A algum tempo atrás falamos do primeiro dos Yamas (princípios éticos) chamado ahimsa (não-violência). Existem também os Niyamas (princípios de autocontrole), entre os 5 Niyamas existe um denominado Tapas.
Tapas deriva-se do sânscrito “aquecer, calor, tornar-se ardente”, mas no contexto presente significa austeridade. Em outras palavras, esforço sobre si mesmo, disciplina.
Durante nossa caminhada somos controlados por impulsos e manias muitas vezes destrutivas, outras não tão ruins, mas que de certa maneira fazemos sem pensar por nos transmitir um falso conforto físico e mental. Por outro lado deixamos de fazer algo por ser difícil, por exigir demais, ou pelo simples fato do “não estou com vontade hoje”.
Esses atos de fazer ou não fazer, nos mostra como não temos controlado nossa mente, e que com o passar do tempo esse controle vai sendo perdido cada vez mais por esses impulsos que procuram a inércia, o fácil, o prazeroso.
Ao praticar Tapas estamos trabalhando a mente para que possamos nos devolver o controle sobre ela. Para isso, é preciso primeiro um olhar minucioso para si mesmo. Quais as minhas manias, os meus impulsos, minha rotina que de alguma forma tem se tornado destrutivo, mesmo que imperceptível? Estou deixando de fazer algo por ser trabalhoso? Ando repetindo falhas e impulsos na minha comunicação com o outro, que de certa forma acaba machucando terceiros? Pratico constantes degradações para comigo mesmo, por pensamentos, palavras ou ações? Olhemos mais a fundo na sua prática de dança ou yoga. Eu cumpro o horário estimado para minha prática? Mantenho no movimento ou na postura, mesmo se estiver cansado? Meu foco está totalmente no meu trabalho e não nas mensagens que disparam no celular? Bebo e me alimento o suficiente, nem muito nem pouco, para ter um bom rendimento nos meus estudos?
Para trabalhar Tapas não é preciso desconstruir sua vida de uma vez. Focar em uma dependência e quebrá-la aos poucos trará a disciplina tão estimada, trabalhando assim a austeridade, passo a passo, sem se agredir.
Aos poucos cria-se uma consciência maior, onde você começa a levantar mais cedo, não consume tantas extravagâncias como TV, roupas caras, comidas em excesso, ar condicionado, luxos desnecessários... Ajustando a si mesmo esses processos não serão mais austeros pra você, e suas escolhas moldarão seu corpo e mente aquecendo seu espírito e se libertando para a verdadeira vida.
“O futuro depende do que fazemos no presente.” Mahatma Ghandi
O início do aprendizado sobre o
“transmitir” e o “ajudar” na eterna caminhada rumo ao conhecimento e à
descoberta das sua identidade artística
A
fase 4 é introduzida por Rachel Brice com muita cautela e respeito, ressaltando
sempre a importância que um professor possui na vida de seu estudante e na evolução
artística que ele desenvolverá. Por isso, desde o primeiro momento, ao indicar
os livros prévios ao intensivo, ela já destaca a necessidade de especialização
(que será um estudo continuado e constante), de cuidado com o que se ensina e,
principalmente, com a conduta ao se ensinar. Neste momento do programa 8
elements a criação artística e o desenvolvimento das habilidades pessoais
enquanto “performers” são colocados à parte para dar lugar à formação do
professor, do profissional que irá transmitir ao seu estudante os conhecimentos
que acumulou e que ainda desenvolve. Para Rachel, há uma separação a se
considerar entre o profissional de dança e o professor de dança, claro sem
afirmar que há um impedimento em se exercer os dois, porém esclarecendo que
estas profissões envolvem buscas, planejamentos, estudos e evoluções distintos.
Isto nos permite a compreensão de que a excelência e o talento como “performer”
não garante a desenvoltura de sucesso como professor, uma vez que são caminhos
diferentes que comungam de alguns conhecimentos e habilidades.
