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[Vida com Yoga] A prática de Asanas

por Natane Circe

Asana quer dizer postura de yoga. Assim pode se exemplificar de forma rasa e descomplicada. Porém o significado da palavra em sânscrito carrega muito mais do que simplesmente “postura”. Tal palavra não carrega em si a disciplina e controle presentes nesse pilar do yoga.

Deve ser destacado a importância dos asanas na prática de yoga. É por meio deles que podemos observar o nosso corpo de forma mais ampla, aprendendo a lidar com ele dentro e fora do tapete. É durante a prática de asanas que adquirimos inteligência e consciência para lidar com o físico de forma integral, ajustando todas as ações do corpo, desde os pés, pernas, tronco, braços, cabeça e até mesmo a direção do olhar. 

É necessário estar presente a todo momento para encontrar a postura na sua forma ideal, para isso a prática é de extrema importância. Existe o entendimento de que cada vez que você sobe em um tapete de yoga, há sempre algo a mais para se aprender. Sendo ele físico, mental ou espiritual. Nenhuma postura de yoga foi feita para ser finalizada na primeira aula ou prática. Todas, sem exceção, foram feitas para serem desvendadas, trabalhadas, ajustadas de forma repetitiva, porém não mecânica. Só assim, encontramos a plenitude no asana

As inúmeras posturas de yoga passaram por modificações e variações que auxiliaram na propagação do yoga pelo mundo. A evolução é nítida, porém é possível notar que os nomes e formas dos asanas  tem relação direta com o mundo a nossa volta. De plantas, insetos, quadrupedes, pássaros, répteis até heróis e personagens mitológicos dão seu nome às posturas.

É, então, possível afirmar que a prática de asanas requer não só posturas físicas (que são expostas de forma frequente na internet), mas também o trabalho de equilíbrio mental, sem esquecer do quanto tudo a nossa volta é lembrado de forma honrosa pelo corpo físico.

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Vida com Yoga

Natane Circe (São José do Rio Preto-SP) é bailarina e professora de Tribal Fusion, atuando também como instrutora de Hatha Vinyasa Yoga, na qual é formada desde 2013 no curso reconhecido pela Aliança do Yoga. Também é praticante de Ashtanga Vinyasa Yoga e estudante da filosofia védica, entre outras vertentes do yoga.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 



[Vida com Yoga] A importância da auto-observação

 por Natane Circe

“A ignorância não tem um começo, mas tem um fim. O conhecimento tem um começo, mas não tem fim.” É com essa frase de B.K.S. Iyengar que iniciamos nossa proposta de hoje.

No Yoga, muito ouvimos sobre o autoconhecimento adquirido devido a prática. Porém, autoconhecimento pode parecer algo distante e inatingível. Aplicaremos, então, um vocabulário um tanto menos amedrontador. A auto-observação ou autoestudo. Segundo a tradição do Yoga podemos encontrar a denominação svadhyaya, um dos niyamas (Observâncias internas) que nos permite traçar nossas características para facilitar a convivência com o seu ambiente interno e externo.

Estudando nosso corpo e como ele responde a estímulos, ações e situações faz com que tenhamos mais cuidado com ele, ou saibamos o quanto é possível ir. Por exemplo, nas ações físicas pré-determinadas como, posições de yoga ou movimentos na dança, temos as famosas válvulas de escape. Estes são mecanismos compensatórios que ocorrem quando não conseguimos estabilizar alguma parte do corpo, podendo ser devido ao excesso de mobilidade ou restrições musculares, padrões de movimentos em repetição que causam vício ao indivíduo ou até mesmo a própria falta de atenção. Ao utilizar da auto-observação, minimizamos os efeitos das válvulas de escape, localizando-as e ativando as ações necessárias.

Os estudos também nos levam a entender melhor o que nos diferencia do outro, ao mesmo tempo em que é possível entender o ambiente que nos influencia de alguma forma. Entender o porquê de outras culturas, seres e até mesmo o clima tem um papel importante na individualidade de cada um.

