Notícia Tribal:1º UK Tribal Fusion DVD


 O primeiro volume do dvd UK Tribal Fusion Belly Dance, conta com as principais bailarinas da cena tribal britânica: Alexis Southall, Fulya, Dawn O'Brien, Bex, Beatrice Flowers e Darkstar. O dvd será dividido em seis performances e cinco seções de prática instrucional.

Destaque Tribal Julho 2013: Theo Anûk


Linda dança da bailarina de Niterói-RJ, Theo Anûk. Escolhas de músicas muito boas, movimentos delicados e graciosos. Adorei o estilo vintage apresentado.

ATS® vs.Tribal Fusion?

Masha Archer
 ***Esse texto foi desenvolvido a partir da minha resposta à discussão do tema sugerido no facebook da bailarina Rebeca Piñeiro. A indagação dela também pode ser encontrada em seu blog.Diversas respostas foram levantadas. Contudo, aqui me atenho apenas ao desenvolvimento da minha parte.***

Eu acho que o motivo do ATS® não ser “aceito” pelo Brasil é o fato dele ter sido "importado" com algumas falhas. Não estou dizendo que o trabalho realizado no início não tenha seus méritos, pelo contrário, foi super importante para o início, pois fomentou os primeiros trabalhos no país, disseminou informação e deu origem as principais trupes do Brasil. Contudo, não se ouvia falar de ATS® quando o estilo tribal veio para cá e, quando alguém sabia sobre o assunto, eram informações muito escassas que logo caiam no esquecimento.  Não se ouvia falar de Carolena Nericcio (muuuito menos de Masha Archer). O que ouvíamos falar? Falava-se muito de Jamila Salimpour e todo o início que se deu com ela. Muitos blogs/sites do Brasil de dança do ventre citam Jamila e só. E na minha opinião, Masha tem uma importância determinante no desenvolvimento do ATS ®,pois a partir dela é que vemos o tribal como conhecemos se delinear de forma bem característica. Não estou dizendo que as Salimpour's não tenham seus méritos. Mas Masha é tão pouco valorizada e conhecida, principalmente no Brasil, e tão importante! Através das fotos de sua filha Larissa Archer(divulgadas em seu facebook) vemos tudo isso claramente fazer sentido! Sabe quando começamos a ouvir falar dela no país?Só em 2008, através das pesquisas da Aline Muhana.

O que falava-se que era dança tribal até 2008? Uma fusão de dança do ventre, dança indiana e flamenca. E o que realmente assistia-se de tribal no Brasil antes desta época? Fusão dessas três danças de forma aleatória, de acordo com a visão de cada bailarina que acabava de conhecer o tribal. Muitas faziam isso(não estou dizendo que todas faziam isso, mas existia isso) e muitas eram bailarinas de dança do ventre que entendiam isso por ter uma visão distorcida do que era a dança, e por não se ter tanta informação do assunto naquela época. Estas bailarinas entravam em uma "moda temporária" e não se aprofundavam em conhecer o estilo que estavam "estudando". Para elas, tribal era meramente a fusão destas três danças, tendo um enfoque maior na do ventre. Talvez isso se associe a falta/menor fonte de informação(tanto textos quanto vídeos), somados ao que foi "importado" primeiramente no país e disseminado com tais idéias de fusões distorcidas. Infelizmente essa imagem do tribal se perpetua até hoje. Contudo, apesar da dificuldade de muitas bailarinas do ventre entenderem, a fusão tribal e a fusão de dança do ventre são estilos diferentes. O vocabulário de passos são diferentes; a postura de tronco,peito e braços são diferentes, conferindo imponência à dança. A expressão é diferente. Os movimentos são mais trabalhados, às vezes são muito grandes, outras bem contidos; os movimentos possuem mais dinamismos e impacto. A resposta do público é diferente diante de uma fusão dança do ventre e uma fusão tribal. Não é tão simples assim como se parece. Hoje a Revista Shimmie disponibiliza uma seção sobre tribal em suas revistas, ou seja, a informação está ali de “graça” para toda bailarina de dança do ventre saber o básico possível em fonte de confiança e qualidade, cujas colunistas são Rebeca Piñeiro(SP) e Kilma Farias (PB), duas bailarinas renomada por seus trabalhos no país(aliás,leiam a entrevista realizada com Carolena Nericcio à Shimmie, disponível no blog da Rebeca e professores do Campo das Tribos, talvez ajude quem tem um pouco de dificuldade em entender todo esse processo). Mas hoje tem informação, certo? Sim, mas muitos têm preguiça de saber o básico, talvez por descaso; talvez por não acharem importante ou que vá acrescentar algo; talvez  por acharem que já sabem por apenas “ver”/ assistir;ou até mesmo por não gostarem e bloquearem qualquer informação do tipo.


Na minha opinião, o ATS® começou a ser conhecido mesmo no Brasil em 2008, através da Tribo Mozuna(RJ) (principalmente através de suas diretoras,Nadja El Balady e Aline Muhana), não só pelo seu trabalho, mas pelas informações que elas trouxeram à comunidade tribal sobre ATS/ITS; além das pesquisas de Mariana Quadros (SP). Uma trupe no Brasil que sempre teve uma grande semelhança com o ATS/ITS foi o Damballah (PR), que permanece até hoje em sua importância. Talvez seja o que mais perto se tinha do ATS® no país, e o Damballah  só veio a surgir em 2005. Nadja começou seus primeiros passos em direção ao ATS®(antes da criação do Mozuna, em  2009) também nessa mesma época. Ou seja, antes de 2005 nem deviam sonhar com ATS®. A partir daí houve uma reconstrução do tribal brasileiro, quebrando muitos paradigmas e muita coisa do que se conhecia como Tribal . Talvez seja até um marco importante na História do Brasil:o tribal antes e o tribal depois do ATS® ( tema que sugeri a Nadja em seu blog =) ). Soa engraçado, pois isso deveria ser conhecido, teoricamente, antes que o fusion. Mas une-se o fato das falhas quando a dança se adentrou em nosso país, a visão distorcida que as bailarinas de dança do ventre  tem do tribal, e o fato do tribal fusion ser muito mais atrativo que o ATS®, "ofuscando" (inicialmente) o ATS® de aparecer em cena no país. Acredito que , neste quesito, o ATS® esteja na mesma proporção que  a dança folclórica árabe no geral, apesar que vejo isso mudar muito hoje em dia. O Brasil ainda carrega uma visão antiquada errônea do Tribal de outrora. O país ainda não se atualizou diante das informações sobre a dança tribal .


