[Resenhando-SP] VII Campo das Tribos - Mostra


por Anamaria & Maria Badulaques


Opa Annamaria e Maria Badulaques, dupla dinâmica, apresentando a resenha sobre a Mostra de Dança do Festival Campo das Tribos de 2015.

Fizemos diversas entrevistas, gravamos vídeos (trabalho de edição da Aninha :) ) e assim tentamos reproduzir a atmosfera do evento, para que os ausentes percebam palpavelmente o que vivenciamos, então vamos lá...fiquei com a escrita kkkk

Bem, soube da vinda de Carolena em 2014 e a simples notícia "ela virá" me deixou atônita, mudou meus planos e deu uma guinada na minha jornada. Acredito que essa sensação foi dividida com muitos de nós, que amamos a dança. Não precisa querer ser um multiplicador do ATS® para compreender a importância de ter a criadora do estilo ministrando um curso. E onde isto entra na mostra, gente? Convicta estou de que todo este histórico impulsionou os dançarinos a um esforço generalizado para fazer parte deste universo, seja fazendo o curso seja indo ao evento ou participando da Mostra. 

O clima era esse, muita emoção! Carolena e Megha não viram as apresentações da tarde, infelizmente, vi coreografias belíssimas, trabalhos com muita qualidade técnica, outros em desenvolvimento e alguns começando uma trajetória. O importante para aqueles dançarinos era estar ali, pisando no palco, que mais tarde receberia BiG C (como Kajira se refere a Carolena).

Um evento de Tribal, na minha concepção, deve sempre ter o "xero" de um Sarau, no qual todos sentam e reverenciam o trabalho de todos, só assim nos reconheceremos como tribo. Contudo, o auditório a noite estava com metade da sua capacidade, imagine na mostra... Uma pena! Cada um de nós  somos responsáveis por situações assim: a busca frenética pelo aplauso, o ego, coisas da natureza humana. Como dizia Terencio nada do que é humano me é estranho, assim sendo... Precisamos refletir muito sobre o cenário nacional e nossa participação, parar de lantejoulite e mi-mi-mi(como diz uma amiga querida) e contribuir efetivamente para uma Tribal com seus requisitos básicos presentes: CONEXÃO-FAMÍLIA-TAMO JUNTO.

Há quem diga, que a divisão entre Mostra e Gala surge da necessidade ou do volitivo de destacar os trabalhos tecnicamente mais avançados; ou ainda é escolha do organizador. Não importa como você decida interpretar, percebe que sempre, em qualquer forma de analisar a situação, a equação é sempre uma DIVISÃO?! Opa, estamos aqui unidos com o ideal de nos somar, multiplicar, nos perceber e voltarmos para nossos universos motivados a estudar, seguir, fluir.

O que me deixa mais "encafifada" é que os próprios dançarinos das mostras não prestigiam seus pares, porém aguardam o gala com ansiedade e depois saem com a sensação funesta de "não valorizam meu trabalho"... É contraditório!!! E nem sempre no gala você verá um gala. Quando se tem essa divisão Mostra e Gala, minha interpretação automática é: técnica beirando a perfeição = Gala; trabalhos em desenvolvimento = Mostra. O dicionário ajuda a alcançarmos essa hermenêutica naturalmente, só que na prática vejo um Gala semelhante ao que vejo na Mostra: mescla trabalhos excelentes, trabalhos em construção, e nisto me questiono:" Ué...qual o sentido disto se é tudo igual?". E ainda fica a dicotomia no ar de coisas que são homogêneas. É tudo dança!!! Com mais, com menos técnica, mas é tudo dança e todos merecem (como diz a Constituição, eita baixou a advogada) isonomia. Já dizia Ulpiano, tratai igualmente os iguais a medida que se igualam.

Aprendi que toda jornada começa, pasmem, do ZERO!!! Todos já estiveram nesse lugar e honrar a trajetória é o que lhe motivará a seguir seus passos, no seu ritmo e se deleitando a cada conquista. 

A todos que participaram da MOSTRA minha completa admiração e minha critica: se prestigiem! O trabalho de cada um é importante, sentir a primeira vez que uma dançarina toca seus snujs é como participar de um batismo, como não reverenciar esse momento?

Finalizando, Oswaldo Montenegro disse num show que o vi conversar muito com os ouvintes atentos, hoje as crianças querem crescer para ser "famosas", isso lá é profissão. Sabe, daqui uns anos cantarei sozinho num show, porque toda plateia estará em algum palco buscando seus próprios aplausos


Xeros no Pulsante, até a próxima...
Texto por Maria Badulaques






[Notícia Tribal] Ensaio Fotográfico de Catrina por Bruna Gomes



O novo ensaio fotográfico da bailarina Bruna Gomes (RS) teve como tema a figura da Catrina, a Dama da Morte, da cultura mexicana, cujas caveiras são ornamentadas no Dia de Los Muertos. Tal temática é  bastante apreciada pelas bailarinas tribais, as quais aderiram à sua estética em suas performances.

