Mostrando postagens com marcador gabriela miranda rio grande do sul RS. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador gabriela miranda rio grande do sul RS. Mostrar todas as postagens

[Ubuntu Tribal] A metáfora da Flor de Lótus

por Gabriela Miranda

Foto por Valeria Sbrissa


Na coluna passada falei sobre o Puja e mencionei a metáfora da Flor de Lótus, essa flor maravilhosa, que nasce do lodo imundo do fundo das águas, emergindo perfeita e perfumada. A Flor de Lótus é o resultado da perseverança, do esforço, da luta do botão que ela um dia foi enquanto estava na lama, quando ainda não estava pronta para desabrochar. Como isso se transforma numa metáfora para as bailarinas de Tribal? Pois bem, assim como a própria vida, a dança nos frustra. Sejamos honestas. Todas temos momento de pensar - ou até de chegar a - desistir de dançar. 

Algumas vezes somos pegas na técnica, o estilo que escolhemos se mostra mais complexo de nosso corpo entender do que gostaríamos, e frente às nossas dificuldades, nos frustramos e pensamos em desistir. Outras vezes nos decepcionamos com situações do mundo da dança, com as nossas experiências, com as pessoas por trás dos artistas. Os motivos variam muito, mas seja o que for, o que a metáfora da Flor de Lótus nos diz é: seja forte e continue seu caminho. Persevere! Você também tem a capacidade de usar as piores situações para descobrir o seu melhor. 


Eis uma dica pessoal: quando pensar em desistir, lembre-se de porque você começou a dançar. Lembre-se do motivo, da primeira intenção e das sensações de quando você conseguiu fazer o primeiro passo de dança como gostaria. Lembre-se de como se sentiu. Lembre-se das vezes em que dançar te fez focar somente naquele momento e esquecer do resto do mundo, dos problemas, da vida, de tudo. Eu sei que como bailarina você já teve esse momento SIM. Lembre-se do quanto a dança nos ensina como um todo a ter mais paciência, mais humildade e ao mesmo tempo mais confiança, e, acima de tudo, mais perseverança. Cada vez que algo te frustrar, respire fundo e mergulhe dentro de você mesma. Pense como teria sido a sua vida sem a dança até agora? Quem você seria sem essas experiências? E mais, como seria a sua vida sem a dança alguma? Como seria para você de repente não poder mais dançar? 



Esse sentimento de não poder largar a dança é o que te faz continuar. Nós lutamos pelo que amamos, e somos bailarinas porque amamos a dança. Esse sentimento de pertencimento, de identificação, de alegria quando seu corpo se movimenta de acordo com o que você sente e imagina. A dança é uma arte feita pelo corpo do artista, ela é a tradução do que sentimos em gestos... Então por que não dançar o que nos incomoda nessa arte também? O que nos frustra e nos irrita? Por que não dançar todos os aspectos, luz e sombra, do que essa arte representa para nós? Transformemos nossas experiências em repertório de dança. Nossos sentimentos em movimentos. Nosso interior em inspiração para o exterior. 


Eis uma informação muito pessoal: eu danço a minha raiva da dança! Sim, isso é extremamente catártico pra mim. Eu me sinto em um relacionamento com o que eu faço relacionado à arte e a à dança. É um amor enorme, mas também é complexo de diferentes formas. É um relacionamento de muito amor e algum ódio sim. E eu descobri que dançar o que me faz mal, me ajuda a perdoar e esquecer. Bem, talvez não esquecer tão logo porque costumo dançar essas peças muitas vezes... Mas ao longo do tempo que convivo com a minha dança, diariamente ela me desafia e me transforma. Eu já quis ir embora sim, mas ela não me deixa. Não sei viver sem ela, e isso várias bailarinas dirão o mesmo, se não todas! Mas às vezes precisamos de férias. Essas férias, para mim, são os mergulhos que dou no meu interior, e adivinha, cade vez que volto, eu trago mais material para servir de inspiração... E assim poder transformar e transcender a minha própria dança. Não aos olhos dos outros, porque às vezes essas mudanças são tão sutis que se tornam imperceptíveis a olho nu... Mas quem sente a dança com o coração, entende né? ;)

Mais uma vez agradeço a aventura e experiência de vida que tem sido para mim ser uma bailarina. Que a dança nos ajude sempre a sermos a melhor versão de nós mesmas! É o que desejo de coração a todxs!