 Pode-se ensinar tribal fusion sem ATS®, mas acredito que uma hora ou outra falte-se embasamento naquilo que se orienta. Surgem questionamentos de sua origem. Surgem lacunas. Porém, eu estaria mentindo se eu dissesse que não dá para ensinar tribal fusion sem saber ATS®. E no que eu me baseio isso? Ora, simplesmente no fato de como a dança entrou no país e da forma que foi disseminada sem (quase) ninguém saber o que era ATS®. Além do fato dessas primeiras gerações de Dança Tribal no Brasil serem de dança do ventre, o que forneceu base necessária para que elas conseguissem aprender a dança. E com as poucas ferramentas(informações) que se tinham a mão aqui dentro, e tentando buscar por mais, cada trupe que foi se formando criou sua independência em pesquisar por conta própria sobre o assunto e, a partir de então, conseguiram encontrar as peças que estavam faltando neste quebra-cabeça. Muitos grupos, desde os primeiros anos da dança no país até os dias de hoje, se perpetuaram, consolidando uma carreira profissional de respeito; estes  foram os que não se mantiveram estagnados e conformados com o material que tinham mas, foram aqueles que realizaram suas próprias linhas de pesquisas e conseguiram reorganizar, aos poucos, toda o conflito e confusão que a própria Dança Tribal gerava ao redor de si mesmo, pois, como eu disse anteriormente, chega um momento que fica um espaço em branco sem resposta, e esse espaço não faz sentido de estar ali naquele lugar.

Rachel Brice vestida com figurino de ATS® e Carolena Nericcio com o figurino de tribal fusion.
Negar o ATS é negar sua origem; é negar seu código genético, como bem disse a Rebeca; é negar seus antepassados e toda a importância que estes fizeram em sua História. Se a pessoa quer dar aula sem ATS, tudo bem, pode-se fazê-lo . Mas NEGAR a existência e importância do ATS no tribal fusion ,há algo errado nisso. Nem Rachel Brice, nem Zoe Jakes, nem Ariellah(exemplo na entrevista realizada com a bailarina no blog), nem Kami Liddle, nem Mira Betz e tantas outras bailarinas importantes negam isso. Pelo contrário, existem muitas evidências que elas vêem a importância do estudo do ATS para as fusões com dança do ventre e não só tribal fusion. Em uma entrevista(existe traduzida no blog Tribal Mind da Ana Harff), Jill Parker diz que Rachel Brice, Mardi Love, Zafira Dance Company, Heather Stants e ela deveriam se unir e limitar parâmetros de até onde vai o que chamamos de Tribal Fusion. Por enquanto este segue em direção ao infinito, mas até este possui “regras” para serem categorizados como dança tribal. Desculpe aos que acham que não há limites,mas essa é uma realidade comentada não por mim ou qualquer bailarina do Brasil, mas isso é uma discussão que já existe nos EUA há algum tempo(procurem, por exemplo, no blog da Asharah, bailarina que hoje faz parte do The Bhoomi Project). E isso não é motivo de achar que se houverem regras, a casa caiu, é ditadura do tribal (rsrsrs),etc. Pelo contrário, são só orientações de como seguiremos com nosso trabalho. Não confundam isso com entraves. O ATS® existe há algumas décadas e nunca impediu o tribal fusion de se expressar, pelo contrário, Rachel Brice pediu permissão e orientação a Carolena quando entrou no BDSS e se tornou a maior disseminadora da dança. E Carolena, como qualquer outra mãe, abraçou-a, orientou e apoiou sua dança.

8 Elements
Eu acho engraçado falarem (sim, já li isso mais de uma vez) que o ATS® é antiquado , uma atitude tradicionalista,conservadora, fundamentalista e um entrave, uma limitação para dança tribal. Engraçado. Alguém impede de dançar Tribal Fusion mesmo existindo ATS®? Carolena quando decidiu formalizar o ATS® abriu as portas para que outros studios mostrassem seus trabalhos para que alguns de seus passos entrassem no New Style/Modern ATS . O problema é o fato de Carolena ter criado o selo de Sister Studio FCBD®? Engraçado, ninguém fala mal dos selos criados por Suhaila Salimpour e Rachel Brice, por exemplo. Aquela que quer se aproveitar, quer segregar e ser oportunista criando um mercado promissor na dança é apenas a Carolena e o ATS®. Engraçado. Não se pode criar uma dança, conceder um formato. E não é apenas um conjunto de passos peculiares, mas o  grande diferencial do estilo é a improvisação coordenada, com seus sinais, suas "deixas", sua formação em grupo e sua adequação no palco em coros.Ou seja, existe toda uma linguagem que se reflete na comunicação em forma de dança; um diálogo que se pode fazer entre bailarinos de diferentes países que não falam a mesma língua verbal de seu país,mas que se comunica através da linguagem universal do ATS®.Só o flamenco pode virar dança(sendo que este veio de danças ciganas), a dança contemporânea pode(sendo que esta veio do ballet); e a dança do ventre...como ela se tornou o que é hoje? Ela veio da FUSÃO de algo, não?
Carolena Nericcio e seu grupo Fat Chance Belly Dance(FCBD®)

Exemplos de algumas bailarinas internacionais famosas que já passaram pelo ATS®, direta ou indiretamente, e danças étnicas:


Jill Parker
Considerada a primeira bailarina de tribal fusion e ex-membro do FCBD
Jill Parker, um dos membros originais do FCBD - da esqueda para direita, ela é a 2ªbailarina
Jill Parker e seu extinto grupo Ultra Gypsy
Rachel Brice

Rachel Brice foi aluna de Jill Parker e membro do seu grupo Ultra Gypsy - da fileira de cima, RB é a 3ª bailarina.


