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[Resenhando-BA] Festival Tribal Spin: Tecendo uma Teia em Arabesco

 por Camila Saraiva

Imagem de divulgação do evento, cedida pela produção


Quando uma mulher abre a roda, o círculo se fortalece, e tod@s giram. O Tribal Spin é um festival que acontece em Salvador – Bahia desde 2016 e foi idealizado pela professora, dançarina e coreógrafa Bela Saffe. Em parceria com a também dançarina, professora e coreógrafa Priscila Sodré na produção e realização - especialmente nas duas primeiras edições - o festival é um dos eventos mais importantes da Bahia, ao todo foram quatro edições (que ocorreram antes da pandemia do Covid-19). O Tribal Spin é um evento múltiplo, sua configuração mista composta por Mostra, Show, Workshops e até mesmo Palestras, confere ao festival uma potência de diversidade, acolhendo e apresentando diferentes propostas, espaços, discussões e artistas.

Para Bela Saffe o festival é uma continuação das ações que ela vem desenvolvendo ao longo de sua carreira, desde a sua participação na Caravana Tribal Nordeste, no Tribal Remix e em outros eventos que ela realizou anteriormente na Bahia. Em suas próprias palavras: “A ideia principal do Tribal Spin é fazer circular, é fazer os grupos se movimentarem, produzirem, criarem coreografias, fazerem aulas, se reciclarem, as professoras darem aula, terem mais visibilidade...deixar a dança viva! ” 

De fato, o festival é um acontecimento que faz as danças dos ventres, tribal, fusion (como queiramos chamar), girarem em Salvador nos últimos anos, proporcionando uma oportunidade de reunir amantes dessas danças para estudar, discutir, trocar e se apresentarem em um ambiente de acolhimento e respeito. É um evento bastante significativo, que vem promovendo maior visibilidade no campo para a Bahia, e para o Nordeste. Nos últimos anos foi o único evento específico de Tribal em Salvador de grande porte que tinha como uma das propostas uma Mostra, onde qualquer artista podia se inscrever e apresentar seu trabalho, sem necessitar de um convite para participar. As Mostras de Dança são de fundamental importância para oportunizar que estudantes, artistas marginais e até mesmo profissionais conhecidos apresentem suas criações numa atmosfera de experimentação e compartilhamento de ideias e processos em maturação. 

A riqueza de participantes tanto nas Mostras quanto nos Shows é realmente algo a se destacar! Artistas, estudantes e profissionais apresentaram danças diversas ao longo dessas quatro edições, escancarando como podemos ser tão bel@s, impactantes, potentes, criativos e diferentes ao mesmo tempo, no mesmo espaço, convivendo, coexistindo.


Show do Festival Tribal Spin 2018 no Teatro Sesc Pelourinho. Artista convidada: Piny Orchidaceae. Foto: Adeloyá Magnoni.


Em 2016 o festival começou com o foco numa escala local, as professoras convidadas foram profissionais residentes em Salvador:  Bela Saffe, Priscila Sodré, Adriana Munford e Karina Leiro. A roda foi crescendo e em 2017 as professoras convidadas foram Tamyris Farias (Recife - PE), Bia Vasconcelos (Feira de Santana – BA), Bela Saffe, Priscila Sodré e Karina Leiro, além da palestrante Carla Roanita (Salvador –BA) que apresentou a sua pesquisa de mestrado em dança, mais especificamente dança tribal fusion, no evento. Em 2018 o festival contou com a presença da convidada Piny Orchidaceae (Portugal). Em 2019 quatro profissionais internacionais participaram do festival como convidadas: Amy Sigil (Estados Unidos), Isabel de Lorenzo (Brasil/Itália), Kimberly Larkspur (Estados Unidos) e Catherine Taylor (Inglaterra). Em termos de participantes e inscrições o evento foi crescendo aos poucos, mobilizando cada vez mais artistas locais, mas não apenas. Nas últimas edições participantes de diferentes estados do Nordeste compareceram ao evento, até mesmo alguns participantes da região Sudeste do Brasil. 

