[Entrando na Roda] Pioneira da Roda: Isabel De Lorenzo

por Natália Espinosa


Vivo em Roma há mais de vinte anos e me defino uma artista da Dança. Meu trabalho cotidiano é multifacetado: sou, principalmente, professora de FCBD®️Style e dirijo uma escola de danças do mundo, a San Lo’, situada no coração de Roma. A escola vai completar vinte anos em 2023, mas na verdade, desde março de 2020 está fechada devido às restrições que a Itália vem sofrendo com a pandemia do coronavírus, o que nos obrigou a migrar quase inteiramente para o setor online. Também organizo o Roma Tribal Meeting, festival que reúne anualmente artistas do mundo todo em torno da ideia de comunidade nas danças “estilo tribal”. Sou membro do Dance Sisters Collective, que tem trabalhado desde 2013 com o FCBD®Style aplicado a sofisticados projetos de performance, à distância e em presença. Dou aula em inúmeros eventos e festivais pelo mundo afora. Apaixonada pelo teatro-dança, já colaborei com algumas companhias de dança contemporânea como atriz e dançarina, muito aprendi com essas experiências e acabei criando e produzindo meus próprios espetáculos teatrais, Al-muallaqat | Le sospese (2007), Frida Suite (2012) e Bambola (2018).


"A coluna quebrada" - Frida Suite | Foto: Fabrizio Caperchi (2012)


Poster Frida Suite (2012)

Violet Scrap em Bambola, um espetaculo de Isabel De Lorenzo | Foto: Donatella Francati (2018)



Poster Bambola (2018)




Danço desde os oito anos, quando minha mãe me matriculou no balé, em Araraquara, SP. Não me achava talentosa para a dança apesar de desejar continuar, e lutei com essa contradição durante anos, até parar com a dança clássica e moderna quando entrei para a Faculdade de Letras na USP. Trago dessa primeira etapa na dança bons ensinamentos sobre o uso do corpo, espírito de grupo e gosto pela cultura artística em geral.


Meu primeiro encontro com a dança oriental aconteceu em São Paulo em 1987. Nesse ano, junto com minha amiga Yasmin Nammu, tomei aulas com a Márcia Nogueira, uma das professoras mais alternativas da cena paulistana na época. Eu tinha curiosidade tanto pela dança árabe quanto pelo flamenco e pela dança indiana, mas faltou perseverança e acabei voltando ao mero estudo das Letras. Mas minha amiga prosseguiu e, alguns anos depois, eu me tornei uma de suas primeiras alunas; desde então frequentei o estúdio Yasmin Nammu por anos a fio, com grande paixão pelo estudo da dança do ventre. Minhas primeiras apresentações, muito tímidas, se deram nesse período, entre 1991 e 1997 quando me mudei para Roma, capital da Itália. 


Teatro Municipal de Araraquara (1980)


Bellydancing - Roma (1997)

O que havia de mais interessante na cena romana era o estilo egípcio autêntico, com professores do naipe de Saad Ismail - um dos herdeiros do mestre Mahmoud Reda. Não era o meu estilo preferido, mas era “consistente”; então me matriculei num curso com Saad que me ajudou a fazer contatos e encontrar meus primeiros trabalhos como professora e dançarina. Passei muitos anos “bellydançando” na noite arabe-romana, mas ao mesmo tempo meu gosto pessoal foi migrando definitivamente para o estilo tribal. E assim se passaram mais de dez anos de muito estudo, tanto no estilo oriental como no tribal. Eventualmente era possível participar de workshops; mas na maioria das vezes o estudo era através de vídeos. Com o tempo, a dificuldade de se encontrar vídeos didáticos foi amenizando... acredito ter vivido em cheio a passagem entre os anos 80 em SP - quando encontrar um vídeo didático (da Salimpour por exemplo) era ouro! - e os anos 2000, que trouxeram a internet em casa e com ela um acesso mais democrático ao estudo da dança. 


Reda Style: Saad Ismail Dance Company,  Roma (1999)


Encontrei Carolena Nericcio e Megha Gavin pela primeira vez em Milão em 2005 e 2006. Elas viajavam dando cursos na Europa, mas o público ainda era naquela época bem restrito. As Bellydance Superstars também passaram pela Itália e tive oportunidade de participar de diversos workshops (aliás, até co-organizei um ramo da tournée de workshops com elas, em 2007).  Tudo isso culminou com a minha ida para San Francisco em 2010, numa viagem extraordinária junto com minha então aluna e depois parceira Silvia Grassi. Dali em diante eu resolvi me dedicar somente ao ATS® . Nossa turma de General Skills e Teacher Training era razoavelmente pequena, fizemos amizades e trocas importantes. Todo mundo que fez este percurso de alguma maneira sabe o quanto é transformador. E assim foi comigo. Logo pedi para ser Sister Studio de FatChanceBellyDance®  e tenho honrado, espero, este papel. Recentemente passamos a assinar Partner Studio, em apoio às mudanças que estão pedindo para acontecer na sociedade e que atravessam certas nomenclaturas. Nossa troupe, Carovana Tribale, foi fundada em 2003, teve várias formações e hoje em dia é antes de mais nada um container para quem quiser dançar conosco: todas as alunas são bem vindas, assim como as colegas, sem vínculos de nenhum tipo. Temos consciência de que a troupe tem um nome “antiquado”, que traz em si tanto a ilusão orientalista na palavra “caravana” quanto o controverso atributo “tribal” - e talvez, quando chegar a justa inspiração, iremos mudá-lo. Tem sido difícil para todo o mundo, artistas em particular, tomar decisões para o futuro; assim temos tentado, durante esta pandemia, manter o corpo são e a calma mental, dando espaço à pura dança como prioridade nossa de cada dia.


