Mostrando postagens com marcador Perdido na Tradução - Uma Dançarina do Ventre Americana. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Perdido na Tradução - Uma Dançarina do Ventre Americana. Mostrar todas as postagens

[Perdido na Tradução] Episódio 7: "Ode ao Brasil: A Cidade Maravilhosa que me ensinou a viver de novo"

por Raphaella Peting







Como o meu tempo no Brasil chega ao fim, é com o coração partido que eu começo a primeira frase do meu último artigo para esta série. Após 4 anos nesta cidade maravilhosa que eu tenho chamado "casa", estou admirada com o quanto minha vida mudou. O propósito das contínuas lutas, torções e voltas que eu encontrei na minha tentativa de assimilar essa cultura tão diferente da minha própria se revelou. O resultado é uma compreensão profunda, doce-amarga sensação de satisfação e de preparação para o que vier em frente.

Finalmente, posso ver a imagem completa. É como se eu estivesse em uma galeria de arte, olhando para uma pintura pontilhista. Quando alguém fica perto da pintura, tudo o que ele ou ela percebe é uma vasta gama de pontos coloridos. No entanto, se você se mover mais para trás, toda a cena é revelada.

Para mim, o Brasil não é apenas um lugar de majestosa maravilha. É um farol de revitalização e tranquilidade que, juntamente com o seu povo, transformou a mim  e a percepção do que eu pensava que era; não só como uma dançarina, mas também a respeito à minha própria auto-consciência e valor como ser humano.

Eu tenho uma grande dívida com muitas pessoas que conheci ao longo do caminho em minhas aventuras aqui.  Sua paixão pela vida é genuíno, cuidar da natureza me transformou e despertou meu espírito de maneiras que eu nunca pensei que fosse possível. E, como tal, agora tenho um melhor entendimento do que significa abraçar verdadeiramente a vida. O interessante é que, até aquele momento, eu não era nenhuma mais sábia. Como diz o provérbio, "Você não sabe o que está perdendo até encontrá-lo", tá?

Como tantos de nós, até estes dias, eu tinha sido pré-condicionada a me definir baseada unicamente na qualidade do meu trabalho. Eu tinha inadvertidamente permitido a medida do meu sucesso através de elogios profissionais, como comentários positivos de composições de dança, prêmios e reconhecimento para vários artigos de notícias e discursos, etc. para segurar mais relevância sobre o meu valor como ser humano contra as qualidades intrínsecas que realmente importam. O fato sedutor é que até a minha mudança para o Brasil, eu tinha sido completamente impedida  de forma emocional e inconsciente, infligindo a mim por tantos anos.

Como a maioria dos americanos, eu estava completamente imerso no meu trabalho, levantando minha cabeça apenas para comer e planejar mais projetos. A coisa é, quando você tem sua cabeça para baixo por tanto tempo, você não percebe que você está olhando para o chão. Estamos tão acostumados a olhar para o que está na frente de nós que desenvolvemos um tipo de "vício ao trabalho"  como se fosse uma visão de túnel. Não é até que todas as distrações se forem que percebemos que não estão realmente vivendo... apenas existindo.

É um fato que se tornou mais evidente com a nossa crescente dependência diária em dispositivos eletrônicos móveis. Como uma sociedade, nós nos tornamos viciados ao nossos iPhones, laptops e iPads; vivendo através essas peças baratas de plástico em vez de nós mesmos. É tomar o comportamento já prejudicial do "vício ao trabalho" com uma visão de túnel para novas profundidades e, posteriormente, diminuir a nossa auto-estima, menosprezando as nossas vidas ao ponto onde se ninguém dava o "like" lá no Facebook, não aconteceriam. É um comportamento tóxico que tem espalhado a uma velocidade alarmante e precisamos acordar antes que seja tarde demais.

Depois de sair da capital de ruído branco do mundo (conhecida como EUA), era hora de despir a falsa sensação de segurança de reconhecimento dos colegas e elogios cobiçados que eu tinha trabalhado tão duro para conseguir e dar uma boa olhada em que foi deixado. Este não foi um processo fácil, por qualquer meio.

Imagine que você está encalhado abruptamente em uma ilha deserta. Não há nada e ninguém por perto para te assegurar que "Tudo vai ficar bem." Porque você não tem mais ninguém em quem confiar além de você mesmo, toda a sua força deve vir de dentro. É tão importante para perceber a beleza de seu valor intrínseco; para encontrar essas qualidades e permitir-lhes a subir para a superfície. Você deve reconhecer o quão valioso você é; que sua vida significa algo fora do que você faz... um propósito além da dança do ventre.

O que é tão admirável sobre as dançarinas que conheci no Brasil é o nível de orgulho que elas têm em quem elas são. Todas e cada uma delas são tão simultaneamente apaixonadas e poderosas quando dançam. Para as mulheres em particular, mantêm um sentido adicional de feminilidade delicada que corresponde surpreendentemente o alto nivel de intensidade em sua dança, como Darah Hamad e Natália Piassi, entre outras. Digo "surpreendentemente" porque nós normalmente associamos a palavra "feminilidade" com traços mais dóceis.

Isto foi muito inspirador para mim por causa da minha falta de feminilidade; é algo que eu esforçava por muitos anos; mais em conta a sensibilidade e demonstrações de emoção. É uma característica minha que pessoas próximas a mim sempre comentam, me dando o pequeno apelido divertido "Robô".

Não é que eu associava demonstrações de emoção a ser fraca. É só que eu tenho uma resposta automática para me parar quando eu sinto que estou prestes a chorar ou lançar-me de qualquer maneira. Ao longo dos anos, eu ensinei-me a "guardá-lo para a pista de dança".  Compartilhar os meus sentimentos parecia bastante conveniente no momento (menos dores de cabeça e estômago). No entanto, como a maioria dos profissionais de saúde mental lhe dirá, ele pode ser extremamente danoso para a sua saúde psicológica.

Mas eu não podia desistir. Era uma habilidade que eu domino desde a infância, por isso era (e ainda é) um hábito difícil de quebrar. Quando você passar a maior parte de sua infância e adolescência em violência doméstica e abuso, esse mau hábito de compartilhar torna-se uma ferramenta necessária para a sobrevivência.

No espírito da consciênciada saúde mental e violência doméstica, eu vou compartilhar com vocês uma faceta da minha vida que eu lutei para esconder durante a maioria da minha existência. Um passado infeliz que continua a me assombrar até hoje, resultando em uma condição lamentável que pode fazer as tarefas da vida diária de uma luta, às vezes.

