[Organizando a Tribo] A Arte de Coreografar

por Melissa Souza

Nem todas as bailarinas que se desenvolvem sentem interesse em aperfeiçoar-se academicamente, e isso não significa que deixaram de evoluir. Fazer um curso técnico, uma licenciatura em dança, uma especialização ou um curso de formação continuada tem as suas vantagens quando se deseja trabalhar com o magistério, mas não é exatamente uma obrigatoriedade.

Muitas vezes, as habilidades de coreografar derivam desse ofício de pesquisar e ensinar a dança, pois é muito mais fácil desenvolver uma performance quando se tem os conhecimentos técnicos necessários sobre todos os campos que envolvem essa produção, como teoria musical e teatral. Por isso, é muito comum que algumas bailarinas, apesar de serem excelentes dançando, tenham dificuldades para coreografar, e algumas nunca chegam realmente a apreender sobre o conceito.

Segundo o dicionário Houaiss, coreografar é “a arte de conceber os movimentos e passos que vem compor determinada dança; os movimentos e passos criados pelo coreógrafo; qualquer sequência de movimentos que lembram uma dança”. Sendo assim, a habilidade de coreografar também é necessária quando se dança de improviso, seja solo ou coordenado – aqui referindo-me ao ITS.

Quando falamos de processo criativo estamos nos referindo a todas as etapas por quais passamos na construção de uma performance. O objetivo deste post não é direcionar-se àquelas que possuem uma formação acadêmica e sim trabalhar a desenvoltura nas bailarinas que gostariam de aperfeiçoar suas técnicas de coreografar. Sendo assim, não vamos falar de fatores do movimento, mas trataremos de um tema específico e fundamental neste processo: a expressividade.

Encontrei exercícios muito úteis no site www.prodivame.com que vale a pena experimentar, seja na sua casa ou com o seu grupo. Analise o quadrante abaixo e realize cada um dos exercícios propostos. Para não ficar cansativo, divida seu estudo da maneira que mais lhe convém. Se achar necessário, grave seu desenvolvimento e tome notas após a realização de cada etapa.



Critique

Para começar a desenvolver sua performance, faça uma avaliação gradual em 6 etapas:

  • Apanhe a primeira ideia que lhe vir à mente: quais as impressões que ela lhe passa?
  • Descreva essas impressões da maneira que achar melhor: desenhando, escrevendo, enumerando itens ou apenas refletindo sobre.
  • Analise o conteúdo obtido.
  • Interprete cada informação.
  • Passe tudo a limpo.
  • Faça um julgamento final: quais as impressões que essa dança está lhe transmitindo agora?

Contextualize
  • Pesquise e aprecie a dança:
  • Pela biografia de um bailarino renomado;
  • Por um estilo de dança diferente do seu;
  • Pela história e cultura da dança;
  • Pela influência social e ambiental.

Crie
  • Dance em resposta a um(a):
  • Arte
  • Imagem
  • Texto
  • Música

Conecte-se
  • Explore conexões com um ou mais itens abaixo:
  • Elementos
  • Artes de outras linguagens
  • Temas ou tópicos
  • Experiências pessoais


Leituras complementares:

  • Processo de criação em Tribal Brasil por Kilma Farias.

Neste artigo, Kilma Farias nos brinda com uma excelente descrição do trabalho de pesquisa, experimentação e prática para construção do repertório de passos que compõem o Tribal Brasil, idealizado por ela juntamente com a Cia Lunay.

  • Série Desvendando por Hölle Carogne

A colunista Hölle Carogne faz um trabalho muito interessante na série “Desvendando” onde entrevista os bailarinos sobre a construção de suas performances: “Neste projeto, algumas coreografias com conceitos místicos serão desvendadas, através da entrega da (o) bailarina (o) ao revelar os significados ocultos por trás destes trabalhos coreográficos.”.



[Flamenco] Gitana

por Karina Leiro


Foto retirada do site http://perso.wanadoo.es/elflamenco/definicion.htm


Minhas últimas publicações vieram numa linha autobiográfica, falando da minha pesquisa em meio ao que venho denominando flamenco fusion, derivação das minhas vivências com flamenco tradicional, tribal fusion e, mais recentemente, uma vivência mais profunda do ATS, que resultou na certificação.