Namastê. 💗


Ps: Esse vídeo é um resumo dançado de como me sinto com a dança às vezes. A performance não é minha e com certeza para ela não é disso que se trata, mas essa é minha identificação pessoal com esse solo sensacional da Tara Adkins.





[Ubuntu Tribal] Gratidão por dançar um estilo criado por uma tribo de muitas mulheres

por Gabriela Miranda



Tenho me enchido de alegria ao perceber que nos últimos anos cada vez mais brasileiras entendem a importância do estudo da técnica específica de Tribal, para dançar esse estilo. Mais do que estudar isolamentos afiados, fazer carão e executar perfeitamente movimentos de Dança do Ventre, estudar o Tribal exige conhecer sua história, seu significado, seus conceitos, seu repertório e técnica própria... E junto com esse estudo vem a constatação de que a maioria daqueles movimentos que vemos nossas bailarinas preferidas executarem tem um nome e um “pulo do gato” que somente estudado com uma professora preparada irá ser entendido.

Infelizmente quando descobrimos o Estilo Tribal por aqui no Brasil, importamos apenas a estética de início, e poucas bailarinas compreenderam as técnicas e conceitos específicos do Tribal. Uma das coisas que me alegra é que o número de estudantes regulares, tanto de Tribal Fusion quanto de ATS®, aumentou muito nos últimos anos, e o de Sisters Studio também, além das professoras de Tribal Fusion e Dark Fusion, facilitando o acesso à técnica própria dos movimentos do Repertório específico do Estilo Tribal. Estudando o Repertório Clássico e Moderno do ATS®, por exemplo, lançamos um olhar aprofundado sobre aqueles passos que sempre sonhamos aprender e que amamos ver nossas bailarinas referência – tanto do ATS® como do Fusion – executarem no palco com tanta elegância. Me surpreende também ver pessoas que antes não se interessavam pelo ATS®, agora descobrindo nesse estilo mais do que uma fonte de estudo, mas uma forma de diversão e exercício de sororidade com amigas, colegas e alunas. De verdade fico feliz de ver que as pessoas estão entendendo como o estilo funciona e a amando suas particularidades.

Mas o mais importante de tudo isso,  para mim, é saber que os CONCEITOS do Tribal estão sendo melhor fundamentados. O que muitas de nós pregamos é justamente o aprofundamento nesses conceitos que fundamentam nossa dança e que nos constituem como bailarinas de Tribal, não apenas estudar os passos e repertório da dança que for, da origem que tiver. O Tribal é um estilo conceitual em essência, então por que reproduzir somente sua estética geral?

Seguindo esse sentimento, queria compartilhar um desses conceitos fundamentais do Tribal, pelo menos para mim: a GRATIDÃO.

