[Venenum Saltationes] A Dança & O Tarot - O Louco

por Hölle Carogne

Sveta Dorosheva

93!


Bem-vindos à Venenum Saltationes!


Iniciaremos nosso estudo sobre "A Dança & O Tarot" com a carta "O Louco".

Por quê? Porque ela é tanto a carta 0, quanto a carta 22. É o início e o fim.

Representa o sopro de Deus, a origem, o verbo, o ínicio.

Para Crowley “esta carta é atribuída à letra Aleph, que significa boi. É a primeira das letras-mãe, Aleph, Mem e Shin que correspondem, de várias maneiras entrelaçadas, a todas as tríades que ocorrem nestas cartas, notadamente fogo, água e ar; Pai, Mãe e Filho; enxofre, sal e mercúrio; Rajas, Sattvas e Tamas. 

Em inglês: "Fool" deriva de follis, saco de vento, de sorte que até a etimologia concede a atribuição ao ar. Além disso, inflar as bochechas é um gesto que sugere estar pronto para criar, na linguagem de sinais de Nápoles. No baralho medieval, o título da carta é Le Mat, adaptação do italiano Matto, que significa louco ou tolo. 

O traço realmente importante dessa carta é que seu número deve ser 0. Representa, portanto, o negativo acima da Árvore da Vida, a fonte de todas as coisas. É o zero qabalístico. É a equação do universo, o equilíbrio inicial e final dos opostos; o ar, nessa carta, por conseguinte, significa quintessencialmente o vácuo.” (O Livro de Thoth)



Representação:

● Um andarilho, um buscador;

● Carrega uma vara em cuja extremidade há uma pequena trouxa;

● Vestido no estilo dos antigos bobos da corte, com roupas coloridas.

Arte: The Tarot Deck of Austin Osman Spare 

Estrutura Mística:

● Elemento: Ar
● Posição normal: Excentricidade, ações incompreensíveis, despreocupação, criatividade.
● Posição invertida: Fuga da realidade, loucura, tolice, estupidez, escravo dos sentidos.
● Sentido geral: Um novo começo.
● Sentido espiritual: A sabedoria do Louco.
● Símbolo: A bolsa com o ovo do mundo.
● Arquétipo: A criança.
● Objetivo: Busca. A experiência de ultrapassar os limites.

Le Mat – Tarot de Marselha


Interpretações usuais na cartomancia:

Passividade, completo abandono, repouso, deixar de resistir. Irresponsabilidade. Inocência. Escolha intuitiva acertada. Domínio dos instintos; capacidade mediúnica. Abstenção. O não-fazer.

● Mental: Indeterminação devida às múltiplas preocupações que se apresentam e das quais se tem apenas uma vaga consciência. Ideias em processo de transformação. Conselhos incertos.

Emocional: Revezes sentimentais, incerteza com os compromissos, sentimentos vulgares e sem duração. Infidelidade.

● Físico: Inconsciência, desordem, falta à palavra dada, insegurança, desprazer. Abandono voluntário dos bens materiais. Assunto ou negócio enfraquecido. Do ponto de vista da saúde: transtornos nervosos, inflamações, abscessos.

● Desafios e sombra: Enquanto andarilho, o Louco significa queda ou marcha que se detém. Abandono forçado dos bens materiais; decadência sem muita possibilidade de recuperação. Complicações, atoleiro, incoerência. Nulidade. Incapacidade para raciocinar e autodirigir-se, entrega aos impulsos cegos. Automatismo. Confusões inconscientes. Extravagância. Castigo causado pela insensatez das ações. Remorsos vãos.

Balada do louco
“Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz.”

(Os Mutantes)



DaturaTarot de Rachel Brice:



Fonte: https://www.instagram.com/p/BVgOmlbBUQF/?tagged=daturatarot

"O Louco" de Rachel Brice, no Datura Tarot, é representado por um homem barbudo, que parecer estar saindo de um estado de encapsulamento. O busto está dentro de várias camadas de algo semelhante a um ovo. Não sei exatamente o que são, mas me lembram planetas. Estas camadas estão se abrindo e plantas florescem do seu interior. Ao meu ver, uma belíssima alusão ao sair da caverna para desbravar o mundo. Um dos trabalhos que mais gostei referente a este arcano!



Trabalhos coreográficos e performances:

The Fool - The Universal Waite Tarot

1) Blanca (EUA)

Trabalho de bellydance sobre a carta “O Louco”. Infelizmente, sem muitas informações sobre a bailarina. 