FCBD Studio - San Francisco (2010)

Carovana Tribale (2007)

Carovana Tribale (2016)

Com alunas de Carovana Tribale | Foto: Roberto Radimir (2018)


Minhas relações dançantes com o Brasil não foram muito intensas nestes mais de vinte anos, mas foram constantes e houve alguns episódios memoráveis. Em 2010 fiz uma viagem mochileira com minha amiga Geneva Bybee (dançarina americana que tinha sido pioneira da Tribal Fusion na Europa). O evento itinerante se chamava Tribal Tour e nosso objetivo era criar redes e lançar as bases para uma comunidade estilo tribal no Brasil. Fomos para Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Além de ter sido extremamente rica como experiência pessoal, esta tournée alcançou em grande parte seus objetivos: a rede de contatos, de amizade e de estudo permanece viva até hoje e com certeza deixamos bons sinais, especialmente no Rio e na Bahia. De toda maneira, eu vou ao Brasil praticamente todo ano e tenho alunas na minha região (Araraquara, interior de SP), podendo citar a Mariana Esther que atualmente é uma excelente bailarina, estudiosa e professora de FCBD®  Style. No Rio, Nadja el Balady e Aline Muhana me receberam muitas vezes para workshops e eventos; o mesmo na Bahia com a Bela Saffe e sua maravilhosa comunidade. Também houve bailarinas brasileiras que vieram a Roma, conheceram minha escola e até participaram do Roma Tribal Meeting como a Dayeah Khalil, a Bela Saffe, a Joline Andrade e outras. Tenho muitas amigas na cena da dança brasileira e espero que seja em breve possível revê-las, conhecer novas pessoas e continuar espalhando a semente da dança por aí afora.


Tribal Tour com Geneva Bybee, Brasil (2010)


Um aspecto muito gratificante do meu envolvimento com o FCBD®Style passa através do Dance Sisters Collective. Este coletivo europeu (com Philippa Moirai, de origem Sul Africana vivendo no Reino Unido, Gudrun Herold da fronteira Alemanha/França e Silvia Grassi da Itália) nos levou a trabalhar efetivamente com o conceito criado por Carolena Nericcio, de que a linguagem compartilhada do FCBD®Style possa se avantajar sobre a multiplicidade de outras linguagens da comunicação humana. Cada bailarina do coletivo tem seu próprio idioma materno, moramos em países diversos, temos bagagens culturais bem variadas e mesmo assim trabalhamos juntas desde 2013, utilizando videoconferências e outras técnicas de comunicação remota que só agora, em tempos de pandemia, se tornaram mais comuns. A dança acima de tudo.


Dance Sisters Collective | Foto: Federico Ugolini (2014)


Dance Sisters Collective | ATS Homecoming, San Francisco, 2017


Enfim, vou tentando me manter como profissional da dança aos 53 anos de idade. Minha jornada se divide entre tudo isso: o ensino, ao qual me dedico com grande amor, a convivência com minhas alunas, assim como a preparação dos meus cursos e workshops são sempre momentos muito importantes. A gestão da escola, a San Lo’, também requer muita energia, começando com a constante troca de informações com nossa equipe de professores, colaboradores e alunos, até a divulgação - eu mesma faço os sites, o material gráfico, os vídeos e a organização geral de todos os eventos, enquanto minha sócia Lara Rocchetti se ocupa mais da administração. A projetação, organização, produção de cada evento, como por exemplo o Meeting, ou o festival de fim de ano da escola, um open day de início dos cursos ou um evento de danças de fusão como o La Divina Commedia Project® que estou preparando para o segundo semestre de 2021 - tudo isso requer apenas um cérebro e centenas de horas sentada em frente ao computador. Quando o corpo padece, pilates e bicicleta são meus antídotos. Música, teatro, literatura, filosofia, cinema nutrem o pensamento e a vida. Meu desejo maior para o futuro é o de permanecer no campo artístico, poder - quem sabe - escrever, dirigir mais espetáculos, viajar e novamente abraçar todo o mundo.