Ela também estudou com John Compton, do Hahbi 'Ru
Rachel Brice também foi aluna de Carolena Nericcio
Sharon Kihara


Sharon Kihara no Ultra Gypsy - na fileira do meio, Sharon é a 3ª bailarina da direita para esquerda
Jill Parker(esquerda) e Sharon Kihara (direita) - Ultra Gypsy

Samantha Emanuel


Samantha estudou  ATS, ex-membro do Tribal Fire (UK). Ela também estudou com Carolena Nericcio e Rachel Brice.http://www.letsshimmy.co.uk/tribalfire.html
Kami Liddle

ATS com Kami Liddle
Moria Chappell


Moria, ex-membro do Awalim, grupo de tribal e fusões étnicas - Moria é a primeira bailarina da fileira de cima, da direita para esqueda

Zoe Jakes

 E para quem acha que a Zoe é somente performática, desculpe mas , além dela já ter tido aulas com Carolena, ela foi membro do Aywah, grupo de Katarina Burda, voltado para interpretações de danças étnicas. Grupo inclusive que Mira Betz e Elizabeth Strong faziam parte.

Um vídeo de Zoe  no Aywah!:



Um vídeo recente de Zoe com  elementos de ATS: 

Notícia Tribal: Entrevista com Bruna Gomes (RS) à Estação Cultura +Globo.com



A bailarina Bruna Gomes e seu grupo Al-málgama do Rio Grande do Sul em entrevista à Estação Cultura. Na entrevista , Bruna fala um pouco sobre o tribal fusion, um breve histórico sobre sua carreira e grupo, e sua seleção no Festival de Dança de Joinville, um dos maiores festivais de dança do Brasil e o mundo, em Santa Catarina.

Outra divulgação muito legal sobre a participação de Bruna e o  Al-málgama  no Festival, e do tribal fusion foi no globo.com:

http://redeglobo.globo.com/rs/rbstvrs/patrola/noticia/2013/07/bailarina-gaucha-compete-no-maior-festival-de-danca-do-brasil.html

Notícia Tribal:Produção para ATS e Tribal Fusion no Blog da Nilza Leão





Mais um vídeo muito legal do blog da bailarina Nilza Leão sobre Tribal! Dessa vez o enfoque é na produção de figurino e maquiagem para ATS e Tribal Fusion, com as bailarinas Nadja El Balady e Aisha Hadarah, do Rio de Janeiro.

Mais informações:
http://www.blognilzaleao.com.br/construcao-de-personagem-pra-ats-e-tribal-fusion/

Entrevista #18: Thalita Menezes


Nossa entrevistada do mês de Julho é a bailarina de Belo Horizonte, Minas Gerais, Thalita Menezes! Bicampeã no Mercado Persa na modalidade Solo Tribal, ex-membro do DSA e pré-selecionada para o BDSS, Thalita nos conta seu percurso na dança, seus estudos com Nanda Najla e paticipação na Cia. Kalua, sobre seus novos projetos com sua própria companhia de dança, Cia.Falak Fusion e Espaço de Dança Thalita Menezes
 BLOG: Conte-nos sobre sua trajetória na dança do ventre/tribal;como tudo começou para você? 
Nasci em Patos de Minas (MG), onde me envolvi com a dança aos cinco anos de idade no Ballet Clássico, partindo logo em seguida para o Jazz. Em 2003, morando em Belo Horizonte, após assistir a uma apresentação da bailarina e coreógrafa Iriane Martins, que havia feito participações na novela “O Clone”, me encantei pela dança do ventre. A partir daí, passei a dedicar completamente a esta arte milenar. 

Com Iriane,então, iniciei meus estudos e os complementei através de cursos e workshops com diversos outros mestres nacionais e internacionais, tais como Henry Netto (BH), Ananita Gomes (BH), Priscila Patta (BH), Nanda Najla (BH), Carlos Clarck (BH), Adriana Bele Fusco (SP), Nadja el Baladi (RJ), Kilma Farias (PB), Renata Violanti (RJ), Mariana Quadros (SP), Sharon Kihara (USA), Djamila (Alemanha), Karen Barbee (USA), Amar Gamal (USA), Kaeshi Chai (USA), Mardi Love (USA), Ariellah Aflalo (USA), Mira Betz (USA), Aaliah (ARG), Saida Helou (ARG), Yamil Annum (ARG), Lulu Brasil (SP), entre outros. 

Em 2007, conquistei o 2º lugar nacional no Estilo Tribal no Encontro Internacional Bele Fusco, em São Caetano do Sul, sendo a única bailarina mineira a representar o estado. Procurei me especializar mais no estilo, intensificando meu aprendizado através de vídeos de Rachel Brice e da trupe tribal The Indigo (USA) vindo a ser uma das referências em Minas Gerais.

Por três anos consecutivos, 2007, 2008 e 2009, fui campeã do concurso de danças Toute Forme, na modalidade danças modernas (Ventre), da Academia de Ballet Toute Forme (BH). Em 2009, no Tribal y Fusion, evento de abrangência internacional da Bele Fusco, conquistei o 2º lugar no Estilo Tribal Profissional.

Em 2008, ingressei na Faculdade de Educação na Universidade Federal de Minas Gerais onde obtive estudos aprofundados sobre anatomia do movimento, cinesiologia e educação do corpo/para o corpo em diferentes faixas etárias.

Durante o ano de 2009, realizei shows e apresentações com a Cia. Kalua Fusion, dirigida por Nanda Najla.

Em setembro de 2010, passei a integrar também a Cia. DSA (Dancers South América), composta por bailarinas de toda a América Latina, sob direção de Adriana Bele Fusco.
Em São Paulo deste mesmo ano, fui pré-selecionada em audição para o Bellydance Superstars – etapa América do Sul - por Miles Copeland, Petite Jamila e Moria Chappell.

Em 2011, após retornar de intercâmbio cultural nos Estados Unidos, conquistei o 1º lugar nacional na categoria Solo Tribal do Mercado Persa, um dos maiores eventos de danças árabes orientais do planeta.No mesmo ano, inaugurei o Espaço de Danças Thalita Menezes, na cidade de Belo Horizonte.