Enquanto
professores devemos esclarecer a nós mesmos nossas próprias intenções sobre o
que ensinamos, quem somos e onde queremos chegar, alcançando um foco preciso
dos nossos objetivos, os quais caracterizarão nossa forma, filosofia e abordagem
de ensino particulares. Isto significa que a busca pelo conhecimento, pela
especialização será constante, pois há sempre o que se aprender sobre algo ou
assunto, o que faria de todos eternos estudantes. Assim, não há desvalorização
em se reconhecer que outro profissional seja mais especialista que você em
alguma vertente do vasto campo do conhecimento, o que nos conecta à ideia de
uma “rede do saber”, onde se é possível estudar com diversos profissionais à
medida que estes mesmos se conhecem, trocam experiências e indicam uns aos
outros. Quando se trata da importante função “ensinar” é extremamente relevante
que o professor revele todas as fontes disponíveis para que o aluno alcance o
aprendizado de qualidade de acordo com o seu próprio objetivo, com sua própria
escolha. Rachel sempre disse, desde o primeiro intensivo do programa, não há
vergonha em se admitir que há algo que você, professor, não saiba, não estamos
à frente de uma turma de estudantes como doutrinadores, mas como líderes
temporários que objetivam criar outros líderes e não seguidores. Como
professores acompanhamos os alunos por um breve tempo, auxiliando-os em seu
aprendizado individual rumo ao caminho escolhido e traçado por ele, pelo qual
sua identidade própria se formará e seu trabalho florescerá.
Esta
fase do programa é extremamente tocante pela abertura e proximidade que todos
participantes possuem uns com os outros e com a própria Rachel. As emoções se
afloram com o decorrer das experiências trocadas e da exposição da história de
aprendizado pessoal, da própria criação de cada um. Nós artistas, em geral,
possuímos um nível de auto exigência muito grande e, às vezes, transferimos
algumas expectativas ao ensinar. A tarefa de se equilibrar esta exigência de se
ampliar os limites e o apoio próximo ao aluno talvez seja um dos maiores
desafios de um educador. Rachel nos ensina a expandir a mente para o “modo” de
crescimento, ou seja, nos ensina que amar o processo que se percorre no
aprendizado, valorizando cada desafio, obstáculo ou falha, é muito mais
importante do que um único perfeito resultado. Essa postura nos afasta do comportamento
dado por uma mente fixa, ávida pela aprovação externa, que teme as falhas por
achar que o talento é nato, que limita o indivíduo às situações por ele
conhecidas e pode ser responsável, muitas vezes, por desistências prematuras e
queda drástica de rendimentos. Cultivamos então a mente que ama abordagens
diferenciadas e que enxerga cada teste como um verdadeiro presente, a grande
possibilidade de alavancarmos nossos conhecimentos, principalmente se houverem
falhas, oportunidades de aprendizado reais e de descobertas de grandes
inovações. A criatividade, então, é praticada consistentemente, pois somente
assim ela se desenvolve. O cultivo de uma mente aberta que acredita que o
esforço, o trabalho duro e consistente são a chave para a construção de uma
habilidade pode ser provocado e supervisionado inicialmente pelo professor.
Este, pelo diálogo, sem utilizar elogios vazios – “muito bem”, “lindo”,
“ótimo”- pode incentivar o apreço pelo processo de aprendizagem, provocando a
produção de estratégias individuais por cada estudante, o que torna o aprender
e a prática desfrutáveis e não mais obrigações para um resultado idealizado.
Aprender seria o resultado de uma parceria do professor e aluno. O aluno
estabelece uma relação de confiança com seu professor, principalmente quando
este demonstra que acredita no estudante.
Assim,
com estes lindos ensinamentos termina o programa 8 elements, um fim que
determina para mim um começo de uma jornada como bailarina e professora de
dança, refletindo o meu processo de transformação ao longo dos quatro intensivos:
uma nova mente, uma nova prática, uma nova forma de acreditar e viver minha
arte, com a ética sempre presente e o respeito aos meus mestres e antecessores,
a alma de uma eterna estudante, a certeza de que cada um possui a sua linguagem
criativa individual e de que a cooperação entre os profissionais da nossa arte
pode alavancar a todos, espalhando nossa voz e transformando vidas. E por isso
tudo serei eternamente grata à minha professora Rachel Brice, aquela que me
despertou para um novo olhar e que me guiou para este encontro com um novo
caminho.