Compreender sobre o que nos constitui facilita a forma de aprendizado na dança, entre outras áreas. Percebe-se que o que funciona para você, pode ser diferente do que funciona para outra pessoa. O que traz mais tolerância no nosso meio. Observar mais faz com que tomemos decisões mais acertadas e faz com que o caminho para nossos objetivos seja mais linear.

É importante ressaltar que toda observação deve se resultar em uma ação, para que possamos seguir em frente. Aprendendo com erros e acertos, com a dor e a alegria, com a raiva e o amor.

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Vida com Yoga

Natane Circe (São José do Rio Preto-SP) é bailarina e professora de Tribal Fusion, atuando também como instrutora de Hatha Vinyasa Yoga, na qual é formada desde 2013 no curso reconhecido pela Aliança do Yoga. Também é praticante de Ashtanga Vinyasa Yoga e estudante da filosofia védica, entre outras vertentes do yoga.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 



[Vida com Yoga] O recomeço e o medo do tempo

 por Natane Circe

É dito que para se realizar algum objetivo é necessário prayatna (esforço) e kala (tempo). Que é preciso dedicação para conseguir o que deseja, já é conhecimento de todos, porém, nosso relacionamento com o tempo muitas vezes atrapalha a ação do empenho, fazendo com que nossos objetivos sejam muitas vezes deixados de lado. Por deixarmos nossos objetivos em segundo plano, o medo do tempo nos volta a assombrar. Quanto tempo foi perdido na tentativa de realização do objetivo? E se recomeçarmos? Quanto tempo a mais iremos perder? E o tempo que se passa entre questionamentos e aflições? 


De acordo com o Yoga o tempo está sempre em movimento, e ele é eterno. Sempre estamos a olhar o passado com nostalgia, por mais difícil que ele tenha sido, e passamos a olhar o futuro com ansiedade. Sempre, desejando mais tempo, entendemos que ele passa, apenas passa. É como se olhássemos kala como algo que não nos pertencesse. 

É interessante tentar mudar nossa relação com o tempo. Se kala está em movimento, ele permite a mudança, ele auxilia no crescimento. O tempo é o ventre onde tudo acontece. Onde tudo nasce, morre e renasce. Não existe vergonha ou medo em recomeços. Tudo que foi feito e que vai acontecer são frutos de Kala (ou Kali, devido sua forma feminina). Nada foi em vão, a experiência do tempo nos permite o fortalecimento de estruturas mantendo-nos em pé para o, enfim, cumprimento dos nossos objetivos. E esses objetivos requerem prayatna (esforço) e kala (tempo).


Kali, a Deusa do Tempo



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Vida com Yoga

Natane Circe (São José do Rio Preto-SP) é bailarina e professora de Tribal Fusion, atuando também como instrutora de Hatha Vinyasa Yoga, na qual é formada desde 2013 no curso reconhecido pela Aliança do Yoga. Também é praticante de Ashtanga Vinyasa Yoga e estudante da filosofia védica, entre outras vertentes do yoga.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 



[Vida com Yoga] Posturas: Tadasana


por Natane Circe 


Também conhecida como Samasthiti, Tadasana é uma daquelas posturas menos creditada em uma prática de yoga. Talvez por sua aparência simples e fácil, a famosa postura da montanha passa despercebida, sem suas devidas ações.
  
Assim como uma montanha, a tadasana tem a firmeza do elemento terra levando a energia para o núcleo e trazendo de volta até o topo da sua cabeça. Sendo assim, existe um contato com o material e espiritual pela primeira vez em sua prática.

Uma postura bem feita traz tremenda vitalidade, devido ao seu alinhamento e a facilidade da energia viajar pelo corpo. Além disso, aprendemos a ficar em pé novamente. Quantas vezes realmente ficamos saudavelmente de pé? O peso distribuído pelos pés, a coluna alongada, o olhar a frente... Ao mesmo tempo em que a tadasana traz energia, uma má postura a suga, e não é possível continuar ou retomar uma boa prática ou um bom dia sem as ações de uma postura em pé.