Um dos conceitos do American Tribal Style® que mais amo é o Puja, uma homenagem à Dança Clássica Indiana, também conhecido como Moving Meditation, Gratitude Meditation ou Pranam, que é uma meditação de gratidão em movimento, mas não é uma oração ou prece, nem é religioso ou espiritual em nenhum sentido, e serve para simplesmente agradecer e reconhecer os elementos necessários para realizarmos nossa dança. Nós o fazemos antes de dançar, seja em aula ou no palco, como forma de aterramento e concentração. Carolena explica no livro “American Tribal Style® - Classic”, escrito por ela e Kristine L.Adams: “Com nossos corações nós estamos agradecendo o espaço no qual dançamos, a superfície onde dançamos, a música a qual dançamos, as professoras que nos ensinaram, e nossos ancestrais que vieram antes de nós.” Resumidamente, esse é o Puja. Eu digo resumidamente porque no próprio livro e nos ensinamentos de nossas professoras, o significado do Puja é muito mais profundo... Desde o sentido da flor de lótus desabrochando que desenhamos com as mãos para lembrar que nossos erros fazem parte do processo de aprendizado, passando pelo movimento de braços que inclui e agradece nossas colegas de aula ou companheiras de grupo, o Puja nos leva à reflexão de que não estamos sozinhas, de que precisamos umas das outras e do todo para sermos nós mesmas, para sermos quem realmente somos. Estamos unidas pela dança e por muito mais que apenas isso.

O Puja é muito inspirador para mim, já refleti muitas vezes sobre seu significado e sobre a extensão do que estamos agradecendo... Deixo aqui o link do Puja completo para quem quiser ver a parte prática:



Também pode ser visto em ação no inicio desses dois vídeos:




Eu acredito que a gratidão eleva nossos sentimentos como um todo, nos direciona e amplia nossa capacidade de fazer e reconhecer o bem. Além de ser um sentimento muito gostoso quando sentido verdadeira e profundamente! Eu gostaria muito que o Tribal nos ensinasse a sermos mais gratas, realmente gratas por tudo que temos, somos e compartilhamos... E que também nos tornasse mais unidas, mesmo que discordemos e mesmo que sejamos muito, muito diferentes das nossas colegas, professoras, alunas, amigas... Vamos ser gratas por tudo, principalmente pelos ensinamentos recebidos dessa dança? Porque tudo sempre nos ensina alguma coisa, se estivermos abertas para receber esse conhecimento.


[Ubuntu Tribal] Ubuntu, o que é isso?

por Gabriela Miranda


Conheci esse conceito quando estava estudando Psicologia, em pesquisas pessoais sobre o humanismo, não na faculdade em si, e gostei demais do significado. O tempo passou e acabei esquecendo dessa palavra até muito recentemente quando fui dançar no Centro Cultural de Capão da Canoa – RS, e vi que uma professora muito querida pela comunidade trabalhava o conceito de Ubuntu com seus alunos adolescentes. Um dos motivos de eu ter me mudado de volta para o sul foi por buscar o espírito de coletividade e comunidade mais intensamente. Não que não tivesse isso em São Paulo, eu tinha sim! Com as minhas alunas e amigos, claro... Mas eu precisava me reconectar com minha família, meus antigos amigos, com a natureza da minha cidade pequena e com as coisas que me fizeram ser quem eu sou. Eu precisava das minhas raízes para me curar das situações malucas e muitas vezes angustiantes que tinha vivido na minha vida profissional, apesar de todas as coisas maravilhosas que me aconteceram também nos últimos anos. E quando vi esse conceito voltar em uma fase tão importante da minha vida, tive um daqueles momentos em que tudo faz sentido, sabe? Um insight. E me dei conta de que o Tribal significa para mim algo muito próximo a essa ideia, e que muitas de nós do Tribal pregamos isso, sem nem conhecermos esse termo específico. Senti vontade de falar sobre essa filosofia dentro do nosso meio, porque realmente acredito que tem tudo a ver – pelo menos para mim.

“Ubuntu é uma filosofia africana cujo significado se refere à humanidade com os outros. Trata-se de um conceito amplo sobre a essência do ser humano e a forma como se comporta em sociedade. Para os africanos, ubuntu é a capacidade humana de compreender, aceitar e tratar bem o outro, uma ideia semelhante à de amor ao próximo. Ubuntu significa generosidade, solidariedade, compaixão com os necessitados, e o desejo sincero de felicidade e harmonia entre os homens.” (Fonte: http://www.significados.com.br/ubuntu/ )

“Ubuntu é uma noção existente nas línguas zulu e xhosa – línguas bantu do grupo ngúni, faladas pelos povos da África Subsaariana[...]. A palavra Ubuntu, não traduzível diretamente, exprime a consciência da relação entre o indivíduo e a comunidade. Segundo o arcebispo anglicano Desmond Tutu, autor de uma teologia ubuntu “a minha humanidade está inextricavelmente ligada a sua”. Essa noção de fraternidade implica compaixão e abertura de espírito e se opõe ao narcisismo e ao individualismo.