Eu sofri de uma condição grave de Desordem de Ansiedade Social e leve Pós Transtorno de Estresse Traumático, conhecido em Inglês como Post Traumatic Stress Disorder ou PTSD. Esta condição foi parcialmente desenvolvida pelo ambiente traumático e perigoso em que eu morava a partir do momento em que nasci até os 16. É uma vida que eu não desejo a ninguém, cheia de ataques de pânico que são tão intensos que parece que você está tendo um ataque cardíaco;uma ansiedade tão intensa que você fisicamente não pode deixar o seu apartamento por dias, terrores noturnos, insônia, etc. É cansativo e incrivelmente frustrante porque 9 vezes em 10, não há nada pode fazer sobre isso, exceto esperar até que o ataque termine. Imagine ter que viver com isso. Agora imagine você própria como uma performer e professora sofrendo com esta condição diariamente. Não é divertido. Minha única graça é a dança do ventre, e agradeço a Deus todos os dias por esta bênção.

No momento em que tocar a música e começar a me mover, tudo  simplesmente desaparece.  Esta forma de arte bonita salvou minha vida. E por causa disso, eu sou capaz de funcionar. Interligados entre a música e a energia doce do movimento, é que estou viva; imersa em um sentimento de alívio e revitalização que só poderia ser descrita como um estado meditativo. Estou ligada ao universo. Eu sou capaz de deixar ir, de focar, sentir alegria. Esse é o meu remédio. Essa é a minha graça salvadora. Essa é como eu sou capaz de prosperar.

Apenas alguns anos atrás, não teria tido nenhuma maneira que eu teria sido capaz de compartilhar essa parte da minha vida. A razão de eu poder compartilhar isso agora é devido à coragem e força demonstrada por duas brasileiras em particular que têm liderado e inspirando-me a ser aberta sobre a minha história, como Helena Marinho e Natália Espinosa. Ambas têm sido muito abertas sobre suas próprias lutas pessoais de ser uma dançarina com Síndrome de Asperger. Embora nós estamos lutando batalhas diferentes, os seus esforços inspiradores em aumentar a consciência de Asperger me deu a coragem de falar para os artistas lutando com estes tipos de desordens, removendo estigma associado às problemas de saúde mental.



Pense nisso. Você não teria vergonha de um diabético tomar a sua insulina. Mas se alguém tem uma doença que os obriga a tomar medicação para aumentar o seu nível de serotonina, de repente, essa pessoa é "louca". Bem, eu sinto muito, mas isso é completa e absoluta besteira! Para aqueles de vocês que sofrem de desordens de ansiedade, depressão, Síndrome de Asperger ou quaisquer outras condições relacionadas com a saúde mental, por favor, saibam que não há vergonha nisso e que você não está sozinho.

É interessante. Quando eu cheguei aqui, eu estava tão intimidada por este lugar e suas espalhafatosas e carismáticas pessoas. Mas agora, eu não poderia imaginar minha vida sem elas.  Bem, eu acho que eu poderia... mas eu não quero. Elas me ajudaram a me tornar uma pessoa mais delicada e esperançosa.

As minhas experiências aqui no Brasil tiveram um efeito profundo sobre o meu senso de improvisação e técnica, injetando a minha dança com tal fervor e sentimento que eu tenho sido capaz de levá-la a um nível completamente novo. Descobri que eu sou capaz de coexistir com certas dinâmicas em minha prática de dança que antes estavam fora do alcance, interagindo com o nível de energia, em vez de permitir que ela simplesmente assuma. Onde, se antes minha relação com a improvisação poderia ser classificada como mais de um estado possessivo, agora ela tinha a transição para um processo meditativo e dinâmico.

Essas transformações vão além das qualidades carismáticas do aspecto de desempenho que eu aprendi com as dançarinas apaixonadas aqui. Apesar de que é uma peça extremamente importante do quebra cabeça, é algo muito mais profundo. Há uma energia benéfica e revitalizando no ar aqui que se infiltra em todos os seus poros, intoxicando os sentidos.  Tenho viajado para muitas cidades no mundo, mas não há nada como Rio. Este lugar é verdadeiramente a "cidade maravilhosa" e, pra mim, um lugar de desenvolvimento espiritual e cura.

Embora há muitos benefícios para viver aqui, há também algumas desvantagens. Um dos mais substanciais sendo uma falta de oportunidade para dançarinos de Tribal Fusion no Brasil interessados em aperfeiçoamento profissional com os melhores instrutores do mundo (devido ao fato de que a maioria deles residem na Califórnia ou em Portland) e a extensiva pilha burocrática  que eles têm que percorrer a fim de chegarem lá.

Nos EUA, estamos inconscientes da vantagem que temos quando se trata da acessibilidade de treinamento com os instrutores de elite do Tribal Fusion como Rachel Brice e Zoe Jakes.  Workshops e intensivos já são difíceis de pagar por conta própria. Além de ter que pagar o custo do intensivos, hotel e comida, uma dançarina brasileira precisa pagar as despesas adicionais. Não só eles precisam pagar US $ 2.000 adicionais para uma passagem de avião?! E ainda por cima, eles precisam solicitar um visto, sentando-se através de cada consulta meticulosa, preenchendo pilhas de formulários e pagando por todos os custos relacionados a isso também. É injusto.

O custo para participar de um Festival de Tribal nos EUA para uma dançarina brasileira é ridículo.  E a situação está prestes a ficar ainda pior. Com o valor do real esgotando a uma velocidade tão substancial e o custo de vida cada vez maior (especialmente no Rio de Janeiro), a probabilidade de ser capaz de assistir a um festival nos EUA está indo  de ridiculamente escassos para impossível!


Infelizmente, a opção de guardar o seu dinheiro e esperar para o instrutor vir ao Brasil raramente é uma opção, pois há muito poucos instrutores desse calibre que viajam para o Brasil. Os grandes nomes vão mais para a Europa, Rússia, Japão, etc., mas, infelizmente para nós, o Brasil, e o Rio em particular, não está geralmente na agenda da turnê.