Ciclo de Workshops do Festival Tribal Spin 2019 na Escola Contemporânea de Dança. Artistas convidadas: Amy Sigil, Isabel de Lorenzo, Kimberly Larkspur e Catherine Taylor. Foto: acervo da produção.


Mostra do Festival Tribal Spin 2019 no Teatro Sesc Pelourinho. Foto: Adeloyá Magnoni. 


O Tribal Spin foi tema da pesquisa de monografia de Priscila Sodré na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia onde descreve mais especificamente as etapas de produção da segunda edição do festival. Ela destaca em seu texto que as expectativas de produção foram superadas com relação a adesão da comunidade ao evento, isso lá em 2017: “Para a Mostra de danças foram registradas 21 inscrições, superando as expectativas e fazendo com que a produção ampliasse o número de vagas, incluindo todos os inscritos. Já as inscrições para as aulas de dança corresponderam a 84 vagas ocupadas.” (P.16). O número total de pessoas pagantes que compareceram aos shows foi de 197.

Show do Festival Tribal Spin 2017 no Teatro Molière. Foto: acervo da produção.

Produzir eventos, festivais de dança no Brasil, no Nordeste, na Bahia, de maneira autônoma, não é tarefa fácil, pelo contrário, é um grande desafio. Ressalto aqui a importância de valorizar e reconhecer as pessoas que corajosamente se colocam nesse árduo lugar da produção sem nenhum tipo de apoio financeiro, fomentando a cena, a formação e a produção artística na dança. Expresso aqui a minha gratidão enquanto artista baiana à Bela Saffe, essa mulher retada, pioneira na dança do ventre e no tribal fusion na Bahia que vem abrindo a roda, e tecendo essa teia em arabesco ao longo dos seus mais de vinte e cinco anos de carreira.

Fiquemos atent@s para como os eventos são realizados. A maneira como realizamos um evento acarreta em impactos em toda a comunidade da dança. Não precisa existir um modo único, padronizado, de realizar festivais e eventos, como não existe um modo único de dançar dança do ventre, tribal, fusion. A maneira como fazemos algo pode fazer toda a diferença na vida de outras pessoas, podemos vivificar outras existências quando escolhemos realizar algo de determinada maneira, ou não. E foi isso que pude perceber no Festival Tribal Spin, existências diversas convivendo e sendo vivificadas. "Enquanto que a maneira, de manus, pensa a existência a partir do gesto, da forma tomada pelos seres quando aparecem. Um modo limita uma potência do existir enquanto que a maneira revela a forma do existir, a linha, a curvatura singular, e assim mostra uma arte." (LAPOUJADE, 2017).

Portanto, devemos considerar cada um desses modos como uma arte de existir, esse é o interesse de um pensamento do modo como tal. O modo não é uma existência, mas a maneira de fazer existir um ser em um determinado plano. É um gesto, cada existência provém de um gesto que o instaura, de um arabesco que determina que será tal coisa. Esse gesto não emana de um criador qualquer, é imanente à própria existência. (LAPOUJADE, 2017, p. 14 e 15).


REFERÊNCIAS:

LAPOUJADE, David. As existências mínimas. N-1 Edições. São Paulo, 2017. SODRÉ, Priscila. Tribal Spin Festival. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Comunicação como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação com Habilitação em Produção em Comunicação e Cultura, na Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2018.

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Resenhando-BA


Camila Saraiva (Salvador-BA) é artista da dança, baiana, LGBTQ+. Dançarina, professora e pesquisadora das danças dos ventres e suas fusões na contemporaneidade, com graduação e pós-graduação em Dança na UFBA. Atualmente é doutoranda em Dança pelo PPGDANÇA/UFBA e pesquisa a relação entre danças dos ventres, orientalismo, feminismos e estudos de gênero e sexualidade, numa perspectiva contemporânea.

