[Formação no Tribal] Metodologias de Ensino

por  Ana Clara Oliveira

 Fonte: @anaclaradanca


“Para cada uma das coisas feitas, por um sujeito, há uma metodologia. [...] Para cada uma das coisas feitas, por inúmeros sujeitos, existem inúmeros modos de fazer. [...]” (HISSA, 2013, p. 125). Assim, iniciamos a coluna “Formação no Tribal” no tempo presente. O objetivo dos textos de 2022 é trazer algumas metodologias de ensino em dança através de relatos do corpo docente, intensificando os debates sobre o processo formativo. 

Em primeiro lugar, vamos entender o conceito de metodologia que hoje será apresentado a partir do pensamento do professor Cassio Hissa (2013). Tendo como base a citação acima, compreendo as metodologias de ensino como criações de docentes enquanto estes estão no processo de suas artesanias de sala de aula. As metodologias de ensino em danças são as construções de fundamentos e proposições pedagógicas que vão além da coletânea de métodos. Além disso, estão diretamente relacionadas com a organização do ensinar/aprender. 

Outro aspecto importante é a diferença básica entre metodologia e método, embora os seus significados estejam entrelaçados. Para Marina Marconi e Eva Lakatos (2019) o método é o conjunto de atividades sistemáticas e lógicas para a realização de uma técnica ou de algo. Já a metodologia, originada da palavra “método”, do Latim “methodus”, são assinaturas próprias, que atravessadas pela relação com o mundo, simbolizam o entendimento de métodos, teorias, práticas e abordagens. Neste sentido, a professora Lucia Pimentel (2014) enfatiza: “os métodos estão à disposição de tod@s, mas a metodologia é criada por cada pesquisador@ a cada proposta de investigação” (PIMENTEL, 2014, p. 20). Exclusivamente aqui a palavra pesquisadora ou pesquisador pode ser lida como docente, uma vez que a professoralidade se faz com estudos contínuos. Pronto!

Agora que assimilamos o que é metodologia, bem como, a compreensão de método pergunto: como a sua metodologia de ensino é organizada? Como desdobramento da questão, quais métodos da fusão estão presentes nessa metodologia? Qual docente você indicaria para compartilhar a metodologia de ensino? Fique à vontade para sugerir!


Abraços dançantes,


Ana Clara Oliveira.


HISSA, Cássio E. Viana. Entrenotas: compreensões de pesquisa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013. 197 p. (Humanitas).

MARCONI, Mariana de A.; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 8. Ed. São Paulo: Atlas, 2019.

PIMENTEL, Lúcia Gouvêa. Ensino/aprendizagem de arte e sua pesquisa. In: ROCHA, M. A.; MEDEIROS, Afonso (Org.). Belém: Programa de Pós-Graduação em Artes da UFPA, 2014. p. 15-24.




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Formação no Tribal

Ana Clara Oliveira (Maceió-AL) é dançarina e pesquisadora do estilo Tribal de Dança do Ventre. Professora de Dança na Escola Técnica de Artes (UFAL). Doutoranda em Artes (UFMG) onde pesquisa a formação no Tribal. Mestrado em Dança (UFBA). Diretora da Zambak Cia de Dança Tribal ...  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>



[Resenhando-ES] Dança e Poesia

por Lua Rubra Tribal


 No dia 18 de Dezembro 2021, aconteceu o Sarau de final de ano do Studio Rosaira Conrado, em Jacaraipe , Serra/ES.

A proposta do evento era dançar uma poesia escolhida pelos artistas participantes. 


O evento contou com várias participações de artistas locais e de fora do estado. Sendo dividido em 3 horários, devido as atuais condições pandêmicas.


15:00 : infantil.

17:00: juvenil/ adulto

20:00: juvenil/ adulto


Os Artistas convidados foram:

  • Quadrela Cia : Dança contemporânea/ SP.

  • Natália Piassi: Dança do ventre/ES.

  • Rafael Vasconcelos: Fusão Flamenco e Dança oriental masculina/ ES.

  • Studio LaDance: Ballet/ES.

  • Grupo Stroc: contemporâneo/ ES

  • Lua Rubra Tribal: Tribal Fusion/ES.

  • Nathalia Antunes e alunas: Dança do ventre/ES.

  • Studio Alma Andaluza: Dança flamenca/ES.




As poesias foram recitadas pela Anfitriã do Studio, Rosaira Conrado, no início de cada apresentação.


