasil. Logo descobri que aqui no Brasil o mais cedo que você pode reservar um local não pode ser mais de 6 meses antes a data do evento. A única exceção é se você é o proprietário do edifício, ou um amigo íntimo ou membro da família do proprietário.

Agora, quando você está planejando um evento de grande escala como este, normalmente você irá começar a divulgação pelo menos 10 meses antes do tempo. E não é necessário dizer que é uma boa idéia reservar o local antes de você começar a promover. Então, como você sabe, isso apresenta um problema. Um grande! Pode imaginar ter uma line-up incrível de instrutores agendados para voar, mas nenhum lugar para eles ensinarem? Caraca! Não só isso, mas você precisa começar a promover o mais rápido possível, mas você não pode escrever "a ser determinado" como o endereço do local. Então você substitui o nome da cidade no lugar da localização exata, esperando que os dançarinos marquem o evento em seus calendários enquanto você rói suas unhas pelos próximos 4 meses até que você possa confirmar o negócio com o local. E confie em mim, isto é um longo tempo para prender sua respiração.

Agora, vamos passar para a próxima fase. O grande dia está se aproximando e você está apenas 1 semana do evento. E acontece, o momento em que você acha que tem todas as suas bases cobertas, você é atingido por um problema com o pessoal. Para o organizador do evento, aqueles que você invocou de cuidar de tarefas específicas esqueceram ou simplesmente não fizeram. Para a futura mamãe, talvez o seu médico deixou a cidade de repente, por algum razão e você se preocupa que se você entra em parto prematuro, o médico não vai estar lá. O fato da matéria é, você está lidando com pessoas; e as pessoas têm uma tendência a serem instáveis.

Seu sonho repentinamente se transforma em um pesadelo e por um segundo você questiona o que seu motivo era querer fazer isso em primeiro lugar. No entanto, desapontar todas aquelas pessoas que estão contando com você não é uma opção. E o pensamento da alegria que seu trabalho duro vai trazer para os rostos de seus amigos e familiares é o que mantém o seu espírito. Então, você faz o que você precisa, para manter tudo fluindo.

O grande dia finalmente chegou! Você está animado, mas entre os nervos e cuidar dos detalhes de última hora, você mal piscou o olho.  Seu plano perfeito agendado transformado em merda durante o curso dos últimos meses, mas neste momento você não se importa como as coisas são feitas ... você só quer feito. Você está além grato pelos amigos que largaram tudo para estar ao seu lado e ajudaram em qualquer maneira que puderam. Também você é extremamente grato por esse pouco algo extra para ajudar a aliviar a dor. Para a futura mamãe, o anestesista tem uma epidural de reserva pra você. Para o organizador do evento, esse provavelmente seria um boa taça de vinho ou talvez um pouco da variedade de ervas.

É um pouco caótico como o pessoal está correndo por aí, assegurando tudo e todos estão onde deveriam estar. Em seguida, ele começa ... o evento principal. Depois de cerca de 72 horas gritando, chorando e algumas risadas, finalmente acabou! Você fez isso! E a alegria que se segue em todo mundo 'rostos que o cercam, além de seu próprio sentimento de alegria e alívio, rapidamente sobrepõe o tormento que já foi.  Foi um trabalho de parto longo e árduo, mas valeu a pena.

A coisa engraçada é que, apesar do processo ser tão angustiante no momento, como a mãe que decide ter um segundo ou mesmo um terceiro filho, depois de algum tempo você esquece exatamente o quão doloroso todo o processo foi e decide fazê-lo mais uma vez.

Episode 6: “It Takes a Village”




For many of us, a dance festival is more than just an opportunity to learn from our idols.It's a reunion of kindred spirits where we reunite with our dance sisters and brothers from around the globe whom we rarely get to see.  It is a chance to interact with thosein an environment where creative juices overflow in a collaborative mindset and future projects begin to bloom.  Basically, it’s our Christmas!

And just like a child anticipating Christmas morn, we do a little happy dance as we count down the days until the next festival.  Well, in between the“freak out” moments as we attempt to put together an unforgettablepiece for the show that is. 

It’s also the time of year wereluctantly tip-toe past the vendor area trying not to relinquish all of our hard earned pennies on the first day for those enticingcostumes, shiny jewelry and fancy newdance pants that seem to seductively whisper our names as we cruise by the displays while simultaneously narrowing down just how many Ramen Noodle packets we have left to get us through the weekend as we grasp our wallets.

The moment the dancers arrive at the hotel, aka“Belly Dancer Headquarters”, the symphony of the beating drums, zill chimes andlaughter sooncommence. Though, if you're a festival virgin, it can be a little intimidating. First-timers can find themselves a little taken aback by the crazy belly dancers with whom they soon find themselves surrounded by, and may spend most of their down time in the hotel room until they decide to test the waters and approach these new and strange creatures known as Tribal Fusion Belly Dancers. I, myself, have been on both ends of the spectrum.  A note to those new to our tribe; fear not.  The festival scene may seem a little overwhelming at first, but trust me… After your first day of classes, you’ll make a few instant connections that will last a lifetime.