[Resenhando-AL] 1, 2, 3... GRAVANDO! Um Solo na Caravana Tribal Nordeste!

por Ana Clara Oliveira

 

A vida é amiga da arte, é a parte que o sol me ensinou

O sol que atravessa essa estrada que nunca passou

(Gal Costa)

 

Fonte: arquivo pessoal

 

Nos dias 27 e 28 de março/2021, a Zambak Cia de Dança Tribal (AL) participou da Caravana Tribal Nordeste (CTNE) 2021 - Edição Especial com formato on-line, sob o financiamento da Lei Aldir Blanc – PE, SECULT - PE. A participação se deu através de duas ações: palestra/oficina e performance na mostra artística. Na figura de diretora da Zambak, desenvolvi as referidas atividades, intituladas, respectivamente, “O pensamento Decolonial e o Tribal no Brasil” e, o solo “Em que tempo sua dança está?”

A presente matéria aborda o solo coreográfico e o processo de gravação para o evento CTNE. Este trabalho artístico de 04 minutos, publicado no canal YouTube da Carvalho Studio de Dança, expõe um pouco das minhas experiências formadoras entrelaçadas pelo momento de resiliência nos tempos atuais. A coreografia possui como base algumas das técnicas que utilizo e as minhas desordens experienciadas na vida diária. Esses elementos ocasionaram uma dança que só é possível acontecer quando encarnada com os sentimentos e a própria realidade.

Assim, o solo apresenta uma dança de si contaminada pelas informações do meio e, certamente, se constitui como mais uma ferramenta artística para o acendimento do meu ser na conjuntura contemporânea. Diante da minha dor e do luto coletivo por causa da COVID-19, pergunto-me: em que tempo o meu mover se encontra? Tal mover não existe de modo individualizado, mas está exposto a experiência com o mundo. “Essa movimentação absorve fronteiras, cria um outro espaço de atuação e permite um fluxo de continuidade entre diferentes modos de perceber e dialogar no mundo” (SETENTA, 2008, p. 62). 

Nos últimos anos, tenho pensado demasiadamente na palavra “tempo”. Seja na pesquisa acadêmica ou artística, seja nas questões mais simples do dia a dia, o tempo penetra meus devaneios. Percebi com mais profundidade que o tempo embora seja um aspecto dos sujeitos, é elaborado por cada corpo de maneira singular devido aos acontecimentos que o afetam. Então, é impossível dizer que o tempo da minha dança é igual aos tempos de outras danças. Igualmente, não se trata de qualidades de tempo, mas sim de diferentes vulnerabilidades corpóreas diante de períodos tão incertos. Partindo dessa inquietação, provoco o público com a pergunta/nome do solo, com vistas a mostrar que a dança não está descolada do relacionamento com o tempo, nem afastada da existência.

Nesse contexto, prática não é apenas o meio pelo qual criamos obras a serem analisadas na pesquisa, ou processos de vida que passam a participar de procedimentos científicos. Mas esses procedimentos passam a ser definidos pela prática enquanto corpo vivo (soma) em pulsão espaço-temporal imprevisível. (FERNANDES, 2018, p. 187)

 

Fonte: arquivo pessoal


Para realizar esse solo que representou a Zambak na Caravana Tribal Nordeste, convidei a artista alagoana Juliana Barretto, doutora em antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco, que capturou sensivelmente a proposta. A música “Força Estranha” do compositor Caetano Veloso, cantada por Gal Costa foi escolhida por retratar experiências e temporalidades do sujeito a partir de metáforas e certezas.

Força estranha expõe os motores de sua potência: lembrar e esquecer – os arranjos narrativos daquilo que o sujeito viu e viveu. A memória do sujeito narrador de Força estranha, sem a ordem restritiva do cronológico, consagra eventos múltiplos e diversos. A “organização” dessa unidade está mais próxima dos afetos [...] do que da sucessão dos fatos. Está mais perto da invenção poética – e, por isso, real. (REVISTA CAJU, 2016)[1]

Motivada pela canção e por todo o conjunto vivido na contemporaneidade, debrucei no processo de criação do solo. A seguir, destaco os aspectos importantes:


1. Proposta de improvisação

Nesse procedimento, adotei o ato de improvisar na tentativa de diluir e aterrar a sensibilidade. O fato de escutar a música e trabalhar constantemente a improvisação permitiu uma aproximação mais imediata com a proposta que elaborei para performar.