Eu não estou totalmente certa sobre a causa disto. Talvez seja porque os filmes "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite" fizeram um imenso desserviço para a comercialização do Rio de Janeiro como um lugar amigável ou o fato de que o Rio de Janeiro está na lista das 10 Cidades Mais Perigosas do Mundo para Viajar. Ok, essa última pode ser um fator contribuinte. Mas, independentemente do motivo, o fato é que a maioria dos instrutores americanos de Tribal Fusion não vem para o Brasil. E, a propósito, você não deve ter medo de vir para o Brasil. Rio de Janeiro não é diferente de qualquer outra grande metrópole como Chicago ou Nova York.  Apenas use seu cérebro. Pense nisso. Você estaria andando pelas ruas do Brooklyn no meio da noite vestindo um relógio caro ou exibindo seu iPhone extravagante? Não, porque você não é um idiota.

Depois de perceber o quão limitada as possibilidades de treinamento profissional foram para os dançarinos brasileiros, eu decidi fazer algo sobre isso. Esta foi a minha chance de retribuir a bondade que eu tinha recebido. As meninas aqui têm feito muito por mim e esta foi a minha oportunidade de utilizar os recursos e conexões que tive à minha disposição e mostrar-lhes o quanto eles significavam para mim. Então, decidi organizar um workshop intensivo com algo que nunca tinha experimentado antes; algo que nunca antes tinha sido ensinado no Brasil... UNMATA ITS!! A cereja do bolo que eu estava preparando para ser a instrutora era a linda April Rose, de quem eu adoro.

Era muito trabalho e preocupação de arranjar, mas valeu a pena! Eu não poderia ter feito isso sem a ajuda de Aline Oliveira, Helena Marinho (tradutor), Silvia Pantoja, Morena Santos, Jhade Sharif e o resto da família Asmahan. Foi um grande sucesso e assim como eu previ, a Brasileiras são totalmente viciadas ao ITS agora. Devo dizer, é bastante impressionante que FIZEMOS HISTÓRIA! Brasil, nós arrebentamos com sua cereja UNMATA.Rsrsrs.

O Brasil me ensinou como deixar ir e abraçar a natureza do inesperado, pois pode segurar alguma coisa na loja pra você muito maior do que você planejou. Eu vim à conclusão de que a vida é uma improvisação gigantesca. Então, se você mudar de curso, abraçá-lo e explorar as possibilidades.

Antes de vir aqui, eu não era uma pessoa muito feliz. Constantemente insatisfeita, pensando que eu só ia encontrar a felicidade se eu continuasse a trabalhar muito mais.Até estou tão cansada só de pensar. Essa pessoa era miserável; viciada ao trabalho e impossível de agradar.  Nada era bom o suficiente. Nada jamais seria.

Então, eu admito que estou um pouco assustada. Tenho medo de que quando que eu for devolvida ao ruído branco caótico do meu ambiente anterior, mais uma vez me transformarei em a casca de uma pessoa obcecada com o trabalho que age tão duramente a ela mesma ao ponto de exaustão que ela esqueça o que é realmente importante na vida. Eu não quero voltar a isso.

Em um esforço para evitar essa regressão emocional, eu planejo ser diligente em meus esforços para ficar conectado com todos vocês e manter o espírito do Brasil vivo em meu coração. Parte disto inclui ficar em contato com a minha família Asmahan que significa o mundo pra mim. Cada um deles tocou meu coração de uma maneira única e especial. Eu nunca vou esquecê-los.


DEDICATÓRIA:

Para Aerith Asgard, que me deu um lugar seguro para compartilhar minhas aventuras, OBRIGADA.

Para Jhade Sharif, que abriu seu estúdio para mim e me deu uma chance quando ela não precisava, um lugar para ensinar e um estúdio para chamar de "casa", OBRIGADA.

Para Aline “Muhana” Oliveira, meu anjo da guarda, tradutor, guia, terapeuta, professora de Português, figurinista, parceirade dança, irmã da alma e todos BrazizzlefoShizzle!!!! ... Eu adoro você. Você se aproxima de tudo que você faz com tanta dignidade e graça. Você é uma dançarina incrível, com uma presença de palco tão poderosa e, ao mesmo tempo, tão elegante. Não só isso, mas você é um farol de luz para todos aqueles que a cercam. As possibilidades do que você pode conseguir neste mundo são ilimitadas. Você é uma trabalhadora diligente, dedicada à sua arte e as pessoas nela. Você tem tanta grandeza em você mesma ... uma força dominadora e régio de uma rainha com um coração carinhoso. Não há palavras para descrever o que sua amizade significou pra mim nestes últimos 4 anos. É uma honra te conhecer e um privilégio te chamar de minha amiga.

Para Morena Santos, uma fotógrafa fenomenal cuja impressionante imagens têm recebido reconhecimento internacional por toda a comunidade de dança que dá os melhores abraços, e que tem o coração mais puro  que eu conheço , eu digo muito OBRIGADA. Você tem a bondade de um santo e a capacidade de elevar os espíritos de todas as pessoas ao seu redor através de sua generosidade e natureza encorajadora. Você merece nada além de felicidade e prosperidade na vida.

Para Darah Hamad, que recebia esta estranha desajeitada, que mal conhecia duas palavras em Português, em sua aula com um sorriso e um senso de humor ("Revels!") e cuja técnica e presença de palco que admiro muito, OBRIGADA.

Para Bruna “Amirah” Daniel, que TEM UM  espírito generoso e animada personalidade ajudou-me a sentir-me bem-vinda na comunidade de dança e me apresentou aos cativantes, noites divertidas em Al Khayam, eu digo OBRIGADA.

Para toda a minha família ASMAHAN, uma matriz de dançarinas incrivelmente talentosas e apaixonadas incluindo Rhada Naschpitz,Laura da Cunha, Aziza Abdullah, Haluxx, Marta Vieira, Corina Mourão, Ana Asch, Helena Marinho, Carol Marques, Silvia Pantoja, Marie Nogueira, Izabelle Bruna, Rayzel Rosa, Noor Farag, Cristal Aine, Natália Seiblitz, Valeska Nadhirra Torres, Selenah Jhones, Jessie Ra'idah, Rane Souza, Luciana Rabelo, Samantha Monteiro, Thaisa Martins, Rafaela Morrighan, Rebeca Warda, Itália Rebuzzi, Ana Paula Pereira, Samantha Nogueira, Nitya Montenegro, Ana Carolina Cosati, Dina Claudia,Tati Craveiro, Pilar Barradas e Anna Gregoriocuja totalidade das paciência e bondade me ajudaram a navegar meu caminho nestes últimos 4 anos através de sua irmandade, apoio e compaixão, eu digo OBRIGADA.