Em casa durante a pandemia



Para conhecer mais sobre o trabalho de Isabel DeLorenzo, acesse:

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Entrando na Roda

Natália Espinosa (Campinas-SP) é dançarina e professora de Estilo Tribal de Dança do Ventre e ATS®.Tornou-se Sister Studio FCBD® em 2013 e está cursando o programa The 8 Elements™ de Rachel Brice. Natália orienta o Amora ATS ® e participa do TiNTí, grupo profissional de ATS® composto por sua professora Mariana Quadros e por Anna Pereira. Sua grande paixão é ensinar e seu palco é a sala de aula.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

[Campo em Cena] Campo da Dança: Agentes, disputas, capital científico e o Tribal.

 por Thaisa Martins

Em nossa conversa de hoje partiremos de três perguntas que me instigam enquanto pesquisadora e que são fundamentais para a criação desta coluna: 1) O que queremos dizer com “campo da Dança”? 2) Por que essa reflexão é importante ? e 3) O que o Tribal tem haver com isso?   

Campo

Já entrando de cabeça em nossa discussão mais teórica, é do conceito de campo, postulado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, que embasamos nossa discussão. No livro “Os usos sociais da ciência: Por uma sociologia clínica do campo científico", Bourdieu discute de forma muito simples, cheia de exemplos e de fácil compreensão o conceito de campo e outros assuntos conectados a ele. Por se tratar de uma transcrição da palestra dada pelo mesmo em uma conferência que aconteceu em Paris no mês de março de 1977,  muitas vezes temos a sensação de estarmos em uma conversa.

Bourdieu (2004, p.20) define o campo como: "(...) o universo no qual estão inseridos os agentes e as instituições que produzem, reproduzem ou difundem a arte, a literatura ou a ciência. Esse universo é um mundo social como os outros, mas que obedece a leis sociais mais ou menos específicas. A noção de campo está aí para designar esse espaço relativamente autônomo, esse microcosmo dotado de suas leis próprias.” Ou seja, campos são os espaços onde são produzidas formas de observar e se relacionar com o mundo. Pensando na produção científica, por exemplo, temos o campo da Biologia com suas leis, métodos e teorias que são diferentes em relação ao campo da Matemática.

Um ponto muito importante para a discussão de Bourdieu é em relação a autonomia dos campos, para ele (2004, p.22)“(...)quanto mais autônomo for um campo, maior será seu poder de refração e mais imposições externas serão transfiguradas.” ou seja, quanto mais autônomo um campo for, mais reconhecido e legitimado ele será. Esse é um dos problemas que a Dança, enquanto campo, está tentando resolver atualmente.

Não basta para uma disciplina a autodeclaração de campo, ela precisa ser reconhecida como tal por seus pares. Para isso, agentes e instituições precisam lutar por seu espaço. Questões como a regulamentação da classe profissional, formalização de ensino através de cursos universitários em todos os graus (graduação, mestrado e doutorado), sindicatos, órgãos reguladores, congressos, revistas especializadas e etc são peças fundamentais para que o campo se torne autônomo. Além disso, a produção de conhecimento é fundamental. Quando somos capazes de observar um forte desenvolvimento epistemológico e ontológico de um campo do conhecimento, podemos começar a investigar o mundo através de “suas lentes” ou paradigmas.

A Dança pode ser compreendida como um campo?



Como a ponta a pesquisadora Prof.a Dra Luciane Coccaro em sua tese de doutorado “Os que fazem e os que pensam a dança: estudo da tensão entre teoria e prática em quatro cursos de graduação em dança no Brasil” de 2017, a Dança é um campo em construção, pois sua autonomia e reconhecimento ainda está em processo. A autora se aprofunda nesta discussão de forma muito competente em seu terceiro capítulo e indicamos fortemente a leitura para uma discussão mais robusta.
Apesar deste posicionamento um tanto quanto desanimador, acredito que podemos sim assumir que o campo da Dança existe e cabe a nós, agentes inseridos no fazer da dança, defendê-lo e lutar para que sua autonomia seja cada vez mais alcançada e reconhecida. Como Bourdieu (2004, p.23) aponta, “Os agentes criam o espaço, e o espaço só existe (de alguma maneira) pelos agentes e pelas relações objetivas entre os agentes que aí se encontram”. Assim, a conscientização do papel de agente e a busca pelo protagonismo da Dança em nossas produções é peça fundamental para que esse cenário mude.
Mas o que significa colocar a Dança como protagonista? Significa deixar de reproduzir discursos de campos outros e nos apoiarmos na própria visão de mundo construída pelo campo da Dança, abandonando a comum prática de colocar a Dança com um mero objeto de estudo. Significa então, estudar o que a dança tem a dizer de sobre sí mesma. Isso não quer dizer que devemos deixar de lado o suporte de áreas como a Histórica, Biologia, Física e etc, mas sim, que devemos lutar para que trabalhemos como pares desses campos. Pessoalmente falando, a transdisciplinaridade tem sido meu lugar de busca de construção de conhecimento.
Entendo o fazer transdisciplinar como “referindo-se àquilo que está ao mesmo tempo entre as disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de qualquer disciplina” (NICOLESCU, 2008, p. 16). Ou seja, deixando bem claro os olhares das diferentes “lentes” (paradigmas) que os campos produzem e fazendo que sejam respeitadas e aproveitadas as metodologias e métodos de todas as áreas, estabelecendo uma sinergia entre os saberes, sem fracionamento metodológico ou hierarquização do conhecimento.