Retomando o caminho das fusões, logo após o Andaluz, surgiu Gitana. Desta vez um solo que tinha a ver com os meus questionamentos sobre meus processos identitários e os da minha dança. 


Os teóricos das origens do Flamenco se dividem em “ciganistas” e “andaluzistas”. Para os teóricos “ciganistas”, somente o que é por eles considerado canto cigano tem garantia de pureza. Os demais cantos, que eles consideram “aciganados” não tem valor intrínseco, e os intérpretes não ciganos são meros aprendizes. Para os andaluzistas, os ciganos que se instalaram em Andaluzia foram apenas transmissores do canto andaluz, às vezes intérpretes geniais. Mas o flamenco teria sido resultado de um conjunto de influências e fatores.


Foto retirada do site: http://porsolea.com/tag/flamenco/



Independente de concordar com uma ou outra linha, o fato é que os ciganos tiveram e tem importância fundamental no universo flamenco. A bailarina de flamenco, gitana ou não em termos de linhagem, acaba sendo associada à imagem da gitana flamenca. 


Nesse momento, faço minhas as palavras de um patriarca gitano que disse; Vivan los gitanos flamencos del mundo esten donde esten y sean de la raza que sean (Vivam os ciganos flamencos do mundo, estejam onde estejam e sejam da raça que sejam)


A coreografia Gitana nasceu de uma música (de mesmo nome) composta pelo meu parceiro de flamenco a anos, o guitarrista Eduardo Bertussi. Eu pedi, como grande amigo que é e que me conhece a muitos anos, que compusesse para mim uma música que me retratasse naquele momento, que tivesse a ver com esse meu momento de muitas transições pessoais e profissionais; e de muitos questionamentos e inquietações sobre a minha dança. A música veio com sonoridades híbridas e me identificando com o nomadismo dos gitanos, literalmente (já morei em vários lugares) e subjetivamente, como artista que transita entre diversas manifestações culturais e pesquisas. A música me trouxe imagens que tem a ver com a passagem, o caminho, a caravana, a fogueira, o rito, a alma que transita. A melancolia dos apátridas e também o alívio no momento mais alegre no final da música, como ocorrem nos palos do flamenco que parecem dizer que, apesar de toda a dor que nos transtorna, ainda vale a pena estar vivo.





http://aerithtribalfusion.blogspot.com.br/2014/04/flamenco-das-origens-fusao-por-karina.html

[Passo a Passo] O leque de plumas (Feather fan)

por Natália Espinosa


Os leques de plumas estão na moda no tribal fusion, embora Zoe Jakes já utilize esses acessórios desde a época em que dançava com o The Indigo, de Rachel Brice, e do show Le Serpent Rouge. Ela também se apresentava nessa época com um ou dois leques de plumas em shows do Beats Antique. Hoje em dia os leques de plumas também fazem parte de suas coreografias em grupo. É possível dizer que Zoe foi a pessoa que popularizou esses acessórios no meio do tribal fusion. 




No ano passado, Joline Andrade utilizou leques de plumas em sua apresentação no Tribal Massive, o que despertou o interesse de muitas bailarinas brasileiras. No mesmo ano, Sara Félix também escolheu leques de penas para seu solo em seu festival, o Fusion Art Festival, consolidando-os como tendência em solo nacional.        




Ao contrário do véu, snujs, espada, o leque de plumas não chegou a nós pela dança do ventre tradicional (embora os leques sejam utilizados até na dv), e sim pelo burlesco – que é muito querido por diversos dançarinos da cena tribal.  




Se você não tem como ter aulas de dança burlesca e quer aplicar o leque de plumas em sua performance ou somente estudar sua utilização, ou se você tem alunas que querem muito utilizá-lo em sua coreografia (como eu), aqui vão algumas dicas para estudar em casa: 




Se você tem acesso ao “From A to Zoe”, da Zoe Jakes (duh), o segundo DVD possui uma breve explicação e prática sobre os leques de plumas. Vale a pena assistir. Ela mostra alguns truques e algumas opções para você utilizar em sua dança. O que é bem legal é que ela explica sobre como o importante na utilização desse acessório, mais do que a movimentação de braços, é o posicionamento e movimentação de dedos/mãos/punhos. A respeito dos braços: como sempre, no tribal, queremos formar linhas bonitas e deixaremos nossos cotovelos ativos e elevados, mesmo com o leque (que, apesar de ser de plumas, é pesado)! 