Em setembro de 2011, fui convidada por Carol Koga e Hadara Nur a ministrar um workshop na Escola Top Dance em São Paulo para tribaldancers e bellydancers. Em dezembro de 2011 fui convidada por Renata Violanti a ministrar um workshop no Studio Violanti Dancer no RJ.

Em abril de 2012, fui bicampeã nacional na categoria Solo Tribal do Mercado Persa. Em junho do mesmo ano, fui convidada por Adriana D’Ângelo a ministrar um workshop de Tribal Fusion em Santana de Parnaíba – SP. No mês de agosto, fui convidada por Luna Dance a ministrar um Workshop no Bellyfest – Peru, na cidade de Lima, ao lado de grandes mestres como Saida Helou (ARG), Yamil Annum (ARG), Tarik (BRA), Samya Fahran (BRA) e Letícia Soares (BRA).
Atualmente curso licenciatura em Dança na Universidade Federal de Minas Gerais, dirijo a Cia. Falak Fusion (Dança do Ventre, Tribal e Fusões) e ministro aulas regulares, além de cursos, workshops e apresentações em diversas localidades do Brasil e exterior.

 BLOG: Quais foram as professoras que mais marcaram no seu aprendizado e por quê?
Iriane Martins: Como minha primeira professora, me ensinou a dar os primeiros passos na Dança do Ventre.
Nanda Najla: Ensinou-me a dar qualidade e organização em meus trabalhos.
Lulu Brasil: Ampliou o meu próprio conhecimento corporal e novas metodologias de ensino.
Priscila Patta: Ajudou-me a descobrir o código do meu movimento.
Mira Betz: Incentivou-me a buscar minha própria identidade na dança.
Arnaldo Alvarenga: Compartilha todos os acontecimentos históricos da dança no Brasil e no mundo provocando reflexões sobre a minha existência como professora, pesquisadora e bailarina.

BLOG: Além da dança tribal você já fez ou faz mais algum tipo de dança? Há quanto tempo?
Além de cursos e workshops voltados para a Dança do Ventre e Tribal, faço aulas regulares de Ballet Clássico há alguns meses.

Na faculdade de Dança, tenho oportunidade de vivenciar os mais variados estilos através de aulas, projetos e trocas de experiências com os colegas.

BLOG: Quais foram suas primeiras inspirações? Quais suas atuais inspirações?
Além de minha primeira professora, Iriane Martins, minhas primeiras inspirações foram as alunas de nível avançado do estúdio onde comecei a dançar (há 10 anos atrás, não tinha muito acesso à internet e vídeos de outras bailarinas).Depois a inspiração passou a ser alguns professores de Belo Horizonte, como Henry Netto, Douglas Carvalho, Carlla Sillveira, Nanda Najla e Ananita Gomes.

Atualmente busco me atualizar e ter conhecimento de vários bailarinos de Dança do Ventre, Tribal e outros estilos, mas procuro usar da minha própria vida como inspiração para minha dança. Acredito ser uma forma mais coerente e verdadeira de me expressar.

BLOG: O quê a dança acrescentou em sua vida?
A dança é muito importante em minha vida, pois nela encontro meu estudo, meu trabalho, lazer, autoconhecimento e possibilidade de ajudar o próximo.

BLOG: O quê você mais aprecia nesta arte?
A possibilidade de agregar a todos.

Antigamente o conceito de Dança, principalmente no que tange as Danças Clássicas, se mostrava mais restrito para as pessoas que não tinham corpos ideais para a prática. Hoje, a ideia de que a Dança deve adaptar à pessoa e não a pessoa se adaptar à Dança é muito maior, possibilitando qualquer indivíduo à prática e assim, usufruir de seus benefícios físicos, mentais e psicológicos.

BLOG: O quê prejudica a dança do ventre e como melhorar essa situação?Você acha que o tribal está livre disso? 
A competição entre as escolas de Dança do Ventre. Em algumas escolas a competição é muito nítida, em outras não há confrontos, mas há o distanciamento, o querer se destacar como melhor do mercado sem o compartilhamento de ideias com outros profissionais da área. A preocupação em crescer o nome da escola se torna maior que a expansão e qualificação da Arte.

Esses profissionais deveriam se comunicar mais entre eles sobre os eventos que pensam em organizar (festivais, mostras, workshops, festinhas), facilitando o acesso para todos os alunos e futuros alunos da Dança do Ventre. Promover parcerias e ideias que valorizem e proporcionem a dança a todos.

Já tive conhecimento de professores impedirem seus alunos a frequentarem aulas em outras escolas de Dança do Ventre por insegurança de perderem o aluno e não porque esta outra escola não está desenvolvendo um trabalho de boa qualidade.

O Tribal ensinado nas academias, estúdios e escolas de dança ainda está muito vinculado à (direção) Dança do Ventre, o que pode ser facilmente conduzido para o mesmo caminho.

BLOG: Você já sofreu preconceitos na dança do ventre ou no tribal ? Como foi isso?
Sim, mas nada que me abalasse demais. Por dançar Tribal Fusion, muitas bailarinas de Dança do Ventre não acreditam que posso produzir trabalhos de qualidade para ambas as danças. Algumas pessoas ainda pensam que para ter qualidade em determinado estilo de dança, deve-se isolar quaisquer outras modalidades de sua prática, pois, em senso comum, não é possível dançar bem dois ou mais estilos.

BLOG: Houve alguma indignação ou frustração durante seu percurso na dança?
O que marcou o meu percurso na dança de forma negativa foram as dores constantes na lombar, joelho, tornozelos e pé. Não eram fortes, mas me incomodavam por estarem presentes o tempo todo. Essas dores começaram a reduzir minha qualidade de dança, o corpo reclamava e ficava preguiçoso. Enquanto eu não sabia das causas, isso me chateou, mas não a ponto de me indignar.

Em avaliação fisioterápica fora constatado que as dores eram resultado da sobrecarga na estrutura anatômica agravada por atividades de impacto: saltar, correr, girar. Os movimentos de adução de quadril presentes na Dança do Ventre/Tribal era a causa das dores na lombar. A melhor forma para acabar com as dores era reduzir a carga de dança (sem precisar parar) em paralelo a prática de pilates ou musculação. Também utilizo tênis com palmilha própria durante as aulas.