O grupo Lua Rubra escolheu dançar uma poesia de autoria de Bruna Benes, integrante do grupo. Onde procuraram expressar as palavras da poesia como fonte de inspiração.



vamos arrumar umas cirandas no quintal
beijar a lua à meia noite
descobrir que existem flores dentro do eu
e ver que o maior instrumento mágico é o corpo, o altar.

vamos vestir saias longas
vestir cabelos longos
olhos longos
amores longos

adotar danças
sonhos

prescrever poesia na esquina
levantar as saias
deixar entrar o vento

chamar os elementais pra minha janela

desligar a luz, acender a vela, dançar nu.
/BB
25/2/14

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Resenhando-ES


Lua Rubra Tribal (Vila Velha-ES) é formado por Sahira Zomerod, KarMir, Aline Yuki e Bruna Benes; foi criado no ano de 2018, seguindo as lunações para formar uma liderança circular. Cada uma representa uma lua: nova, crescente, cheia e minguante, respectivamente. Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>

[Resenhando-PA] Tribal Fusion em todos os lugares: Do Museu à Festa popular

por Pan Lira



No Resenhando deste mês, trago sobre a presença em dois lugares onde o Tribal Fusion esteve presente comigo em eventos super especiais de 2016 e em um cenário diferente dos palcos de teatro para o Estilo Tribal: o Museu de Arte de Belém (MABE) e a Lambateria, em Belém do Pará.

Primeiramente falando sobre "A Lambateria":  

A Lambateria é uma festa dançante paraense que enaltece a cultura, música, dança e arte latino-amazônica, que teve sua estreia em junho de 2016, idealizada pelo guitarrista, pesquisador e produtor musical Félix Robatto, onde tem suas atrações residentes: Félix e sua banda e o DJ Zek Picoteiro. E na 23ª edição da festa, no palco do Fiteiro, na noite de 17 de novembro, com muito carimbó promovendo uma grande roda dançante com muita música paraense com o grupo Os Safos da Capital, se apresentaram unidos ao grupo Sancari, Grupo Etnias e Mestre Ginja, já trazendo uma energia envolvente e extremamente vibrante; a festa também contou com a presença das cantoras Liège e Nanda Miranda, exposição da artista Patrícia Araújo, e claro, falando de Tribal, a (extinta) Cia. Zara de Danças Orientais, que trouxe performances em Tribal Fusion utilizando músicas fusionadas a sonoridade dos Bálcãs e improvisos de fusões com músicas ao vivo latino-amazônicas, especialmente o carimbó.

O corpo de baile da Cia. Zara era formado por mim, Pan Lira, e duas iniciadas no estilo: Ysa Motta, e mais uma integrante que preferiu não se identificar, escolhemos levar a nossa dança para um palco novo, para conhecimento do público, onde carregamos nossas técnicas da base de Dança Tribal com personificações paraenses: em adereços e movimentações. Trazendo um comparativo à similaridade das técnicas das danças, criamos performances vibrantes com giros, movimentações de saia, posição de braços e suas gestualidades, e principalmente marcação dos quadris e movimentos sinuosos, ao ritmo do curimbó, dos tambores que os músicos tocavam ao vivo. Foi uma imensa e grata surpresa, especialmente para minhas colegas de trupe, pois nunca haviam dançado ao vivo e a recepção foi muito calorosa, não havia total estranheza, era algo diferente, mas que parecia conversar e comungar com todo o ambiente. 

No mesmo mês, fui convidada para fazer uma performance que já estava sendo desenvolvida como projeto, para agregar em uma vernisage sobre cultura afro-amazônida, no MABE (Museu de Arte de Belém), apresentava pela primeira vez a minha pesquisa em Dança Étnica de Fusão Amazônida (Tribal Amazônida, como também gosto de me referir), a performance Xinguixi, que mescla em dança, as bases do Tribal Fusion, da Dança afro-brasileira e caribenha de Oxum e do Lundu Marajoara.  

Vejo o Estilo Tribal como uma arte que não apenas agrega e soma expressões culturais, mas especialmente para dançantes desta modalidade no Brasil, temos a possibilidade de trazer infinidades de referências para  nossas fusões e também para ocupar lugares quais também pertencemos, pois fazemos parte destes, não apenas nos palcos de teatro ou pequenos bares, mas qualquer lugar pode ser nosso espaço e isso é sempre bom estar relembrando, como nestas ocasiões que aqui trouxe para vocês.

Até a próxima!!

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Resenhando-PA

Pan Lira, natural de (Belém-PA) , professora, pesquisadora e dançarina  Tribal Fusion, Danças Ciganas e Dança Oriental, apaixonada por fusões, e desenvolve pesquisa em danças regionais nortistas e das danças afro-religiosas das Yabás, desenvolvendo sua própria de fusão com danças Paraenses chamado "Dança Etnica de Fusão Amazônida". Graduanda em Licenciatura em Dança pela UFPA, ensina as modalidades étnicas que estuda desde 2014. Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

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