Dá pra comprar o download aqui: http://www.cheekygirlsproductions.com/store/product.php?productid=16277 CADA CD é $9,99 – se você quiser só a parte de leques, ela está no CD 2 (é bem pequenininha, gente. Mas obviamente o CD 2 é inteiro interessante, você vai aproveitar muito).

Não existem videoaulas de tribal em profusão sobre o assunto, então para não ficarmos limitados a copiar o que Zoe faz (ou Joline, ou Sara), minha dica é ir procurar no burlesco mesmo e treinar adaptações que ficam interessantes. Ou seja, veja vídeos no youtube e preste atenção no que fazem os braços e nas mãos das dançarinas quando elas dançam com um leque de plumas. Dance em casa e experimente. Se você sabe inglês, esse link é bastante interessante:


Eu vou deixar para vocês uma seleção de vídeos de burlesco, dança do ventre e tribal com leque de plumas para estudo. O primeiro vídeo é bem antigo e a qualidade está ruim, mas serve como inspiração. E, no final, uma seleção de apresentações da Zoe com os leques de plumas. 














Beijocas e até o próximo mês! 



[Perdido na Tradução] Episódio 5: " Bênção Disfarçada: Quando a Professora se Transforma no Aluno"



por Raphaella Peting




  Note: The English version of this text is below this post.


As pessoas frequentemente me perguntam qual é o meu aspecto favorito de ser uma dançarina do ventre; por que eu "faço o que faço". Eles muitas vezes acham que são os figurinos elaborados, visitar novos locais exóticos ou conhecer pessoas interessantes. E, embora alguns desses aspectos são boas vantagens do trabalho, nenhum deles é por que eu continuo o "faço o que faço". Na verdade, a fonte do meu amor por esta forma de arte não tem nenhuma correlação com o aspecto de desempenho. Minha inspiração e devoção à arte da dança do ventre derivado de ser uma professora. Ao longo dos anos, os muitos estudantes que eu encontrei de todo o mundo não só me fizeram uma melhor instrutora através de suas mentes curiosas, mas uma melhor aluna na minha própria prática de dança do ventre também.

Para mim, a beleza de ser uma professora é despertar o senso de potencial e inspiração dentre outros; a capacidade de segurar um espelho da possibilidade, revelando aos outros um reflexo da grandeza dentro de si. O que se segue é que a expressão inconfundível de alegria em seus rostos que só vem a partir desse sentido combinado de realização e surpresa. Para todos os estudantes, a próxima vez que você reconhece esse sentimento, só sei que o sentimento é exponencialmente maior para seu professor. E aos meus colegas professores, ESSA é a nossa maior recompensa ... e nossa maior responsabilidade.

Com isso em mente, eu tomo muito cuidado em meu trabalho como uma professora, certificando-me de que os meus alunos têm todas as ferramentas de que necessitam para ser bem sucedidos em suas próprias carreiras de dança se assim o desejarem. Parte do que é a educação continuada para mim. E cara, eu estava prestes a receber uma lição.

Coincidentemente, em todas as cidades que eu visitei até aquele momento, eu simplesmente ministrava em Inglês. Então, eu não percebia que a terminologia de dança seria completamente diferente. Obviamente, eu esperava todas as direções e termos anatômicos seriam em Português. No entanto, aprender um conjunto completamente diferente de vocabulário de dança definitivamente me pegou de surpresa. Eu não sei o porquê. Talvez fosse que eu estivesse acostumado ao sentimento coeso de nossa comunidade tribal. Com ele se sentir tão pequeno, às vezes, é fácil esquecer o quão longe em todo o globo que atravessa.

Felizmente, eu encontrei alguns estudantes que estavam familiarizados com o vocabulário de dança em Inglês e aqueles que tinham tomado aulas de ATS. No entanto, sem eu saber, ainda havia bastante um grande grupo de alunos que estavam estranhos com ele.