Nelson Mandela também exprime esse ideal: 

“Respeito. Cortesia. Compartilhamento. Comunidade. Generosidade. Confiança. Desprendimento. Uma palavra pode ter muitos significados. Tudo isso é o espírito de Ubuntu. Ubuntu não significa que as pessoas não devam cuidar de si próprias. A questão é: você vai fazer isso de maneira a desenvolver a sua comunidade, permitindo que ela melhore?”

Na tradição sul-africana, a reconciliação se exprime através do ubuntu ou humanismo, que inclui valores como a compaixão e a comunhão […]. 

Segundo o arcebispo Desmond Tutu:

“Uma pessoa com Ubuntu está aberta e disponível para as outras, apoia as outras, não se sente ameaçada quando outras pessoas são capazes e boas, com base em uma autoconfiança que vem do conhecimento de que ele ou ela pertence a algo maior que é diminuído quando outras pessoas são humilhadas ou diminuídas, quando são torturadas e oprimidas.”

Portanto o conceito exprime a crença na comunhão que conecta toda a humanidade: “sou o que sou graças ao que somos todos nós”. ( Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ubuntu_(filosofia) )

É isso. Nós somente somos o que somos por causa do que somos todos nós. Tudo que fazemos hoje é a continuação de algo que foi feito antes. Cada verdade é um ponto numa linha de sucessivas e complementares verdades. Nenhuma pessoa carrega a verdade absoluta. Ninguém sabe de tudo. Ninguém é completo sozinho. Nós precisamos do outro. Nós precisamos de “nós”. 

O nome Tribal nasceu por causa das etnias tribais homenageadas em nossa dança e, junto com o nome, esse espírito de tribo ficou conectado ao que fazemos. Nós sabemos que quando dançamos juntas, ou quando nos unimos de qualquer forma, mesmo que apenas fora do palco, somos mais fortes.

A nossa comunidade Tribal ainda é muito pequena e fechada comparada a outros estilos de dança. Na maioria das vezes o público dos nossos shows e eventos é composto apenas por nossas próprias alunas e seus familiares. Ainda é muito raro termos um público pagante completamente leigo ou apenas apreciador do nosso estilo de dança específico. Somos um meio retroalimentado.



Por isso acho importante que nós, que trabalhamos com arte e dança, e mesmo os que apenas tem isso como hobby, entendamos que não somos concorrentes. Cada pessoa tem um papel único dentro da nossa comunidade e absolutamente complementar com o dos seus colegas. Nosso trabalho, já influenciado pelas nossas mestras e colegas, influencia o trabalho de nossas alunas e alunos, e assim por diante, gerando uma corrente interligada e absolutamente conectada sem que nos demos conta muitas vezes. Por mais que dancemos as mesmas músicas e usemos figurinos parecidos, nossos trabalho são a expressão individual do que o Tribal significa para cada uma de nós, dentro de nossas vidas e comunidade próxima. Somos todas uma só, mas somos todas únicas. E essa para mim é a real essência do Tribal: coletividade e personalidade, andando lado a lado.

Para mim, é imprescindível que paremos de comparar o trabalho dos profissionais, apontando quem é “melhor” ou “pior”, e que, como expectadores e público, que também somos além de artistas nessa nossa comunidade tão pequena, consigamos ter o discernimento necessário para entender que não existe melhor nem pior, existem artistas que são diferentes entre si. Existe o que cada artista já produziu e o que está produzindo dentro da sua própria lógica e evolução. Existem artistas de todo os tipos, para todos os gostos, de todas as épocas. E cada um é único. Como já dizia o grande bailarino Mikhail Baryshnikov: “Quando danço, eu não procuro superar ninguém além de mim mesmo”.