Entre outros benefícios da postura da montanha estão: leveza do corpo e agilidade mental; corrige a má postura; minimiza efeitos degenerativos; tonifica os músculos das pernas e nádegas, alinha e ativa os chakras, traz vitalidade e coragem.



Como montar a postura:

- Em pé, junte os dedões dos e os pressione no chão juntamente com os dedos menores e os calcanhares.

- Alongue as pernas elevando a energia pra cima, ativando as patelas dos joelhos e os quadríceps.

- Rotacione a musculatura das coxas para dentro

- Encaixe o quadril e contraia levemente as nádegas

- Contraia o baixo ventre e abra o coração levando os ombros pra trás e para baixo.

- Alongue o pescoço e sinta o topo da cabeça se abrindo para o teto.

- O olhar aberto em um ponto a frente.

- Encontre um equilíbrio entre força e relaxamento.



[Vida com Yoga] Drishtis – O poder no olhar


 por Natane Circe

         De pouco valem as posturas psicofísicas do yoga quando não existe a concentração, o foco. Drishti é a ferramenta usada para esse fim, sem eles existe apenas uma mente fraca em posturas sem significado espiritual algum. Ou seja, não existe yoga. Mas afinal, o que são drishtis?



Drishti significa “visão”. É o direcionamento do seu olhar ou foco durante as posturas (asanas). Essa técnica de fixação ocular tem um grande papel no desempenho espiritual, mental e também físico na sua prática pessoal. Ela treina a mente a se manter centrado prevenindo a sua mente divagar em ações externas. Alguns exemplos são: broomadhya dristhi (olhar entre sobrancelhas), antara drishti (olhar pra cima), nasagrai drishti (olhar pra ponta do nariz), parsva drishti (olhar para a lateral).



Dristhi nada mais é então, do que uma postura de equilíbrio da própria mente. Assim como o equilíbrio físico é necessário muita prática para o olhar não “cair” para o que está acontecendo fora do tapete. Olhe, direcione a energia e mantenha. Se existir um deslize, olhe novamente e mantenha.



Drishtis estão associados ao quinto estágio do yoga, Pratyahara. Com a maestria do direcionamento do olhar a mente se torna clara e palpável para a retirada daquilo que te incomoda e absorção daquilo que te beneficia.




[Vida com Yoga] Vrttis – Turbulências da mente

por Natane Circe

A verdadeira busca do yoga está na famosa paz de espírito. Admito que saiba o que seja, por que estudo sobre, mas nunca a alcancei. Talvez por um pequenino instante a tenha presenciado, mas a calmaria durou pouco. Os vrttis tomaram conta de citta, mais uma vez.



Vrttis são como ondas, tempestades, e citta é o oceano. O mar se agita, se torna incompreensível, turbulento e confuso durante tempestades. Formam-se ondas algumas vezes pequenas outras vezes gigantescas. O objetivo do yoga é cessar as ondulações do oceano da mente, causados por ações externas e internas, como ego, medo, raiva, ou mesmo sentimentos de euforia, alegria, amor. Pra tudo existe uma reação, porém, só se alcança a paz quando as ondas se cessam e mergulhamos fundo no oceano interno.

Se você olhar bem no seu reflexo no mar calmo, você poderá ver seu eu com mais clareza e detalhes, se houver ondulações a imagem estará distorcida e pouco clara. 


As técnicas de yoga, como asanas (posturas), pranayamas (técnicas respiratórias), meditação e outras tantas permitem que os vrttis tenham menos influência, e talvez nenhuma, sobre o intelecto. Você se torna presente e existe a não reação de influências externas, diminuindo sofrimentos e julgamentos.


[Vida com Yoga] Pranayamas: Bhástrika


 por Natane Circe

Seguindo a série “Pranayamas”, hoje veremos a respiração bhástrika, é explicado como a respiração do fole, pois é rápida e forte, acompanhada de um intenso movimento abdominal. Também conhecido como respiração de grávida (apesar de grávidas não serem permitidas ativarem bhástrika antes da hora certa).