Acompanhe o ensaio fotográfico através de seu perfil no Facebook.

Fotógrafo:

Fabiane Nacad

[Notícia Tribal] Nova Logo do Datura

Fonte: Datura Fan Page

























Recentemente, Rachel Brice divulgou em sua fan page oficial no Facebook a nova logo do Datura

A logo atual é resultado de um processo, que começou com  um lindo porta-cartas/cartões que Mardi Love presenteará à Rachel há alguns anos atrás. O apetrecho é ornamentado com  uma meia- lua, uma estrela maior na face côncava e três estrelas menores em cada ponta da estrela maior, cuja figura se repete ao longo do mesmo (você pode visualizar o ornamento aqui). A partir daí, nascera a primeira inspiração.

Contudo, fora apenas em 2013 que a primeira logo tomou forma,inspirada na Arte Nouveau, através de uma serpente impressa em bolsas (veja aqui) para exposição no Tribal Fest 14.

Este ano, a nova logo do grupo, apelidado carinhosamente pela Rachel como "moonflower" (lembrando que datura é uma flor =) ),  nasceu. A simbologia da arte tem um significado muito interessante: a estrela acima da lua representa tanto a imagem da flor datura, quanto de dançarinos em círculo.


[Notícia Tribal] Grafite de Kilma Farias

Fonte: Perfect Art's
A bailarina Kilma Farias (PB) foi homenageada através da arte de rua, grafite, realizada no II Encontro de Graffiti C.IC. no bairro São José pelo artista  Perfect Art's.

[Notícia Tribal] Kami Liddle é capa do novo álbum do Junk Parlor

Fonte: Kami Liddle Facebook
A bailarina Kami Liddle (EUA) participou do ensaio fotográfico para a produção do novo álbum do Junk Parlor, intitulado Melusina

Além disso, Kami também participou criação e tocou percussão  de oito faixas  do  novo CD.O álbum é inspirado nos LP's vintage de dança  do ventre,gypsy rumba da década de 60, canções folclóricas do leste da Europa, Maxfield Parrish, Mucha e seu grupo,Gold Star Dance Company . 

Produção:

Figurino e fotografia:
 Christina Molcillo

Cenário:
Walker Anders

Cabelo e maquiagem:
Dusty Paik 


[Venenum Saltationes] Lilith, o monólogo

por Hölle Carogne


No dia 26/04/2015 tive o prazer de assistir ao monólogo Lilith e é com muito prazer que compartilho com vocês um pouquinho desta linda experiência!

Lilith, poema cênico criado por Camila Diehl, do Teatro da Transcendência, teve sua estréia no ano de 2004 e ressurge agora, em 2015, com o convite do Sesc para reapresentação em comemoração ao mês da mulher.

Aqui você pode conferir o vídeo de divulgação, com trechos do espetáculo atual: https://www.facebook.com/estacaoculturatve/videos/805999079476272/

Na minha opinião, Lilith é um espetáculo completo, por vários motivos:

1) Traz um texto super poético e sensível.
2) Conta com uma linda trilha sonora que combina com o tema abordado, dando uma aura densa e noturna à peça.
3) Traz momentos com canto lírico, que impressiona o público e enriquece o personagem.
4) Além da excelente interpretação, a atriz mostra uma grande experiência em dança, uma postura impecável e um condicionamento físico invejável. A atriz usa técnicas de Butoh, que torna o personagem mais delicado e profundo. 
5) A atriz é linda! Tem um corpo magro e definido (principalmente ombros e costas), a cabeça raspada e um rosto delicado. Características estas, que dão ao personagem uma força dual; ora feminina, ora masculina.

Obs.: Sei que a estética não é importante para todos e que cada um enxerga a beleza de uma forma diferente. Abordei a “estética” da personagem por dois motivos: sou uma devota da Beleza e achei que a estética da atriz ajudou a compor perfeitamente o personagem.   
6) O figurino é meio minimalista, um tanto rendado, em tons pastéis... Os seios nus, como um belo pingente preso ao peito, vêm para completar o requinte da roupa. O figurino dá um ar “romântico” à personagem, mostrando um lado sensível e frágil da obscura Lilith.  
7) A forma visceral e sensível que a atriz encarnou o personagem... Ah, foi de arrepiar!