Nossas aulas são diferentes, mesmo sendo do mesmo estilo de dança, e cada aluna deve ser livre para fazer aula com quem quiser, quando quiser. Não existe “ela só é minha aluna” ou “só foi sua aluna”. Ainda mais nessa época de youtube: toda aluna estuda em casa com outras professoras, através de vídeos de performance, vídeo-aulas, DVDs didáticos... E cada aluna procura uma professora ou professor de acordo com aquilo que precisa no momento, por afinidade, por conteúdo, por proximidade, por inúmeros fatores. E mesmo quando somos da mesma cidade e do mesmo nicho, não manas, eu não acredito que sejamos concorrentes! Há de verdade espaço para todas, antigas e jovens no estilo, defensoras das raízes e defensoras da inovação, ou de ambos. Somos parceiras, podemos somar nossos esforços e trabalhos, para promover o meio como um todo... Para que seja inclusive mais fácil para TODAS NÓS.

Nosso estilo é tão recente e muda o tempo todo, então é importante estarmos preparados também para o novo, tanto para os novos artistas como para as novas visões dos mesmos artistas de antes. A arte não é estática, e nem os artistas! E antes de sermos artistas, somos pessoas com o direito de mudar e também de permanecermos os mesmos. A arte é extremamente pessoal, de maneira que sempre haverá alguém para gostar e alguém para desgostar de cada trabalho produzido. Acredito que dentro da arte nenhum trabalho deveria ser rotulado como “bom” ou “ruim” porque todo trabalho merece reconhecimento pela obra do artista. O “bom” ou “ruim” são opiniões pessoais e extremamente relativas e discutíveis. E é claro que isso é bastante idealista e utópico, mas por que não pode ser praticado por quem acredita nisso?

O Tribal é tão novo, tão bebê, e ainda assim conta com “seguidoras” absolutamente apaixonadas, defensoras mesmo do estilo – eu me incluo aqui! -, mas mais do que defender o estilo, a técnica, as origens, mais do que aprender e ensinar a dança, acredito que ainda nos falta muito da vivência real de comunidade. O Ubuntu. A Tribo mesmo. Não só reverenciar as mestras lá da Califórnia, mas reconhecer o trabalho das nossas irmãs aqui do Brasil e América Latina. Entender que não é porque a colega é diferente de você como professora ou performer, que o trabalho dela é melhor ou pior. Entender que a conquista de uma é a conquista de muitas. Realmente ficar feliz pelo sucesso da colega e por sua contribuição pessoal à nossa comunidade.


Enquanto não aprendermos a realmente valorizar e prestigiar nossas colegas, nossas alunas e nossas mestras da melhor maneira que pudermos, sendo fazendo suas aulas, divulgando vídeos que você gosta mesmo que não sejam seus e não estejam ligados com o seu trabalho pessoal, promovendo shows e eventos que beneficiem a comunidade toda ao invés de promover somente o nome da(s) organizadora(s) do evento, assistir aos shows de mostras e novos talentos, amadrinhar bailarinos novos, e apoiar o estilo como um todo, ainda teremos segregação, fofoquinhas, intriguinhas, panelinhas e mimimis. E vamos combinar que no fim das contas ninguém gosta realmente disso, né?

Somos todas iguais porque somos todas diferentes. E é claro que por causa das diferenças, divergências e debates fazem parte da comunidade também. Mas os debates, quando construtivos,  inclusive contribuem para o amadurecimento de uma comunidade. Penso que pensar a dança é sempre algo positivo, mesmo que as opiniões sejam divergentes. 