2. Estudo do pulso, do compasso e da pausa

O pulso é a marcação relevante da estrutura, repetido constantemente. Uma vez que a pulsação é o elemento do ritmo, passei a compreender o compasso que é o definidor da marcação rítmica. Em seguida, direcionei o foco para a pausa, ou seja, para qualquer silêncio que pudesse identificar. E assim, fazer escolhas criativas.


3.Coreografia

Com o repertório de movimentos da improvisação e o breve entendimento da música, selecionei momentos que mais me agradaram e, consequentemente, exerci a repetição como captura do mover. Cabe dizer que a ideia de repetição que se aproximou da proposta foi a descrita por Deleuze.

A repetição nem é a permanência do Uno nem a semelhança do múltiplo. O sujeito do eterno retorno não é o mesmo, mas o diferente, nem é o semelhante, mas o dissimilar, nem é o Uno, mas o múltiplo, nem é a necessidade, mas o acaso. (DELEUZE, 2000, p. 126)

 

4.Figurino, acessórios e maquiagem

A cor predominante no solo foi o vermelho - saia longa e rodada, choli e flores. Cada elemento escolhido foi um reforço a algum impulso interno ou alguma sensação e emoção, sempre em consonância com o estilo tribal de dança do ventre. Como a minha palestra/oficina foi sobre formas de decolonizar a dança, de modo mais sutil, retornei a imagem da Frida Kahlo, não no sentido representacional, mas como potência feminista. Não posso deixar de mencionar que a própria imagem da cantora Gal Costa no disco “Gal Tropical” (1979), mesma imagem usada no Spotify, também provocou um certo desejo não literal, mas de impulso organizacional. A maquiagem e o coque seguiram a proposta superando as minhas expectativas. Ambas, foram concepções da profissional alagoana Priscilla Lucena.

Fonte:arquivo pessoal


5. Cenário - Mirante São Gonçalo, Maceió (AL)

O mirante São Gonçalo está localizado na cidade de Maceió e desenha um belo ponto turístico. O mirante possibilita noções de profundidade do urbano e diversas perspectivas criativas, por esse motivo foi escolhido.

 

6. Captura de imagens e edição


A coreografia foi gravada numa tarde ensolarada e quente de uma segunda-feira. Seguindo os protocolos de segurança, optamos por usar um dia de feriado na cidade, pois o ambiente estaria vazio. Gravamos 05 vezes a mesma coreografia com ângulos distintos, sendo a primeira gravação um teste simples. O segundo ângulo, mais amplo e aberto, capturou toda a dimensão coreografada. O terceiro ângulo, com enquadramento específico, conquistou a ideia de imagem de baixo para cima, tendo o sol como plano de fundo. No quarto ângulo, me posicionei de frente para o sol e de costas para a câmera a fim de salientar o trabalho natural dos raios de sol no corpo. Por fim, o quinto ângulo que enfatizou os detalhes faciais e de alguns gestos, escolhidos propositalmente. Na edição, obtive duas propostas da profissional Juliana Barretto. A primeira, mais focalizada como vídeo-dança com colagens criativas que transformaram a obra coreográfica em quase que numa outra dança. A segunda versão, mais fiel à dança coreografada com utilização de colagens respeitando à musicalidade. Optei pela segunda edição como produto final para a CNTE 2021. Mas, confesso que também fiquei encantada pela primeira versão.

Fonte: arquivo pessoal


A seguir, algumas imagens do vídeo (solo):

 

Fonte: arquivo Caravana Tribal Nordeste

Fonte: arquivo Caravana Tribal Nordeste


 

Para finalizar, deixo o link do solo:

Espero que tenham gostado dessa matéria. Agradeço as profissionais Juliana Barretto e Priscilla Lucena pelos trabalhos e afetos.

Na próxima matéria do RESENHANDO-AL almejo trazer a minha experiência como espectadora do belíssimo show – Mostra Artística CTNE 2021.

Até lá!


Referências

DAVINO, Leonardo. Caetano Veloso, Força Estranha. In: CAJU, Revista. Disponível em: <http://revistacaju.com.br/2016/08/04/narrar-forca-estranha/>. Acesso em: 12 de abr.2021.

DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Lisboa: Relógio d’Água, 2000.