Considerações: Não vejo nenhuma simbologia da carta, mas acho que a forma “saltitante” e “descompromissada” de dançar representa muito bem o andarilho. Acho que a música também combina muito com a proposta do Louco.

2) Katya Blau (Rússia)

Trabalho de “tribal fusion” (de acordo com o vídeo) de Katya Blau para o Arden Tarot Suite.

Considerações: Também não vejo referências quanto à simbologia, mas a música alegre e a fusão burlesca/fanfarra/balkan combina com a idéia do arquétipo. Se algum dos Arcanos Maiores tem a cara da fanfarra, ele é o Louco, com certeza.


3) "Reflections on Dancing the Fool" (EUA)

Experiências de Laura Chatham  sobre a Dança e o Louco. Sem informações, mas achei interessante compartilhar.




4) Bruna Costa (Vassouras-RJ, Brasil)

Solo de Bruna Costa, sobre O Louco para o evento “A Dança Através do Tarot”, de 2015.

Considerações: A máscara usada no início e fim da coreografia remete à idéia de bobo da corte. A música alegre também combina com a proposta.


5) Hölle Carogne (Porto Alegre-RS, Brasil)

Minha interpretação para a carta “O Louco”.

Improvisação ritual. Nada foi coreografado, ou ensaiado (nota-se, rsrsrs), mas a simbologia foi trabalhada com antecedência e alguns trejeitos previamente planejados.

Na idéia original este trabalho seria uma videodança gravada nos cânions de Cambará do Sul/RS. Mas, por força do destino, ele ganhou vida na primeira edição do evento Dark Cabaret, de Porto Alegre/RS.

Música: "The Chaos Path do Arcturus"

A música foi o ponto de partida deste conceito, que nasceu há alguns anos, antes mesmo de eu criar meu primeiro solo. 

Para mim, a música "The Chaos Path" remete ao “Louco”, tanto na estrutura musical (meio circense) quanto em relação à letra, que na minha visão se parece com a idéia de Caos Primordial, onde o Louco se atira.

Considerações sobre a simbologia:

O figurino foi inspirado na idéia original de bobo da corte. 

Como eu não tinha uma caverna e nem um penhasco, eu tentei usar outros elementos que representassem à passagem da ignorância para a sabedoria.

Então, os braços que marcam o piano representam a “prisão”. A ideia era interpretar uma marionete que está sendo controlada e, em determinado momento, se liberta, para ir em busca de seu próprio caminho.

Fotografia: Diovana Gheller

A trouxa do Louco foi bem possível de fazer e simboliza exatamente a idéia de início de jornada.

Fotografia: Diovana Gheller

Em alguns momentos tentei interpretar a idéia de “surpresa” do Louco com o novo mundo, utilizando a expressão facial de curiosidade e estranhamento.

Fotografia: Diovana Gheller

Fotografia: Diovana Gheller

A rosa branca simboliza a pureza do Louco. O ato de comer a rosa está impregnado de ritualismo... É preciso guardar bem dentro: nas entranhas.

Fotografia: Diovana Gheller

Fotografia: Diovana Gheller

O sopro representa o elemento desta carta: o Ar. O ato de soprar, também carregado de ritualismo, porque é preciso ter muito dentro de si aquilo que se quer oferecer para o Mundo! O Mundo está aos pés do Louco. Ele sabe muito bem onde ir. Mas você não compreende, não é?

“Aquele que quiser ter algo que nunca teve, terá de fazer algo que nunca fez.”
Nossrat Peseschkian

93,93/93


Bibliografia: 

  • Antigo Tarô de Marselha – Nicolas Conver; 
  • O Livro de Thoth – Aleister Crowley; 
  • Teoria da Conspiração;
  •  Clube do Tarô;
  • Wikipedia.  

[Vida com Yoga] Drishtis – O poder no olhar


 por Natane Circe

         De pouco valem as posturas psicofísicas do yoga quando não existe a concentração, o foco. Drishti é a ferramenta usada para esse fim, sem eles existe apenas uma mente fraca em posturas sem significado espiritual algum. Ou seja, não existe yoga. Mas afinal, o que são drishtis?



