por Fran Lelis
O ano de 2020 foi desafiador, a gravidade da pandemia tornou o isolamento social a principal arma para combater a propagação do covid-19. Diante desse cenário, a internet e as redes sociais se tornaram o principal meio de encontros e trocas.
Buscando novas maneiras de aproximar nossa comunidade, Nadja El Balady, uma das pioneiras do estilo tribal no Brasil, aproveitou um espaço online já existente, o grupo do Facebook “Dança Tribal Carioca”, e promoveu um ciclo de entrevistas com profissionais que fazem parte da história do estilo no estado do Rio de Janeiro.
Nadja El Balady, sobre esse projeto, denominado Estilo Tribal Live! :
“Estilo Tribal Live! O ciclo
de entrevistas que produzi entre julho e agosto de 2020 visando movimentar a
comunidade de estilo tribal do Rio de Janeiro no momento mais agudo da pandemia
de covid-19. As entrevistas foram realizadas no grupo do facebook Dança Tribal
Carioca, com exceção da primeira, que acabou acontecendo pelo Instagram do
grupo Loko Kamel Tribal Dance, devido a problemas técnicos."
"As entrevistadas deste
primeiro ciclo foram: Aline Muhana, Isabel de Lorenzo, Jessie Ra’idah e Dária
Lorena. Elas foram escolhidas entre algumas das que, junto a mim, fizeram parte
do nascimento do estilo no Rio de Janeiro e também no Brasil. Foram convidadas
a contar um pouco de sua trajetória na dança e a escolha pelo estilo tribal
como forma de expressão e o que isso significava numa época de pouco acesso a
internet e quase nenhum recurso para estudar, nem nenhuma grande professora do
estilo disponível no Brasil. Foram também convidadas a falar a respeito de
assuntos polêmicos do momento, como apropriação cultural, a nomenclatura tribal
que está em questionamento internacional e também pontos de vista pessoais
sobre racismo e os desafios de artistas negras e de periferia em exercer esta
atividade de maneira profissional."
"Cada uma das entrevistadas
deu sua contribuição ímpar para debates importantes no nosso meio, de acordo
com suas experiências: Aline Muhana, que
comigo fez parte do primeiro grupo de estudos em ATS no Brasil, a Tribo Mozuna;
Isabel de Lorenzo foi a primeira professora a ensinar ATS no Rio de Janeiro
através dos eventos que produzi naquele período; Jessie Ra’idah e Dária Lorena
fazem parte de uma segunda geração de dançarinas de tribal que estudaram com as
primeiras professoras do Rio de Janeiro e passaram a colaborar
profissionalmente com o crescimento da cena dando aula e produzindo eventos.
Os vídeos das entrevistas se
encontram disponíveis no meu canal, Nadja El Balady, no Youtube. Planejo um
novo ciclo de entrevistas para 2021 convidando outras personagens da história
do estilo tribal no Rio de Janeiro para apresentar suas trajetórias, pensamentos
e reflexões acerca da nossa cena artística.”
As entrevistas foram muito ricas, promoveram importantes
reflexões sobre o atual momento do estilo, como também abordaram alguns
caminhos trilhados pelo estilo tribal de dança do ventre no Rio de Janeiro, num
diálogo muito potente – e necessário – entre passado e presente, pois dentre
todos os debates que estão sendo levantados atualmente, se torna claro a
urgência de analisarmos os meandros do passado da nossa dança e de suas
influências, para entendermos o que somos e queremos hoje enquanto dançarinas
de estilo tribal.
Acredito que esse material é muito relevante para
comunidade, podendo contribuir para estudos e pesquisas, um meio de partilhar
da memória do estilo tribal, além de ser uma forma de conhecermos um pouco mais
a carreira e a vida de quatro profissionais inspiradoras que continuam a
contribuir muito para o nosso meio.
📌 Pra você assistir as entrevistas:
Entrevista com Aline Muhana:
Entrevista com Isabel De Lorenzo:
Entrevista com Jessie Ra'idah:
Entrevista com Dária Lorena:
Resenhando-RJ