Um dos maiores motivos de eu ter ido assistir a esse espetáculo (além do fato de amar arte e me interessar 100% pelo tema) foi o fato de “Lilith” ser um personagem que vem sendo trabalhado por mim há certo tempo, em um duo com a amiga Patricia Nardelli. Fiquei muito curiosa quando vi o anúncio do monólogo e quis ver como uma atriz interpretaria essa personagem tão complexa. A interpretação é algo incrível! Um mesmo personagem sendo entendido de várias formas, existindo através de vários olhares...



A Lilith de Camila, diferente da minha, traz algo de sensível e frágil e aborda conceitos que envolvem o “perdoar a si mesma”. A personagem vista através dos olhos de Camila, reflete certa docilidade e ingenuidade que encantam.

Lilith é uma personagem conhecida por sua sensualidade e sexualidade à flor da pele. Mas ela sempre me pareceu “mais bicho” do que “fêmea”. Como se essa sexualidade e sensualidade fosse muito mais natural e carnal do que imaginamos ou experimentamos sendo mulheres.Essa noção de corporalidade animal foi bastante abordada e foi aí que a atriz me ganhou, de vez!

Uma coisa é certa: Lilith vive! Através da Camila, através de mim, através da Patrícia Nardelli, através de você! Ela espreita a todas nós!



Fragmentos de Lilith:
“Lilith, a Lua Negra. Deusa-demônio da noite que assombra as almas desesperadas, as almas sedentas de luz. É a lucidez das trevas que me instiga a decifrar Lilith. Lilith é o mundo obscuro, o inconsciente, o mistério. Lilith sou eu. Escrevo num fluxo, num sonho, é ela quem fala no meu ouvido, balbucia frases, palavras soltas, geme, pede clemência, implora perdão, solta uivos e berros, vira fogo, afunda-se na água, tropeça na terra, toca o ar. Minha Lilith, meu céu, meu inferno. Os elementos que ela traz consigo, seus símbolos, estão nas raízes do texto e na estruturação da própria personagem. A noite. A lua. O vento. As asas. O cão. A coruja. Escrevo sem regras, sem preconceitos, sem maldade alguma. Lilith vive... E conta a sua história. Mulher, fêmea, cheiro de fêmea. É também a busca do masculino, do encaixe perfeito que leva à redenção. Mas Lilith, dona de sua própria clausura, não consegue se libertar de sentimentos negativos devastadores. A coruja de grandes olhos não consegue enxergar a si mesma. Ela não sabe que a completude do ser está na alma daquela que se perdoa.” Camila Diehl


“Na busca pela corporeidade de Lilith, o arquétipo da mulher indomada, a expressividade do gesto, a musicalidade dos movimentos e o desenho corporal eram importantes para a construção dramatúrgica da cena. Para isso, a desconstrução corporal foi fundamental, permitindo novas possibilidades na construção expressiva da personagem. A identificação da figura mitológica de Lilith com aspectos primitivos e selvagens, somadas às informações como a beleza, a magia, a sexualidade e o poder nos deram os subsídios necessários para a expressividade corporal, necessária a personagem Lilith, na construção poética da cena.” Elid Bittencourt



Ficha Técnica:
Texto e interpretação: Camila Diehl
Direção: Elid Bittencourt
Música Original: Variações Sobre a Noite – Luciano Leite Barbosa
Cenário: Júlia Diehl e Jonas Ortiz Diehl
Figurino: Júlia Diehl
Pianista: Rebeca Dacoll
Iluminação: Giba de Oliveira
Programação visual: Camila Diehl
Fotos: Rubin Diehl Filho
Assessoria de Imprensa: Gaia Comunicação
Produção: Camila Diehl e Alice Diehl Teixeira

Aqui você confere o vídeo de 2004: 



Um brinde à Rainha da Noite! 





[Notícia Tribal] Novo ensaio Fotográfico de Nomadic Tribal


O grupo Nomadic Tribal (SP) divulgou recentemente seu novo ensaio fotográfico, marcando a entrada de Mariana Maia no grupo.

O ensaio foi muito bem produzido e você pode acompanhá-lo através da sua fan page.


Fotógrafo:
Alê Cole 



[Notícia Tribal] Livro para colorir da Revista Shimmie


A Revista Shimmie  lança seus desenhos de dança do ventre para colorir, totalizando 30 ilustrações acompanhadas de duas presilhas para facilitar a mobilidade do usuário.

Para saber mais informações ou compra do produto, clique aqui.

[Notícia Tribal] Novo CD do Solace em 2015


No Tribal Fest® 15, Jeremiah Soto lançou seu mais novo álbum do Solace, The Ghosts of Ruin, marcando o 20º aniversário do projeto.

O cd duplo com embalagem deluxe é uma versão limitada de 250 cópias, totalizando 24 faixas inéditas. Em breve será lançado também uma versão deluxe de 17 faixas para baixar.

