Grupo Mahila - Primeiro Encerramento do Ano do Estúdio de Dança do Ventre Letícia Zanezi - categoria internacional
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Remanejados:
"Tribal Fusión Argentina /Gia Anjana" remanejado para "Destaque Hermana Tribal"
Análise de Invalidações da Etapa 1:
(Período:29/01-10/02/2018)
As invalidações podem ser levadas em consideração pela Comissão Avaliadora do Blog caso seja apresentada uma justificativa (por escrito da solicitante) embasada, resgatando e validando, desta forma, sua participação à etapa seguinte.Justificativas enviadas após o prazo não serão analisadas! Enviar para: aerithtribalfusion@gmail.com
O ano de passado foi financeiramente difícil para muita
gente, e para a nave-mãe do ATS® não foi diferente. Foi o ano em que foi
anunciado o fim do ATS® Homecoming.
Sim, isso mesmo. 2017 foi o último ano de ATS® Homecoming.
Mas calma! Não se desespere. Primeiro, vamos entender o que
era o ATS® Homecoming e, principalmente, o motivo deste nome.
O ATS® foi criado e desenvolvido em San Francisco,
California. Trata-se de uma cidade com uma borbulhante vida cultural e nichos
alternativos, onde várias tribos se sentem à vontade e onde há relativa
aceitação à diversidade - um contexto bem condizente com a comunidade do ATS®. O
também extinto FCBD® Studio se localizava em SanFran. Por todos esses motivos, a
cidade foi eleita o cenário ideal para uma conferência internacional anual de ATS®
e o nome, ATS® Homecoming (traduzido como Retorno ao lar, Volta pra casa, um
conceito bem solidificado entre os americanos) parece ter surgido naturalmente.
Nos anos de 2015, 2016 e 2017, este evento foi uma
oportunidade para dançarinos de ATS® do mundo inteiro conhecerem o berço do ATS®,
entrarem em contato com Carolena e o FCBD®, confraternizarem, estudarem e
reciclarem seus conhecimentos e vivenciar o estilo de vida ATS®. O ATS®
Homecoming foi uma experiência maravilhosa para todos os que tiveram a
oportunidade de vivenciá-lo. Eu estive lá nas edições de 2015 e 2016, e posso
dizer que foi um bálsamo para minha relação com minha dança e com a comunidade
tribal.
Em novembro de 2016, no entanto, foi publicado um pequeno
texto na página do evento, traduzido aqui em sua maioria por mim:
“É com tristeza que
anunciamos que 2017 será nosso ultimo ano em San Francisco realizando o ATS®®
Homecoming. Nós gostamos muito de
celebrar o American Tribal Style® em seu berço.
Porém, após muito deliberar, Carolena e Terri decidiram que é
simplesmente caro demais fazer uma conferência em San Francisco.
Nós realmente amamos a
comunidade e a oportunidade de celebrar anualmente com todos vocês. Então, de
18 a 21 de janeiro de 2018, nós trazemos a você o ATS®® Reunion (n.t.:Reunião). O
tema do primeiro ano é “Home is Where the Heart Is” (n.t.:“O Lar é Onde
Está o Coração”) porque, indepentente de
onde nos reunamos, o Lar é onde encontramos uns aos outros. O ATS®® Reunion
ocorrerá no KCI Expo Center no Kansas, Missouri. Nós teremos o KCI Expo Center só para nós e
seu hotel com mais espaço para participantes, expositores e festas!
O fim de semana ainda
oferecerá excelentes professores, expositores maravilhosos, shows incríveis e
uma comunidade fantástica. Apenas será
chamado por um nome diferente e ocorrerá em um local diferente.”
Ou seja, o evento ainda ocorre! Só não faz mais sentido
chama-lo de retorno ao lar porque o lar, San Francisco, não sediará o evento
todo ano – o que não significa que em algum momento ele não poderá ser a sede
do ATS® Reunion. É claro que ir a San Fran fazia parte da graça do Homecoming
para quem vem de fora, mas com os preços mais baixos como atrativo e com a
promessa de manutenção da qualidade do evento, ainda podemos desfrutar de uma
conferência anual digna da comunidade do ATS®, sempre devotada e ávida por
conhecimento.
As inscrições para o ATS® Reunion já estão abertas e podem
ser feitas na página oficial do evento: http://atsreunion.com/
Este artigo foi
escrito em sua totalidade por Natália Espinosa e de forma alguma reflete as
opiniões de Aerith Asgard e Aline Muhana.