  

 


Acho importante salientar, mais uma vez, que a idéia aqui exposta não é de condenar as pessoas de outros campos que olham para dança, pelo contrário, esses trabalhos agregam muito às reflexões e amadurecimento do fazer artístico, mas intento chamar a atenção de que podemos e devemos construir conhecimento sem uma subjugação intelectual. Afinal, olhar para o mundo pela perspectiva do movimento artístico é uma forma que somente a dança pode construir e precisamos reconhecer isso.


Não adianta, enquanto pesquisadores da Dança almejarmos construir um trabalho de historiografia (por exemplo) pois não recebemos a mesma formação que os historiadores. Da mesma forma que não seremos capazes de construir um prédio fazendo aula de Economia Brasileira. Para tal, os pesquisadores se inserem nesses campos e estudam essas ferramentas para que, partindo da perspectiva do campo da Dança, possam construir algo cientificamente acurado. 


Mas enquanto pesquisadores da Dança, temos todo o direito de pesquisar nossa história e, aprendendo mais sobre ela, levantar questões e avançar em nossas produções. Assim, o produto final de nossas investigações será diferente, e isso é ótimo. Seguindo o exemplo de forma bem simplificada, enquanto o historiador aplica seus métodos para investigar as produções artísticas da Dança e produzir um trabalho historiográfico, a Dança se alimenta da produção historiográfica para produzir reflexões e produções artísticas.    Tudo isso está conectado com o que Bourdieu chama de capital científico. 


Bourdieu divide o capital científico em duas espécies, a primeira que está relacionada a um poder político, que está ligado à ocupação de posições em instituições científicas, ou seja, a ideia de que um acadêmico da dança tem mais legitimidade no discurso do que um praticante. O outro tipo de capital está conectado ao prestígio pessoal, que tem haver com o reconhecimento, ou seja, falar de Dança numa perspectiva de um campo mais prestigiado é muito mais fácil e pode gerar muito mais reconhecimento do que dentro do próprio campo. 


A pergunta que fica é, que tipo de capital científico estamos produzindo? Como comenta Sylvie Fortin e Pierre Gosselin (2014), estamos produzindo pesquisa em arte, sobre arte ou para a arte? Acredito que a resposta nos direciona para o tipo de capital que estamos produzindo e os impactos para os campos envolvidos. A escolha consciente é o que buscamos apontar neste momento.



O que o Tribal tem haver com essa discussão?     

O Tribal, enquanto manifestação artística, está inserido no “ringue de disputas” dentro do campo da Dança. Assim, a discussão afeta profundamente o fazer da modalidade. Desde questões como legitimação profissional, afinal se a Dança é reconhecida como um campo, seus profissionais passam a ter mais legitimidade política na reivindicação por direitos trabalhistas, até em relação ao aprofundamento teórico do fazer de sua dança, com mais oportunidades de aprofundamento e continuidade de estudo (seja pela via universitária ou não).

Quando observamos seus agentes (dançarinas profissionais ou não), buscando o estudo formal, desenvolvendo e aplicando ferramentas próprias do campo, interessados em se capacitar e questionar o status político atual que a modalidade se encontra é um importante movimento para a autonomia do campo da Dança com um todo. Fazer as pessoas compreenderem que a Dança é muito mais do que o Balé, e que por isso precisa de um olhar mais especializado e complexificado para compreendê-la  é um grande avanço para o campo. Ao mesmo tempo em que, quanto mais autônomo e reconhecido o campo da dança se torna, mais fortalecido ficará o fazer das modalidades e assim, novas disputas de campo se instituem. Tudo está visceralmente imbricado.

Outro ponto que acredito ser importante dessa discussão para o Tribal é o entendimento da importância do amadurecimento  teórico para o fazer artístico. O que, na minha percepção, podemos chamar de uma guinada epistemológica que o campo da Dança tem passado desde a década de 60 aqui no Brasil, e que o Tribal se inseriu bem recentemente com o aumento de pesquisadores inseridos nas universidades investigando a modalidade (seja na Dança ou não). Sinto que ainda somos “reféns” de um seleto grupo de pesquisadores, geralmente internacionais (como Donna Mejia, apenas para citar um nome influente contemporaneamente)  e que só nos livraremos dessa colonização intelectual limitadora quando formos capazes de pensar por nós mesmas, de maneira mais aprofundada e instrumentalizada para  concordar ou não com o que é postulado de maneira consciente. A situação atual, acredito,  acarreta em um potente enfraquecimento da modalidade.   