Para saber mais informações sobre o álbum, acesse:

[Notícia Tribal] Lançamento de SIX - O Espelho de uma Bailarina no Youtube





















A Revista Shimmie está disponibilizando em seu canal do Youtube as apresentações do SIX - O Espelho de uma Bailarina, espetáculo em turnê nos anos de 2013 e 2014 com o elenco de bailarinas conceituadas da dança do ventre brasileira, entre elas, nossa tribalista Kilma Farias (PB).

Sobre o Espetáculo:

O que é SIX? 

SIX é um espetáculo inédito, que fala da trajetória de uma bailarina, dividida por fases que vão desde a fascinação até a concretização deste sonho que é brilhar nos palcos.
Fonte: SIX Fan Page

Abaixo, algumas das apresentações com participação de Kilma Farias:






Informações:

[Resenhando-SP] Sarau Dançando com as Deusas II

por Maria Badulaques




Dia 26 de abril vários “Deuses” se reuniram em um Sarau em sua reverência, projeto da dançarina Bete Medeiros, do Espaço de Danças e Vivências Bete Medeiros, o Sarau Dançando com as Deusas está em sua segunda edição e contou com fusões marcantes.

O sentimento coletivo demanda por eventos onde todos são tratados com a mesma importância, geralmente Saraus tem esse formato, o que auxilia muito na sensação de união e conexão. Independentemente da caminhada de cada um, respeitar e apoiar uns aos outros é o que nos torna uma tribo e esses componentes estavam inseridos na atmosfera do evento, animado pelos gritinhos motivacionais de Bete: “lindaaa”, “divooo”...”lilililili”...




Como dançarina o que mais me atrai na dinâmica dos Saraus é que podemos ver e ser visto,  por todos, não há camarins onde nos recolhemos a camada mais intrínseca; estar participando ativamente do evento, enquanto ele se desenvolve eis a química que agrega os pulsantes.

Foram representadas várias Deusas em fusões com base no bellydance, tribal, flamenco, danças gregas, dança clássica japonesa e um Deus, trazido pelo dançarino Marcelo Justino.

O  elenco do Sarau contou com as presenças dos dançarinos:

1- Lia Penteado -  representando  Baubo e Afrodith

2- Adriana  Giacomini - representando  Eostre

3- Elenice Madeira - representando Amaterasu

4- Rebeca Bayeh  - representando Atarsamain e Nehalennia


5- Grupo Giro Ballo (Sandra Carvalho, Maria Badulaues, Wendy Lepinsk e Virginia Fuentes) - representando  Dindymene




6- Lais Glaser - representando Daena e Moiras

7- Rosana Borini - representando Iris

8- Lola Almeida - representando Temperança

9- Gisleine Rede - representando Coré

10- Neli Freitas - representando Bastet

11- Beatriz Pivotto -  representando Moiras

12 - Claudia Generoso - representando Moiras

13- Luciana Araújo - representando Beltia

14 - Maria Badulaques - epresentando Gaya

15- Marcelo Justino - representando Horus

16- Helo Fernandes - representando Persefone

17- Bete Medeiros - representando Mãe Divina

18- Giuliana Malatesta - representando Iansa e Oxum


19- Isabella Guedes - representando Iansa e Oxum


Público e dançarinos promoveram aquilo que se espera de um evento artístico, interação. Ouvi de Carolena Nericcio (FCBD®) que sabemos que tal música funciona quando subimos no palco e as pessoas se conectam, este foi o espírito da noite: conexão.




Além das apresentações individuais, duetos e grupos, houve a benção inicial puxada por nossa anfitriã ;e houve a dança  de transformação e cura, pegando a energia do universo trazendo para  os chacras e devolvendo para a terra focalizada por Sandra Carvalho -  Gira Ballo Dança Circular.





Nas palavras de Bete Medeiros: “O Projeto Dançando com as Deusas Nasceu em 2003 quando entrei em contato com o livro "Oráculo das Deusas", e dele brotou o espetáculo "Celebrando as Deusas em 2004" .Desde então, a concepção foi sendo amadurecida e o projeto tomou forma em 2014 com o Sarau Dançando com as Deusas I. Um dos objetivos desse projeto que envolve tanto os Sarais, como os Círculo de Mulheres, é propor às mulheres dançantes (ou não), através da pesquisa e posteriormente com sua dança, reviver, relembrar e, para algumas, descobrir que todas nós viemos de uma Deusa-mãe ou Grande Deusa. Que houve uma época em que as mulheres eram detentoras do “seu poder”. A intenção é que através da dança, música, dos elementos lúdicos e, principalmente, a pesquisa, cada convidada possa (re)integrar essa “Deusa” que pulsa dentro de cada mulher. Que cada “mulher Dançante” percorra sua própria jornada para (re)encontrá-la e que a dança/música/licença poética sejam mais alguns de tantos instrumentos e veículos para percorrer essa jornada. O intuito é que, ao fazer tal pesquisa, esse véu que encobre esse “mundo das Deusas” fosse sendo retirado ou desvendado e que aquele “vazio” fosse sendo preenchido de forma lenta e apreciativa. De tal forma que a própria Deusa/deidade escolhida para ser dançada ou homenageada, fizesse sua parte de inspirar a Mulher Dançante e “agir” nela e na sua dança, podendo assim a Mulher dançante fazer (re) descobertas de si, de sua dança, de suas capacidades criativas, físicas e por  que não, espirituais também.”