Maria Fomina, da Ucrânia, utilizando traje de ATS® com
diversos elementos étnicos.
Um assunto que tem estado muito em voga ultimamente (ainda
bem) é a questão da apropriação cultural. O que seria apropriação cultural?
Basicamente, trata-se de uma cultura privilegiada utilizar elementos de
culturas de povos oprimidos sem imprimir a eles o devido significado e sem
sofrer as represálias e preconceitos sofridos por quem é oprimido. Alguns
exemplos bem conhecidos do tribal seriam o uso de dreads e turbantes
tranquilamente por pessoas brancas como acessórios de moda, sendo que quando os
mesmos são utilizados por pessoas negras levam a uma interpretação pejorativa.
Quando consideramos o dress code do ATS® e até mesmo do
tribal fusion e da dança do ventre praticada no Bal Anat, é inevitável nos
depararmos com essa questão. Turbante, choli, jóias étnicas, bindis, harquus
(aquelas tatuagens faciais que fazemos com delineador ou lápis de olho, muitas
vezes sem nem conhecer o significado daqueles símbolos) e até mesmo os dreads
são parte de nosso dia-a-dia e a grande maioria das bailarinas, tanto aqui
quanto no exterior, são brancas ou lidas como brancas na sociedade em que estão
inseridas, ou seja, são pessoas que não sofrem preconceitos devido à percepção
do que seria sua “raça”. Nos EUA, onde essas fronteiras são bem delimitadas,
essa questão tem sido bastante abordada pelas dançarinas de Tribal Fusion. Kami
Liddle puxou essa discussão em seu facebook no ano passado, e muita gente
(inclusive eu) participou do debate. Algumas bailarinas escolheram não utilizar
mais alguns elementos étnicos em seu vestuário e houve até quem escolhesse não
dizer mais que faz dança tribal por crer que essa nomenclatura seria
desrespeitosa aos nativos norte-americanos, coisa com a qual eu, Natália
Espinosa, discordo completamente. Mas vamos voltar ao ATS®.
O nome American Tribal Style, Estilo Tribal Americano, já
está registrado e até agora não há nenhum tipo de esforço no sentido de alterar
o nome. As praticantes do estilo nos EUA, brancas ou não, não parecem se
engajar muito nessa discussão – pelo menos não na internet. Talvez seja por
causa se alguns fatores que eu gostaria de enumerar aqui:
O dress
code do ATS® não representa nenhum povo específico – como mistura elementos
de diversas culturas, não constitui uma fantasia, um estereótipo de nada. A
imagem que associam ao nosso dress code é apenas, talvez, a de uma dançarina de
ATS® 😊
Embora Jamila Salimpour, Masha Archer e Carolena
Nericcio-Bohlman sejam brancas, o ATS
não é uma dança das maiorias privilegiadas. É uma dança inclusiva,
realizada por mulheres e, mais recentemente, também por homens de diversas
etnias e na qual a tolerância e aceitação são estimuladas. A própria história
do ATS® está ligada à necessidade de uma dança do ventre que abraçasse as
mulheres fora do padrão.
Nenhum dos elementos do dress code é utilizado
levianamente. A ideia de Masha Archer, ao definir o figurino que viria se
tornar o dress code do ATS®, era devolver a dança às mulheres, destacar o
ventre sem erotizar a bailarina e proporcionar um ar régio e confiante. Masha buscou re-significar elementos
étnicos, sem esvaziá-los de importância ou apagar sua relevância em sua cultura
original.
A própria dança do ventre poderia ser
considerada apropriação cultural, se vista por esse prisma. O que é realizado
no ocidente com esse nome é, na verdade, uma amálgama de diversas danças com
propósitos e significados diversos, muitas vezes desconhecidos das dançarinas
ocidentais. Deveríamos então parar de dançar dança do ventre ou tribal?
Minha opinião é a de que não
podemos limitar a arte e sua evolução. Com o acesso à internet e a
globalização, isso se tornou, arrisco dizer, impossível. Em relação ao ATS® e
tribal fusion, temos que ter em mente que são danças ocidentais com influências
étnicas, e não são originalmente de nenhuma cultura de minoridades. Utilizamos
seus elementos, mas a maior parte de nós o faz com respeito e busca estudar de
onde vem, sua história, seu significado. Por isso o
estudo teórico se faz tão importante, para que não haja um esvaziamento de
culturas tão ricas e para que nosso contato com esses povos através de tais
elementos aumente o respeito e colabore para, de alguma forma, diminuir a
opressão e o preconceito que sofrem.