Para TODAS as minhas alunas, que me fizeram uma mama orgulhosa e trouxeram uma grande quantidade de alegria para minha vida, OBRIGADA. Continuem a serem destemidas e praticarem sua dança com amor, compaixão e devoção reverente... E lembrem-se de dobrar esses joelhos!!

Para Os incríveis dançarinos que eu conheci ao longo do caminho ao longo da minha jornada no Brasil cujas apresentações transcendente fizeram um impacto profundo em mim incluindo Rebecca Piñeiro e a equipe inteira de Campo das Tribos, Natália Espinosa, Paula Braz, Cibelle Souza e as meninas talentosas de Shaman Tribal, Guigo Alves, Gabrielle Huang, Gabriela Miranda, Long Nu, Karina Leiro, Lukas Oliver, Sara Félix, Marisu Parada, Marina Quadros, Jonathan Lana e Luisana Alvarez, OBRIGADA.  


Paz e Luz pra SEMPRE,

~ Raphaella ~


Episode 7:  “Ode to Brazil: The Marvelous City that taught me how to live again”


As my time in Brazil comes to a close, it is with a heavy heart that I begin the first sentence of my last article for this series.   After 4 years in this marvelous city that I’ve called “home”, I am in awe of just how much my life has changed.  The purpose of the continuous struggles, twists and turns I’d encountered in my attempt to assimilate into this culture so different from my own has made itself known.  What is left is a profound understanding, bitter-sweet sense of satisfaction and preparedness for what lies ahead.   

I can finally see the whole picture.  It’s as if I were standing in an art gallery, gazing at a Pointillist painting.  When one stands close to the painting, all he or she notices is a vast array of colored dots.  However, if you move further back, the entire scene is revealed.   

To me, Brazil isn’t solely a place of majestic wonder.  It’s a beacon of revitalization and tranquility that, along with its people, has transformed me and the perception of who I thought I was; not just as dancer, but in respect to my own self-awareness and value as a human being.

I owe a great debt to the many individuals I’ve met along the way in this beautiful country.  Their passion for life and genuine, caring nature have transformed me and awakened my spirit in ways I never thought were possible.  And as such, I now have a better understanding of what it means to truly embrace life.  The funny thing is, that up until that point, I was none the wiser.  As the saying goes, “You don’t know what you’re missing until you find it”, right? 

Like so many of us these days, I’d been preconditioned to define myself based solely on the quality of my work.  I had unintentionally allowed the measure of my success through professional accolades such as positive reviews of dance compositions, awards and recognition for various news articles and speeches, etc. to hold more relevance over my value as a human being versus the intrinsic qualities that actually matter.  The beguiling fact is that until my relocation to Brazil, I’d been completely unaware of the emotional handicap I’d bestowed upon myself for so many years.  

Like most Americans, I had become engrossed in my work, picking up my head only to eat from time to time and plan more projects.   The thing is, when you have your head down for so long, you don’t realize you’re looking at the ground.  We’re so accustomed to looking at what’s in front of us (and what’s coming next) that we develop a sort of “work-a-holic tunnel vision.” It’s not until all of the distractions are taken away that we realize we aren’t actually living… just existing.  

It’s a fact that has become even more apparent with our ever-growing daily reliance on mobile electronic devices.  As a society, we’ve become addicted to our iPhones, laptops and iPads; living through those cheap pieces of plastic instead of ourselves.  It’s taking the already detrimental behavior of “work-a-holic tunnel vision” to new depths and subsequently diminishing our self-esteem, belittling our lives to the point where if nobody “liked” it on Facebook, it didn’t happen.  It’s a toxic behavior that’s been spreading at an alarming rate and we need to wake up before it’s too late. 

Once out of the white-noise capitol of the world, it was time to strip away the false sense of security of peer recognition and coveted accolades I had worked so hard to achieve and take a good, hard look at what was left.  This was not an easy process by any means; particularly when it came to distancing myself from approval seeking behavior.  

Imagine you’re abruptly stranded on a deserted island.  There is nothing and no one around to reassure you that, “Everything is going to be okay.”  Seeing as you have no one else to turn to but yourself, all of your strength must come from within. It is so important to realize the beauty of your TRUE self; to find those qualities and allow them to rise to the surface.  You must acknowledge just how valuable you are; that your life means something outside of what you do... a purpose beyond belly dance.  

What is so admirable about the dancers I’ve met in Brazil is the level of confidence they have in who they are.  Each and every one of them are so simultaneously passionate and powerful when they dance.  For the women in particular, they maintain an additional sense of delicate femininity that surprisingly matched the level of intensity in their dance, such as Darah Hamad and Natália Piassi among others.  I say “surprisingly” because we usually associate the word “femininity” with more docile traits.  

This was very inspiring to me as my lack of femininity is something I’d struggled with for many years; more so in regard to sensitivity and displays of emotion.   It’s a characteristic of mine that those close to me would always remark on, deeming me the fun little nickname “Robot”. 


It's not that I considered displays of emotion to be weak.  It's just that I have an automatic response to stop myself if I feel I’m about to cry or lash out in any way.  Over the years, I’ve taught myself to “save it for the dance floor”.  Compartmentalizing my feelings seemed quite convenient at the time (minus the headaches and stomach pains).  However, as most mental health care professionals will tell you, it can be extremely detrimental to your psychological health.   

I couldn’t help it though.  It was a skill I’d mastered since childhood, so it was (and still is) a difficult habit to break.  When you spend the majority of your childhood and adolescence in domestic violence and abuse, that bad little habit of compartmentalization becomes a necessary tool for survival.   

In the spirit of awareness for mental health and domestic violence, I’ll share with you a facet of my life that I fought to conceal for the majority of my existence.   An unseemly past that continues to haunt me to this day, resulting in an unfortunate condition that can make the tasks of daily life a struggle from time to time.  

I suffer from severe Social Anxiety Disorder and PTSD partially due to the traumatic and dangerous environment I lived in from the time I was born until the age of 16.  It’s a life I wouldn’t wish on anybody full of panic attacks that are so intense it feels like you’re having a heart attack, bouts of anxiety so intense that you physically can’t leave your apartment for days, night terrors, insomnia, etc.   Pardon my language, but it’s f*#king exhausting and unbelievably frustrating because 9 times out of 10, there’s nothing you can do about it except to wait it out.  Imagine having to live with that.  Now imagine yourself as a performer and teacher suffering with this condition on a daily basis.  It’s not fun. I’ll tell you that.  My only saving grace is belly dance, and I thank God everyday for this blessing.   