O que poderia ser uma frustração foi um bom pretexto para manter outra atividade física em minha rotina. Minhas dores reduziram bastante, mas quando realizo outras atividades fora da minha rotina eu volto a sentir. É tudo uma questão de cuidado e preservação. Quanto menos eu expor meu corpo a sobrecargas, mais tempo (saudável) para dança eu terei.


BLOG: E conquistas?Fale um pouco sobre elas.
Nossa! Conquistei tantas coisas maravilhosas com, e na dança. Acho que a primeira delas foi o amor por mim mesma. Agregando esta bagagem vieram conhecimentos, trabalhos, prêmios, rentabilidade, bons relacionamentos, preciosos alunos, reconhecimento, carinho, parceiros, espírito empreendedor, sensibilidade artística, criatividade, controle corporal e paz interior. Pretendo dançar por muito tempo, pois sinto que ainda tenho muito que desfrutar com a dança.

BLOG: Como é o cenário da dança tribal em Minas Gerais? Pontos positivos, negativos, apoio da cidade, repercussão por parte do público bem como pela comunidade de dança do ventre/tribal?
Ainda vejo o Tribal em Minas Gerais muito novo, onde tem-se poucos profissionais da área,contudo, de boa qualidade. Não se vê tanto, como em outros estados, trabalhos equivocados, distorcidos e pobres artisticamente. Isso é bom, pois aumenta a exigência do público e dos próprios bailarinos fazendo com que a Dança Tribal cresça com mais força. A cada ano já surgem eventos em Belo Horizonte que incentivam a participação de solos e grupos de bailarinos do estilo. Frequentemente sou convidada a levar grupos de alunas para se apresentarem em festivais de dança de outras escolas na cidade, propiciando maior divulgação do estilo.

BLOG: Anteriormente você era membro da Cia Kalua, dirigida pela bailarina Nanda Najla. Como foi participar do mesmo e adequar seu estilo a esse grupo?
A ideia inicial fazer aulas com a Nanda, uma vez que meu primeiro contato com o Tribal foi através de vídeos e nada mais. Eu precisava de instrução e a melhor pessoa para me ensinar, em Belo Hprizonte era ela. Quando deixei claro à Nanda que gostaria de fazer aulas regulares, ela me convidou para integrar a Cia. Kalua
Foi uma fase muito boa e tranquila. Não houveram dificuldades em adequar meu estilo ao grupo, até porque estava totalmente aberta a procura de um (rs). As aulas da Nanda eram muito bem detalhadas, fáceis de acompanhar e as coreografias envolviam muito bem o grupo. As integrantes se mostravam bastante maduras e interessadas. Isso me empolgava muito! Apesar da harmonia do conjunto, Nanda incentivava a busca de identidade por parte de cada uma, isso me deu a certeza de que estava no lugar certo!

Após 11 meses de muito aprendizado resolvi interromper os trabalhos com a Cia. para viajar em intercâmbio para os EUA. Hoje, apesar da Cia Kalua Fusion não existir mais, mantenho contato com todas integrantes, algumas fazem aulas regulares e workshops comigo, e a Nanda, inclusive, virou minha madrinha de casamento. 



BLOG: Em 2010 você participou da Cia Dancers South America(DSA), como uma das bailarinas do corpo inicial de tribaldancers, dirigida por Adriana Bele Fusco. Como surgiu a oportunidade de fazer parte do DSA ? Comente como foi a experiência de dançar em grupo tão diversificado em modalidades de dança e em proporção de projeto? Como foi sua contribuição para o espetáculo de 2010?
Recebi um e-mail de Adriana Bele Fusco explicando sobre o novo projeto e ao final me convidando a integrar o DSA

O DSA foi idealizado e criado por Adriana Bele Fusco em agosto de 2010 e contava com a participação de bailarinas de Belly e Tribaldance da América latina.  A primeira apresentação, em setembro do mesmo, teve como convidadas especiais Petite Jamila e Moria Chappel (BDSS). Adriana Bele Fusco me conheceu através de apresentações que fiz nos Encontros Internacionais Bele Fusco 2007, 2008 e 2009. Fiquei muito entusiasmada com o convite e mesmo sabendo que necessitaria interromper meus trabalhos na faculdade por 25 dias (período de ensaios para o show), aceitei, pois sentia que valeria muito a pena. 

Primeiramente, compor o grupo de Tribaldancers ao lado das melhores bailarinas do Brasil sob direção coreográfica de Kilma Farias e Mariana Quadros não era pouca coisa. Os trabalhos eram muito sérios e criativos. Aprendi bastante coisa de Tribal Brasil e ATS® com Kilma e Mariana, respectivamente. Era interessante ver a mudança de ambos estilos e maneira como cada bailarina absorvia a dança. Antes de fazer parte da cia, tinha um pouco de receio com o Tribal Brasil por não saber o que nos esperava. Confesso que foi o estilo que mais gostei durante a permanência no DSA. Deparar com movimentos novos, diferentes de sua leitura corporal é um processo instigante para todo mundo. Eu gostava do desafio! Além do mais, isso me incentivou muito para a inclusão em meus novos trabalhos. Os ensaios eram puxados, repetitivos e exaustivos. O resultado, por sua vez, foi um dos melhores que já presenciei. 

Outra razão a qual me motivou a aceitar o convite era o fato de apresentar o grupo pela primeira vez a Miles Copeland, diretor do Bellydance Superstars, cia. que sempre admirei!

Apesar de não mais pertencer ao DSA, posso dizer que o período que passei por ela foi fundamental para alavancar meu amadurecimento profissional e pessoal, devido a alta divulgação e concentração de ensaio com 20 bailarinas, por 22 dias em outra cidade.

