Coletivo Tribal: [Resenhando-SC] Espetáculo solidário “Quando o Autismo lhe Tira Para Dançar”

por Aline Pires

Dia 30 de Abril em Florianópolis aconteceu o espetáculo beneficente “Quando o Autismo lhe Tira Para Dançar”, organizado por Alessandra Gutierrez, diretora do Estudio Arte & Terapia. As apresentações de tribal foram um dos destaques do espetáculo, que tinha como missão arrecadar fundos para o projeto Surf Azul, o qual ensina surf para crianças autistas como forma de terapia. Participaram do espetáculo algumas alunas especiais do estudio que abrilhantaram a noite, como Pâmela (PamPam) a primeira modelo/atriz plus size down do Brasil, que abriu o evento com Alessandra Gutierrez em uma coreografia chamada “inclusão”, mostrando que a dança é para todos. Bailarinas de vários grupos de dança da região da grande Florianopolis se uniram pela causa, e o espetáculo contou com apresentações de dança cigana, flamenco, dança do ventre, tribal fusion e ATS.

O bloco das apresentações de tribal fez homenagem às mães, e todas as danças tinham um simbolismo. A coreografia “Feeling Good” da coreógrafa Karolina Domingues, bailarinas Karolina Domingues e Rose Rabelo, trazia a sensualidade e o poder feminino como forma de cura, para as mães que tem passado suas vidas em prol de seus filhos que precisam de cuidados especiais não esquecerem que este poder está presente dentro delas. A coreografia Passing Hours, de minha autoria, bailarinas Aline Pires e Aline Aguirre, mostrava a passagem das horas, minutos e segundos e os ponteiros do relógio sempre em movimento, o que traduzia o esforço que as mães fazem para darem conta de tantas atividades sem deixarem o tempo escapar de suas mãos, sem esquecerem de dar um tempo para si mesmas. A coreografia Macha, da coreógrafa Silvia Bragagnolo e bailarina Vanessa Oliveira, mostrava a face da mulher guerreira, empunhando sua espada contra as dificuldades da missão que é ser mãe de uma criança autista, com relação a preconceitos e julgamentos.

Houve também uma parceria entre os grupos Valkyrjas, Tribo Mosaico e Ämbar Tribal Troupe, que fizeram juntas uma apresentação de ATS naquela noite, e foi algo inedito em Florianópolis os três grupos de dança juntos em uma performance.

O projeto Surf Azul apresentou um video sobre o autismo para esclarecimento, e apresentou fotos das crianças praticando o esporte; momentos em que elas se livram dos olhares e preconceitos da sociedade e se voltam para as ondas do mar, junto com colegas que compartilham a mesma condição. Todos que participaram doaram um pouco de seu tempo e de sua arte para que o projeto tenha como se manter e continuar ajudando crianças autistas e com outras sindromes.

O espetáculo foi bem produzido, e as coreografias de homenagem às mães, em especial as de tribal citadas anteriormente juntamente com a ultima do bloco (estilo livre - Heroínas) davam a sensação de nos colocarmos no lugar das mães por um momento, e refletir sobre o que elas passam diariamente, enquanto o primeiro bloco nos trazia a mesma sensação pelas crianças autistas, que precisam de mais amor e inclusão, e menos preconceito.

Mais sobre o Projeto Surf Azul:

https://www.facebook.com/surfeazul/

http://www.brandpress.com.br/62066-quando-o-autismo-lhe-tira-para-dançar