Drishti significa “visão”. É o direcionamento do seu olhar ou foco durante as posturas (asanas). Essa técnica de fixação ocular tem um grande papel no desempenho espiritual, mental e também físico na sua prática pessoal. Ela treina a mente a se manter centrado prevenindo a sua mente divagar em ações externas. Alguns exemplos são: broomadhya dristhi (olhar entre sobrancelhas), antara drishti (olhar pra cima), nasagrai drishti (olhar pra ponta do nariz), parsva drishti (olhar para a lateral).



Dristhi nada mais é então, do que uma postura de equilíbrio da própria mente. Assim como o equilíbrio físico é necessário muita prática para o olhar não “cair” para o que está acontecendo fora do tapete. Olhe, direcione a energia e mantenha. Se existir um deslize, olhe novamente e mantenha.



Drishtis estão associados ao quinto estágio do yoga, Pratyahara. Com a maestria do direcionamento do olhar a mente se torna clara e palpável para a retirada daquilo que te incomoda e absorção daquilo que te beneficia.




[Danças & Andanças] JamBallah NW 2017


por Mimi Coelho

Um festival de danças do Oriente Médio e Fusão Americana

Seguindo com minhas histórias na dança por terras estrangeiras, hoje contarei um pouquinho desse festival tão apaixonante que é o Jamballah NW! Mais especificamente, compartilharei minha experiência na edição de Agosto de 2017 neste festival que é palco para vários estilos e grande incentivador para a criatividade em fusões. Se você se interessa por festivais que oferecem workshops e performances criativos, da dança oriental tradicional à dança contemporânea, incluindo fusões, teoria e prática musical, dentre outros estilos maravilhosos, vem comigo porque o Jamballah pode lhe oferecer tudo isso e muito mais!


O JamBallah NW é organizado por Elise Morris, grande produtora de eventos em dança, embaixadora da dança pela Dance Wire PDX, presidente da Portland Bellydance Guild e linda performer de dança oriental e fusões, sendo também integrante da Allegro Dance Company.

Elise consegue reunir neste evento profissionais de diversas áreas, construindo um ambiente acolhedor, criativo e, sobretudo, incentivador da dança em geral. O trabalho dela ressalta pela atenção aos mínimos detalhes, pela organização primorosa desde ao primeiro abrir portas do festival ao último número de dança no Showcase. Dessa forma, as pessoas que comparecem ao evento, sejam estudantes de dança, professores ou admiradores da arte, vivenciam agradáveis momentos de muita leveza, festividade e principalmente inclusão.

A edição de 2017 contou com a presença de professores dos mais variados estilos, destacando-se Mardi Love, Rachel Brice, Ashley Lopez, DeAnna, Baksana, Serena Spears, Sarah Ebert, Nazaneen e Khadijah. Foram três dias de festival intensos que ocorreram no teatro Artists Repertory Theater, onde os participantes puderam desfrutar dos workshops, da feira e exposição de artesanatos, além das mostras de dança e dos showcases noturnos.

Um dos pontos mais altos do Jamballah NW 2017 foi a oportunidade de contatos diversos com profissionais nem sempre tão conhecidos no meio da dança, mas que possuem muita bagagem de qualidade para compartilhar.

Os Workshops

Em festivais de curta duração como este é muito difícil escolher e conciliar todas as suas preferências de aulas, conforme o foco de estudo que você desenvolve no momento. Dessa forma, priorizei o meu grande interesse nas bases e fundamentos do tribal, bem como no refinamento técnico e na teoria e prática musical na dança. Ou seja, desfrutei de aulas com Mardi Love, Rachel Brice e Baksana. Entretanto, confesso que fiquei extremamente curiosa com relação às aulas de Serena Spears (técnicas de fusão com danças latinas, técnicas de fusão com Hip Hop), Ashley Lopez (flexibilidade e prevenção de lesões) e Sarah Ebert (alma da dança contemporânea).

As oportunidades de estudo com Mardi Love são limitadas (não é sempre que ela ensina nos festivais), então sempre que aparece uma possibilidade acessível corro para me inscrever. Ela ofereceu três cursos no JamBallah: um mini-intensivo de seis horas, “Ode ao Twist e aos Giros” e Nova Coreografia.