Revisitando algumas tendências passadas, decidi falar um pouco da famosa saia
de sári, que foi sonho de consumo de muitas bailarinas há cerca de 2 anos,
depois do boom da saia Jaipur.
Sari, saree, ou shari é uma indumetária feminina usada no subcontinente Indiano
que consiste em um tecido de seda com comprimento variando de 4,5m a 8m de
comprimento e 1,20m de alura. O nome vem do sâncrito, significando "faixa
de tecido".
O sári, típicamente, é enrolado em volta da cintura e a ponta mais
decorada - chamada Pallu - , pende no ombro, ostentando o belo tecido estampado
por silkagem ou jacquard*. Existem vários tipos de amarração do sári sendo um
dos mais comuns, o estilo Nivi, originário do estado de Andhra Pradesh.
Sob o Sari é usado por cima de uma anágua - chamada de, entre outros
nomes, parkar, lehenga, pavadai e ghaghra - e de uma blusa - choli ou ravike
(sul da Índia) - enta, com mangas curtas e, geralmente, com o compimento à
atura abaixo do busto.
Esta vestimenta é tida como um símbolo de graciosidade nas culturas
subcontinente Indiano.
O uso do sári é amplo
em sua região natal e descobri, pelo youtube, que algumas indianas (talvez por
influência ocidental) estão buscando dar novos ares a estas belas peças,
transformando-as em vestidos, saias, calças e até peças de decoração. Deixei
nas referências um vídeos com idéias de upcycling de sáris.
Por fim, estas maravilhas sendo usadas no tribal:
Natália Espinosa
Yoli Mendez & Gabriela Miranda
*Uma invenção do mecânico Joseph Marie
Jacquired! O jacquard é fruto de um sistema de tear automático desenvolvido
pelo francês no final do século XVIII. Esse sistema cria um tecido com estampas
coloridas, diferentes, complexas e com relevo, originárias do entrelaçamento
dos fios. Para que os desenhos sejam feitos, uma série de cartões automáticos perfurados
programa cada movimento.
Vídeo sobre o processo completo da fabricação, desde a fiação da seda,
tingimento, trama e silkagem e finalização:
Falarei sobre o principal toque de
snujs utilizado no ATS® conhecido como GALOPE. Vou
descrevê-lo:
D E D (Destro) E D E (Canhoto)
1 2 3 1 2 3
O galope é um toque de um tempo. Dessa forma, imaginando
um ritmo de 4 tempos, será necessário 4 galopes para tocar toda a frase
musical. Assim, não foi por acaso que
Carolena Nericcio-Bohlman escolheu esse toque como o principal do ATS®.
No repertório rápido clássico, boa parte das
músicas são, pelo ponto de vista da dança do ventre, ritmos de 4 ou 2 tempos e
folclóricos. Exemplo: saide, falahi, baladi, maksun, entre outros.
E a música folclórica possui pouca variação,
diferente das musicas de rotina clássica para dança do ventre. Essas, por sua
vez, são extensas, possuindo uma variação grande de ritmos, indo do rápido ao
lento e depois ao rápido. Em uma outra postagem, falarei mais sobre o assunto
ritmo específicos para a dança do ventre.
Concluindo: pratique, sempre, o toque galope, em
várias velocidades, pois a prática gera segurança, confiança e assim, o som dos
seus snujs ficará cada vez mais reverberante e cristalinos.
Por fim, escolha, de início, músicas do repertório
rápido clássico do ATS® não tão rápidas e depois, quando sentir-se segura e
perceber o som mais cristalino, passe para musicas mais rápidas.
Graduanda em Fisioterapia, é bailarina,
professora,coreógrafa e
pesquisadora em Dança do Ventre, Fusões
Tribais e Danças Comerciais ,sendo o primeiro, desde 2006.
Tendo dedicado toda a sua formação em aulas regulares,cursos e workshops com
alguns dos principais nomes da dança nacional e internacional.