Neste ponto, tenho certeza que você está se perguntando por que eu iria mesmo colocar-me em que tipo de situação, no primeiro lugar. E a resposta é simples. Além do fato que me foi dada a impressão de que os dançarinos lá estavam acostumados a instrutores americanos (e não me interpretem mal, há alguns que foram), bem como convencido de que eu não "precisava" de um tradutor.  Eu sou uma firme crente no lema “continue desafiando a si mesmo”. Em outras palavras, seria acender um fogo sob a minha bunda para realmente aprender o que estava sendo jogado em mim. Porque acredita em mim quando digo que há pelo menos 5 maneiras de dizer uma frase, mas apenas 1 que as pessoas realmente reconhecem.  Assim, mesmo se você ir lá pensando que você está dizendo isso corretamente, você está ERRADO aproximadamente 80% do tempo.

Agora, operando sob estas condições, parecia que eu tinha perdido um dos meus 6 sentidos e, curiosamente, os outros sentidos restantes tiveram que compensar.  Além de escrever meus planos de aula quase palavra por palavra e traduzindo-as em Português, eu decidi a envolver totalmente os meus outros super poderes. Felizmente, para mim, meu fundo Italiano forneceu-me com um monte de gestos que tendem a acompanhar-me automaticamente quando eu falo. Embora nem todos estes gestos são apropriados, a maioria veio a calhar.

Então, meu primeiro dia sem um tradutor finalmente chegou e porque eu basicamente transcrevi meu plano de toda aula na íntegra, tudo estava indo bem suave. Bem, isso é até que alguém fez uma pergunta. Em seguida, ele rapidamente se transformou em o jogo mais desconfortável de charadas que você já tinha visto.  Felizmente, todos nós tivemos um grande senso de humor e paciência, e eu fiz para o outro lado. Nem é preciso dizer que cada palavra de correção foi enraizada no meu cérebro. Na verdade, durante esse tempo, eu aprendi mais Português de meus alunos do que eu fiz do meu professor de línguas no momento.

Apesar do fato de que a experiência foi quase tão dolorosa como atravessar a puberdade uma segunda vez, eu não trocaria isso por nada no mundo. Foi uma bênção disfarçada! Eu completamente dissequei meu método de ensino, e reconstruí-lo bloco por bloco. Eu me ensinei a quebrar conceitos em um nível totalmente novo e completamente transformando a maneira em que eu ensino.

E, embora há alguns termos que eu me tornei bastante parcial em Português como "snuj" em vez de "zill" (é tão divertido dizer), eu admito que tenho uma nova apreciação encontrada para o idioma Inglês e sua única-palavra de direções e verbos de ação. Especialmente quando se pratica a um ritmo rápido! É um bocadinho difícil espremer uma frase inteira em apenas 1/16 de uma batida. Com isso dito, "Parabéns!" a todos os meus colegas professores que continuam a empurrar a si mesmos e trabalhar duro para seus alunos e aos próprios alunos, que nos fazem melhores professores.


Episode 5: “Blessing in Disguise: When the Teacher Becomes the Student”


People often ask me what is my favorite aspect about being a belly dancer; why it is I “do what I do”.  They often guess the elaborate costumes, visiting new exotic locations or meeting new and interesting people.  And, although a few of those aspects are some pretty decent perks of the job, none are why I continue to “do what I do”.  In fact, the source of my love for this art form has nothing to do with the performance aspect.   My inspiration and devotion to the art of belly dance derives from being a teacher. Throughout the years, the many students I’ve encountered from all over the world have not only made me a better instructor through their inquisitive minds, but a better student in my own belly dance practice.   

To me, the beauty of being a teacher is to awaken the sense of potential and inspiration within others; the ability to hold up a mirror of possibility, revealing to others a reflection of the greatness within themselves. What follows is that unmistakable expression of joy on their face that only comes from that combined sense of accomplishment and surprise.  To all of my students out there, the next time you recognize that feeling, just know that it is exponentially greater for your teacher.  And to my fellow teachers, THAT is our greatest reward… and our greatest responsibility.  