“Vocês estão perguntando se eu me increvi nos três cursos? Sim, eu me inscrevi nos três cursos!” Isto porque, na minha opinião, a Mardi traz em seu repertório de dança movimentos clássicos do estilo que eu reconheço como Tribal Fusion (e novamente enfatizo que isto é uma visão minha, Mimi Coelho!). Ela incorpora em seu vocabulário a forma mais simples de fusão com a dança oriental em combinações brilhantes (muitas vezes inimagináveis) e ainda adiciona doses extras de elegância, força e até humor. Ao apresentar esse repertório de passos que seriam a base do Tribal Fusion para mim, Mardi consegue criar uma qualidade singular em sua execução, com doses extras de musicalidade e descontração. Além disso, outra característica que me atrai na dança dela é a fusão vintage”, o uso de movimentos originais do Charleston, Jazz e Swing, que já representa sua marca pessoal.

A cada encontro com a Mardi Love aprendo mais sobre a importância dos movimentos lentos e do refinamento na execução dos mesmos, o que traz uma elegância incomum para a dança. Os movimentos de braços e mãos evidenciam os isolamentos no corpo e compõem a beleza estética do todo. Por isso, sempre saio de suas aulas me sentindo mais alta e ampla. A sua forma de trabalhar a musicalidade também é muito particular, tenho a impressão de que Mardi canta a música com o corpo de forma sempre inesperada. Quando lento, ela prefere ressaltar o extremo dos movimentos, quando rápido, sua agilidade ao precisar cada isolamento deixa claro que o menor é sempre o mais aparente e belo. Não há exageros na movimentação, mas a autenticidade ao se criar o simples. E como sempre foi um deleite presenciar o quão suave e orgânico ela cria o movimento em dança. Mardi cultua a beleza continuamente em suas composições.


Além das aulas de Mardi Love, participei também do curso de "Giros Cintilantes e Específicos" para dançarinos experientes ministrado por minha professora Rachel Brice. Eu gosto sempre de aproveitar as chances que tenho para  aprimorar a minha técnica na execução do vocabulário do Datura Style e, claro, receber o direcionamento daquela que escolhi como minha mestra de dança.

Provavelmente, vocês estão me perguntando: “Por que não escolheu outras experiências de aprendizado e se inscreveu para uma aula que a Rachel ensinou algo do vocabulário do Datura Style, se você já é uma professora certificada do estilo?”

E a resposta para isso é: a maestria na execução da técnica exige tempo, prática e direcionamento. Acredito que todo estudante de dança, ainda que profissional, necessita de um guia, aquela pessoa em quem confia para lhe direcionar pelos caminhos do aprendizado/crescimento e da arte (devemos eleger nosso mestre principal, aquele a quem sempre recorremos em períodos de dúvidas ou crises). Dessa forma, cada aula, cada lição em classe é uma nova oportunidade de absorção de conhecimento e entendimento do movimento no seu corpo. Ou seja, ainda que eu tenha participado de muitos cursos e aulas com Rachel, tento estar presente no máximo de oportunidades para aprender com minha professora (lembrando que ela não ministra aulas regulares no Studio Datura).

Dito isso, no curso foi apresentado a sequência de giros que conhecemos como “Tsifti Spins” e o “Camel Walk Double Turn” do vocabulário Datura Style. O primeiro trabalha giros inspirados na dança clássica indiana Kathak e por isso são executados nos calcanhares dos pés. O segundo possui um “hook turn” seguido de “crossover turn” em tempo rápido. Ambos apresentam um grau elevado de dificuldade e Rachel nos guiou pelo passo a passo dos mesmos de maneira divertida, técnica e eficiente! A Elise postou um vídeo público do final do curso em que realizamos estes movimentos, o qual compartilho com vocês abaixo.

Giros e improviso no workshop de Rachel Brice


O último workshop do qual participei foi ministrado pelo grupo Baksana e me impressionou muito. Eles desenvolveram um método de notação musical para “finger cymbals” (snujs), possibilitando a leitura e a criação de partituras para as composições de dança. O método requer estudo aplicado para aqueles que planejam absorver e utilizar a técnica, uma vez que desenvolveram diversas formas de toques para os quais se produz diferentes sons. Além disso, eles também ensinam combinações destes toques que criam diferentes padrões para os diversos ritmos musicais. Segundo o que eles ensinaram e demonstraram, após o domínio das técnicas é possível criar dinâmicas de improviso entre os praticantes, quase como em uma dinâmica de roda de capoeira.


Improviso com Snujs, método Baksana, Baksana Bellydance

Essa experiência com certeza foi uma das mais desafiantes que já tive com relação ao tocar snujs. Para nos auxiliar em estudos posteriores, eles publicaram um livro sobre o método e toda a pesquisa que estão desenvolvendo sobre os nossos amados “finger cymbals”.