O pranayama ativa o fogo interno sendo preferencialmente usado antes de exercícios físicos para aquecer o corpo e desbloquear tensões acumuladas.

As melhores posições para prática são sentadas, podendo ser feita também em pé.
Recomenda-se onze ciclos para iniciantes, inspirando e exalando pelas narinas, e deve ser evitado a prática do pranayama durante a noite, por trazer vitalidade e acordar o corpo e ativar a mente.

Entre seus benefícios está: a produção de intensa oxigenação, limpeza dos pulmões e vias respiratórias, pode eliminar a depressão, fortalece a parede abdominal, aumenta a circulação sanguínea, tonifica o sistema nervoso, e normaliza as funções no aparelho digestivo (melhorando a prisão de ventre). Também ativa a força de vontade, melhora a concentração e aumenta a clareza mental.



É contra-indicado em caso de doenças cardíacas, durante a gestação, menstruação, febre, anorexia, agitação e insônia.

Como praticar:

. Sentado;

.  Solte todo o ar;

.  Inspire energeticamente soltando o abdômen e logo em seguida exale energeticamente contraindo o abdômen;

.  Repita onze vezes;

.  Inspire uma ultima vez segurando em khumbaka com ar por aproximadamente 12 segundos, com jalandhara bandha;

. Exale lentamente por 6 segundos.



[Vida com Yoga] Pranayamas: Ujjayi

por Natane Circe

A partir de hoje a coluna “Vida com Yoga” contará com a série Pranayamas. Onde apresentarei alguns exercícios de expansão de energia com a ajuda da respiração.


Pensando na respiração, percebemos que ela se divide em 4 partes, são elas: inspiração (puraka), retenção com ar (antar kumbhaka), exalação (rechaka), retenção sem ar (bahya kumbhaka). O processo de respiração é conectado diretamente ao cérebro e ao sistema nervoso central e é um dos processos mais vitais do corpo. Ela também tem uma conexão com o hipotálamo, o centro do cérebro que controla as respostas emocionais.

Não se preocupe se a sua respiração é curta ou limitada. A consciência aparece aos poucos, sente-se o ar alcançar até os pontos mais remotos dos pulmões, expandindo assim os órgãos internos. Na exalação a liberação de ar é gradual, o que dá as células tempo suficiente para reabsorverem o prana (energia vital) residual o máximo possível. Assim ocorre a plena utilização de energia, o que contribui para a estabilidade emocional e para acalmar a mente.

Uma das técnicas de expansão, que pode ser fusionada com outras técnicas se chama ujjayi. Em sua tradução, significa “expansão vitoriosa da vitalidade”. Pelo nome já percebemos seus benefícios: trazer vitalidade, energia, intensificar a absorção de prana e aumentar a temperatura do corpo. Entre outros benefícios está o alivio de problemas digestivos, resfriados e estados depressivos. Auxilia na meditação, em uma maior vivencia de asanas (posturas) e exercícios físicos que exigem concentração e um corpo aquecido.

Como praticar:

A respiração ocorre nasalmente, ou seja, inspiração e exalação pelas narinas.

Contraia a glote, estrutura localizada na garganta, ou seja, contraia a parte interna da garganta.

Acontecerá um som sibilante, e o ar raspará pela garganta na inspiração, mas principalmente na exalação.
(Dica: tentar falar a palavra hang sem movimentar a boca)

. Note que se realmente você estiver fazendo a respiração corretamente, soará como um tal Darth Vader!!!


O pranayama pode ser feito sentado, ou em movimento. Como ativa sua vitalidade é recomendado seu uso durante o dia.

 “Quando a respiração vagueia, ou é irregular, a mente também se torna instável, mas quando a respiração esta tranqüila, assim a mente estará também e o Yogue viverá por muito tempo.” Hatha Yoga Pradipika




[Vida com Yoga] Posturas: Paschimottanasana

por Natane Circe

A paschimottanasana, ou alongamento intenso das costas, é talvez o asana mais executado por praticantes ou não praticantes de yoga, pois alonga toda a posterior do corpo e alivia tensões acumuladas durante o dia. Além disso, permite que a energia vital se espalhe por todo o corpo.