“Foi levado ao grupo várias opções de Deusas para serem homenageadas, assim que foram apresentadas, indicando a qual panteão pertenciam, todas nos encantaram, no entanto, o papel  de Dindymene caiu em espiral no centro da roda, assim entendemos que ela tinha nos escolhido. Tão forte presença nos fez levar uma dança ao encontro e reverência a nós mesmas e a todo universo.  Dançando com as Deusas em sua segunda edição reafirmou em cada uma o resgate do sagrado feminino incorporando a própria Deusa, lembrando que todas as Deusas são A DEUSA. Agradecemos a nossa diva Bete Medeiros por mais esse encontro.”
(Sandra Carvalho – Gira Ballo)

O processo de criação dessa dança foi ao mesmo tempo fluida e complexa. A deusa foi escolhida após pesquisa, e gostei muito de seu significado. Naturalmente, as ideias foram surgindo (como para dançar no sarau passado). Ao ouvir a música já sabia que seria aquela, apesar de terem aparecido outras canções, acabei escolhendo pela primeira opção. Entretanto, foi um processo complexo, principalmente a coreografia. Eu tinha a noção dos passos e sequências que gostaria de executar, mas não conseguia unir tudo. Poucos dias antes do evento que as coisas fluíram, acho que rolou uma conexão com a Deusa, e surgiu uma proposta mais dramática/ teatral que foi a minha parte preferida na apresentação. Criar e dançar entre amigas é algo delicioso e muito construtivo. Eu e as meninas tivemos longas conversas via WhatsApp e nos encontramos algumas vezes. O mais interessante durante todo o processo é como foi algo democrático, participativo e cada detalhe tem um pouquinho de cada uma de nós. Após a escolha da música, a coreografia foi surgindo e o mais gostoso ao apresentá-la foi se divertir; como foi! Muito boa vibração, dançamos com as Moiras! A princípio fiquei em dúvida sobre o que viria a ser o Sarau, uma vez que a proposta mudou um pouco e trouxe novas pessoas, de fora o círculo de dança que convivemos. Mas, ao final do evento, tenho que dizer que foi um experiência ótima, mulheres lindas, numa vibração muito boa e que dançaram muito! O mais interessante foi o contato com outros "estilos" de dança e com criações tão únicas e inspiradoras!
Obrigada pela oportunidade e pelo carinho de sempre! ” 

(Lais Glaser – Daena e Moiras)

“Este Sarau foi um marco importantíssimo na minha jornada como bailarina-artista. Minha esperança na arte e na energia colaborativa das pessoas foi reanimada. Todas as pessoas estavam se ajudando e se respeitando e o evento já valeria a pena apenas por isso. Mas não foi só isso, dançar foi uma experiência transcendental. Nunca me senti tão à vontade e livre no palco para me expressar, para ser eu mesma, sem medo de me entregar e sem medo de ser julgada.  O exercício de trabalhar as deusas foi extremamente lúdico e criativo, e importante para despertar em cada uma das pessoas participantes faces ocultas de si mesma. Assistir aos demais participantes foi totalmente inspirador e emocionante. Sinto-me totalmente alimentada e energizada, e satisfeita por ter contribuído para que o evento fosse tão gostoso e leve. Gratidão por tudo que pude vivenciar e ainda estou vivenciando como eco do que se passou domingo." 
(Rebeca Bayeh - Atarsamain e Nehalennia)

“Adorei participar do 2º Sarau, o clima estava muito agradável e mágico.  Conforme eu comentei com você nos corredores, eu tive uma sensação muito agradável de muita paz na coreografia da Neli, Bastet, deusa dos gatos.  As meninas e o menino novamente encorporaram as Deusas e Deuses.  Meu pai se encantou, achou o evento muito profissional.”  
(Luciana  Araujo - dançou como a Deusa Beltia)