The moment I switch on the music and begin to move, everything else just fades away.  This beautiful art form of ours saved my life.  And because of it, I’m able to function.  When intertwined between the music and the sweet energy of the movement, I am alive; immersed in a feeling of relief and revitalization that could only be described as a meditative state.  I am connected to the universe.  I am able to let go, to focus, to feel joy.  THAT is my medicine. THAT is my saving grace. THAT is how I’m able to thrive. 

Only a few, short years ago, there would’ve been no way I would’ve been able to share that part of my life.  The reason I’m able to now is due to the courage and strength demonstrated by two Brasileiras in particular who have led by example, inspiring me to be open about my story, Helena Marinho and Natália Espinosa.  Both have been very open about their own personal struggles in being a dancer and performer with Asperger Syndrome.  Although we are fighting different battles, their inspiring efforts in raising awareness for Aspergers gave me the courage to speak out for performers in the arts struggling with these types of disorders, and to help remove the stigma attached to mental health issues.   

Think about it.  You wouldn’t shame a diabetic for taking his or her insulin.  But if someone has a disease that requires them to take medication to increase their serotonin level, all of a sudden that person is “crazy”.  Well, I’m sorry, but that is complete and utter bull shit!  For those of you suffering from anxiety disorders, depression, Asperger or other conditions related to mental health, please know that that there is NO SHAME in it, and that you are not alone.

You know, it’s funny.  When I first arrived, I was so intimidated by this place and its loud and charismatic people.  But now, I couldn’t imagine my life without them.  Well, I guess I could… but I don’t want to.  They’ve helped me to become a more delicate and hopeful person.  

My experiences here in Brazil have had a profound effect on my improvisational sense and technique, injecting my dance with such fervor and feeling that I have been able to take it to a whole new level.   I’ve found that I am able to coexist with certain dynamics in my dance practice that had previously been out of reach, interacting with the level of energy versus allowing it to simply take over.  Where as before my relationship to improvisation could be classified as more of a possessive state, it had now transitioned into a meditative process.  

These transformations go beyond the charismatic qualities of the performance aspect I’ve learned from the soulful dancers here.  Although that is an incredibly important piece of the puzzle, it’s something much more profound.   There is a blissful, revitalizing energy in the air here that seeps into your every pore, intoxicating the senses.  I’ve traveled to many cities throughout the world, but there is nothing like Rio.  This place truly is the “cidade maravillosa”, and for me, a place of spiritual growth and healing.  

Although the grass is definitely greener here in most respects, there are a few disadvantages.  One of the most substantial being a lack of opportunity for Tribal Fusion dancers in Brazil interested in further training with the world’s top instructors (as most of them reside in California or Portland) and the mile-long pile of red tape they have to go through in order to get there.  

In the US, we are unaware of the advantage we have when it comes to the accessibility of training with THE top-notch instructors of Tribal Fusion like Rachel Brice and Zoe Jakes.   Workshops and intensives are hard enough for us to afford as it is.  In addition to having to pay for the cost of the intensive, hotel and food, a Brazilian dancer has to pay even more! Can you imagine tacking on another $2,000 for a plane ticket?!  And on top of that you’ll have to apply for a VISA, sit through every painstaking appointment and pile of forms, paying for all of the costs related to that as well.  It’s unfair.

The cost of attending a Tribal Festival in the US for a Brazilian dancer is ridiculous.  And it's about to get even worse.   With the value of the real (Brazilian currency) depleting at such a substantial rate and the cost of living sky rocketing (especially in Rio de Janeiro), the probability is going to go from ridiculously scarce to impossible!  

Unfortunately, the option of saving one’s money and waiting for the instructor to come to Brazil is rarely an option as there are very few Tribal Fusion Instructors of that caliber that make it down to Brazil.  The big names will make it over to Europe, Russia, Japan, etc., but unfortunately for us, Brazil and Rio in particular, is not on their tour schedule.  

I’m not entirely sure as to why.   Perhaps it’s because the movies “City of God” and “Elite Squad” did an immense disservice to the marketability of Rio de Janeiro friendly place or the fact that Rio de Janeiro is on the list of the 10 Most Dangerous Cities in the World to Travel.  Okay, that last one might be a contributing factor.   Regardless of why, the fact remains that most US based Tribal Fusion instructors do not make it down to Brazil.   Just for the record, you should not be afraid to come to Brazil.  Rio de Janeiro is no different than any other big metropolitan city like Chicago or New York City.  Just use your head.  Think about it.  Would you be walking the streets of Brooklyn in the middle of the night wearing an expensive watch or flashing around your fancy iPhone? No, because you’re not an idiot. 

After realizing how limited the professional training opportunities were for the Tribal Fusion dancers here, I decided to do something about it.  This was my chance to give back.  The girls here have done so much for me and this was my opportunity to utilize the resources I had at my disposal and show them just how much they meant to me.  So, I decided to arrange a workshop intensive with something that they had never experienced before; something that had never before been taught in Brazil… UNMATA ITS!!!  The cherry on top was arranging the lovely April Rose, whom I adore, as the instructor.  

It was a lot of work and worry to get the intensive together, but it was well worth it!  I couldn’t have pulled it off without the help of Aline Oliveira, Helena Marinho (translator), Silvia Pantoja, Morena Santos, Jhade Sharif and the rest of the Asmahan family.  It was a big hit and just as I predicted, the Brasileiras are totally addicted to ITS now.  I must say, it’s pretty awesome that WE MADE HISTORY!  Brazil, we popped your UNMATA cherry.  

Brazil has taught me how to let go and embrace the nature of the unexpected, for it may hold in store for you something much greater than what you had planned.  I’ve come to the realization that life is one gigantic improv.  So if you change course, embrace it and explore the possibilities. 

Before I came here,I was a tad miserable.  Constantly dissatisfied, thinking I’ll find happiness if I just continue to work harder and harder until I’m too tired to think anymore.  That person was miserable; addicted to work and impossible to please.  Nothing was ever good enough.  Nothing ever would be.  