 

Conclusão

No presente artigo, buscamos discutir o conceito de campo de acordo com o postulado por Pierre Bourdieu e apontamos para a importância de sua análise para o campo da Dança como um todo. Intentamos ainda, evidenciar o papel do Tribal nesta disputa.

Gostaria de concluir nossa conversa trazendo minha posição política pessoal em relação a este assunto para a reflexão. Enquanto não nos compreendermos como agentes do campo da Dança, e portanto responsáveis por sua autonomia, enquanto  desprezarmos o aprofundamento do estudo e acompanhamento da produção de conhecimento do campo (teorias próprias do fazer artístico e do movimento)  estaremos condenadas ao papel de objeto de análise para os demais campos e seus agentes, que terão muito sucesso em nos dizer o que devemos ou não fazer com a nossa dança.

Sigamos!!


Referência Bibliográfica:

COCCARO, Luciane Moreau, Os que fazem e os que pensam a dança: estudo da tensão entre teoria e prática em quatro cursos de graduação em Dança no Brasil, Tese (Doutorado em Sociologia ), Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2017

FORTIN, S.; GOSSELIN, P. Considerações metodológicas para a pesquisa em arte no meio acadêmico. ARJ – Art Research Journal / Revista de Pesquisa em Artes, v. 1, n. 1, p. 1-17, 4 maio 2014.

NICOLESCU, B. O Manifesto da Transdisciplinaridade. São Paulo: Triom, 2008

BOURDIEU, P. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: UNESP, 2004



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Campo em Cena


Thaisa Martins (Rio de Janeiro-RJ) é graduada em Teoria da Dança (UFRJ) e mestranda em Arqueologia (UFRJ) onde pesquisa processos de reconstrução de dança na Índia antiga. É sócia do Medusa Tribal Studio, estúdio de dança dedicado ao Tribal Fusion, suas derivações e origens no RJ,  junto com a dançarina e fisioterapeuta Maya Felipe. Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

[Organizando a Tribo] Formas, Recursos e Dicas: Como se adaptar ao formato online?

por Isadora Oliveira

 Eii bailarinx! Como está a organização da vida por ai?

Entra semana, sai semana e a situação da dança no Brasil está cada vez mais delicada. Estamos passando por momentos turbulentos e atípicos, que nos exigem além de muita força, criatividade e inovação. Ser inovador e inteligente através do formato online é mais uma saída para professores e donos de escolas de dança. Então hoje, conversaremos sobre como a organização e os facilitadores tecnológicos podem ser aliados em tempos tão caóticos.

Já conversamos no último post sobre como utilizar as redes sociais para uma comunicação assertiva. Se ainda não viu, corre lá (clique aqui)!



Estando ainda na realidade pandêmica, é preciso saber onde investir e fazer tal investimento de maneira inteligente e organizada. Para isso vamos analisar alguns pontos primordiais que fazem parte do cronograma organizacional que estamos montando até aqui.

Pense na sua disponibilidade!

Desenvolver um curso ou conteúdo online de qualidade, dependerá de você tempo e organização, para que o desenvolvimento deste, não afete as tarefas da sua rotina.

Estruture a plataforma!

Ser criativo inclusive no modo em que o curso será oferecido é uma grande chave para se destacar. Hoje, muitas pessoas usam o recurso do Instagram fechado ou plataformas especializadas como o HotMart.

Apostar em aulas síncronas, aulas gravadas e conteúdos escritos para a modalidade online, vai te dar ferramentas e tempo para produzir mais conteúdo.

Segue aqui algumas informações importantes e úteis para você pensar na plataforma do seu curso antes de escolhê-la.

→ “10 Melhores Plataformas de Cursos Online EAD- https://neilpatel.com/br/blog/plataformas-de-cursos-online/

→ “ Vai dar aulas a distância? Aqui estão 5 plataformas que você pode usar - https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br/5-plataformas-digitais/





Diversifique nas fontes!

Diversifique nas fontes de estudo, nas fontes de inspiração e nas fontes de comunicação. Se o seu campo de estudo/trabalho é a Dança Árabe Oriental, você tem um  mundo de possibilidades dentro da estrutura que a arte árabe já te proporciona. São estudos históricos de origem, folclores diversos, estudo de música, estrutura musical e instrumentos, aprofundamento dos movimentos técnicos, e por aí vai…


→ “Como montar um curso online: passo a passo completo do planejamento à divulgação. https://sambatech.com/blog/insights/tudo-cursos-online/

Contudo, se você trabalha com outra área, ou pretende sair da caixinha, explore o intercâmbio de informações e construções corporais, técnicas e históricas de outras artes. Sejam essas relacionadas à dança, pintura, música, teatro ou performance. Se permita mergulhar em outros mundo para emergir criativamente com outros caminhos e possibilidades.