Falarei sobre o principal toque de
snujs utilizado no ATS® conhecido como GALOPE. Vou
descrevê-lo:
D E D (Destro) E D E (Canhoto)
1 2 3 1 2 3
O galope é um toque de um tempo. Dessa forma, imaginando
um ritmo de 4 tempos, será necessário 4 galopes para tocar toda a frase
musical. Assim, não foi por acaso que
Carolena Nericcio-Bohlman escolheu esse toque como o principal do ATS®.
No repertório rápido clássico, boa parte das
músicas são, pelo ponto de vista da dança do ventre, ritmos de 4 ou 2 tempos e
folclóricos. Exemplo: saide, falahi, baladi, maksun, entre outros.
E a música folclórica possui pouca variação,
diferente das musicas de rotina clássica para dança do ventre. Essas, por sua
vez, são extensas, possuindo uma variação grande de ritmos, indo do rápido ao
lento e depois ao rápido. Em uma outra postagem, falarei mais sobre o assunto
ritmo específicos para a dança do ventre.
Concluindo: pratique, sempre, o toque galope, em
várias velocidades, pois a prática gera segurança, confiança e assim, o som dos
seus snujs ficará cada vez mais reverberante e cristalinos.
Por fim, escolha, de início, músicas do repertório
rápido clássico do ATS® não tão rápidas e depois, quando sentir-se segura e
perceber o som mais cristalino, passe para musicas mais rápidas.
Na coluna passada falei sobre o Puja e mencionei a metáfora da Flor de Lótus, essa flor maravilhosa, que nasce do lodo imundo do fundo das águas, emergindo perfeita e perfumada. A Flor de Lótus é o resultado da perseverança, do esforço, da luta do botão que ela um dia foi enquanto estava na lama, quando ainda não estava pronta para desabrochar. Como isso se transforma numa metáfora para as bailarinas de Tribal? Pois bem, assim como a própria vida, a dança nos frustra. Sejamos honestas. Todas temos momento de pensar - ou até de chegar a - desistir de dançar.
Algumas vezes somos pegas na técnica, o estilo que escolhemos se mostra mais complexo de nosso corpo entender do que gostaríamos, e frente às nossas dificuldades, nos frustramos e pensamos em desistir. Outras vezes nos decepcionamos com situações do mundo da dança, com as nossas experiências, com as pessoas por trás dos artistas. Os motivos variam muito, mas seja o que for, o que a metáfora da Flor de Lótus nos diz é: seja forte e continue seu caminho. Persevere! Você também tem a capacidade de usar as piores situações para descobrir o seu melhor.
Eis uma dica pessoal: quando pensar em desistir, lembre-se de porque você começou a dançar. Lembre-se do motivo, da primeira intenção e das sensações de quando você conseguiu fazer o primeiro passo de dança como gostaria. Lembre-se de como se sentiu. Lembre-se das vezes em que dançar te fez focar somente naquele momento e esquecer do resto do mundo, dos problemas, da vida, de tudo. Eu sei que como bailarina você já teve esse momento SIM. Lembre-se do quanto a dança nos ensina como um todo a ter mais paciência, mais humildade e ao mesmo tempo mais confiança, e, acima de tudo, mais perseverança. Cada vez que algo te frustrar, respire fundo e mergulhe dentro de você mesma. Pense como teria sido a sua vida sem a dança até agora? Quem você seria sem essas experiências? E mais, como seria a sua vida sem a dança alguma? Como seria para você de repente não poder mais dançar?
Esse sentimento de não poder largar a dança é o que te faz continuar. Nós lutamos pelo que amamos, e somos bailarinas porque amamos a dança. Esse sentimento de pertencimento, de identificação, de alegria quando seu corpo se movimenta de acordo com o que você sente e imagina. A dança é uma arte feita pelo corpo do artista, ela é a tradução do que sentimos em gestos... Então por que não dançar o que nos incomoda nessa arte também? O que nos frustra e nos irrita? Por que não dançar todos os aspectos, luz e sombra, do que essa arte representa para nós? Transformemos nossas experiências em repertório de dança. Nossos sentimentos em movimentos. Nosso interior em inspiração para o exterior.