Amante do movimento, estudou diversos outros estilos como Dança
Clássica Indiana, Danças Africanas, House Dance,Hip Hop Dance,Flamenco, Danças
Populares Brasileiras,Dancehall, Jazz Funk, Heels,etc.
Foi premiada nos maiores eventos de Dança do Ventre de Minas Gerais como
solista e grupo,sendo:
-Festival Nacional Shimmie (2015 e 2016);
-Congresso Mineiro de Dança do Ventre (2014);
- Destaque Tribal na categoria Revelação pelo Blog Aerith Tribal Fusion (2015);
-Bailarina Destaque de todo evento - Shams Dance Festival
(2019).
- Bailarina Destaque de todo evento - Nureen Dance Festival
(2020).
É idealizadora do Projeto Poder,que visa o empoderamento e o
autorredescobrimento através da dança.
Tribal Core foi uma festa no estilo Mostra de danças
produzida por mim e realizada no Núcleo Dunyah Zaidam, para dar espaço à expressão de novas
bailarinas de tribal de Belo Horizonte.
Aberta à participação de bailarinos de todos os níveis, Tribal Core foi um momento aconchegante para
que cada artista pudesse dar vasão, sem julgamentos, para sua expressividade
própria.
Para mim, como professora, foi emocionante ver os
primeiros passos de minhas alunas – algumas há bem mais tempo comigo que outras
– em direção à auto descoberta na arte do Tribal Fusion.
Fechamos o evento com a participação de todas as
bailarinas presentes em uma performance de ATS®, encerrando a festa
com a interação de todas.
Coletei alguns depoimentos que seguem abaixo:
Liliane Ramos:
Gostaria de deixar explícita minha grande satisfação em
ter participado do evento Tribal Core 2016, organizado pela professora e
dançarina Annamaria Marques. A festa trouxe uma bela demonstração do Tribal
Fusion para a noite Belorizontina, com muita diversidade, personalidade e
beleza. Cada bailarina demonstrou muita identidade, o que possibilitou ao
público uma experiência única a cada momento do espetáculo, tornando-o
agradável do início ao fim. A proximidade do palco com o público e o
coffee-break deixou o ambiente com um clima intimista e aconchegante. O evento
finalizou com uma grande apresentação de ATS® em um momento único de conexão com a dança. Parabéns
Annamaria Marques por enriquecer o cenário cultural da cidade, por contribuir
com o fortalecimento do Tribal Fusion e por ensinar a todas suas alunas que a
dança pode ser um elemento de expressão de singularidades e também de união e
parceria.
Rafaela Silva:
Ana parabenizo-a pelo evento. Foi impecável, muito organizado e de
qualidade.
Para mim foi bastante enriquecedor e uma experiência maravilhosa.
Um encanto esse evento bailarinas
lindas, super simpáticas e receptividade calorosa.
Agradeço pela oportunidade de ter participado desse evento lhes
desejo sucesso e até breve!
Anisah Saliha:
O Tribal Core foi lindo. Tive a oportunidade de matar a saudade do Tribal, de
bailarinas que eu não via há algum tempo e de me aventurar no ATS® na filmagem
para o ATS® WorldWide. Uma das coisas que mais me tocou foi ver bailarinas que
eu vi começando a dançar, montando seus próprios solos (e ARRASANDO!). Amei
participar desse evento e já estou ansiosa pelos próximos.
No primeiro “Desvendando” de 2017, temos
a convidada Persephone LeFay, bailarina da cidade de Curitiba. Ela nos conta o
que há de oculto por trás de seu trabalho intitulado "Dancing Before
Sacrifice". Confira a história desta criação e conheça um pouco mais sobre
esta bailarina tão sensível e devota às suas crenças!
Querida, Persephone:
Obrigada por dividir conosco teu belíssimo trabalho!
Venenum
Saltationes: Quando e como surgiu a vontade de criar "Dancing Before Sacrifice"?