Eu noto que nos últimos eventos que tenho ido de Tribal, um respeito maior parece estar sendo criado entre as diferentes bailarinas, mesmo entre aquelas que não têm as mesmas opiniões sobre o estilo ou que não se dão pessoalmente. Viver em comunidade não significa concordar com tudo que o outro faz, e sim manter a mente aberta para as diferentes visões sobre um mesmo ponto. Ter respeito pela opinião e trabalho do outro. Em comunidade, é importante saber que ninguém sabe tudo. Temos saberes e experiências diferentes. E todos nós crescemos quando enxergamos o outro. Quando entendemos seu ponto de vista. Quando nos colocamos em seu lugar. Quando repensamos nossas opiniões. Quando admitimos o nosso erro. Quando perdoamos o erro alheio. Quando humanizamos nosso convívio.

É claro que na teoria tudo isso é muito bonito e fácil, mas na prática complica. É muito difícil praticar o amor e a união o tempo todo. Somos seres humanos. Somos todas imperfeitas. Todas nós erramos e acertamos. Mas é algo para se pensar, pois também somos todas aprendizes nessa vida, com capacidade para repensar, evoluir e nos reinventarmos. Ainda bem!

Eu acredito que a verdadeira união que o Tribal merece está cada vez mais próxima, mesmo que o caminho ainda seja longo, contando que estejamos dispostas a sermos empáticas e um pouco menos egoístas – eu me incluo aqui também.









Ubuntu Tribal com Gabriela Miranda


Ubuntu Tribal
Gabriela Miranda, Tramandaí-RS, Brasil

Sobre a Coluna:

Ubuntu significa "sou o que sou graças ao que somos todos nós". Nesse coluna falaremos sobre atualidades do meio Tribal e também sobre o desenvolvimento do estilo como um todo, além de transitar por assuntos diversos que possam acrescentar algo à nossa experiência pessoal, contudo sempre mantendo como foco a sororidade e espírito de coletividade inerentes às danças tribais, partindo do princípio de que não existe Tribal sem TRIBO.


Sobre a Autora:


Gabriela Miranda é bailarina, professora, coreógrafa, figurinista, tradutora e produtora de eventos que abrangem a Dança do Ventre, Tribal Fusion, Dark Fusion e American Tribal Style® - ATS®.  É professora de dança desde 2004, tendo estudado Dança do Ventre desde 1999. Estuda e pesquisa o Estilo Tribal desde 2005 tendo estudado com diversas professoras internacionais e nacionais. Seu foco atual inclui também a Dança Contemporânea e o estudo e prática da Hatha Yoga. Gabriela é professora certificada de ATS® Sister Studio FCBD®, estando registrada no site oficial www.fcbd.com/sister-studios-listings. É diretora artística da Cia DSA – Dancers South America e colunista da Revista Shimmie. Dirige junto com Yoli Mendez o projeto Sis Tribal, grupo de ATS® que, além das duas, inclui suas alunas e parcerias com amigas bailarinas de diversos lugares. Juntas, Gabriela e Yoli criaram em 2010 a marca Tribal Skin, que começou como um Ateliê de figurinos, tornou-se produtora de eventos de dança e, recentemente, um estúdio no sul do Brasil. Formou, com seu próprio método e didática, diversas professoras e profissionais atuantes no mercado atual, tanto de Dança do Ventre como do Estilo Tribal, em diversas localidades do Brasil, sendo também uma das referências nacionais em Dark Fusion.