Isso não deixa a gente super animado para aprender mais? Vocês podem adquirir o livro deles online no site: https://baksanastore.ecwid.com/Baksanas-Finger-Cymbal-Notation-Vol-1-p89911740 e acompanhar o trabalho desse lindo grupo pelo site https://baksanabellydance.com/ . A fim de ilustrar melhor o quão desafiante e divertido é o método, compartilho com vocês um dos meus vídeos de minha participação do Desafio de Finger Cymbals que eles lançaram em fevereiro.


Challenge Finger Cymbals Awereness Month

A Exposição de Artesanatos – Feira

Como todo bom e tradicional festival da nossa comunidade, o JamBallah também organizou a tão amada feira. Os mais variados e enlouquecedores adereços, jóias, artigos pra dança, peças de roupas e figurinos foram expostos ao longo do hall e corredores do teatro. Muita cor, diversidade e opções para acariciar os olhos dos admiradores. Para nós brasileiros sem dúvida é dolorido ver tanta coisa linda, diferente e não poder comprar (bom pelo menos no meu caso), pois ainda que ofereçam preços atrativos, o valor do dólar dificulta muito a aquisição dessas belezas. Entretanto, é sempre divertido passear, conhecer pessoas e encontrar os amigos da dança pela feira! Afinal, os melhores papos acontecem pelos corredores das exposições!



Festival Show e JamBallah Showcase

O JamBallah realiza o Festival Show que simboliza e celebra a reunião de todos os dançarinos participantes procedentes dos mais diversos lugares do país e do mundo. Desde que o dançarino participe de pelo menos um workshop, ele pode se inscrever previamente e, então, apresentar-se no grande palco do festival. Para possibilitar a apresentação de todos, o JamBallah desenvolve uma prática interessante de limitar quantas vezes uma mesma pessoa dança em palco, a depender do interesse de participar com um solo, duo, trio ou grupo. Há a preocupação por parte do festival em se garantir a oportunidade para todos mostrarem seu trabalho, independente de técnica ou reconhecimento geral.

O Festival Show teve a duração de duas horas e foi realizado em todos os dias do evento durante as tardes. Foi maravilhoso acompanhar tantas performances diferentes e criativas, tantas formas de movimentação e composições ricas em expressão. Eu realmente aprecio as mostras de dança, pois são surpreendentes e inspiradoras. Sempre saio dessas experiências com vontade de criar!

Além disso, o JamBallah organiza seu próprio showcase, onde os instrutores do festival, os grupos e performers de Portland se reúnem em um produzido espetáculo, que ocorre nas primeiras duas noites. Não há restrição de estilo e sim uma composição interessante de experiências e linguagens.

Tive o imenso prazer de presenciar fusões diferentes e inesperadas, porém fundamentadas e compostas brilhantemente. Ressalto a composição apresentada pelo Allegro Dance Company, que está estabelecendo um novo rumo para a fusão local e quem sabe internacional também.

“La Follia a la Allegro” , Allegro Dance Company



O solo Indian Fusion de Sedona Soulfire me tocou profundamente e é realmente uma pena não ter um vídeo para mostrar pra vocês, foi um dos pontos altos de expressão dos showcases. O improviso de snujs realizado pelo Baksana sem outro acompanhamento musical impressionou pela técnica, agilidade e perfeição. As composições coreográficas de Bevin Victoria também foram ricas em expressividade. Sem contar é claro na performance de Mardi Love que como sempre preencheu o espaço com classe, expressão e contentamento.


Mardi Love




Serena Spears




DeAnna with Jesse and Sofia




Ashley Lopez



Scarlet Thistle





Gostaria de detalhar sobre cada um, mas infelizmente ficaria longo demais. Deixarei para uma troca posterior, seja escrita ou quem sabe pessoalmente?


Finalizando, o JamBallah me proporcionou vivências maravilhosas tanto como estudante quanto como apreciadora da arte, tudo em um ambiente inclusivo e acolhedor, característico de uma comunidade que incentiva a dança, seus praticantes e profissionais. Acredito que é um festival que crescerá em linhas não tradicionais com o histórico dos festivais de fusão, pois sua organizadora, Elise, tem o objetivo de incentivar a dança como um todo. Dessa forma, busca variar os estilos oferecidos e os profissionais instrutores convidados. Acho que isso é o que mais me atrai neste festival.



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