As such, I take great care in my work as a teacher, making sure that my students have all the tools they need in order to be successful in their own dance careers should they so chose.   Part of that, is continuing education for myself.  And boy was I about to get a lesson.

Coincidentally, in all the cities I’d visited until that point, I’d simply taught in English. So, I didn’t realize that the dance terminology would be completely different.  Now, obviously I expected all of the directives and anatomical terms to be in Portuguese.  However, learning a completely different set of dance vocab definitely caught me by surprise.  I don’t know why.  Maybe it was that I’d become accustomed to the close-knit sense of our Tribal community feeling so small at times that it’s easy to forget just how far across the globe it spans.   

Fortunately, I encountered a few students who were familiar with the English dance vocab and those who had taken ATS classes.  However, unbeknownst to me, there was still quite a large group of students who were unfamiliar with it.  



At this point, I’m sure you’re wondering WHY I would even put myself into that type of situation in the first place.  And the answer is simple.  Aside from the fact that I was given the impression that the dancers there were used to American instructors (and don’t get me wrong, there were some that were), as well as persuaded that I didn’t “need” a translator, I’m a firm believer in the sink or swim methodology.   In other words, it would light a fire under my ass to really learn what was being thrown at me.  Because believe me when I say that there is at least 5 ways to say a certain phrase, but only 1 that people really recognize.  So, even if you go in there thinking you’re saying it right, you’re WRONG about 80% of the time.

Now, operating under these conditions, it felt like I’d lost one of my 6 senses and interestingly enough, the other remaining senses had to compensate.  In addition to typing out my lesson plans almost word-for-word and translating them into Portuguese, I decided to dial up my other super powers.  Luckily for me, my Sicilian background provided me with a lot of hand gestures that tend to automatically accompany me when I speak.  Although not all of these gestures are appropriate, the majority came in handy.  

So, my first day without a translator had finally arrived and seeing as I had pretty much typed up my entire lesson plan verbatim before hand, everything was going pretty smooth.   Well, that is until somebody asked a question.  Then it quickly turned into the most awkward game of charades you had ever seen.

Luckily, we all had a great sense of humor and patience, and I got through it.  Needless to say, every word correction was engrained in my brain.  In fact, I ended up learning more Portuguese from my students than I did from my language teacher at the time.  

Despite the fact that experience was almost as painful as going through puberty a second time, I wouldn’t trade it for anything in the world.  It was a blessing in disguise!  I completely dissected my teaching method, rebuilding it block by block and taught myself how to break down concepts on a whole new level, completely transforming the way that I teach.  

And although there are some terms I’ve become quite partial to in Portuguese such as “snuj” instead of “zill” (it’s just so fun to say), I must admit that I have a new found appreciation for the English language and it’s one-word directives and action verbs.  Especially when drilling at a fast tempo!  It’s a wee bit difficult to squeeze in an entire phrase in just 1/16 of a beat.  With that being said, “Kudos!” to all of my fellow instructors who continue to push themselves and work hard for their students, and to the students themselves, who make us better teachers.
http://aerithtribalfusion.blogspot.com.br/2015/07/perdido-na-traducao-uma-dancarina-do.html

[Resenhando-MG] Up Up Fest 2015 - Workshops

por Sarah Carvalho



Cheguei cedo no primeiro dia, e percebi que a equipe estava se organizando. Achei ótimo, pois como estava há muito tempo afastada da dança, pude perceber melhor as pessoas que lá estavam e reencontrar pessoas que eu já conhecia.

No primeiro dia começamos com o workshop da Surrendra. Adorei as instruções sobre as diversas velocidades dos movimentos nas sequências, os movimentos de braços bem fluidos e giros que terminam num acento da música. Além das dicas de exercícios diários e técnicas de Queda Turca. Foram muitas informações que registrei para estudo e aprendizado dessa bailarina fantástica!



Após o intervalo, tivemos aula com a Thalita. A aula foi no estilo de Zumba com muitos movimentos e passos de Tribal Fusion e ATS. Uma aula excelente para potencializar os movimentos e conectá-lo; muito divertida, gostosa, dançante. A aula terminou e eu estava querendo mais!