Eis uma informação muito pessoal: eu danço a minha raiva da dança! Sim, isso é extremamente catártico pra mim. Eu me sinto em um relacionamento com o que eu faço relacionado à arte e a à dança. É um amor enorme, mas também é complexo de diferentes formas. É um relacionamento de muito amor e algum ódio sim. E eu descobri que dançar o que me faz mal, me ajuda a perdoar e esquecer. Bem, talvez não esquecer tão logo porque costumo dançar essas peças muitas vezes... Mas ao longo do tempo que convivo com a minha dança, diariamente ela me desafia e me transforma. Eu já quis ir embora sim, mas ela não me deixa. Não sei viver sem ela, e isso várias bailarinas dirão o mesmo, se não todas! Mas às vezes precisamos de férias. Essas férias, para mim, são os mergulhos que dou no meu interior, e adivinha, cade vez que volto, eu trago mais material para servir de inspiração... E assim poder transformar e transcender a minha própria dança. Não aos olhos dos outros, porque às vezes essas mudanças são tão sutis que se tornam imperceptíveis a olho nu... Mas quem sente a dança com o coração, entende né? ;)
Mais uma vez agradeço a aventura e experiência de vida que tem sido para mim ser uma bailarina. Que a dança nos ajude sempre a sermos a melhor versão de nós mesmas! É o que desejo de coração a todxs!
Namastê. 💗
Ps: Esse vídeo é um resumo dançado de como me sinto com a dança às vezes. A performance não é minha e com certeza para ela não é disso que se trata, mas essa é minha identificação pessoal com esse solo sensacional da Tara Adkins.
Tenho me enchido de alegria ao perceber que nos últimos
anos cada vez mais brasileiras entendem a importância do estudo da técnica
específica de Tribal, para dançar esse estilo. Mais do que estudar isolamentos
afiados, fazer carão e executar perfeitamente movimentos de Dança do Ventre,
estudar o Tribal exige conhecer sua história, seu significado, seus conceitos,
seu repertório e técnica própria... E junto com esse estudo vem a constatação
de que a maioria daqueles movimentos que vemos nossas bailarinas preferidas
executarem tem um nome e um “pulo do gato” que somente estudado com uma
professora preparada irá ser entendido.
Infelizmente quando descobrimos o Estilo Tribal por aqui no
Brasil, importamos apenas a estética de início, e poucas bailarinas
compreenderam as técnicas e conceitos específicos do Tribal. Uma das coisas que
me alegra é que o número de estudantes regulares, tanto de Tribal Fusion quanto
de ATS®, aumentou muito nos últimos anos, e o de Sisters Studio também, além
das professoras de Tribal Fusion e Dark Fusion, facilitando o acesso à técnica
própria dos movimentos do Repertório específico do Estilo Tribal. Estudando o
Repertório Clássico e Moderno do ATS®, por exemplo, lançamos um olhar
aprofundado sobre aqueles passos que sempre sonhamos aprender e que amamos ver
nossas bailarinas referência – tanto do ATS® como do Fusion – executarem no
palco com tanta elegância. Me surpreende também ver pessoas que antes não se
interessavam pelo ATS®, agora descobrindo nesse estilo mais do que uma fonte de
estudo, mas uma forma de diversão e exercício de sororidade com amigas, colegas
e alunas. De verdade fico feliz de ver que as pessoas estão entendendo como o
estilo funciona e a amando suas particularidades.
Mas o mais importante de tudo isso, para mim, é saber que os CONCEITOS do Tribal
estão sendo melhor fundamentados. O que muitas de nós pregamos é justamente o aprofundamento
nesses conceitos que fundamentam nossa dança e que nos constituem como
bailarinas de Tribal, não apenas estudar os passos e repertório da dança que
for, da origem que tiver. O Tribal é um estilo conceitual em essência, então
por que reproduzir somente sua estética geral?
Seguindo esse sentimento, queria compartilhar um desses
conceitos fundamentais do Tribal, pelo menos para mim: a GRATIDÃO.
Um dos conceitos do American Tribal Style® que mais amo é o
Puja, uma homenagem à Dança Clássica Indiana, também conhecido como Moving
Meditation, Gratitude Meditation ou Pranam, que é uma meditação de gratidão em
movimento, mas não é uma oração ou prece, nem é religioso ou espiritual em
nenhum sentido, e serve para simplesmente agradecer e reconhecer os elementos
necessários para realizarmos nossa dança. Nós o fazemos antes de dançar, seja
em aula ou no palco, como forma de aterramento e concentração. Carolena explica
no livro “American Tribal Style® - Classic”, escrito por ela e Kristine
L.Adams: “Com nossos corações nós estamos agradecendo o espaço no qual
dançamos, a superfície onde dançamos, a música a qual dançamos, as professoras
que nos ensinaram, e nossos ancestrais que vieram antes de nós.” Resumidamente,
esse é o Puja. Eu digo resumidamente porque no próprio livro e nos ensinamentos
de nossas professoras, o significado do Puja é muito mais profundo... Desde o
sentido da flor de lótus desabrochando que desenhamos com as mãos para lembrar
que nossos erros fazem parte do processo de aprendizado, passando pelo
movimento de braços que inclui e agradece nossas colegas de aula ou
companheiras de grupo, o Puja nos leva à reflexão de que não estamos sozinhas,
de que precisamos umas das outras e do todo para sermos nós mesmas, para sermos
quem realmente somos. Estamos unidas pela dança e por muito mais que apenas
isso.
