[Resenhando-SC] Medieval SC 2016

por Aline Pires









Hail, bravos guerreiros(as) e donzelas!

A Medieval SC, festa que já se tornou tradição na ilha, teve sua 5ª edição nos dias 30 e 31 de Julho em um lugar especial da ilha chamado Camping do Rei, localizado no bairro Canasvieiras em Florianópolis. Várias atrações fizeram do evento um momento mágico, contribuindo ainda mais para o clima medieval aflorar durante estes dois dias de festa. Para participar, todos precisam estar preferencialmente caracterizados de acordo com as vestimentas do período que corresponde entre os séculos V e XV aproximadamente, mantendo assim a temática da festa e fazendo com que todos realmente se sintam em um ambiente medieval. As edições da festa vêm acontecendo desde 2012, sendo sempre um sucesso entre os medievalistas, historiadores, e interessados na idade média em geral.


Agora um pouco sobre a festa..




Lutas Medievais

Pesquisadores de artes marciais trazem para o evento demonstrações de técnicas de luta com espadas, vestindo armaduras feitas com placas de metal e também a cota de malha (feita com elos de metal), além de demonstrações de tiros ao alvo com arcos, que poderia ser experienciado pelos participantes da festa. Este é o grupo SCAM - Sistema de Combate com Armas Medievais, que tem o objetivo de estudar os cavaleiros medievais e guerreiros de épocas passadas recriando técnicas e equipamentos, e tendo como base de operações a UFSC, atraindo praticantes de todas as idades. Outro grupo semelhante a fazer demonstrações foi o Sala de Armas Desterro, que estuda as técnicas de artes marciais historicas européias (HEMA - Historical European Martial Arts) através de manuais escritos na idade média por esgrimistas especializados como Johannes Liechtenauer, por exemplo, e traz para o publico a réplica das técnicas com precisão e bastante acuracidade histórica. Já pratiquei esgrima medieval com este grupo e posso dizer que o estudo da esgrima auxilia muito no uso da espada na dança oriental, principalmente pelo fato de aprender quais movimentos fariam sentido ou não em um contexto de luta, o que faz com que você a utilize de forma correta também na dança do ventre. Enfim, vale a pena procurar saber! Infelizmente não há fotos deste grupo ainda, mas você pode encontrar informações em facebook.com/saladearmasdesterro.







Estandes





Em cada ponto da festa haviam estandes. Um deles era da Sociedade Histórica Destherrense (Nossa Senhora do Desterro era o antigo nome de Florianopolis), que atua na cidade como referência na prática do living history - reconstrução do passado através de experiências que estimulem os sentidos humanos. A SHD promove eventos culturais, palestras em escolas, passeios e piqueniques para entusiastas da recriação histórica e para aqueles que querem reviver o passado.


Vendedores de itens medievais aproveitaram para expor seus produtos. As comidas da época são sempre servidas na Medieval, não deixando passar as bebidas tradicionais como o hidromel e o vinho, as quais os participantes da festa muitas vezes procuram tomar em chifres (na foto) ou canecas. Escritores da cena medieval também aproveitaram para vender seus livros, dando destaque para a escritora Tatiane Grellmann, que vendeu bastante na festa, autora de A Princessa de Ferro e o Senhor dos Espelhos.




Música

A musica ficou por conta das bandas Jornada Ancestral, Eldhrimnir, Gaiteiros de Lume e Thunder Kelt, que fizeram as pessoas dançarem muuuito, e o grupo de dança celta que falarei a seguir fez uma grande roda, se esbaldando com seu estilo de dança no gramado. O estilo tocado por estas bandas passa por Música Tradicional Galaica, Musica Folk, Musica Celta, até Folk Metal. Confira o vídeo da banda Jornada Ancestral, de Curitiba, abaixo das fotos.





Vídeo - Banda Jornada Ancestral:



Dança

As apresentações de dança sempre tiveram um destaque especial na festa, principalmente a dança tribal. Desde 2013, o Grupo Valkyrjas realiza apresentações de tribal fusion, mesclando-o às danças medievais, ou seja, criou-se uma fusão medieval. Na 4ª edição realizada em 2015, além da fusão medieval teve a estréia do ATS® na festa, também com o Grupo Valkyrjas, que surpreendeu por ser um estilo que em Florianópolis ainda não era tão conhecido. O grupo Waris, coordenado por Naiade Sharkey, fez uma participação na 3ª edição da medieval, trazendo a dança do ventre com wings e com espada. Também na 3ª edição, o grupo Bedaiah Tani de Lana Shazadi participou com apresentações de dança do ventre. Este ano, o Grupo Valkyrjas que marcou presença em 3 edições consecutivas ficou impossibilitado de participar. Neste ano grupos bem diversificados e também com bastante bagagem cultural se apresentaram na festa com várias performances que agraciaram os espectadores. Confira os grupos que marcaram presença na edição 2016:

