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[Resenhando-SP] VII Campo das Tribos - Mostra


por Anamaria & Maria Badulaques


Opa Annamaria e Maria Badulaques, dupla dinâmica, apresentando a resenha sobre a Mostra de Dança do Festival Campo das Tribos de 2015.

Fizemos diversas entrevistas, gravamos vídeos (trabalho de edição da Aninha :) ) e assim tentamos reproduzir a atmosfera do evento, para que os ausentes percebam palpavelmente o que vivenciamos, então vamos lá...fiquei com a escrita kkkk

Bem, soube da vinda de Carolena em 2014 e a simples notícia "ela virá" me deixou atônita, mudou meus planos e deu uma guinada na minha jornada. Acredito que essa sensação foi dividida com muitos de nós, que amamos a dança. Não precisa querer ser um multiplicador do ATS® para compreender a importância de ter a criadora do estilo ministrando um curso. E onde isto entra na mostra, gente? Convicta estou de que todo este histórico impulsionou os dançarinos a um esforço generalizado para fazer parte deste universo, seja fazendo o curso seja indo ao evento ou participando da Mostra. 

O clima era esse, muita emoção! Carolena e Megha não viram as apresentações da tarde, infelizmente, vi coreografias belíssimas, trabalhos com muita qualidade técnica, outros em desenvolvimento e alguns começando uma trajetória. O importante para aqueles dançarinos era estar ali, pisando no palco, que mais tarde receberia BiG C (como Kajira se refere a Carolena).

Um evento de Tribal, na minha concepção, deve sempre ter o "xero" de um Sarau, no qual todos sentam e reverenciam o trabalho de todos, só assim nos reconheceremos como tribo. Contudo, o auditório a noite estava com metade da sua capacidade, imagine na mostra... Uma pena! Cada um de nós  somos responsáveis por situações assim: a busca frenética pelo aplauso, o ego, coisas da natureza humana. Como dizia Terencio nada do que é humano me é estranho, assim sendo... Precisamos refletir muito sobre o cenário nacional e nossa participação, parar de lantejoulite e mi-mi-mi(como diz uma amiga querida) e contribuir efetivamente para uma Tribal com seus requisitos básicos presentes: CONEXÃO-FAMÍLIA-TAMO JUNTO.

Há quem diga, que a divisão entre Mostra e Gala surge da necessidade ou do volitivo de destacar os trabalhos tecnicamente mais avançados; ou ainda é escolha do organizador. Não importa como você decida interpretar, percebe que sempre, em qualquer forma de analisar a situação, a equação é sempre uma DIVISÃO?! Opa, estamos aqui unidos com o ideal de nos somar, multiplicar, nos perceber e voltarmos para nossos universos motivados a estudar, seguir, fluir.

O que me deixa mais "encafifada" é que os próprios dançarinos das mostras não prestigiam seus pares, porém aguardam o gala com ansiedade e depois saem com a sensação funesta de "não valorizam meu trabalho"... É contraditório!!! E nem sempre no gala você verá um gala. Quando se tem essa divisão Mostra e Gala, minha interpretação automática é: técnica beirando a perfeição = Gala; trabalhos em desenvolvimento = Mostra. O dicionário ajuda a alcançarmos essa hermenêutica naturalmente, só que na prática vejo um Gala semelhante ao que vejo na Mostra: mescla trabalhos excelentes, trabalhos em construção, e nisto me questiono:" Ué...qual o sentido disto se é tudo igual?". E ainda fica a dicotomia no ar de coisas que são homogêneas. É tudo dança!!! Com mais, com menos técnica, mas é tudo dança e todos merecem (como diz a Constituição, eita baixou a advogada) isonomia. Já dizia Ulpiano, tratai igualmente os iguais a medida que se igualam.

Aprendi que toda jornada começa, pasmem, do ZERO!!! Todos já estiveram nesse lugar e honrar a trajetória é o que lhe motivará a seguir seus passos, no seu ritmo e se deleitando a cada conquista. 

A todos que participaram da MOSTRA minha completa admiração e minha critica: se prestigiem! O trabalho de cada um é importante, sentir a primeira vez que uma dançarina toca seus snujs é como participar de um batismo, como não reverenciar esse momento?