So, I must admit that I’m a little scared.  I’m afraid that once I’m thrown back into the chaotic white noise of my former environment that I’ll once again turn into that obsessive work horse who is so acts so harshly towards herself to the point of exhaustion that she forgets what’s really important in life and only sees her worth in her accomplishments.   I DO NOT want to go back to that.   

In an effort to avoid this emotional regression, I plan to be even more diligent in my efforts to stay connected with all of you and keep the spirit of Brazil alive in my heart.  Part of that includes staying in touch with my Asmahan family who means the world to me.  Each and every one of them has touched my heart in a unique and special way.  I will never forget them. 

DEDICATION:

To Aerith Asgard, who gave me asafe place to share my adventures, THANK YOU.

To Jhade Sharif, who opened up her studio to me and gave me a chance when she didn’t have to, a place to teach and a studio to call “home”, THANK YOU.  

To Aline “Muhana” Oliveira, my guardian angel, translator, guide, therapist, Portuguese teacher, costume designer, dance partner, soul sister and all around Brazizzle fo Shizzle!!!!... I love you.  You approach everything you do with such dignity and grace.  You are an incredible dancer with such a powerful stage presence, yet so elegant at the same time. Not only that, but you are a beacon of light for those around you. The possibilities of what you can accomplish in this world are limitless.  You’re a hard worker, dedicated to your craft and the people in it.  You have such greatness in you… a domineering, regal strength of a queen, yet with a sensitive and caring heart.   There are no words to describe what your friendship has meant to me these past 4 years.  It has been an honor to know you and a privilege to call you my friend.  

To Morena Santos, a phenomenal photographer whose striking images have received international recognition throughout the dance community who gives the best hugs, and who has the purest heart of anybody I know, I say THANK YOU.   You possess the kindness of a saint and the ability to raise the spirits of anyone around you through your generosity and encouraging nature.  You deserve nothing but happiness and prosperity in this life.   

To Darah Hamad, who welcomed this awkward stranger, who barely knew 2 words in Portuguese, into her class with a smile and a sense of humor (“revels!”), and whose technique and stage presence I admire very much, THANK YOU.  

To Bruna “Amirah” Daniel, whose generous spirit and lively personality helped me to feel welcome in the dance community and introduced me to the captivating, shenanigan-filled nights at Al Khayam, I say THANK YOU.

To my entire ASMAHAN family, an array of incredibly talented and passionate dancers including Rhada Naschpitz,Laura da Cunha, Aziza Abdullah, Haluxx, Marta Vieira, Corina Mourão, Ana Asch, Helena Marinho, Carol Marques, Silvia Pantoja, Marie Nogueira, Izabelle Bruna, Rayzel Rosa, Noor Farag, Cristal Aine, Natália Seiblitz, Valeska Nadhirra Torres, Selenah Jhones, Jessie Ra'idah, Rane Souza, Luciana Rabelo, Samantha Monteiro, Thaisa Martins, Rafaela Morrighan, Rebeca Warda, Itália Rebuzzi, Ana Paula Pereira, Samantha Nogueira, Nitya Montenegro, Ana Carolina Cosati, Dina Claudia,Tati Craveiro, Pilar Barradas and Anna Gregorio all ofwhose patience and kindness have helped me navigate my way these past 4 years through their sisterhood, support, and compassion, I say THANK YOU. 

To ALL of my students,who have made me one proud mama and brought a great amount of joy to my life, THANK YOU.  Continue to be fearless and practice your dance with love, compassion and reverent devotion… And remember to bend those knees!! 

To the incredible dancers who I’ve met along the way throughout my journey in Brazil whose transcendent performances have made such an impact on me including Rebecca Piñeiro and the crew from Campo das Tribos, Natália Espinosa, Paula Braz, Cibelle Souza and the talented ladies of Shaman Tribal, Guigo Alves, Gabrielle Huang, Gabriela Miranda, Long Nu, Karina Leiro, Lukas Oliver, Sara Félix, Marisu Parada, Marina Quadros, Jonathan Lana and Luisana Alvarez, THANK YOU.  

Peace & Light,

~ Raphaella  ~


[Perdido na Tradução] Episódio 6: "É preciso uma aldeia inteira"

por Raphaella Peting


  Note: The English version of this text is below this post.

Para muitos de nós, um festival de dança é mais que apenas uma oportunidade de aprender com os nossos ídolos. É uma reunião de almas gêmeas em que se reunir com nossas irmãs e irmãos de dança de todo o mundo com quem raramente conseguem ver. É uma oportunidade de interagir com aqueles em um ambiente onde sucos criativos estouram em uma atitude colaborativa e projetos futuros começam a florescer. Basicamente, é o nosso Natal!

E como uma criança antecipando a noite do Natal, nós fazemos uma dancinha feliz como se nós contássemos os dias até o próximo festival. Bem, entre os momentos de "piração" como tentativa de montar uma peça inesquecível para o show.

É também, a época do ano que nós relutantemente passamos a área de vendas na ponta dos pés tentando não abrir mão de todo o nosso dinheiro no primeiro dia para aqueles figurinos atraentes, jóias brilhantes e calças novas de dança que parecem sussurrar sedutoramente nossos nomes quando nós cruzamos pelas exibidas enquanto, ao mesmo tempo, tentamos lembrar quantos pacotes de Miojo ainda temos para passar o fim de semana quando nós pegamos nossas carteiras.

No momento em que as dançarinas chegam no hotel, também conhecido como "Sede dos Dançarinas do Ventre", a sinfonia dos tambores batendo, carrilhões dos snujs e risos começam em breve. Embora, se você é virgem do festival, ele pode ser um pouco intimidante. Marinheiros de primeira viagem podem passar a maior parte do seu tempo livre no quarto do hotel até que eles decidam testar as águas e se aproximar destas novas e estranhas criaturas conhecidas como Dançarinas do Tribal Fusion. Eu, pessoalmente, participei em ambas extremidades do espectro. Uma dica para aqueles novos na nossa tribo: não tenha medo. A cena do festival pode parecer um pouco esmagadora na primeira vez, mas confie em mim ... Após o seu primeiro dia de aulas, você vai fazer algumas conexões instantâneas que durarão uma vida.

Há tanta coisa acontecendo durante um festival de dança que o que se passa nos bastidores muitas vezes passa despercebida. Enquanto a maioria de nós estão celebrando, aproximar-se com amigos antigos e passar por nossa engrenagem tribal recentemente adquirida, não estamos cientes da magnitude do trabalho diligente e planejamento que dá simplesmente organizar um evento em uma escala tão grande. Muitos participantes no dia da chegada tem a impressão de que o trabalho "real" dos organizadores do festival e voluntários é apenas em curso.