 

Conheça outros artistas, faça parcerias!



Estar afundo no mundo tecnológico, é em menos de 1 minuto viajar o mundo pelos dedos. Por isso, abuse das conexões saudáveis que as redes podem te gerar. Se você é bailarina de performance, conheça performistas de teatro, se você é bailarina de palco, conheça atores de teatro, se você é dona de escola, conheça gestoras independentes e amplie os seus olhares a partir de novas vivências.

O que você captar de todas essas vivências, será a sua bagagem e sua marca criativa. Permita-se viajar, sair um pouco do ‘de sempre’, mas sem deixar o seu propósito de lado! 

Bailarinxs, tenham uma ótima e organizada semana!

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Organizando a Tribo

Isadora Oliveira (Belo Horizonte-MG) é bailarina semi-profissional, estudante e mobilizadora social. Com 19 anos de idade, graduanda em Bacharel em Direito e amante da Cultura Árabe Oriental, tem uma vasta experiência em organização grupal (apesar da idade), são aproximadamente 10 anos de trabalho e serviços sociais voluntários. É integrante da equipe VIDES Brasil (Voluntariado Internacional de Desenvolvimento e Educação Social) e está à frente da Iniciativa da Nova Geração das Danças Árabes Orientais no Brasil.  Clique aqui para ler mais posts desa coluna! >>


[Folclore em Foco] MENAHT e a dança do ventre

por Nadja El Balady


Você sabe o que é MENAHT? É a sigla em inglês para reunir diversos países de regiões diferentes da África, Ásia e Europa: Middle East, North African, Hellas and Turkey (oriente médio, norte da África, Grécia e Turquia). O nome oficial da Grécia é Hellas, são os estrangeiros que chamam de Grécia, nome dado durante a dominação romana. Os gregos chamam seu país com este nome devido a sua ancestral cultura helênica, que se estende também para alguns países vizinhos da região dos Balcãs.

Todos estas regiões têm em sua diversidade cultural, alguma manifestação popular que se relaciona direta ou indiretamente com o fazer da dança do ventre, de qualquer estilo. A base, os fundamentos dos movimentos principais da dança do ventre – oitos, redondos, ondulações, shimmies, batidas de quadril – são todos movimentos de danças populares diversas de países como Egito, Líbano e Turquia, de povos nativos que conhecemos com os nomes de ciganos, beduínos e berberes (que são denominações colonialistas).

Cada país tem em sua população miscigenações resultado da história de migrações e dominações culturais. Um povo estrangeiro que chega em um território para habitar (seja por conta de guerras, de fome ou qualquer causa natural), Transforma seus próprios hábitos e também influencia a cultura dos povos que já habitavam este mesmo território antes. É o que chamamos de tranças culturais e em todos os países das regiões MENAHT estas tranças culturais acontecem há milênios e são muito interessantes para quem tem sua arte conectada a estas culturas.

Tapestry Amités - Safia Farhat

Falamos muito sobre ciganos, beduínos e berberes porque, entre os diversos povos que habitam os países MENAHT, estes são fundamentais para a base da nossa dança. É importante saber que cada grupo destes significa a presença de uma infinidade de etnias, clãs e famílias, com diferentes línguas, festejos, hábitos, música e dança. Para nós que não temos contato direto é bem difícil encontrar as diferenças entre todos estes povos sem um estudo mais aprofundado. As semelhanças entre suas manifestações populares, são devido às tranças culturais que se delinearam através do tempo e da história, principalmente considerando um passado migratório e nômade de uma grande parte da população destas regiões. Cada grupo, cada cultura também é influenciado pela história das dominações, guerras, condições políticas, das imposições de uma cultura sobre a outra, incluindo aspectos religiosos.

Para conhecer as peculiaridades de cada local, é preciso estudo intensivo e mesmo em uma vida ninguém consegue saber com profundidade tudo de todos os povos, pois a diversidade é, de fato, muito grande. Mesmo assim, vale o esforço de mergulhar para conhecer o máximo que pudermos para nos enriquecermos como artistas e como seres humanos, para estar atentas às implicações sociais relacionadas à arte que praticamos.

Estas populações têm histórico nômade e ao longo do século XX passaram por grandes mudanças e restrições de seu modo de vida devido às colonizações e ocupações europeias que mudaram as fronteiras e restringiram a circulação de pessoas de uma região para outra. Países foram criados de forma artificial por interesses políticos e durante muito tempo alguns povos não tiveram acesso a direitos básicos como cidadãos dos países a qual passaram a pertencer. Apesar de a história das dominações entre os povos ser tão antiga quanto a história da própria humanidade, a presença ocidental no norte da África e em outras regiões da Ásia, foi especialmente negativa do ponto de vista do desenvolvimento social, cultural e econômico de povos nativos como os berberes (Amazigh) e beduínos, por exemplo.