Finalizando, Oswaldo Montenegro disse num show que o vi conversar muito com os ouvintes atentos, hoje as crianças querem crescer para ser "famosas", isso lá é profissão. Sabe, daqui uns anos cantarei sozinho num show, porque toda plateia estará em algum palco buscando seus próprios aplausos


Xeros no Pulsante, até a próxima...
Texto por Maria Badulaques






VII Festival Campo das Tribos

por Raphael Lopes



Olá Leitores,

Na nossa última postagem falávamos sobre as influências hindus na dança Tribal contemporânea, com a promessa de apontar esses elementos em dançarinas mais específicas (como a Zoe Jakes). Mas com a vinda de Caroleena Nericcio Bohlman ao Brasil para a certificação de dezenas de bailarinas e uma apresentação pocket ao lado de Megha Gavin no sétimo Festival Campo das Tribos (encabeçados pela Rebeca Piñeiro) me obrigam a pedir licença e permissão para uma pausa, e falar um pouco sobre tudo o que vi e ouvi desse evento tão marcante para a história da dança aqui no Brasil.

O Festival anunciado com grande pompa no final da sexta edição no ano passado causou um grande alvoroço no meio tribal. Muitas bailarinas iniciaram suas economias para participar dos cursos oferecidos e algumas professoras já certificadas com o título de Sister Studio ofereceram cursos preparatórios para as futuras Sisters; e registro aqui também o surgimento do projeto Pilares do Tribal (encabeçado pela Maria Badulaques) organizado como um diário (blog) onde entrevistas, videos e muitas matérias bem interessantes eram postadas diariamente numa contagem regressiva à vinda de Mamma C. 


General Skills pela primeira vez no Brasil, foto oficial da fanpage do FatChanceBellyDance

Essa expectativa era tão tátil entre as bailarinas que posso afirmar que o Festival começou assim que o sexto terminou. Não se falou em outra coisa ao longo de todo o ano!!! Acho importante frisar esse frison, porque ele ajudará a compor minha crítica como um todo ao projeto.

O Festival começou com os cursos General Skills iniciados ao longo da semana, e as redes sociais foram bombardeadas por declarações emocionadas das meninas que estavam tendo contato com a visionária bailarina que arrematou o ATS® e o tornou tão impactante e fundamental para o Tribal. No final de semana chegou o tão aguardado Show, que foi dividido entre os horários de Mostra e o Show de Gala. Esse ano em específico essa divisão criou uma celeuma mais clara entre as bailarinas. 

Shows de mostra costumam ter um público reduzido e, independente do nível apresentado, existe um preconceito de que o show de mostra seja menor em qualidade. O que é muito complicado de afirmar, uma vez que cada número provoque um efeito diferente na opinião de quem o assiste. Não existe unanimidade quanto à qualidade de um Show, de modo que a mostra acaba sendo uma forma de um número maior de participantes mostrarem seus trabalhos. É como uma vitrine, de onde surgem muitas pérolas. Vide o próprio Guigo Alves e sua Cia Exotique, que participaram dos shows de mostra do Festival Campo das Tribos e, em pouco tempo, chegaram a apresentar o mesmo e dançar no Show de Gala.
A Sister Studio Natália Espinosa, Maria Badulaques, Emi Victoria, em o Coletivo Amora no Show de Mostras

Algumas críticas foram mais ácidas, principalmente apontando números do Show de Gala como tendo sido inferiores a números das mostras. Galera, o Festival Campo das Tribos não é um festival competitivo, e esse tipo de crítica pode dissolver muito mais do que agregar o espírito de tribo. Lembrem-se sempre que no final das contas é a opinião da organizadora do evento que vai pesar nessa seletiva. Geralmente por afinidade, proximidade profissional, para algum tipo de promoção, ou até mesmo para agregar valor ao evento: não importa os motivos que a organização utilize para essa divisão, mas é preciso respeitar toda forma de arte que for levada ao palco. 

Acredito que de repente uma organização mais inclusiva gerasse uma reação muito mais positiva num geral, mas essa é a minha opinião, assim como a de outras pessoas com quem pude conversar. Mas verdade seja dita, quem quiser algo diferente assim o faça!!! Esse é o formato do Festival, sempre foi assim. 