“Foi muito especial dançar com Amaterasu, pois pude honrar meus antepassados e especificamente minha mãe (inclusive o quimono que vesti na apresentação foi costurado por minha mãe para o meu casamento). Não tive muito tempo para desenvolver a coreografia, mas, incrivelmente, em dois dias que me dediquei a isso, os passos fluíram. Mas o preparo, é claro, iniciou bem antes, ouvindo muito a música escolhida (que segundo minha filha parecia uma música japonesa, embora fosse árabe) e assistindo a vídeos de dançarinas japonesas (o que foi muito bom para me reconectar à cultura japonesa). Na apresentação, como sempre deu um friozinho na barriga, mas senti leveza e muita alegria em estar no Sarau e compartilhar meus sentimentos através da dança. Onde é possível termos uma oportunidade como essa? Só nos Saraus da Bete! Meus convidados elogiaram muito o evento, da dança à organização. Obrigada, Bete! Deus a ilumine sempre! "
(Elenice Madeira - Amaterasu)

“Foi uma experiência muito gratificante participar do II Sarau Dançando com as Deusas. A energia de todos ali presentes proporcionou a cada uma de nós um momento único, de gratidão e de reafirmação ao amor pela dança e pela arte. Agradecemos a oportunidade de participar desse evento e desejamos que essa energia, que foi criada durante o Sarau, mantenha-se viva dentro de cada um que participou daquela noite. Parabéns pelo lindo evento, Bete.” 
(Isabella Guedes - dançou como Iansã e Oxum)

“Eu adorei participar. Você e seu evento foram muito acolhedores, assim como as pessoas que dançaram. Foi muito bom dançar, trazer a deusa do renascimento pra todos. Adorei tudo e me senti muito feliz! Pretendo sim estar no próximo!! Grata e Beijos.”
 (Adriana Giacomini - Eostre)



“Gaya me escolheu e aceitei honrada seu convite! Música, figurino, expressão cênica...Tudo foi idealizado com a intenção de trazer Gaya ao palco e honrá-la. A natureza é  onde tiramos forças para tudo, nos recompomos e reequilibramos; liberdade, eis o presente que me foi ofertado.” 
(Maria Badulaques -  Gaya)

O  Sarau deixa saudade, contudo, nova data já foi agendada para nos reencontrarmos com nossa essência e componentes divinos.

Até o próximo encontro, xeros no pulsante!






Ficha Técnica:
Organização e concepção do tema: 
Bete Medeiros do Espaço Bete Medeiros
Local: Instituto Akhanda
Apresentadora: Pamela Felipe
DJ: Ricardo Madeira
Iluminação: José do Carmo Ramos
Fotos: Eduardo Verissimo

Filmagem Profissional: Juliana Dias





Ciganos no Teatro

por Sayonara Linhares

Olá meus amados estudiosos e adoradores da Cultura e Dança Cigana. Hoje deixo aqui para seu conhecimento um pouco dos ciganos no teatro; sim para quem não sabia o povo Romani também contribuiu e muito para o Teatro no mundo. Vou deixar aqui para vocês um texto do estudioso Nikolai Slichenko para a compreensão desta maravilhosa passagem do povo cigano na contribuição para os teatros no mundo. Espero que gostem e boa leitura.
                                                                                                                     Com amor, Sayonara Linhares

Teatro Cigano Contemporâneo (meados da década de 70 e 80)

Ciganos no Teatro
por Nikolai Slichenko

Um sábio oriental disse uma vez que conhecer a verdade é preciso ir além dos limites de cada um. Nós nunca deveríamos ter percebido a validade dessa máxima se não tivéssemos atravessado as fronteiras de nosso país para o que foi a primeira turnê estrangeira da nossa trupe de teatro Romany Romen . Foi em 1982, e estávamos a realizar em um país distantes o Japão "Nós os ciganos”, uma das quinze peças em nosso repertório. Depois de nos apresentar por seis semanas para casas lotadas, às vezes para mais de 2.000 espectadores, percebemos que a tradução do nosso diálogo e as letras não eram necessárias. O público nos chamou de volta para aplausos muitas vezes, e o famoso signatário japonês Okada Yoshika disse: "Suas canções se assemelham as nossas músicas tradicionais, mas diferem acentuadamente em seu espírito apaixonado".

O que eu mais valorizo no meu povo é a sua capacidade de ser eles mesmos, em todos os lugares e em todos os momentos; sua capacidade de seguir o seu destino ao longo dos muitos caminhos da história, para desenhar uma nova força de uma geração para outra; sua luta para preservar sua vitalidade; seu impulso criativo e a poesia com que eles se lembram de seus antepassados.