Uma das coisas que me marcaram muito foram as amizades. Como já mantinha mais tempo com as tribaldancers e já conhecia todas de encontros anteriores, não deixei de me envolver também com as bellydancers. Desde o início acreditava que era importante se fazer presente em todas as atividades da cia. para se ter um crescimento amplo e harmônico. Tinha interesse em acompanhar tudo bem de pertinho: estilo de dança de cada uma, dificuldades, história de vida, expectativas. Consequentemente, criei um laço muito bom com todas e um carinho imensurável com Carol Koga, Natali d’Otávio, Carla Valéria, Belinda Pistacchia, Pili Rubi, Luna Amada e Renata Violanti. Conversamos, compartilhamos conhecimentos, divertimos, choramos... Choramos pela saudade da família, choramos pela ansiedade, choramos pelas dores no corpo, choramos pelo cansaço da rotina, choramos pelas relações interpessoais abaladas, choramos de felicidade e choramos, principalmente, por nos despedirmos.

O DSA foi tão bom para minha carreira de bailarina que até hoje, uma ou duas vezes por ano encontro com as ex-integrantes para ministrar workshops em suas cidades.

BLOG: Ainda em 2010, você também participou da pré-seleção para o Bellydance Superstars (BDSS) no Brasil. Como foi o processo de seleção (pontos positivos, negativos e o feedback para a bailarina) e qual importância, na sua opinião, em se obter este selo ou vinculo para com esta companhia internacional.
A audição para novas integrantes do Bellydance Superstars aconteceu dia 11 de setembro de 2010, um dia depois do 1º show do DSA. Havia bailarinas de Tribal e Dança do Ventre pertencentes ou não do DSA. Ao todo eram cerca de 50 representando o Brasil, Argentina, Peru e Paraguai.

Todas estavam tensas por não saberem os detalhes de como ia proceder a audição. Tínhamos em mãos uma roupa para aula, um figurino e uma coreografia de 3 minutos. Dado o início da audição Miles Copeland explicou tudo que ia acontecer. 
 

No momento da avaliação as bailarinas foram divididas em dois grupos: Dança do Ventre e Tribal. A primeira etapa avaliava a base de Ballet Clássico através de giros, níveis de memorização a partir de sequências coreográficas e qualidade de improvisação.
O grupo de Dança do Ventre era conduzido por Petite Jamila e observado por Moria Chappel e Miles Copeland. O grupo de Tribal era conduzido por Moria Chappel e observado por Petite Jamila e Miles Copeland.

Ao final da primeira etapa, três bailarinas de cada estilo foram selecionadas para a segunda etapa que consistia na entrega de material (currículo, fotos, contatos) e apresentação de uma coreografia de 3 minutos. Fui uma das selecionadas e dancei uma coreografias que criei em 2010, “Ya ya cabaret”, disponível no youtube: 


Após as apresentações Miles deixou claro que não procurava nenhum tipo específico de bailarina, mas que gostaria de ver a identidade de cada uma. Todas dançaram bem e dentro de 2 semanas ou 2 anos ele poderia entrar em contato com estas bailarinas convidando-as a integrar de fato o Bellydance Superstars. Muitas audições acontecem no mundo inteiro, mas poucos bailarinos são convidados a fazer parte da cia.
Passaram-se mais de 2 anos e não perdi as esperanças de receber um e-mail ou telefonema de Miles, porém não vejo o Bellydance Superstars como único caminho para minha carreira em um grupo profissional. Tenho focado muito em minha escola e no trabalho que ando desenvolvendo com minhas alunas.


Participar do maior grupo profissional de Dança do Ventre e Tribal do mundo é um sonho cultivado desde os meus 17 anos. Conhecer e dançar para Miles Copeland certamente foi uma oportunidade única e uma emoção indescritível que guardo até hoje como as melhores recordações.

BLOG: Em 2011, você participou do concurso solo de tribal fusion no Mercado Persa, o maior evento de dança oriental da América Latina.Como sua dança foi recebida nesse evento e pelo público? E como foi a conquista da premiação com o primeiro lugar nesta categoria?
A primeira vez que fui ao Mercado Persa foi em 2004 ou 2005 (não me lembro bem, sei que foi o último realizado em Belo Horizonte), para assistir minhas colegas de turma competindo. Após este ano, o evento passou a ter edições apenas em São Paulo, me distanciando da possibilidade de participar novamente. Porém, em 2011, Carol Koga campeã de Dança do Ventre em 2010 (que também conheci no DSA), me convenceu a participar do concurso, pois seria uma ótima oportunidade de mostrar minha dança com grandes chances de vitória.

Logo após a apresentação, muitas pessoas me procuraram dando feedbacks da minha dança, e solicitando meus contatos. Muitas dançarinas do ventre, diziam: “Eu não gosto de tribal, mas a sua dança é diferente. Fiquei encantada”. Na hora do resultado o 1º lugar anunciado pela Shalimar só acrescentou à felicidade e satisfação que já estava sentindo.

Adorei ter participado, tanto em 2011 quanto em 2012! É uma forma de divulgar mais o estilo, que ainda é minoria no evento. E e
m 2013 fui convidada a ser juri do Mercado Persa 2013 na categoria trio fusão.A cada ano cresce o número de vagas e interessados em participar da categoria tribal.

(Obs: Para quem se interessar em assistir a esta performance, o vídeo está listado no final desta entrevista)

 BLOG: Conte-nos como surgiu a Cia Falak Fusion, a etimologia da palavra, seus integrantes, qual estilo marcante do mesmo e se ele sofreu alguma mudança estrutural ou de estilo desde quando foi criado até agora.
A Cia. sugiu no Studio Templum de Iriane Martins (BH), em 2008, com alunas de turmas avançadas, ou que se mostravam aptas a executar trabalhos coreográficos mais complexos.


Inicialmente era composta por 7 bailarinas: Thalita Menezes, Jéssica Nunes, Gabriella Porto, Débora Nunes, Rafaela Garcia, Juliana Auhareck e Mariluz Marra, sendo Iriane coreógrafa de Dança do Ventre eu de Tribal. Um ano depois a Cia passou a ser regida apenas por mim e, em 2011, as aulas e ensaios já aconteciam no Espaço de Danças Thalita Menezes.