Entre seus benefícios físicos estão o alongamento dos órgãos abdominais, melhora a circulação sanguínea, aumentando assim a irrigação no cérebro, diminui a adiposidade no abdômen, além de estimular os órgãos reprodutores.

A postura da pinça como é comumente chamada, também trabalha em favor de bailarinas e bailarinos por aumentar a flexibilidade do quadril, alongar o músculo do dorso e das pernas e servir de compensação para treino de cambrês, ou movimentos muito intensos de extensão de coluna. Recomenda-se a postura para casos de lordose ou escoliose.

O Asana também tem um efeito calmante, relaxante, aquietando a atividade do lobo frontal e mantendo alerta o lobo occipital meditativo. Descansando e massageando o coração.

Ativando o seu segundo chakra, localizado onde acontece a flexão, a paschimottanasana desperta a capacidade de se render por completo, entrando em contato com as suas emoções mais intensas, as quais geralmente armazenamos nos músculos posteriores. Ao mesmo tempo, trabalha com uma sensualidade intimista, de você para você mesmo.

O terceiro chakra também é trabalhado, aumentando o fogo digestivo e tonificando os órgãos internos.


Como montar a postura:

- Sentado, com as pernas estendidas e unidas paralelamente, alongue os calcanhares e alinhe a coluna perpendicular ao chão;

- Eleve os braços acima da cabeça na inspiração;

- Exale levando os braços na direção dos pés, segure os dedões dos pés com os dois primeiros dedos da mão. Se a mão não chegar ao pé, segure até onde seu corpo permitir (joelho, tornozelos);



- Pressione as coxas contra o chão;

- Avance a frente aos poucos, cedendo a cada exalação e pressionando o umbigo pra dentro;

- Se você já tem uma flexibilidade avançada, se permita a descer cada vez mais, segurando seu punho por de trás dos pés e repousando a testa nos joelhos e futuramente na direção das canelas.



“A intensidade do alongamento deve aumentar e se renovar a todo o momento.” Iyengar




[Vida com Yoga] Tapas: a autodisciplina no yoga

por Natane Circe


A algum tempo atrás falamos do primeiro dos Yamas (princípios éticos) chamado ahimsa (não-violência). Existem também os Niyamas (princípios de autocontrole), entre os 5 Niyamas existe um denominado Tapas.

Tapas deriva-se do sânscrito “aquecer, calor, tornar-se ardente”, mas no contexto presente significa austeridade. Em outras palavras, esforço sobre si mesmo, disciplina. 

Durante nossa caminhada somos controlados por impulsos e manias muitas vezes destrutivas, outras não tão ruins, mas que de certa maneira fazemos sem pensar por nos transmitir um falso conforto físico e mental. Por outro lado deixamos de fazer algo por ser difícil, por exigir demais, ou pelo simples fato do “não estou com vontade hoje”.


Esses atos de fazer ou não fazer, nos mostra como não temos controlado nossa mente, e que com o passar do tempo esse controle vai sendo perdido cada vez mais por esses impulsos que procuram a inércia, o fácil, o prazeroso.

Ao praticar Tapas estamos trabalhando a mente para que possamos nos devolver o controle sobre ela. Para isso, é preciso primeiro um olhar minucioso para si mesmo. Quais as minhas manias, os meus impulsos, minha rotina que de alguma forma tem se tornado destrutivo, mesmo que imperceptível? Estou deixando de fazer algo por ser trabalhoso? Ando repetindo falhas e impulsos na minha comunicação com o outro, que de certa forma acaba machucando terceiros? Pratico constantes degradações para comigo mesmo, por pensamentos, palavras ou ações? Olhemos mais a fundo na sua prática de dança ou yoga. Eu cumpro o horário estimado para minha prática? Mantenho no movimento ou na postura, mesmo se estiver cansado? Meu foco está totalmente no meu trabalho e não nas mensagens que disparam no celular? Bebo e me alimento o suficiente, nem muito nem pouco, para ter um bom rendimento nos meus estudos?