FERNANDEZ, Ciane. Dança Cristal: da Arte do Movimento à Abordagem Somático-Performativa. Contribuições de Melina Scialom e Dalton Carneiro. Salvador: EDUFBA, 2018.

SETENTA, Jussara. O fazer-dizer do corpo: dança e performatividade. Salvador: EDUFBA, 2008.

 


[1] Disponível em: http://revistacaju.com.br/2016/08/04/narrar-forca-estranha/. Acesso em: 12 de abr.2021.

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Resenhando-AL


Ana Clara Oliveira (Maceió-AL) é dançarina e pesquisadora do estilo Tribal de Dança do Ventre. Professora de Dança na Escola Técnica de Artes (UFAL). Doutoranda em Artes (UFMG) onde pesquisa a formação no Tribal. Mestrado em Dança (UFBA). Diretora da Zambak Cia de Dança Tribal ... Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>

[Resenhando – RJ] Estilo Tribal Live! – Ciclo de Entrevistas

 por Fran Lelis

O ano de 2020 foi desafiador, a gravidade da pandemia tornou o isolamento social a principal arma para combater a propagação do covid-19. Diante desse cenário, a internet e as redes sociais se tornaram o principal meio de encontros e trocas.

Buscando novas maneiras de aproximar nossa comunidade, Nadja El Balady, uma das pioneiras do estilo tribal no Brasil, aproveitou um espaço online já existente, o grupo do Facebook “Dança Tribal Carioca”, e promoveu um ciclo de entrevistas com profissionais que fazem parte da história do estilo no estado do Rio de Janeiro.


 Nadja El Balady, sobre esse projeto, denominado Estilo Tribal Live! :

“Estilo Tribal Live! O ciclo de entrevistas que produzi entre julho e agosto de 2020 visando movimentar a comunidade de estilo tribal do Rio de Janeiro no momento mais agudo da pandemia de covid-19. As entrevistas foram realizadas no grupo do facebook Dança Tribal Carioca, com exceção da primeira, que acabou acontecendo pelo Instagram do grupo Loko Kamel Tribal Dance, devido a problemas técnicos."


"As entrevistadas deste primeiro ciclo foram: Aline Muhana, Isabel de Lorenzo, Jessie Ra’idah e Dária Lorena. Elas foram escolhidas entre algumas das que, junto a mim, fizeram parte do nascimento do estilo no Rio de Janeiro e também no Brasil. Foram convidadas a contar um pouco de sua trajetória na dança e a escolha pelo estilo tribal como forma de expressão e o que isso significava numa época de pouco acesso a internet e quase nenhum recurso para estudar, nem nenhuma grande professora do estilo disponível no Brasil. Foram também convidadas a falar a respeito de assuntos polêmicos do momento, como apropriação cultural, a nomenclatura tribal que está em questionamento internacional e também pontos de vista pessoais sobre racismo e os desafios de artistas negras e de periferia em exercer esta atividade de maneira profissional."


 

"Cada uma das entrevistadas deu sua contribuição ímpar para debates importantes no nosso meio, de acordo com suas experiências: Aline Muhana,  que comigo fez parte do primeiro grupo de estudos em ATS no Brasil, a Tribo Mozuna; Isabel de Lorenzo foi a primeira professora a ensinar ATS no Rio de Janeiro através dos eventos que produzi naquele período; Jessie Ra’idah e Dária Lorena fazem parte de uma segunda geração de dançarinas de tribal que estudaram com as primeiras professoras do Rio de Janeiro e passaram a colaborar profissionalmente com o crescimento da cena dando aula e produzindo eventos.

Os vídeos das entrevistas se encontram disponíveis no meu canal, Nadja El Balady, no Youtube. Planejo um novo ciclo de entrevistas para 2021 convidando outras personagens da história do estilo tribal no Rio de Janeiro para apresentar suas trajetórias, pensamentos e reflexões acerca da nossa cena artística.”

 

As entrevistas foram muito ricas, promoveram importantes reflexões sobre o atual momento do estilo, como também abordaram alguns caminhos trilhados pelo estilo tribal de dança do ventre no Rio de Janeiro, num diálogo muito potente – e necessário – entre passado e presente, pois dentre todos os debates que estão sendo levantados atualmente, se torna claro a urgência de analisarmos os meandros do passado da nossa dança e de suas influências, para entendermos o que somos e queremos hoje enquanto dançarinas de estilo tribal.