Flores do Nilo
O grupo coordenado por Julieta Furtado trouxe o estilo de dança Andaluz, que recebe influencias do norte da africa e espanha, chamado Mowashahat. As integrantes do grupo estrearam na festa nesta edição, e você pode conferir abaixo as fotos, e o vídeo do solo de Julieta, que é bailarina e professora de tribal fusion na lagoa da conceição:




Video - Solo de Julieta Furtado dançando Lamma Bada:


Ambar Tribal Troupe
O Ambar Tribal Troupe é um grupo de ATS®, coordenado pela sister studio Cintia Vilanova, professora na escola de dança Panambi. Pela segunda vez na Medieval SC, o ATS® se fez presente e agradou a todos. Em 2015 o estilo foi apresentado por Tamiris Madeira e Aline Pires do Grupo Valkyrjas, e deixou o público entusiasmado tanto por ser um improviso quanto pela estética da dança e dos figurinos. Nesta edição de 2016 não foi diferente, o ATS® foi mais uma vez bem representado, desta vez pelo grupo Ambar Tribal Troupe, que fez uma bela apresentação e também levantou muita curiosidade, o que sempre contribui para difundir o ATS® em Florianópolis e em SC. "Eles elogiaram muito, e as pessoas perguntavam o que era, então a gente pôde também propagar mais o que é o ATS® e as influências que ele tem." - disse Julic, integrante do Ambar e proprietária do Espaço Devas. Cintia, coordenadora do grupo, relatou que os figurinos foram pensados de forma a se adequarem à festa, mantendo claro o padrão do dresscode, e as músicas também foram escolhidas de acordo com a temática medieval. Já Renata Ardah, bailarina e professora de dança tribal, disse que no domingo dia 31 o grupo Ambar foi o unico a se apresentar, e isto deu um destaque maior para o estilo. “Estamos também honradas e animadas a voltar no ano que vem com muito mais ATS®” diz Renata. As integrantes se mostraram muito felizes com esta participação, e com a identificação do publico em geral.





Grupo Arallec'h de Danças Celtas
O Grupo Arallec’h vem do Rio Grande do Sul e trouxe uma oficina de dança celta, além de dançarem durante os intervalos de apresentações enquanto a banda tocava, o que animou ainda mais a festa. Foi formada uma grande roda, como se pode ver na foto abaixo, o que trouxe a participação de quem não é dançarino também, experimentando um tipo de dança diferente. A apresentação do grupo foi animada, e foi a primeira vez que a festa medieval pôde contar com danças celtas.










Grupo Andança - Dança Cigana
O grupo Andança é um grupo de dança cigana, que oferece todo ano oficinas de dança na UFSC. O grupo se apresentou no Sábado, e as saias rodadas fizeram sucesso como sempre, com suas cores exuberantes ao se movimentarem. A dança cigana abrange várias épocas, e com certeza se encaixa na proposta da festa, pois o povo cigano recebeu influências e também influenciou muitas culturas pelo mundo.




Solos
Os solos foram com as bailarinas: Jaqueline Miranda, Renata Ardah, Raisa Segredo, Selena Fatin e Julieta Furtado.


Organização




A organizadora do evento é Amanda Haitmann, da empresa Culture World, que realiza eventos culturais. Porém não posso deixar de citar Giovanna Ferraro, que hoje mora na Irlanda, e foi a idealizadora da Medieval Floripa (antigo nome da festa) que tomou forma em 2012. A cada edição a festa toma uma proporção maior, graças ao esforço da organização e dos colaboradores, e cada vez mais atrações de outros estados estão presentes trazendo sua dança, música e produtos medievais para Santa Catarina. Parabéns à Amanda por mais uma Medieval SC de sucesso, e que venham outras edições! Com isso, encerro a resenha do mês de Agosto, e convido os que se interessam pela era medieval a ficarem atentos à Medieval SC do ano que vem, pois vale a pena. Caravanas de vários estados sempre se organizam para vir a Florianópolis para a medieval, então se você quer dançar/se apresentar, vender produtos ou apenas curtir a festa, você encontrará informações de contato e venda de ingressos na página https://www.facebook.com/medievalSC/. Abraços a todos!










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