O Puja é muito inspirador para mim, já refleti muitas vezes
sobre seu significado e sobre a extensão do que estamos agradecendo... Deixo
aqui o link do Puja completo para quem quiser ver a parte prática:
Também pode ser visto em ação no inicio desses dois vídeos:
Eu acredito que a gratidão eleva nossos sentimentos como um
todo, nos direciona e amplia nossa capacidade de fazer e reconhecer o bem. Além
de ser um sentimento muito gostoso quando sentido verdadeira e profundamente!
Eu gostaria muito que o Tribal nos ensinasse a sermos mais gratas, realmente
gratas por tudo que temos, somos e compartilhamos... E que também nos tornasse
mais unidas, mesmo que discordemos e mesmo que sejamos muito, muito diferentes
das nossas colegas, professoras, alunas, amigas... Vamos ser gratas por tudo,
principalmente pelos ensinamentos recebidos dessa dança? Porque tudo sempre nos
ensina alguma coisa, se estivermos abertas para receber esse conhecimento.
Essa é a estréia da coluna Passo a Passo, e eu escolhi falar
de vídeos para treinar ATS®. Minha escolha é intimamente relacionada ao momento
maravilhoso que vivemos: acabamos de receber Carolena Nericcio-Bohlman e Megha
Gavin no Brasil. Muitas pessoas tiveram a oportunidade de vivenciar o ATS® a
fundo fazendo o curso General Skills e tivemos diversos professores formados
após o Teacher Training! Muita gente que já conhecia bem o ATS® obteve a
certificação, e muita gente que não era tão íntimo assim do estilo resolveu se
jogar de cabeça e virar Sister ou Brother Studio.
Porém, como todo mundo que já leu ou viu o filme do Homem
Aranha sabe, “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Especialmente
para quem se certificou, continuar estudando não é apenas recomendado, é
mandatório. Praticar com freqüência é a melhor forma de não perder o que você
já conseguiu aprender e faz com facilidade, ao mesmo tempo que te permite
testar movimentos mais complexos com maior segurança. Através de treinamento
constante, você conseguirá entender melhor os movimentos e dinâmicas que
pretende ensinar aos seus alunos, desenvolverá suas próprias técnicas de ensino
e visualização e passará segurança para quem estiver aprendendo com você. Além disso, somos todos alunos, sempre. Não
importa quantos certificados temos, sempre há algo a aprender.
Wendy Allen
Dito isso, eu resolvi
trazer alguns dos vídeos de drills BÁSICOS do FatChanceBellyDance®. Por que os
básicos? Bem, eu acredito fervorosamente no estudo constante do básico do
tribal. No que diz respeito ao ATS®, o básico está em tudo. Como é uma dança
progressiva, na qual os passos complexos são derivações do passos básicos,
melhorar o básico é literalmente melhorar tudo. E o primeiro vídeo de básicos
para treinar em casa é esse:
Treinamento dos quatro básicos (Egyptian, Arabic, Pivot Bump
e Shimmy) com a Wendy Allen. Esse vídeo é muito gostoso de acompanhar. Fácil e
divertido, é ótimo pra quem está começando e quer se acostumar a dançar uma
música inteira, fazendo os movimentos sem entrar em desespero. Seguir a Wendy
nesse vídeo é bem tranquilo. Para quem já é mais avançado, esse vídeo é
excelente para se concentrar em limpar os básicos, porque sua experiência
provavelmente permite que você não pense muito pra trocar os movimentos.
Ficou craque nesse drill? Já pode treinar este aqui:
Após assistir o vídeo, você pode pensar “Ahn? Mas é a mesma
coisa!” e você não estará errado. De fato são os mesmos passos, a mesma
professora e até a mesma música, mas nesse drill a atenção está nas transições.