Esta coreografia
tem uma grande importância para mim. No momento que a fiz, vinha refletindo
muito sobre a questão dos sacrifícios, em todos os seus aspectos. Nos
sacrifícios que antigos guerreiros faziam por aquilo que acreditavam, nos
sacrifícios que fazemos aos deuses e deusas, nos sacrifícios que fazemos por
aqueles que amamos. Na doação. Como a doação é importante e como se sacrificar
sempre traz a ideia de um amor muito grande, trazendo a dor do sacrifício
juntamente ao coração aberto e feliz pela oferta de si mesmo, ou daquilo que
representa nossa vontade. Baseada nessas reflexões que vinham preenchendo meu
viver nesta época, realizei esta coreografia.
Venenum
Saltationes: Do que se trata este trabalho? Qual o assunto abordado?
Como comentado
acima, o assunto que ela trata é o Sacrifício, numa tentativa humilde de
personificá-lo dançando. Como uma última dança antes de se sacrificar por algo
a alguém, ou por alguém a algo. Ela é uma coreografia onde trago a dor da
doação, juntamente a glorificação de estar se sacrificando de bom grado por
aquilo que me preenche, me domina, e eu preciso e respeito.
Venenum
Saltationes: Existe alguma linguagem oculta por trás de "Dancing Before
Sacrifice"?
Sim, existe! Desde as músicas pensadas, até os
movimentos que trago, são todos baseados em questões de sacrifício que eu vinha
realizando em minha vida pessoal, pois eu trazia em mim na época (e ainda
trago) o sacrifício de uma guerreira que estava lutando por algo que
acreditava, o sacrifício para minha deusa, o sacrifício para aquilo que
acredito, a doação de mim mesma, a abdicação de coisas de mim, em virtude de
outras pelas quais tinha grande afeto e eram muito importantes. A união de
sacrifícios que vinha passando criaram cada linguagem e expressão corporal e
facial que busquei desenvolver na coreografia, e pela união de tantos
sacrifícios, decidi simbolizar a personificação do sacrifício em si, do modo
que estava vendo e vivendo.
Venenum Saltationes: Com quem "Dancing
Before Sacrifice" tenta se comunicar? E o que ela quer dizer?
Primeiramente, ela
se comunica comigo, com minha visão da personificação do sacrifício. Antes de
me doar para a dor, irei dançar a dor, em virtude de algo maior. Ela busca se
comunicar com a deusa que habita em mim, que vê e acolhe meus sacrifícios,
simbólicos, mas nem por isso menos reais. Ela busca se comunicar com quem
assiste, para que seja tocado e relembre a si mesmo de seus próprios
sacrifícios, doações e motivações.
Venenum
Saltationes: Comente sobre os processos de criação de "Dancing Before
Sacrifice".
Para criar esta
coreografia, senti os chamados das músicas, que eu mesma editei em sequência,
criando com elas meu sentido. Eu, no início, sabia o que queria dizer, mas como
muitas vezes ocorre com todos nós, me perguntava como. Após o chamado das
músicas e a música final pronta, eu já sabia que o início me chamaria para
incorporar o sacrifício e personificá-lo no palco, que foi o que busquei fazer,
me oferecendo de bom grado, mas nem por isso ignorando a dor, para atingir algo
maior. Minhas taças e o líquido que bebo simbolizam o sim que disse para muitos
sacrifícios pessoais em vários aspectos que vivia no momento, e o sim para
humildemente simbolizar o sacrifício de muitos significados. A segunda música
chama a glorificação, sem ignorar a dor, mas mostrando a mim que a partir da
doação podemos conquistar aquilo que desejamos e nosso sacrifício tem
importância, é reconhecido e ouvido. Ele nos toca, ele purifica, ele ensina. É
uma coreografia carregada de simbolismo. A queda do final é a redenção final,
em agradecimento por ter sido atendida, o descanso e emoção do sacrificado. Ter
realizado este trabalho me ajudou a ver o próprio sacrifício de outras formas,
ver que acima de tudo fazemos escolhas ao pronunciarmos os nossos chamados e
realizarmos a busca de nossas vontades. Mostrou-me a importância de unir a dor
da doação com a glorificação da conquista. Fez-me olhar tudo aos olhos do
sacrifício em si, do sacrificado, e não só de seu objetivo final, da conquista.
Tenho imenso carinho por ela.