Mariana Quadros, primeira Sister Studio brasileira


O Show teve um pequeno contratempo com a equipe de iluminação e palco, mas nada que tenha prejudicado diretamente o show. A iluminação do próprio teatro (embora menos diversificada) esteve a nossa disposição, mas foi uma perda não termos o recurso da máquina de fumaça e do telão como era esperado. Sem maiores atrasos, e sob a euforia de uma platéia ansiosa, o show foi belamente introduzido com um número rico. Música ao vivo e um seleto número de bailarinas escolhidas por Rebeca Piñeiro dançando números "improvisados", ambientando em pleno Teatro Madre Cabrini todo o clima de festa das feiras tribais à la Bal Anat. Vale registrar que o primeiro solo ter sido o de Mariana Quadros foi uma bela homenagem à nossa primeira Sister Studio tupiniquim rs.

Daí em diante os Shows seguiram sem apresentação, o que sempre vejo como uma grande deficiência. Um festival desse calibre, assim como qualquer atividade cultural apresentada ao grande público necessita de um mestre de cerimônias que saiba não apenas introduzir os bailarinos e números apresentados de forma fluída, mas, acima de tudo, interagir com o público para que exista uma conexão entre palco e platéia. A impressão que tive em alguns momentos era estar assistindo um filme num grande telão, fora a curiosidade em saber o nome dessa ou daquela bailarina desconhecida que estava em cena. Acho que nesse ponto é importante lembrar que qualquer Festival precisa de uma direção artística, que consiga costurar tantos números tão únicos e especiais a favor de um tema, e prender de forma estética a elegância do evento para quem o assiste.

Raphael Lopes - Show de Gala
O modelo de agrupamento do grande número de convidadas dos números de ATS® dançando até quatro músicas seguidas se tornou cansativo para o público, e mais uma vez a falta de apresentação fez com que algumas bailarinas conhecidas passassem batidas pelo público. Nesse ponto houve uma redução considerável da animação da platéia, que apesar da importância do evento também não lotava a platéia... Talvez pelo preço do convite, ou pela falta de outras mídias de divulgação que não apenas as redes sociais, o evento acabou ficando mais uma vez restrito aos familiares e conhecidos das bailarinas que se apresentavam. Um Festival desse porte merecia uma cobertura mais ampla, uma nota junto aos órgãos de imprensa, e um convite à algumas personalidades da dança a nível acadêmico para contemplarem esse momento tão único, em que Rebeca Piñeiro assinava seu nome definitivamente na história do Tribal como pioneira.

Os bastidores do evento era um misto de camaradagem sempre presentes em eventos de tribal, pois geralmente são nesses momento que reencontramos amigos tão queridos, mas que moram em outras regiões. Existia uma tensão no ar, principalmente quanto a cruzarmos com Carolena pelos corredores, mas infelizmente não tivemos acesso à ela. A equipe de produção do evento as mantiveram isoladas (e isso é entendível), e eu me pergunto se elas puderam prestigiar o Show que estava acontecendo...


Raphael Lopes e Nomadic nos bastidores do Teatro Madre Cabrini

O dueto de Megha Gavin e Carolena Nericcio levantou a platéia, e reduziu a distância entre os admiradores da arte e sua idealizadora. Particularmente eu esperava um número mais explosivo, mas a emoção era tamanha que certamente todos aqueles que assistiram aquele show irão se lembrar sempre com um sorriso estampado no rosto. Com a presença de Kelsey Suedmeyer e Rebeca Piñeiro, as quatro dançaram um número onde era visível toda a emoção da organizadora do evento. Sinto apenas que o show poderia ter uma carga mais Tribal se mais bailarinas tivessem o privilégio de dividirem o palco com a Mãe do Tribal. 

Com o encerramento o público parecia esperar que Carolena retornasse ao palco, e trocasse algumas palavras... mas assim que todos os convidados do Show de Gala voltaram ao palco seguidas por Rebeca, as cortinas se fecharam sem muitas delongas. Espero que minha visão aqui partilhada não soe como uma crítica pesada, mas apenas um relato de quem participou de um Show gestado por um ano, e que esperava, assim como as demais bailarinas e públicos, um "algo" a mais. Rebeca terá sempre seu espaço no cenário da dança, conquistados por sua visão arrojada de mercado, mas é uma opinião geral de que é preciso uma direção mais clara em seus Festivais.