[Resenhando-RS] Inauguração Tribal Skin Studio

por Gabriela Miranda




No dia 18 de julho desse ano junto com minha esposa, Yoli Mendez, e minha mãe, Rosalia Miranda, abri meu espaço na cidade que cresci, Tramandaí, no Rio Grande do Sul. A inauguração foi para convidados, família e amigos próximos, bem intimista... E tivemos a alegria de receber tanto minhas antigas alunas quanto algumas alunas de Sampa que vieram prestigiar o espaço e nos apoiar. Tivemos um coquetel e depois apresentações de ATS® e Tribal Fusion. Fiquei muito feliz de dançar com minha primeira professora de ATS®, a Barbara Kale, com quem vou seguir dançando agora aqui no Sul, e também com minhas alunas e, claro, com a Yoli. Foi muito especial para mim porque não dançava no Sul desde que fui embora, em 2009. Eu dava aulas de Dança do Ventre e Tribal em Tramandaí, Imbé e Osório quando decidi me mudar, e me encheu de alegria ver minhas antigas alunas e também minha família fazendo parte do meu novo momento na dança. Fazia muito tempo que minha família não me via dançar ao vivo. Foi emocionante para mim!




Nossa ideia com o espaço é proporcionar um lugar de autoconhecimento e autoconsciência, e também um lugar para desenvolvimento e aprimoramento pessoal. Temos terapias alternativas disponíveis com a minha mãe, Rosalia, que é terapeuta holística e psicoterapeuta reencarnacionista; rituais e vivências para as mulheres e mamães, com minha cunhada Camila Ceroni, que é artista plástica e doula; e práticas corporais para saúde física e mental, incluindo dança e Yoga, comigo e Yoli. E novos cursos e modalidades ainda serão acrescentados ao quadro a medida que novas parcerias de trabalho se constituírem.




Eu amei os anos que fiquei em São Paulo, eles foram maravilhosos... Mas no último ano passamos por alguns problemas sérios, inclusive um assalto que nos fez repensar onde gostaríamos de morar. Minha carreira com a dança ia muito bem e, por isso, eu ouvi de muitas pessoas que eu estava ficando “louca” de ir embora naquele momento. Mas instantaneamente me lembrei de quantas pessoas também me disseram que eu estava ficando louca quando decidi sair do Sul e me mudar para São Paulo em primeiro lugar, e sabe de uma coisa? Eu não estava louca, eu SOU louca. Louca porque sempre ousei seguir meu coração e nunca me dei mal por isso. Pelo contrário, quando decido não segui-lo e agir de modo apenas “racional” é que as coisas dão errado. Essa lição a vida já me ensinou. E por isso não tenho mais problema que me considerem louca, já que isso para mim virou sinônimo de pessoa verdadeira.







Eu também sentia muita falta da minha família, e meus dois irmãos tiveram bebês nesse ano, assim eu e Yoli queríamos fazer parte do crescimento dos nossos sobrinhos, e posso dizer que esse foi o motivo principal de termos nos mudado, o assalto foi mais um empurrão nessa direção.




Desde que fechei meu espacinho no Sul, onde dava aulas de Dança do Ventre e Tribal, para me mudar para São Paulo, eu nunca quis abrir novamente um espaço meu. Mas a Yoli pensava muito nisso e acabou me convencendo ao longo do tempo. Nós duas temos uma visão muito pessoal de como trabalhar com as nossas alunas, e ter um espaço nosso significaria ter também um lugar para experimentar nossas ideias. Em São Paulo havíamos pensado em abrir uma loja física do nosso Ateliê, mas abrir um espaço de dança por lá também implicaria em concorrer com os muitos lugares e pessoas queridas com quem trabalhamos, e essa nunca foi nossa intenção. Por isso que levar o Tribal para um lugar onde não tinha mais seria tão perfeito para o nosso momento de vida atual.





Continuamos indo mensalmente à São Paulo para dar as aulas do nosso curso mensal que é um curso independente, administrado pela Yoli e por mim, que já esteve em quatro diferente estúdios, por exemplo, e que oferece tanto aulas de ATS® quanto de Tribal Fusion, assim minhas alunas continuam fazendo parte da minha vida e eu das delas. Sou muito grata por cada pessoa que entrou na minha vida em São Paulo, pelas muitas que ficaram, e também pelas poucas que seguiram seu próprio caminho. Aprendi tanto, cresci e mudei muito também.