A seguir seguem mapas a respeito da presença dos principais grupo étnicos na região MENAHT.

Mapa da população de origem beduína
no norte da África e oriente médio
Beduínos são árabes nômades, com origem na península arábica e que se espalharam pelo norte da África e oriente médio durante a expansão do Islã, a partir do século VII. A palavra “beduíno” significa “povo do deserto”. É maior população com histórico nômade das regiões MENAHT, ocupando norte da África, todo o oriente médio e partes da Ásia. Muitos beduínos abandonaram os hábitos nômades, apesar de alguns clãs ainda persistirem em suas tradições. A vida nômade foi se tornando cada vez mais difícil ao longo do século passado. A maioria esmagadora dos beduínos são muçulmanos, embora existam uns poucos cristãos.


Mapa da presença Amazigh no norte da África
Os grupos que conhecemos como Berberes se identificam com o nome Amazigh (povo livre), a denominação “berbere” tem origem na época da colonização romana e é considerada ofensiva. Seus idiomas e dialetos vem da família de línguas afro-asiáticas e ocupam regiões entre o Marrocos e a Argélia, principalmente a região que conhecemos como Magrebe. Durante a expansão do Islã, os amazigh se tornaram, em sua maioria, muçulmanos e assimilaram muito da cultura árabe.


“Ciganos” com o qual conhecemos o povo
Mapa das ondas migratórias rom
Roma, ou Rom, que em português significaria “homem”. População com histórico nômade, supostamente de origem indiana e que se espalhou pelo mundo em ondas migratórias, assimilando diferentes costumes e dando origem a diferentes etnias, clãs, famílias, línguas e dialetos. Durante a segunda onda migratória, no século XIV, muitas caravanas partiram para a Europa, Oriente Médio e Norte da África. Um primeiro grupo tomou rumo oeste e atingiu a Europa através da Grécia; o segundo partiu para o sul, adentrando o Império Bizantino e chegando à Síria, Egito e Palestina. Em razão da ausência de uma história escrita, a origem e a história inicial dos povos rom foram um mistério por muito tempo. Até meados do século XVIII, teorias da sua origem se limitavam a especulações.

A dança do ventre é uma grande porta de entrada cultural. Junto com a dança, vêm a música, junto com a música, a língua, com a língua os sabores e aromas e em seguida vêm a geografia, a história e os hábitos do um povo. Nos interessamos por seus folclores, por suas festas, suas cerimônias e rituais. Quem mergulha na cultura de um povo compreende melhor sua corporeidade, consegue traduzir sua musicalidade, acrescenta a si mesmo saberes e se enriquece culturalmente.

É muito importante conhecer culturas nativas MENAHT, por diversos motivos. Além de enriquecimento artístico e cultural, precisamos conhecer sua história, inclusive das dominações, das guerras, das sobreposições de uma cultura sobre outra. Existem muitos povos importantes que estão relegados à pobreza e a falta de condições sanitárias por motivos de dominação cultural e econômica e a arte também reflete a história destes povos.

Ao mesmo tempo que a dança traz visibilidade às culturas populares menos favorecidas (e isso é ótimo), muitas vezes a dançarina ocidental desenvolve um olhar superficial, romantizado, turístico e até exploratório a respeito destas culturas, o que no final das contas não vai ajudar a diminuir as desigualdades sociais desenvolvidas no sistema colonialista em que estamos todas inseridas. Todas nós que dançamos estamos implicadas nisso: Nós que fazemos ATS/FCBD®; Nós que fazemos Tribal Fusion; Nós que fazemos Fusion Bellydance; Nós que fazemos Dança do Ventre tradicional; Nós que fazemos Folclore Árabe ou de qualquer região MENAHT.

Fazer aulas com professores nativos de determinado país é de suma importância, mas vejam bem: Dentro de um país que sofreu com a colonização, existem camadas sociais diferentes. Muitas vezes o coreógrafo que tem acesso à educação artística e que trabalha na Europa, Estados Unidos e faz fama pelo mundo, não tem contato direto com a fonte cultural daquela dança que ensinam, que em geral é pobre e/ou sofre preconceito. Por exemplo: Em busca de estudar a cultura ghawazee, em vez de fazer aula com uma pessoa diretamente conectada à esta dança popular, como a madame Khariya Mazin, a dançarina faz aula com um coreógrafo egípcio. Não que o coreógrafo não possa estar desenvolvendo um bom trabalho, mas ele está tendo um reconhecimento (financeiro, inclusive) que melhor estaria sendo direcionado para quem dedica a sua vida ao fazer da própria cultura. Além disso, muitas vezes a visão do coreógrafo sobre aquela dança será tão romantizada quanto a nossa e no intuito de “elevar à condição de arte” a cultura popular, desvia o curso do dinheiro que transita apenas nas camadas sociais mais altas e nunca chega de verdade em quem mais precisa dele.