Kelsey Suedmeyer
Para todas as meninas que participaram dos cursos de General Skills e Teacher Training existia uma névoa de encantamento provocadas pela convivência direta ao longo de uma semana com a Mãe do Tribal, mas essa magia ficou inacessível para quem apenas assistiu ou participou dos shows. Espero com muita apreensão que todas as novas certificadas possam polissemizar o estilo Tribal, criar novas oportunidades de estudo, novos festivais, novas idéias.


Um grande viva ao Campo das Tribos que uniu a tantas pessoas nessa conquista, mas acima de tudo: que ele possa ter plantado a sementinha de vida nova e próspera na dança tribal no Brasil.

Rebeca Piñeiro e Pashmina Tribal com Carolena Nericcio
Confio e torço por todas as novas Sisters, a Força está com vocês rs.

Um grande beijo, e até a próxima!!!

Namaskar



[Resenhando-SP] VII Festival Campo das Tribos - Visão Geral do Público

por Melissa Souza


Eu fui: 7º Festival Campo das Tribos, realizado por Rebeca Piñeiro – Carolena Nericcio: A mãe do Tribal pela primeira vez no Brasil! 

O evento foi tão bom que deu no que falar, então resolvi escrever minha própria resenha! Espero que gostem =D

Expositores

Ana Harff Artesanía no Festival Campo das Tribos
Os ateliers foram bem preparados e garanto que venderam bem. Havia estandes de variados produtos, desde trajes completos da Khalidah, xales de crochê pelo atelier Shaman Tribal, camisetinhas personalizadas da Shimmie, uma riqueza de acessórios, inclusive steampunks, e bolos caseiros deliciosos da Valfenda Doces que saciaram minha necessidade de açúcar durante o evento.

Show de Mostras

Anamaria Marques e alunas





O Show de Mostras surpreendeu pela qualidade das apresentações, onde alunos e professores deram seu melhor no palco. Minhas performances preferidas foram de Anamaria Marques, Nadja El Balady, Thalita Menezes e Laura Gutierrez. Destaque para as gracinhas do dançarino Brendo, professor de danças urbanas, que divertiu as tribalescas com sua sátira bem humorada.


Show de Gala

Shaman Tribal Co.

Uma introdução com música ao vivo e apresentações de improviso abriu o evento e encantou a plateia. Vale citar a participação especial de dançarinos de folclore árabe, as performances com bastão e a dança com jarro. Com enfoque nas danças folclóricas, o Show de Gala alternou um bom ATS® com dança cigana, flamenco, clássica indiana e folclore árabe, além da excelente apresentação de Tribal Brasil pelas especialistas no assunto, Shaman Tribal Co. 

As convidadas da noite deixaram todos muito emocionados pela empatia e profissionalismo. Contar com a presença de ícones como Carolena e Megha Gavin prova que estamos no caminho certo em nossos estudos tribais, tamanha a credibilidade de recebê-las em nosso país. E aguardem: com a finalização dos cursos oferecidos pela mãe do ATS®, a probabilidade é que esse estilo se propague ainda mais com a quantidade de professoras qualificadas e aprovadas no ensino da técnica.

Pontos Altos e Baixos

Com exceção do probleminha técnico com o som, que desde o Show de Mostras apresentou instabilidade, o evento foi delicioso. Confesso que senti falta da participação ativa e bem humorada de Guigo Alves como mestre de cerimônia, como no ano passado, todavia naquele momento sua intervenção se encaixou com a temática do evento e talvez neste ano não tivesse o mesmo efeito.

Fui para casa com os ouvidos tinindo depois de tantos snujs e uma baita dor de cabeça pelos males da sinusite que foi acionada com o ar condicionado do teatro, mas valeu a pena: uma produção como esta merece nossa atenção e, cá entre nós, não há muitos festivais na área que agreguem tanto para a cena tribal quanto o Festival Campo das Tribos. Expectativa alta para o que será preparado para nós no próximo ano! #lililili




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