Teatro Cigano Contemporâneo (meados da década de 70 e 80)


Logo atrás, nas margens do Ganges vivia uma tribo de homens fortes e bonitos que tinham o dom de criar alegria através de suas músicas, de despertar fortes emoções, risos e, às vezes, lágrimas. Suas canções eram doces e harmoniosa, sua dança suave e rítmica. Será que eles talvez já sabem que o poder de sua arte iria alimentar o desejo irresistível de levá-los em busca de fortuna em outro lugar?

Prospera espirituosa e imprudente de Mérimée, a Carmen , graciosa de Victor Hugo  a Esmeralda, rebelde de Pushkin Zemphira , voluptuoso, de Tolstoi Masha a Cigana , a heroína de Leskov Grushenka , a encarnação da beleza muito ... não foram produzidas pelo gênio criativo de seu criador. Estas são pessoas reais, vivas e quentes, que saíram de suas tendas e suas caravanas e caminhou diretamente para a literatura.

Teatro Cigano Contemporâneo (meados da década de 70 e 80)


Embora os primeiros coros ciganos foram formados em Moscou no século XVIII, os verdadeiros da arte popular dos ciganos permaneceu por muito tempo desconhecida. Até a década de 1920 os teatros de variedades, restaurantes e cabarés apresentou os encantos extravagantemente exóticos de canções e danças ciganas, uma pseudo-arte, que foi chamada de "Tsiganchtchina." Esta foi uma calúnia sobre a autenticidade da arte popular cigana e uma grande ameaça para a sua sobrevivência.

Decidiu-se para acabar com este tipo de coisas. A idéia nasceu de criar um teatro Gypsy que poderia realizar a nobre tarefa de tornar-se um foco de atividade cultural e educação, e uma fonte de inspiração para uma nova vida.

Este teatro experimental foi inaugurado solenemente em 24 de janeiro de 1931. No início, enfrentou muitas dificuldades. Quase metade dos artistas eram analfabetos. Textos tinham de serem aprendidos por via oral, pela repetição constante. Arte dramática no sentido estrito estava ausente, e que o problema de criar um repertório foi particularmente agudo.

Teatro Cigano Contemporâneo (meados da década de 70 e 80)
Dentre as primeiras produções, existiu um show de variedades chamado "Tomorrow Today" e "Life on Wheels , um drama musical baseado em uma obra de Alexander Guermanov, continha um apelo em favor da sedentarização, com tudo o que tinha para oferecer sedentarização no caminho da educação, a participação real na nova vida da sociedade, e acesso aos valores da cultura mundial. Pela primeira vez em sua história os ciganos poderiam descrever no palco em sua língua materna que era uma das coisas mais importantes em suas vidas.

Um importante evento teatral de grande importância cívica e artística foi a encenação de Bodas de Sangre ( "Bodas de Sangue" ) de Federico Garcia Lorca, um autor dotado de sentimento poético extraordinário para tudo o que é verdadeiramente do povo. A peça foi dirigida por Mikhail Yanshin, um ator excelente, com o Teatro de Arte e aluno de Stanislavsky que dirigiu a Moscou Romen Teatro, por cinco anos. Sob sua liderança, o teatro se afastou de temas etnográficos e exóticos e aventurou-se nos reinos da mente e da razão.

Vida sobre Rodas" (encenada em 1931). Foto dos arquivos G.I.Uvarovoy


Inspirado por ideais nobres, Bodas de Sangre exalta o valor único de cada indivíduo e da sua vida, do seu direito de permanecer em si mesmo até seu último suspiro. A produção prevista uma antecipação do brilho depois de Lialia Tchernaia, que interpretou o papel da noiva, não só retrata a tragédia de uma mulher que perde seu amado, mas também expressa uma idéia filosófica enraizada na sabedoria popular - que é melhor " para sangrar até a morte "do que para ignorar a mensagem do coração. Esta tragédia sublime pelo grande poeta espanhol foi trazido à vida pela paixão inerente à visão Gypsy do mundo. Os atores aprenderam a motivação psicológica dos personagens com a ajuda de seus colegas, no Teatro de Arte. Na obra de Garcia Lorca a originalidade de um povo não foi expressa em um esforço para efeitos exóticos; em vez disso o  verdadeiro caráter do povo foi chamado das profundezas de sua história.

 A Rússia Gypsy e outros clássicos começaram a aparecer nos textos teatrais como: "Grushenka" adaptado de Leskov; "Enchanted Wanderer", "Makar Chudra" de Gorki;"Olessia" , de Kuprin; "Aza o Gypsy" , a partir do escritor ucraniano Mikhail Startits; Merimee de "Carmen" , "The Little Gypsy" , adaptado de Cervantes; "Esmeralda" , de Victor Hugo, e muitos outros.

O teatro Gypsy trouxe à luz uma inteligência nacional, onde se tornou a primeira universidade para o mundo teatral podemos assim dizer. Ele também forneceu um campo de treinamento para dramaturgos e poetas.