Segundo dia de works. Meu corpo já estava meio cansado, acabei me atrasando um pouco... Mas colocando na balança que no primeiro dia tivemos aulas surpreendentes, encontrei pessoas que tanto admiro e conheci novas pessoas para me inspirar... Yeeep! Valeu muito a pena!




A primeira aula foi com a Kilma Farias (PB), uma diva do Tribal Brasileiro, que encanta com seu conhecimento de ritmos e passos afro-brasileiros e os encaixa perfeitamente no ATS. Sua aula é intensa, onde precisamos nos entregar e integrar profundamente à dança, sentir o ritmo dos tambores ecoando no coração e soltar o corpo. Isso sem contar a sua simpatia, beleza e seus figurinos produzidos a partir de elementos variados da cultura brasileira que a transformam numa fada!

A segunda aula foi com Jonathan Lanna. Seus alongamentos, movimentos de ATS, aplicações de Jazz e as sequências passadas são de excelente qualidade para estudo e limpeza dos movimentos. Uma aula que me fez querer descobrir mais sobre o Jazz, que me fez sonhar com os palcos.



Foram dois dias de workshops de muita qualidade, com bailarinos comprometidos e atenciosos. Equipe sempre à postos, todos simpáticos e receptivos. Pessoas encantadoras se entregando às aulas e dançando juntas! Foi uma pena eu não ter ficado para as palestras e o show, que já me contaram, foram maravilhosos! A estrutura e a organização do evento e de todos os envolvidos, me levam a ter certeza de que:

1) Estarei na próxima edição
2) Vai ser tudo maravilhoso de novo!

[Estilo Tribal de Ser] Tanfouk ou Talhakimt

por Annamaria Marques

As jóias usadas no Tribal vem geralmente da Ásia central, África e Índia. Usados principalmente em Mali, Mauritania e África ocidental, são únicos em seu desenho e na composição de pingente em pedra e metal.

Talhakimt Tuareg


O Tanfouk ou Talhakimt, também conhecido com Cruz de Agadez é um pingente usado originalmente por tribos africanas como enfeite de cabelo, pingente em colares ou como anéis. Este ornamento, inclusive, teve seu desenho modificado posteriormente para produção em maior escala. De formato sui generis, o talhakimt pode ser feito de uma infinidade de materiais diferentes e refletem  a luta economica entre países em desenvolvimento e o poder colonizador europeu.

Talhakimts europeus (os dois do canto direito abaixo são africanos)
Estima-se que o desenho do talhakimt seja derivado do formato de anéis tipo sinete indianos datados do século 18 ou de anéis de arqueiros indianos (vide coleção do museu Pitt Rivers). Este desenho original foi modificado para o formato do talhatana indiano e, posteriormente, foi novamente modificado pelos europeus para a reprodução em maior escala em materiais como ágata, plástico e resina com váriados graus de fidelidade.


Anéis de arqueiro indianos





Enquanto as numerosas imitações do talhakimt são baseada no formato dos anéis, a maioria dos originais é usada pelos Tuareg e outras tribos nomades como pingentes em colares ou em seus cabelos. Os pingentes Tuareg têm ainda um diferencial por ser, quando quebrados, engastados em prata ornamentada com padrões típicos. Muitas vezes, estes pingentes foram usados como moeda no comércio tribal com os colonizadores.

Usos originais do talhakimt




A popularidade do talhakimt era tal que indústrias alemãs passaram a produzir localmente versões mais acessíveis em Idar-Oberstein e diz-se que algumas indústrias de vidro na ex-Tchecoslováquia também se aventuraram a produzir suas versões. Com isto, acabaram por se tornarem peças mas competitivas (mais vendáveis devido ao menor preço) do que as versões industriais indianas até meados dos anos 1830/1840 quando a Índia adotou um processo de moldagem das peças ainda mais barato do que o europeu.

Usos contemporâneos do talhakimt




Como os diversos ornamentos adotados pelo figurino do Estilo Tribal, o talhakimt traz em si um pouco da cultura de onde ele é originário e agrega ao conceito deste Estilo, em que vários elementos culturais se unem para valorizar esta nossa dança e a sinergia que ela representa.

Fontes:

The tribal Bible




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