A verdade é, no entanto, que uma grande parte do trabalho duro e preparação para um festival começa quase um ano antes do tempo, lidando com uma interminável lista de "afazeres" que poderia dar errado a qualquer momento. A partir de contratos de negócios, políticas de local, detalhes do vôos e pedidos de visto para os instrutores que estão chegando de várias cidades do mundo a lidar com falhas do sistema para as vendas on-line e estresse financeiro; há um número infinito de coisas que poderiam explodir a qualquer momento por qualquer razão. O conceito de um festival de dança de ser uma tarefa difícil de gerir pode parecer um "acéfalo", mas até você viver... para descrever o nível de estresse que irá passar é quase impossível.

Você vê, produzir um festival de dança tem semelhanças com o parto de alguma forma. Nós todos "sabemos" que é incrivelmente doloroso, mas até que você esteja empurrando um pequeno humano fora de suas partes femininas, você não sabe REALMENTE  a gravidade real da dor. Agora, imagine se são adicionados complicações, por exemplo ... você se encontra em um país diferente. Eu confio em você ver aonde isso vai dar.

Por favor, não me entenda mal. Eu não estou de nenhuma maneira tentando minimizar o árduo processo de parto. Aquelas mulheres merecem uma medalha e um desfile para toda a tortura física que sofrem para trazer uma vida neste mundo. Estou simplesmente destacando uma semelhança no conceito dos dois processos.

Vamos dar uma olhada na primeira etapa, tá? Concepção! Que, como todos sabemos, é a parte que é a mais divertido. Em seguida, começamos a pensar sobre nomes, o que nós pensamos que vai parecer, o que nós queremos ser capazes de fornecer e possibilidades para o futuro. Depois, nós chamamos nossos amigos e família para dizer-lhes a notícia emocionante e tomar nota dos conselho deles como eles continuam a nos oferecer ajuda na preparação para a chegada e doar tudo o que podem.




Em seguida, a fase de planejamento começa e as dores de cabeça e noites sem dormir vem em breve a seguir com preocupações de que você não será capaz de fazer as finanças trabalharem. E assim como você sente que pode começar a relaxar de novo, o seu plano faz um desvio fora do curso por causa de alguns problemas com o local. Se você é uma futura mamãe esta poderia ser uma série de coisas. Por exemplo, você descobrir que houve uma mudança recente na sua apólice de seguro e do hospital e o médico de que você estava planejando não são mais cobertos em sua apólice.

Em relação à organização de eventos, deixe-me compartilhar com vocês a minha própria luta pessoal. Naquela época, eu tinha organizado alguns eventos no passado, mas nada nesta escala e até aquele momento, nada no Brasil. Logo descobri que aqui no Brasil o mais cedo que você pode reservar um local não pode ser mais de 6 meses antes a data do evento. A única exceção é se você é o proprietário do edifício, ou um amigo íntimo ou membro da família do proprietário.

Agora, quando você está planejando um evento de grande escala como este, normalmente você irá começar a divulgação pelo menos 10 meses antes do tempo. E não é necessário dizer que é uma boa idéia reservar o local antes de você começar a promover. Então, como você sabe, isso apresenta um problema. Um grande! Pode imaginar ter uma line-up incrível de instrutores agendados para voar, mas nenhum lugar para eles ensinarem? Caraca! Não só isso, mas você precisa começar a promover o mais rápido possível, mas você não pode escrever "a ser determinado" como o endereço do local. Então você substitui o nome da cidade no lugar da localização exata, esperando que os dançarinos marquem o evento em seus calendários enquanto você rói suas unhas pelos próximos 4 meses até que você possa confirmar o negócio com o local. E confie em mim, isto é um longo tempo para prender sua respiração.

Agora, vamos passar para a próxima fase. O grande dia está se aproximando e você está apenas 1 semana do evento. E acontece, o momento em que você acha que tem todas as suas bases cobertas, você é atingido por um problema com o pessoal. Para o organizador do evento, aqueles que você invocou de cuidar de tarefas específicas esqueceram ou simplesmente não fizeram. Para a futura mamãe, talvez o seu médico deixou a cidade de repente, por algum razão e você se preocupa que se você entra em parto prematuro, o médico não vai estar lá. O fato da matéria é, você está lidando com pessoas; e as pessoas têm uma tendência a serem instáveis.

Seu sonho repentinamente se transforma em um pesadelo e por um segundo você questiona o que seu motivo era querer fazer isso em primeiro lugar. No entanto, desapontar todas aquelas pessoas que estão contando com você não é uma opção. E o pensamento da alegria que seu trabalho duro vai trazer para os rostos de seus amigos e familiares é o que mantém o seu espírito. Então, você faz o que você precisa, para manter tudo fluindo.

O grande dia finalmente chegou! Você está animado, mas entre os nervos e cuidar dos detalhes de última hora, você mal piscou o olho.  Seu plano perfeito agendado transformado em merda durante o curso dos últimos meses, mas neste momento você não se importa como as coisas são feitas ... você só quer feito. Você está além grato pelos amigos que largaram tudo para estar ao seu lado e ajudaram em qualquer maneira que puderam. Também você é extremamente grato por esse pouco algo extra para ajudar a aliviar a dor. Para a futura mamãe, o anestesista tem uma epidural de reserva pra você. Para o organizador do evento, esse provavelmente seria um boa taça de vinho ou talvez um pouco da variedade de ervas.

É um pouco caótico como o pessoal está correndo por aí, assegurando tudo e todos estão onde deveriam estar. Em seguida, ele começa ... o evento principal. Depois de cerca de 72 horas gritando, chorando e algumas risadas, finalmente acabou! Você fez isso! E a alegria que se segue em todo mundo 'rostos que o cercam, além de seu próprio sentimento de alegria e alívio, rapidamente sobrepõe o tormento que já foi.  Foi um trabalho de parto longo e árduo, mas valeu a pena.

A coisa engraçada é que, apesar do processo ser tão angustiante no momento, como a mãe que decide ter um segundo ou mesmo um terceiro filho, depois de algum tempo você esquece exatamente o quão doloroso todo o processo foi e decide fazê-lo mais uma vez.