Vida sobre Rodas" (encenada em 1931). Foto dos arquivos G.I.Uvarovoy
Em nossas produções, o mistério das origens do meu povo e seu destino é sustentada pelo humanismo e bondade. Nós nos referimos a valores universais: a vocação do homem, a sua responsabilidade mais bela, mas frágil e ameaçado o faria; o bem e o mal; tudo o que é motivo de preocupação ética. Não há nada de novo nisto; qualquer "teatro de idéias" está preocupado com essas questões.
                     
Mas o nosso teatro Gypsy também tem uma missão especial. Dos milhões de ciganos de todo o mundo, os 200 mil ciganos soviéticos foram os primeiros a ter um teatro profissional. Isso nos confere uma responsabilidade especial para o fortalecimento da consciência da nossa existência como povo e salvaguardar nossa identidade artística e cultural.

Eu acredito que um teatro autenticamente cigano não é apenas um meio de encenar performances dramáticas, mas um instrumento para a formação da consciência de um povo. Ele cria um clima moral em que o cigano não apenas a si mesmo pergunta sobre a vida no acampamento ou sobre sua guitarra, mas, como Hamlet, faz a pergunta "ser ou não ser?"

Vida sobre Rodas" (encenada em 1931). Foto dos arquivos G.I.Uvarovoy
Nós tentamos que combinar a efusividade emocional do passado, com a economia de expressão da arte moderna. Como diretor e ator, eu não estou contente em evocar um destino isolado, porém, emocionante, arrastados na grande reviravolta da história. A nossa era tão rica em poesia heroica e da fé nos ideais da humanidade, com tudo o que nós ganhamos e perdemos, é expressa nos poemas de Anna Akhmatova com sua intensidade emocional vibrante, no verso de Sergei Essenin com sua liberdade sem limites, no lirismo romântico de Mikhail Svetlov. Os poetas comentar eventos. A paixão queima nos ciganos e lhes dá um esplendor simbólico.
                            
Nosso teatro pretende ser um diálogo entre diferentes nacionalidades, com a ajuda de duas "línguas" Gypsy: a linguagem do nosso tempo e do vocabulário do passado.

Em "Nós, os Ciganos" temos tentado falar não de indivíduos, mas de um povo. Optamos por encenar uma produção sob a forma de um festival de folclore, uma espécie de crônica a ser gravada na presença do público, utilizando técnicas dramáticas. Queríamos para se comunicar com o público através de cantar e dançar a alegria de um folclore imbuído com a inspiração mais autêntica.

Vida sobre Rodas" (encenada em 1931). Foto dos arquivos G.I.Uvarovoy

A alma deste povo mergulha suas raízes em sua jornada itinerante, que começou com o seu êxodo da Índia, quando, segundo a lenda, os ciganos tinham por algum motivo desconhecido (talvez por causa dos efeitos mágicos de sua arte sobre os espectadores ou por causa de sua natureza eternamente rebelde) irritou Deus, que enviou contra eles um vento tão forte que os homens, cavalos e carroças estavam todos espalhados. Quando a tempestade amainou os homens olharam em volta e não podia acreditar em seus olhos: eles estavam em lugares desconhecidos e entre pessoas desconhecidas, e ninguém sabia onde o seu país foi nem mesmo se ele nunca tivesse existido ...

Isto marcou o início de sua itinerância infinitas e sempre perigoso em busca do desconhecido. Mas os pés descalços já estavam avançando ao longo de um caminho que levaria a este povo para a sua maturidade, torná-lo uma parte orgânica da comunidade humana, e levá-lo para a renovação espiritual. Convidamos o público a participar da dança de Esmeralda, o mais breve e apaixonado como a sua vida, em meio às multidões barulhentas de Paris medieval. Queremos transmitir aos nossos públicos alguns dos nosso conhecimento da força irresistível do amor, tão bem ilustrado pela impetuosa Carmen. E o cigano russo Masha , depois de perfurar o coração de Fedia Protassov no de Tolstoi "Viver Perfeição Elusive".

A audácia de pensamento, que é de certa forma adquirida no teatro, nos permite encenar uma obra de Tolstoi e com Fedia Protassov a nos questionar sobre o sentido da vida, para recriar o amor puro e eterno de heroína de Kuprin Olessia , e evocar a tristeza implacável da obra-prima de Hemingway "Por Quem os Sinos Dobram ".

Parece-me que o mais artístico nossa língua é e quanto mais humano dos assuntos que tratamos, mais familiar, compreensível e confiável será as relações entre os seres humanos, tão vital no mundo de hoje, quando se corre o risco de quebrar para sempre o que Shakespeare chamado de "a sucessão das eras."


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