Para trabalhar Tapas não é preciso desconstruir sua vida de uma vez. Focar em uma dependência e quebrá-la aos poucos trará a disciplina tão estimada, trabalhando assim a austeridade, passo a passo, sem se agredir.



Aos poucos cria-se uma consciência maior, onde você começa a levantar mais cedo, não consume tantas extravagâncias como TV, roupas caras, comidas em excesso, ar condicionado, luxos desnecessários... Ajustando a si mesmo esses processos não serão mais austeros pra você, e suas escolhas moldarão seu corpo e mente aquecendo seu espírito e se libertando para a verdadeira vida.


“O futuro depende do que fazemos no presente.” Mahatma Ghandi


[Vida com Yoga] Posturas: Adhomukha Svanasana

por Natane Circe



Adhomukha svanasana também conhecido como a postura do cachorro olhando pra baixo é uma das posturas do yoga que mais gosto, seus benefícios são inúmeros e a sensação quando se encontra sua plenitude é de bem estar, alongamento e descanso. “Adhomukha” significa “rosto para baixo” juntando com “svana”, cachorro, tem se o nome da postura, tem esse nome pois assume a forma de um cachorro se espreguiçando.



Entre seus benefícios estão o estímulo suave dos nervos, que por sua vez acalma o cérebro e desacelera os batimentos cardíacos. O alongamento é um dos seus principais benefícios, visto que diminui a rigidez das escápulas, fortalece tornozelos alongando panturrilhas e também os glúteos. Fortalece ombros e a parte superior das costas. É dito que sua prática regular tende a rejuvenescer todo o corpo, além de que quando se está muito cansado ela recupera a energia do praticante. Para as mulheres ainda é indicado para redução de fluxos menstruais intensos, ou para prevenir ondas de calor durante a menopausa.


Como montar a postura:

- Em pé, exale se inclinando à frente colocando as mãos ao chão (mãos separadas na largura dos ombros, dedos apontados à frente);

- Leve os pés atrás a mais ou menos 1,20m de distancia das mãos (pés separados na largura do quadril);

- Estique os braços, levando o tronco na direção das pernas formando um triângulo ao chão, ísquios elevados ao teto;

- Você pode deixar os joelhos flexionados e o calcanhar fora, caso tenha dificuldade no alongamento, futuramente ele chegará ao chão. O mais importante é manter as costas eretas, alinhando todos os chakras e trabalhando com toda musculatura das costas.


“O asana não é uma postura que a pessoa assume mecanicamente. Envolve o pensamento e, no final, alcança-se um equilíbrio entre movimento e resistência.” - Iyengar

[Vida com Yoga] Ahimsa

por Natane Circe


No yoga existem vários passos para se alcançar o famoso samadhi, o último membro do yoga e o estado mais elevado da consciência que nos leva ao autoconhecimento. O primeiro membro para a busca do estado de absorção total é o Yama que tem como base cinco princípios éticos que devem ser cumpridos na nossa jornada. O primeiro deles, Ahimsa, é o que poremos em pauta hoje.

Ahimsa quer dizer “não-violência”, é o fazer, sentir, pensar e retribuir tudo que é positivo e extinguir a negatividade, crueldade, ódio, nos campos físicos e mentais de nossas vidas. É uma pratica de autocontrole e autoconsciência.





A prática de Ahimsa se inicia com o ser particular para com ele mesmo. Primeiramente , optando por não ferir seu corpo físico, respeitando, assim, seus limites. No mundo da dança, é comum nos forçarmos para atingir certas metas. Às vezes causamos efeitos negativos irreversíveis sobre o nosso corpo. Tudo por não saber ou se negar a escutar os lamentos do corpo. 