Isso não significa, de forma nenhuma, que devemos deixar de ensinar ou estudar a cultura popular da região que for. No esforço de conhecer outras culturas, de apresentar as danças de outros lugares, de passar este conhecimento a diante, nativos e não nativos prestam um grande serviço de educação e de difusão cultural, o que é a tal porta de entrada citada anteriormente, mas é preciso se preocupar também com a valorização daqueles que têm estas danças em suas vidas como tradição e identidade cultural.

Vou citar como exemplo meu próprio trabalho com o grupo Rio Maracatu no Rio de Janeiro, onde dei aulas por 20 anos de maracatu de baque virado, coco de roda, ciranda, entre outras manifestações populares pernambucanas. O Rio Maracatu foi (ou ainda é) uma grande porta de entrada para a cultural pernambucana no Sudeste. Durante os primeiros anos de existência, não se falava em apropriação cultural ou qualquer outro assunto correlacionado. Éramos jovens artistas de classe média do Rio de Janeiro, enamorados da riquíssima cultura pernambucana com a qual criávamos música e coreografia. Eu tinha acesso direto à cultura pernambucana porque meu pai morava lá e eu cresci vivenciando estas manifestações culturais todos os verões, quando ia visitar. A partir do momento em que entendemos nossa responsabilidade com esta cultura, passamos a ir sempre em Pernambuco para vivenciar, estudar e imergir no fazer do maracatu nação, tendo contato direto com os mestres em suas sedes de maracatus tradicionais. Posteriormente passamos a organizar quase todos os meses workshops e vivências com mestres, batuqueiros, dançarinos, princesas e rainhas destas nações no Rio de Janeiro. Organizamos grupos para ir até os maracatus em Recife para terem acesso a estas pessoas e a estas culturas em suas casas, em suas comunidades. Claro que esta é uma história muito resumida, existem muitas questões a respeito desta situação que precisariam de um livro para serem abordadas com cuidado. Menciono esta história aqui porque ela reflete uma transformação no entendimento de quem somos e que papel escolhemos ocupar no fazer da cultura popular ou da criação artística cênica baseada na cultura popular, que é o caso da dança do ventre tradicional, tribal ou de fusão.

Entendo também que para um grupo de maracatu é muito mais fácil levar mestres de Pernambuco para o Rio de Janeiro, do que apara uma dançarina brasileira trazer para o Brasil mestres do Egito, do Líbano ou da Turquia. Eu mesma ainda não tive muitas oportunidades de valorizar estes mestres o quanto gostaria, mas estejamos atentas a isso e se você tiver alguma oportunidade neste sentido, não deixe passar. Quanto maior vivência com estas pessoas, melhor para nós, para elas, para o mundo. Faça entender aos produtores de festivais que este é o seu desejo. Se você produz festivais internacionais, se você é uma pessoa que se arrisca em um negócio de milhares de dólares para trazer uma estrela internacional estadunidense ou russa, use este espaço para também valorizar mestres da cultura popular MENAHT. Nós, alunas dos workshops do seu festival, vamos pagar por isso também.

Khaiyria Mazin - Ghawazee

A seguir listo algumas das manifestações populares do universo MENAHT que entendo que são importantes para as dançarinas de ATS/FCBD, Tribal Fusion e Fusion Bellydance conhecerem, não só porque usamos os movimentos das danças, mas também porque usamos suas músicas para nossas apresentações. Saber de onde vem a música que você usa é tão importante quanto saber de onde vêm os movimentos. Nós artistas fazemos uma misturada danada e tudo bem. Apenas invista neste conhecimento para fazer o que você já faz com maior consciência e com menor risco de ofender alguém.

Nesta coluna “Folclore em foco” vamos abordar ainda diversas danças relacionadas aos países das regiões MENAHT, estejam atentas para mergulharmos juntas nestas manifestações populares fantásticas, ricas e que merecem nossa atenção e valorização.

Norte da África – Ghawazee; Hagalla; Awalen; Baladi; Shaabi egípcio; Said; Zaar; Nuba, Fazzani; Ouled Nail; Aalaoui; Chaabi marroquino

Oriente médio – Dabke; Kawleya

Turquia, Grécia (Hellas) e Balcãs – Roman Havasi; Chifititelli; Koulo; Chochek


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Folclore em Foco


Nadja El Balady (Rio de Janeiro-RJ) é diretora do grupo Loko Kamel Tribal Dance e proprietária do Oriental Studio de Dança no Rio de Janeiro, dedicando-se há 21 anos a estudar danças orientais. Professora de Dança do Ventre, American Tribal Style® e Tribal Fusion, com experiência internacional na Europa em shows e workshops. Estuda o Estilo Tribal desde 2005 e é uma das pioneiras da Fusão Tribal Brasileira. . Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

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