Acredito que esse material é muito relevante para comunidade, podendo contribuir para estudos e pesquisas, um meio de partilhar da memória do estilo tribal, além de ser uma forma de conhecermos um pouco mais a carreira e a vida de quatro profissionais inspiradoras que continuam a contribuir muito para o nosso meio.

 

📌 Pra você assistir as entrevistas:

Entrevista com Aline Muhana:


Entrevista com Isabel De Lorenzo:


Entrevista com Jessie Ra'idah:


Entrevista com Dária Lorena:

 

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Resenhando-RJ


Fran Lelis (Volta Redonda-RJ) é professora SEEDUC RJ, especialista em História do Brasil pela UFF, mestra em História pela UFRRJ. Dançarina de Tribal Fusion com registro profissional pelo SPDRJ (DRT:56/032). Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 


[Resenhando-SP] IV Imersão Tribal Simbiose - edição ONLINE

por Samra Hanan | Coordenação: Irene Patelli

 

Nos dias 30 e 31 de janeiro de 2021 aconteceu a 4a edição da Imersão Tribal Simbiose. Como nas edições anteriores, foram 6 horas de aulas dedicadas ao Estilo Tribal. 


📌 Nesta edição tivemos: 


  • Fusão e Brasilidades (Tribal Brasil) com Samra Hanan;
  • Floorwork no FCBD® Style com Natália Espinosa;
  • Combos no Tribal Fusion com Mariana Quadros;
  • Fusão taitiana com Marcelo Justino
  • Espada no FCBD® Style com Lilian Kawatoko;
  • Técnica de braços no Tribal Fusion com Samra Hanan.

 A grande novidade deste ano foi o formato do evento: totalmente ONLINE via ZOOM. Assim pudemos continuar nossos estudos de dança com segurança para todos.

É um grande desafio produzir eventos de dança, dar e fazer aulas no formato ONLINE, e acredito que após 1 ano inteiro nestas condições aprendemos muito. Sem dúvida desenvolvemos novas habilidades enquanto professores e alunos.




Os professores criam novas metodologias e didáticas, os alunos se posicionam de maneira muito mais autônoma e autoral. Assim também foi na Imersão Tribal, foram 6 horas de muito estudo focado, divididas em dois dias com 3h/aulas cada um. E ainda todas as aulas foram gravadas e disponibilizadas para os inscritos por um mês. Vejo que este é um importante recurso nas aulas ONLINE, com o qual podemos equilibrar possíveis oscilações de internet, delays e outras dificuldades inerentes do formato virtual ao vivo.


E enquanto não é possível voltar ao presencial seguimos de forma corajosa e resiliente nos adaptando e construindo novas formas de fazer dança.


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Resenhando-SP


Samra Hanan (São Paulo-SP)  é dançarina/professora/produtora em Dança do Ventre, Tribal Fusion, FCBD Style e Fusões com Danças Brasileiras. Formada em Educação Física pela USP-SP e pós graduada em Dança pela UFBA-BA, dedica-se ao universo das Danças Orientais desde 1998. 

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Irene Rachel Patelli (São Paulo-SP) é técnica em dança formada pela Etec de Artes/SP, coreógrafa, bailarina/dançarina, performer, professora de tribal fusion, dark fusion e ATS. Formação em yôga, pesquisadora de ghawazee e zaar. Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>

[Resenhando-SC] Jornada Tribal 2019

 por Cintia Vilanova e Raqs Produções




Olá, leitores do Coletivo Tribal!


Venho aqui no Resenhando-SC trazer para vocês outro evento que aconteceu durante o tempo que o blog estava for a do ar, a Jornada Tribal 2019. Organizado por Cintia Vilanova e  Raqs Produções, o evento ofereceu 10h de workshops com Rebeca Piñeiro com os temas: Refinamento Técnico, Dialetos de Espada, Dialetos de Saia, Duelling Duets e Floowork. Com temas variados e uma carga horária bem distribuída, deixou todos os entusiastas de FCBD® Style de Florianópolis muito satisfeitos, eu inclusive. Com as palavras da organizadora:


A Jornada Tribal é uma expressão que gosto de usar para definir o caminho que cada dançarina vive ao decidir pelo tribal como sua dança de empoderamento! Dessa vez, a Jornada ganhou um presente que será um final de semana inteiro de estudo e troca com Rebeca Piñeiro, uma das pioneiras do ATS®* no Brasil.”.