“FALAK” significa estrela, em árabe. A escolha do nome se deu em consonância ao brilho, simpatia, humildade e jovialidade das integrantes. A Cia. de Dança Falak Fusion - Dança do Ventre, Tribal e Fusões, é rica em conteúdo e variações da dança oriental. É capaz de realizar apresentações inusitadas, surpreendentes e únicas: Dança Clássica Egípcia, Dança Folclórica, Dança Moderna, Percussão Árabe e o Estilo Tribal, que abrange uma gama de danças étnicas, fundidas à dança do ventre. 



Pela Cia. já passaram: Thaís Fernandes, Cibelle Bratwhaite, Tamyra Aanisam e Luiza Uira. Atualmente a Cia é composta por Jéssica Nunes, Luana Kellen, Natália Abucater, Sheila Lopes, Vanessa Abdul e Larissa Manoela, e eu.

BLOG: O espetáculo Delirium! Sob sua direção e produção teve uma boa repercussão no meio da dança, contando com duas edições(em 2011 e 2012) e presença de bailarinas renomadas do país. Conte-nos o quê a inspirou para a formulação da parte conceitual e do roteiro do espetáculo, e qual é a história por de trás do mesmo? Como foi o processo de  elaboração das coreografias e figurinos, bem como a repercussão do mesmo.  
Quando  iniciei  os   preparativos para  o  meu  segundo  espetáculo,  pensei   em
como  poderia  fazer  melhor   que  o  primeiro.  A ideia de contar  uma  história 
através  da dança  sempre  foi pertinente.  Apesar de almejar tal projeto desde
quando  eu  era  apenas aluna,  tinha  em  mente o quão  arriscado  e  trabalhoso 
seria  e  não  me   sentia  preparada   para  fazê-lo.  No início de 2011, morando
e  trabalhando em  outro  país,  agindo  em  conjunto  com  o  Leandro,  me  senti 
tão  à  vontade como nunca em  colocar em prática  tudo  que   estava  em minha 
mente.  Em  26 de  novembro   de   2011,   depois   de    muito   trabalho,   nosso
público   pôde   conhecer   os   caminhos   de   um   palhaço   infeliz   e    de   uma
bailarina perdida. A produção  teve  grande   repercussão   em   se   tratando   de
irreverência  em  Danças   Árabes,  que  voltou    aos   palcos  em 2012,   com  novos
artistas convidados  e  adaptação  de  roteiro.  Foi com  muita  satisfação e alegria
que o Espaço de Danças  Thalita Menezes   reapresentou  o  Espetáculo  Delirium
junto   com    convidados   mais    que   especiais   e   alunas   mais   que  lindas e
guerreiras! O show tocou cada coração presente e a satisfação que nós bailarinas tivemos em dançar foi  recíproca para os que também assistiram.
 Produzir um espetáculo de dança com mais de 30 alunos não profissionais é uma tarefa árdua, mas que sem dúvida torna-se compensadora quando se tem bons resultados.
O Espetáculo Delirium foi assim. Trabalhar em conjunto com o Leandro Brito (meu marido), me deu forças e muita confiança em arriscar com alunos que subiam no palco pela primeira vez.




A temática e a figura do palhaço (brilhantemente interpretado por Priscila Patta) transcedeu a imaginação do público e dos próprios artistas em palco. Na estréia em 2011, tive a honra de receber Renata Violanti (RJ), Nanda Najla (BH), Cia Kalua Fusion, Corpo de Baile Letícia Soares (BH), Pricila Patta (BH), Priscila Nayara (NL) e Rebeca Sanches (BH), como convidados especiais. Na reapresentação do Espetáculo em 2012, Ana Luíza Forteasc (BH), Priscila Patta (BH), Nanda Najla (BH), Surrendra Bellydance (BH), Evelyn Vitória (BH), Cia. de Show Oriental Yusk Abreu (BH), Grupo Talibah (BH) e Cia. Zahara (BH) fizeram parte do elenco.


 Os figurinos foram desenhados por mim mesma visando atender o tema do espetáculo, o estilo de dança e as condições financeiras das alunas. Na confecção contamos com o trabalho de Infusion Atelier e Atelier Mary Fabiana.

 Confira a Sinopse:
“O termo delirium deriva do latim "delirare", que significa literalmente, "estar fora do lugar". No entanto, seu significado figurado é "estar insano, confuso, fora de si".
O espetáculo retrata os sentimentos de um palhaço que vive não apenas de felicidade, e os de uma bailarina perdida, confusa com sua identidade artística.
Entre momentos de insanidade e paixão, tristeza e alegria, as personagens centrais viajam por manifestações da dança oriental árabe, fundidas a elementos modernos e ocidentais. O Palhaço Infeliz e a Bailarina Perdida se buscam inconscientemente, e no percurso de ambos, outros atores os auxiliam nesta jornada, mostrando ao público como os sentimentos humanos podem ser delirantes e fora do controle racional.
Talvez os caminhos do Palhaço Infeliz e da Bailarina Perdida se cruzem. Mas o que podemos afirmar agora é que será visto em cena uma descoberta entre delírios e arte.
Surpreenda-se, delire!”

História Original: Leandro Brito
Produção: Thalita Menezes e Leandro Brito
Direção: Thalita Menezes



BLOG: Em 2012, você participou do BellyFest Peru, evento organizado pela bailarina Luna Amada, que teve a presença de bailarinos renomados na dança do ventre deste país e do Brasil. Como foi sua participação e a repercussão da sua dança tribal neste espetáculo? 


 Luna Amada conheceu meu trabalho em 2010 durante os ensaios do DSA em São Paulo. Em 2012 recebi o convite para ministrar um workshop no Peru e coreografar os alunos do corpo de baile da Escuela Luna Dance para o Belly Fest Peru. O evento contou com grandes estrelas: Letícia Soares (BH), Samia Fahran (SP), Tarik (SP), Yamil Annun (ARG) e Saida (ARG).


Foi uma grande oportunidade de conhecer outra cultura, difundir o tribal em outro país, aprender com profissionais excepcionais e ensinar para alunos super dedicados. A Escuela Luna Dance e equipe me receberam com muito carinho e profissionalismo. Os workshops estavam cheios e os alunos se mostravam muito interessados em aprender um estilo novo para eles. O espetáculo foi lindo, emocionante, surpreendente, além de muito organizado e uma estrutura grandiosa! Uma viagem inesquecível!