Episode 6: “It Takes a Village”




For many of us, a dance festival is more than just an opportunity to learn from our idols.It's a reunion of kindred spirits where we reunite with our dance sisters and brothers from around the globe whom we rarely get to see.  It is a chance to interact with thosein an environment where creative juices overflow in a collaborative mindset and future projects begin to bloom.  Basically, it’s our Christmas!

And just like a child anticipating Christmas morn, we do a little happy dance as we count down the days until the next festival.  Well, in between the“freak out” moments as we attempt to put together an unforgettablepiece for the show that is. 

It’s also the time of year wereluctantly tip-toe past the vendor area trying not to relinquish all of our hard earned pennies on the first day for those enticingcostumes, shiny jewelry and fancy newdance pants that seem to seductively whisper our names as we cruise by the displays while simultaneously narrowing down just how many Ramen Noodle packets we have left to get us through the weekend as we grasp our wallets.

The moment the dancers arrive at the hotel, aka“Belly Dancer Headquarters”, the symphony of the beating drums, zill chimes andlaughter sooncommence. Though, if you're a festival virgin, it can be a little intimidating. First-timers can find themselves a little taken aback by the crazy belly dancers with whom they soon find themselves surrounded by, and may spend most of their down time in the hotel room until they decide to test the waters and approach these new and strange creatures known as Tribal Fusion Belly Dancers. I, myself, have been on both ends of the spectrum.  A note to those new to our tribe; fear not.  The festival scene may seem a little overwhelming at first, but trust me… After your first day of classes, you’ll make a few instant connections that will last a lifetime.

There is so much happening during a dance festival that what goes on behind the scenes often goes unnoticed.While most of us are celebrating, catching up with old friends and going through our newly acquired tribal gear, we are unaware of the magnitude of diligent work and planning that goes into simply organizing an event on such a large scale.  Many attendees upon the day of arrivalhave the impression that the “real” work of the festival organizers and volunteers is just underway. 

The truth of the matter is, however, that most of the pain staking work of getting a festival off the ground begins almost a year ahead of time, dealing with an endless list of “to-do’s” that could go awry at any moment.  From business contracts, venue policies, flight details and visa applications for instructors coming in from various cities all over the world todealing with system failures for the online ticket sales and financial stress, there are an endless number of things that could go wrong at any moment for any reason.  The concept of putting on a dance festival being a difficult task may seem like a "no brainer", but until you LIVE it... to describe the level of stress one goes through is near impossible.

You see, producing a dance festival can be much like childbirth in a way. We all "know" it's insanely painful, but until you're pushing a small human being out of your lady parts, you don't REALLY know the actual severity of the pain. Now, imagine if there are added complications, like say... you find yourself in a different country. I trust you see where this is going.

Now, I am in no way attempting to undermine the arduous process of childbirth.  Those women deserve a medal and a parade for all of the physical torture they have to endure in order to bring a life into this world. I’m simply pointing out a similarity in the concept of the two processes.

Let’s take a look at the first stage, shall we? Conception!  Which, as we all know, is the part that is the most fun.  Then we start thinking about names, what we think it’s going to look like, what we want to be able to provide and possibilities for the future.  Then we start to call our friends and family to tell them the exciting news and take note of their advice as they offer us help in preparation for the arrival and donate whatever they can. 




Next, the planning stage begins and the headaches and sleepless nights soon follow with worries that you won’t be able to make ends meet.And just as you feel you can start to relax again, your plan takes a detour off course due to some problems with the venue.   If you’re a mother-to-be this could be a number of things.  For instance, you find out that there was a recent change in your insurance policy and the hospital and doc you were planning to use are no longer covered on your policy. 

In regards to event organizing, let me share with you my own personal struggle with some venue drama.  Now, I had organized a few events in the past, but nothing on this scale and until that moment, nothing in Brazil.  I was soon to discover that in here in Brazil the soonest you can book a venue is only 6 months ahead of time.  Unless that is, you are either the owner of the building or a close friend or family member of the owner.  

Now, when you’re planning a large-scale event like this, you would normally start promotion at least 10 months ahead of time.  And it goes without saying that before promoting an event, it’s a good idea to book the venue first.  This,my friends, presents a problem.  A big one!  Can you imagine having an amazing line-up of instructors scheduled to fly in, but nowhere for them to teach?Yikes! Not only that, but you need to start promoting ASAP, only you can’t write “TBD” as the venue location.  So you substitute the name of the city in place of the exact location, hoping the dancers will mark the event on their calendars as you bite your nails for the next 4 months until you can close the deal. Believe me, that is a LONG time to hold your breath.

Now, we move on to the next stage. The big day is getting closer and you’re only 1-week away from the event.  And just when you think you have all your bases covered, you get side swiped by a problem with the staff. For the event organizer, those you had counted on to take care of certain tasks simply forgot or just flaked on you.  For the mom-to-be, maybe your doctor suddenly left town for some reason and you worry that if you go into labor early, the doc won’t be there.  The fact of the matter is, you are dealing with people; and people have a tendency to be unreliable.

Your dream is suddenly turning into a nightmare and for a second you wonder what made you want to do this in the first place.  But,letting all those people down who are counting on you is just not an option.  And the thought of the joy that your hard work will bring to the faces of those near and dear to you is what keeps you going. So you do whatever you have to in order to keep everything moving along.

The big day finally arrives! You’re excited, but between the nerves and taking care of last minute details, you’ve barely slept a wink.  Your perfect plan and schedule have been shot to shit during the course of the last few months, but at this point you don’t care how it gets done… you just want it done.  You’re beyond grateful for the loved ones who have dropped everything to be by your side and help out in any way that they can.  You’re also extremely grateful for that little something extra to help alleviate the pain.  For the mom-to-be the anesthesiologist has a nice epidural in store for you.  As for the event organizer, that would probably be either a nice glass of wine or maybe a little something of the herbal variety.

It’s a little chaotic as staff is running around, making sure everything and everyone are where they should be.  Then it begins… the main event.  After about 72 hours of screaming, moaning, crying and some laughter, it’s finally over!  You did it! And the joy that ensues on all of those faces around you, in addition to your own, quickly supersedes the torment that once was.  It was a long and arduous labor, but it was worth it. 

The funny thing is, that even though the process was so agonizing at the time, just like the mother who decides to have a second or even a third child, after a while you’ve forgotten just how painful the whole process was and decide to do it all over again.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...