*OBS: No mês de agosto de 2019 ainda era denominado ATS®.






A programação do evento foi a seguinte:


Sábado - 24/08/2019
9h30: Refinamento Técnico
10h30 às 12h30: Dialetos de Espada para FCBD® Style
14h às 16h: Dialetos de Saia para FCBD® Style
19h às 21h: Hafla Sangha Tribal

Domingo - 25/08/2019
9h30: Refinamento Técnico
10h30 às 12h30: Duelling Duets
14h às 16h: Floorwork





A Jornada Tribal contou com o Hafla Território Improviso, com arena livre para dança e inscrições para os participantes receberem avaliações por Rebeca Piñeiro no FCBD® Style e Vanessa Iara na Dança do Ventre. Confira o vídeo abaixo com a apresentação de Rebeca Piñeiro e Cintia Vilanova:



Muito obrigada por acompanharem! Até a próxima!


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Resenhando-SC


Aline Pires (Florianópolis-SC) é bailarina e professora de dança oriental árabe e fusion bellydance/tribal fusion natural de Florianópolis, Santa Catarina e proprietária do La Lune Noire Estúdio de Dança. Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

[Resenhando-RS] Dura Máter - 2019 & 2020

 por Anath Nagendra



Hoje lhes trago uma resenha do recém premiado DURA MÁTER, da escola Al-Málgama, de Porto Alegre!

Fotografia de Clovis Dariano

O espetáculo rolou em 2019, com direito à instalação artística fora do palco, mas as demais temporadas foram canceladas por conta da pandemia. Ainda assim, a escola disponibilizou o vídeo na íntegra neste ano! Infelizmente não pude comparecer na estreia, mas posso afirmar que, mesmo assistindo virtualmente, os arrepios não foram poucos!

Fonte: Facebook Al-Málgama



Confira a sinopse divulgada:

"O Espetáculo Dura Máter é um show de dança tribal, que através de uma perspectiva feminista tem como objetivo retratar a trajetória da mulher na sociedade ao longo da história. O espetáculo trata sobre como a consciência da mulher em relação ao meio social faz com que seja possível vislumbrar a busca por equidade. A necessidade de falar sobre feminismo e o que ele representa urge cada vez mais forte dentro de todas e todos que acreditam em um futuro igualitário, e é com essa força que o espetáculo traz à tona aquilo que atinge e machuca mulheres diariamente na sociedade, mas principalmente, mostra a beleza de poder contar com outras mulheres para resistir e persistir na luta diária."

Fotografia de Lau Baldo


Com o mito de Pandora como um dos temas-chave, o show recebeu oito indicações em categorias do Prêmio Açorianos, um dos mais conceituados do Rio Grande do Sul! São elas: Espetáculo do ano; Produção e Cenografia (Al-Málgama); Direção e Coreografia (Bruna Gomes); Bailarina (Taís Schneider); Iluminação (Leandro Gass) e Figurino (Loraine Santos)!

Mas até mesmo a premiação foi postergada, e somente em setembro deste ano soubemos dos ganhadores, através de uma cerimônia on-line. DURA MÁTER foi premiado em três categorias: Espetáculo do ano, Produção e Figurino, além de terem levado o Destaque de Dança do Ventre!


Não sabemos se haverá alguma temporada que envolva toda a produção e instalação artística novamente após a pandemia ser controlada, mas, por ora, apreciem o espetáculo!

 

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Resenhando-RS



Anath Nagendra (Esteio-RS) é bailarina, professora, coreógrafa e pesquisadora de Danças Árabes, Raja Yoga e, em especial, Tribal Fusion e suas vertentes. Hibridiza sua arte e percepção com grandes doses de psicologia, espiritualidade e ocultismo. Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>

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