Parece bobagem, mas transições bem executadas são um dos fatores chaves para
sua performance ficar agradável de se ver. O repertório de rápidos do ATS® é
rítmico e os passos têm uma contagem. Para fazer uma transição bonita, é
preciso utilizar bem contratempo, o “e” da contagem entre um movimento e outro.
Parece fácil demais, mas na hora da improvisação, em cima do palco, quando você
vira líder do feature... é bom estar acostumado a fazer suas transições ;)
Sandi Ball
Ufa!! Cansou? Suou? Quer desacelerar? Não precisa parar de
treinar. Dá o play nesse vídeo de drill de lentos com a Sandi Ball:
Apesar de ter deslocamentos, níveis e alguns giros, esse
drill é excelente para deixar os queridinhos taxeem e bodywave bem suculentos,
e a música inspira a dar aquela atenção especial aos hand floreos.
Com esses vídeos, você tem por volta de 15 minutos de prática
consistente de ATS®. A partir deles, você pode fazer modificações para construir
seu próprio treino. Só não deixe de treinar, viu?
Quando estamos aprendendo os passos do ATS® sempre tendemos a
ficar com movimentos mais mecânicos, pois estamos preocupados em fazer o passo
corretamente, em tocar snujs e fazer a troca de um passo para o outro.
Então
aqui vão algumas dicas e exercícios para melhorar a fluidez da sua dança:
1 - Comece a dançar
Dê asas a essência. Apesar da técnica, curta
os movimentos; não tenha pressa para fazer, não fique preocupado em puxar
somente movimentos difíceis. Curta todos porque um movimento simples bem feito
vale mais e dançar pra você não tem preço.
2 - Ligue os movimentos
Algumas alunas me perguntam como fazem para
partir de um movimento para o outro, como faz a troca. E a resposta é simples:
Primeiro não tenha medo da passagem dos
movimentos. Em aula, não tenha medo de fazer algo que não existe porque com o
tempo o seu corpo mesmo vai saber o que fica esteticamente bom ou não. No
repertório lento, quanto mais ligado e lento conseguir fazer mais hipnótico
será; desacelere e tente.
3 -Relembre seu repertório
Essa é uma dinâmica que a Kae Montgomery
ensina. Coloque uma música e nela eleja somente um passo que você poderá usar a
música toda. Esse treino faz com que você relembre todas as variações dos
passos e serve para tirar alguns vícios também.
4 - Estude snujs
Todos nós sabemos que os snujs podem ser a
parte mais difícil do ATS® para muitos.
Dicas de como treinar:
Primeiro use elásticos largos e bem
apertados nos snujs,pois se ele ficar mexendo durante a dança atrapalha sua
concentração.
Coloque uma música de andamento não tão
rápido e só toque. Depois repita andando pelo ambiente; depois repita andando e
movimentando os braços; depois inclua giros no meio da caminhada; depois tente
uma música mais rápida e assim por diante. Vá dificultando seu treino.
5 – Sua postura e braços sustentam você
Se tem uma coisa que tem poder no ATS® é sua postura e seus
braços, pois se eles não estiverem sustentados, é como se nada mais funcionasse
direito. Treinar ondulações de braços acima da linha dos ombros pode ajudar; fazer algum tipo de resistência para acostumar a musculatura com essa altura
também ajuda.
Para a postura, você pode se filmar dançando e depois assistir e
ver em qual ponto você tem mais dificuldade de manter, dando assim mais atenção
a ela.
6 – Tente controlar sua euforia
Principalmente nos passos rápidos, a nossa ansiedade pode
nos tirar da contagem certa da música e nos atrapalhar na troca dos passos.
Respire fundo e treine o repertório rápido várias vezes. Você pode pedir para
uma amiga analisar como você está dançando.
Se apresentar mais vezes em público ajuda nisso e também
traz mais segurança para sua performance.
7 – Eleja um passo coringa
Todos têm um passo que gosta mais ou um que tenha mais
facilidade. Na hora que você está na liderança e tem um “branco”, normalmente
você vai buscar por esses passos.
No começo a tendência quando erramos é fazer uma
careta, falar ou parar a dança, principalmente em aula, então eu começo a
treinar essa ideia de passo coringa com as minhas alunas para prepará-las para
apresentações em público, onde elas não poderão fazer isso. Com o tempo isso vai
amenizando até o momento em que elas não param mais de dançar quando cometem um
erro.
Essas são apenas algumas dicas de aula que podem melhorar
sua performance. No geral é importante não deixar de estudar e também não
deixar de se divertir enquanto dança.