[Vida com Yoga] Tapas: a autodisciplina no yoga

por Natane Circe


A algum tempo atrás falamos do primeiro dos Yamas (princípios éticos) chamado ahimsa (não-violência). Existem também os Niyamas (princípios de autocontrole), entre os 5 Niyamas existe um denominado Tapas.

Tapas deriva-se do sânscrito “aquecer, calor, tornar-se ardente”, mas no contexto presente significa austeridade. Em outras palavras, esforço sobre si mesmo, disciplina. 

Durante nossa caminhada somos controlados por impulsos e manias muitas vezes destrutivas, outras não tão ruins, mas que de certa maneira fazemos sem pensar por nos transmitir um falso conforto físico e mental. Por outro lado deixamos de fazer algo por ser difícil, por exigir demais, ou pelo simples fato do “não estou com vontade hoje”.


Esses atos de fazer ou não fazer, nos mostra como não temos controlado nossa mente, e que com o passar do tempo esse controle vai sendo perdido cada vez mais por esses impulsos que procuram a inércia, o fácil, o prazeroso.

Ao praticar Tapas estamos trabalhando a mente para que possamos nos devolver o controle sobre ela. Para isso, é preciso primeiro um olhar minucioso para si mesmo. Quais as minhas manias, os meus impulsos, minha rotina que de alguma forma tem se tornado destrutivo, mesmo que imperceptível? Estou deixando de fazer algo por ser trabalhoso? Ando repetindo falhas e impulsos na minha comunicação com o outro, que de certa forma acaba machucando terceiros? Pratico constantes degradações para comigo mesmo, por pensamentos, palavras ou ações? Olhemos mais a fundo na sua prática de dança ou yoga. Eu cumpro o horário estimado para minha prática? Mantenho no movimento ou na postura, mesmo se estiver cansado? Meu foco está totalmente no meu trabalho e não nas mensagens que disparam no celular? Bebo e me alimento o suficiente, nem muito nem pouco, para ter um bom rendimento nos meus estudos?

Para trabalhar Tapas não é preciso desconstruir sua vida de uma vez. Focar em uma dependência e quebrá-la aos poucos trará a disciplina tão estimada, trabalhando assim a austeridade, passo a passo, sem se agredir.



Aos poucos cria-se uma consciência maior, onde você começa a levantar mais cedo, não consume tantas extravagâncias como TV, roupas caras, comidas em excesso, ar condicionado, luxos desnecessários... Ajustando a si mesmo esses processos não serão mais austeros pra você, e suas escolhas moldarão seu corpo e mente aquecendo seu espírito e se libertando para a verdadeira vida.


“O futuro depende do que fazemos no presente.” Mahatma Ghandi


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