There is so much happening during a dance festival that what goes on behind the scenes often goes unnoticed.While most of us are celebrating, catching up with old friends and going through our newly acquired tribal gear, we are unaware of the magnitude of diligent work and planning that goes into simply organizing an event on such a large scale.  Many attendees upon the day of arrivalhave the impression that the “real” work of the festival organizers and volunteers is just underway. 

The truth of the matter is, however, that most of the pain staking work of getting a festival off the ground begins almost a year ahead of time, dealing with an endless list of “to-do’s” that could go awry at any moment.  From business contracts, venue policies, flight details and visa applications for instructors coming in from various cities all over the world todealing with system failures for the online ticket sales and financial stress, there are an endless number of things that could go wrong at any moment for any reason.  The concept of putting on a dance festival being a difficult task may seem like a "no brainer", but until you LIVE it... to describe the level of stress one goes through is near impossible.

You see, producing a dance festival can be much like childbirth in a way. We all "know" it's insanely painful, but until you're pushing a small human being out of your lady parts, you don't REALLY know the actual severity of the pain. Now, imagine if there are added complications, like say... you find yourself in a different country. I trust you see where this is going.

Now, I am in no way attempting to undermine the arduous process of childbirth.  Those women deserve a medal and a parade for all of the physical torture they have to endure in order to bring a life into this world. I’m simply pointing out a similarity in the concept of the two processes.

Let’s take a look at the first stage, shall we? Conception!  Which, as we all know, is the part that is the most fun.  Then we start thinking about names, what we think it’s going to look like, what we want to be able to provide and possibilities for the future.  Then we start to call our friends and family to tell them the exciting news and take note of their advice as they offer us help in preparation for the arrival and donate whatever they can. 




Next, the planning stage begins and the headaches and sleepless nights soon follow with worries that you won’t be able to make ends meet.And just as you feel you can start to relax again, your plan takes a detour off course due to some problems with the venue.   If you’re a mother-to-be this could be a number of things.  For instance, you find out that there was a recent change in your insurance policy and the hospital and doc you were planning to use are no longer covered on your policy. 

In regards to event organizing, let me share with you my own personal struggle with some venue drama.  Now, I had organized a few events in the past, but nothing on this scale and until that moment, nothing in Brazil.  I was soon to discover that in here in Brazil the soonest you can book a venue is only 6 months ahead of time.  Unless that is, you are either the owner of the building or a close friend or family member of the owner.  

Now, when you’re planning a large-scale event like this, you would normally start promotion at least 10 months ahead of time.  And it goes without saying that before promoting an event, it’s a good idea to book the venue first.  This,my friends, presents a problem.  A big one!  Can you imagine having an amazing line-up of instructors scheduled to fly in, but nowhere for them to teach?Yikes! Not only that, but you need to start promoting ASAP, only you can’t write “TBD” as the venue location.  So you substitute the name of the city in place of the exact location, hoping the dancers will mark the event on their calendars as you bite your nails for the next 4 months until you can close the deal. Believe me, that is a LONG time to hold your breath.

Now, we move on to the next stage. The big day is getting closer and you’re only 1-week away from the event.  And just when you think you have all your bases covered, you get side swiped by a problem with the staff. For the event organizer, those you had counted on to take care of certain tasks simply forgot or just flaked on you.  For the mom-to-be, maybe your doctor suddenly left town for some reason and you worry that if you go into labor early, the doc won’t be there.  The fact of the matter is, you are dealing with people; and people have a tendency to be unreliable.

Your dream is suddenly turning into a nightmare and for a second you wonder what made you want to do this in the first place.  But,letting all those people down who are counting on you is just not an option.  And the thought of the joy that your hard work will bring to the faces of those near and dear to you is what keeps you going. So you do whatever you have to in order to keep everything moving along.

The big day finally arrives! You’re excited, but between the nerves and taking care of last minute details, you’ve barely slept a wink.  Your perfect plan and schedule have been shot to shit during the course of the last few months, but at this point you don’t care how it gets done… you just want it done.  You’re beyond grateful for the loved ones who have dropped everything to be by your side and help out in any way that they can.  You’re also extremely grateful for that little something extra to help alleviate the pain.  For the mom-to-be the anesthesiologist has a nice epidural in store for you.  As for the event organizer, that would probably be either a nice glass of wine or maybe a little something of the herbal variety.

It’s a little chaotic as staff is running around, making sure everything and everyone are where they should be.  Then it begins… the main event.  After about 72 hours of screaming, moaning, crying and some laughter, it’s finally over!  You did it! And the joy that ensues on all of those faces around you, in addition to your own, quickly supersedes the torment that once was.  It was a long and arduous labor, but it was worth it. 

The funny thing is, that even though the process was so agonizing at the time, just like the mother who decides to have a second or even a third child, after a while you’ve forgotten just how painful the whole process was and decide to do it all over again.

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