BLOG: Apesar de estar cada vez mais se consolidando e ganhando força, a dança tribal ainda é recente no universo da Dança no país. Como a dança tribal está ganhando espaço na cena acadêmica? E o quê você considera importante ainda ser trabalhado no âmbito acadêmico para a dança ser mais valoriza e reconhecida?
Academicamente falando, a Dança Tribal em si ainda não se mostra de forma muito expressiva em nossos estudos. Porém, os professores do curso de licenciatura em Dança da Escola de Belas Artes da UFMG defendem a iniciativa de cada aluno da graduação fazer reflexões e adaptar a dança de acordo com suas experiências, possibilidades e gosto pessoal. Persiste na ideia de valorizar todas as transformações ocorridas na dança ao longo do tempo e se permitir recriar o que já foi feito.

A dança tribal será ainda mais valorizada e reconhecida quando mais alunos de graduação que se interessam no estilo desenvolverem pesquisas a respeito, pois incentivo dos professores não irá faltar.

Estou muito feliz fazendo o curso na UFMG e sinto que muitas oportunidades boas virão, principalmente para o estilo tribal no Brasil. Me desejem sorte! ;)


 BLOG: Como  e quando você descobriu o tribal fusion e porquê se identificou com esse estilo?Quando começou a praticar o tribal fusion? 
Descobri o Tribal Fusion através de um DVD do Bellydance Superstars que minha mãe me presenteou em 2007. Não por menos, fiquei muito curiosa com o estilo das bailarinas que acompanhavam Rachel Brice em um show tipicamente de Dança do Ventre. Fui para internet pesquisar mais sobre o assunto e não encontrei praticamente nada.

Todo mês eu pesquisava para ver se achava mais informações a respeito da Rachel Brice e o estilo de sua Trupe. Em setembro do mesmo ano Adriana Bele Fusco trouxe à São Paulo Sharon Kihara dançar e  ministrar workshop. Aquele foi meu primeiro contato com o estilo. Cada detalhe de movimento, acessórios, repertório musical foi fundamental para que eu encantasse com o estilo.
 
Assim como o interesse, os conhecimentos acerca da dança foram crescentes. Hoje, posso afirmar que o controle corporal que fundamentou várias bailarinas dos anos passados é a característica que mais alimenta a minha técnica.

BLOG: O quê você mais gosta no tribal fusion?
Gosto da valorização teatral na dança sem perder a qualidade técnica.

BLOG: O quê você acha que falta à comunidade tribal?
Mais comunicação entre profissionais da área, mais estudo por parte dos que se propõem a ensinar (não são todos). Mais identidade nas criações coreográficas, mais ateliês de acessórios e figurinos, mais visibilidade em eventos de Dança do Ventre.

BLOG: Como você descreveria seu estilo?
Perguntei-me várias vezes como descreveria meu estilo.

Por ter passado por vários professores, aprendi um pouco do código de movimentação corporal que regia cada um deles, logo, meus movimentos se expressam por influência externa de todas estas experiências e interna pela minha própria estrutura física e emocional.
Eu descreveria como a minha vida, minhas necessidades psicológicas e minhas possibilidade físicas, como consequência das diversas influências externas ao longos dos meus 24 anos de vida.

Em um olhar técnico, o meu estilo é predominantemente a Dança do Ventre e Tribal. Esta é minha base. Dentro dela procuro entrar em harmonia com a música escolhida e recriar movimentos em cima da minha própria estrutura corporal. A ideia não é inventar um estilo de dança novo a ser seguido por outras pessoas, apenas respeitar o meu “eu” e consequentemente me sentir mais realizada dançando. As músicas podem ser modernas, clássicas, suaves, contagiantes, melancólicas. Não há padrão, a escolha acontece de acordo com meu humor.

BLOG: Como você se expressa na dança?
Há quase 10 anos dançando, hoje, acredito fielmente que cada bailarino deve buscar na dança o que lhe faz bem, ou o que te motiva a dançar, resignificando cada movimento. E é assim que faço, trabalho com três diferentes estilos (Dança do Ventre, Tribal e Fusão) me deixando envolver pela minha imaginação, pelo meu humor, pelas minhas possibilidades corpóreas, pela representação da música.

Em palco, sinto-me mais completa e plena para fazer o público acreditar que danço com o coração. É assim que eu me expresso.

 BLOG: Quais seus projetos para 2013? E mais futuramente?
Tenho vários projetos para o Espaço de Danças e para minhas alunas, visando crescimento e expansão. Quero fazer mais e mais pessoas sentirem pelo menos um pouquinho do que sinto quando danço, porque é bom demais! ^^

BLOG: Improvisar ou coreografar?E por quê?
Os dois. O improviso alimenta a alma e a coreografia alimenta a técnica. Ambos se completam e torna a dança mais verdadeira e bonita.

BLOG:  Você trabalha somente com dança?
Sim. Dentro do Espaço de Danças, meu trabalho consiste em administrar, dar aulas regulares, cursos e workshops, coreografar, promover eventos, desenhar figurinos, organizar viagens com alunos e professores. Fora do Espaço de Danças, faço faculdade em licenciatura em Dança, cuido da minha casa e do bem estar com minha “nova família” (meu marido e minha cachorrinha).

BLOG: Deixe um recado para os leitores do blog.
Bailarinos, arrisquem-se!

Num mundo em constante mudança, onde se tem diariamente tantas conquistas e descobertas sobre nós, ficar tratando a dança como apenas uma repetição mecânica de passos bem executados é reduzi-la a algo menor, ou seja, assim como as pessoas mudam durante o tempo, a dança também muda.
(Jean-Georges Noverre)

A partir do momento em que se permitirem, poderão usufruir mais de suas habilidades criativas e ir bem mais longe. Valorizem a liberdade, ultrapassem seus limites para cada dia evoluírem junto com a dança.




Contato

Tel/cel : 
(31)3455-0774 (Espaço de Danças Thalita Menezes) / 8600-8482

E-mail:contatothalitamenezes@gmail.com





 

Para conhecer mais o trabalho desta bailarina, acesse seu canal no Youtube!

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