Respeitando o seu tempo praticamos Ahimsa, e teremos uma vida útil de dança bem mais prolongada. Saberemos também lidar não só contra a violência física, mas também a psicológica que causamos a nós mesmos no meio profissional e também no dia a dia. Quantas vezes nos diminuímos fisicamente por não se encaixar em padrões, por não se mover como outra bailarina se move, por não ter uma técnica tão apurada em certos movimentos e asanas. Quantas vezes a impaciência se estampa no rosto quando caímos de um equilibro, quando o shimmie não sai, ou quando a coreografia parece impossível para nós. A raiva, a impaciência, os pensamentos destrutivos nada nos melhora como bailarinas, praticantes ou ser universal. É só uma barreira na qual perdemos tempo construindo pra podermos pular depois. Sendo que ela nem estaria ali se não tirássemos tempo e energia para montá-la.



Ahimsa vai além de nós mesmos. Devemos também saber lidar com os sentimentos perante aos outros. Sou da idéia de que sensibilidade nunca é demais. Querer, fazer e emanar o bem é o primeiro passo do yoga, e deveria ser o primeiro para tudo em nossa vida. O respeito entre nosso núcleo deve ser o reflexo do que é de fora. O respeito entre as irmãs de dança deve ser escancaradamente presente. O respeito pelo corpo da sua aluna, o respeito pela arte, o respeito pela e por qualquer vida deve ser um presente constante no dia a dia.


Ahimsa é muito maior do que o ser humano é atualmente, é algo que pode ser adquirido em longo prazo, mas que a cada pratica nos leva a experiências muito mais completas e reais do que estamos vendo no nosso meio, no trabalho, na família, no Brasil e no mundo inteiro.   


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Vida com Yoga por Natane Circe

 Vida com Yoga
Natane Circe, São José do Rio Preto - SP, Brasil


Sobre a Coluna:

Conceitos e práticas sobre Yoga de forma geral, abrangendo o Yoga em suas variadas formas e perspectiva.


Sobre a Autora:


O interesse pelo Tribal Fusion foi despertado enquanto procurava a respeito sobre alguma atividade física que lhe inspirasse. Como a arte sempre fez parte de sua vida, procurou na dança um refúgio para tentar se expressar melhor. Nada pareceu ser o suficiente até que se surpreendeu em encontrar uma comunidade exótica e underground da dança em vídeos da internet. O encontro com o Estilo Tribal de Dança do Ventre foi um encontro consigo mesma, e pela primeira vez achou um objetivo que lhe fizesse continuar a caminhar.

Assim começou seus estudos de dança do ventre em 2011 com a professora Rosi Cruz. Pois devido a falta de profissionais de Tribal em sua cidade se dedicou à essa milenar arte por 4 anos, ao mesmo tempo em que estudava sua paixão em casa por meio de vídeos e DVDs, além de cursos e workshops na cidade de São Paulo e região. Estudou com grandes nomes da cena Tribal e Dança do Ventre, como: Elis Pinheiro, Aziza Mor, Rosi Cruz, Nureen Thaiar, fez parte do primeiro Curso de Formação em Tribal Fusion por Joline Andrade, cursou workshops e aulas de Rachel Brice, Paula Braz, Mari Garavelo, Kilma Farias, Julieta Maffia, Mariana Quadros  e também de Kristine Adams e Kae Montgomery onde se apaixonou pelo ATS®. Completou seu General Skills e Teacher Training em ATS®, quando Rebeca Piñeiro trouxe Carolena Nericcio-Bohlman e Megha Gavin ao Brasil em 2015.

Em 2018 e 2019 participou do Initiation e Cultivation do 8 Elements de Rachel Brice, recebendo assim seu certificado da fase 1 e 2 do programa.

Atualmente, Natane Circe trabalha como bailarina e professora de Tribal Fusion e também atua como instrutora de Hatha Vinyasa Yoga na qual é formada desde 2013 no curso reconhecido pela Aliança do Yoga. Também é praticante de Ashtanga Vinyasa Yoga e estudante da filosofia védica e outras vertentes do yoga.



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