Com a vinda para o Sul, tudo que quero é fazer a minha parte, o meu trabalho, e viver em paz. Eu realmente voltei para o mar para ter isso: PAZ. A rotina de São Paulo me maravilhava, mas também me deixava muito tensa e estressada, tudo tem dois lados... E meu lado sereia ansiava por voltar para a praia. Com esse lado agora feliz de poder todos os dias respirar um ar com maresia, sigo com o coração mais sereno, e continuo dançando muito e com diversos projetos saindo do forno!




Com a abertura do nosso espacinho começa uma nova jornada, com muito mais liberdade, mas também muito mais responsabilidade. Depois de 6 anos em São Paulo eu volto pra Imbé/Tramandaí no meu Rio Grande do Sul com muita alegria e hoje vejo a sorte que tive de crescer na beira desse mar. Esse lugar é mesmo paradisíaco e queria muito que todos daqui enxergassem isso também. Obrigada São Paulo que foi tão generosa comigo, me concedendo muito amor, muita dança, muitos amigos e também muito aprendizado. Sou extremamente grata a cada pessoa e lugar que trabalhei e me relacionei, nunca vou conseguir agradecer o suficiente para demonstrar a gratidão que sinto dentro de mim, principalmente aos meus chefes todos pelas oportunidades e às minhas alunas que sempre me acompanham. Levo tudo no coração. Mas agora é tempo de plantar novas sementes, criar novos laços e reforçar laços antigos também. Os muitossss amigos queridos ficaram em nossa vida e continuam presentes mesmo apesar da distância, tanto em Sampa quanto no sul. Tenho muita sorte de ter tantos relacionamentos longos na minha vida... Das pessoas ficarem comigo e do meu lado apesar da minha vida cigana de ir para lá e para cá. Agradeço a cada pessoa que nos desejou boa sorte, coisas boas e também àquelas pessoas que disseram que esperavam que voltássemos para Sampa em breve. Obrigada por nos quererem por perto! Obrigada a cada aluna que me apoiou mesmo estando triste com a nossa partida. Obrigada a cada aluna que continua fazendo aula comigo, seja o curso mensal, particular, por skype ou planejando ir pro sul (vai rolar aquele intensivo de verão na minha cidade siiim, meninas!). Eu me sinto extremamente grata de ser tão apoiada por vocês, nem consigo expressar o quanto! Gratidão (gratidão sim, quem não gosta desse papo hiponga pode se pirulitar porque eu curto ser grata,rs) a todos que torcem por mim e pela Yoli. Estejam todos convidados a virem nos visitar no nosso espacinho, que é bem pequeno, mas cheio de amor e espera vocês com as portas abertas 
;) :*




















[Notícia Tribal] Artigo sobre ATS ® por Gabriela Miranda no site do FCBD®

Fonte: http://fcbd.com/
Recentemente, o artigo "O Tribal e o American Tribal Style®", da bailarina e colunista da Revista Shimmie do ano de 2015, Gabriela Miranda (RS), publicado  em junho/julho deste ano, foi divulgado no site oficial do FatChance BellyDance® (FCBD®), na seção "Press" do site(About>About the Studio>Press).

O artigo comenta brevemente sobre a origem do estilo nos EUA e a atual cena do tribal brasileiro com o advento da vinda de Carolena Nericcio-Bohlman e Megha Gavin (EUA) no Festival Campo das Tribos, realizado anualmente pela bailarina Rebeca Piñeiro (SP). Além disso, contém uma entrevista com Kelsey Suedmeyer (EUA). Kelsey é FCBD®Sister Studio e conta um pouco sobre sua estadia no Brasil e experiências adquiridas lecionando ATS® em diversas cidades brasileiras.

Para ler o artigo na íntegra, clique nos links abaixo:



Eventos - Em qual eu vou??

por Gabriela Miranda e Yoli Mendez



Um breve guia dos Eventos Internacionais de Tribal que acontecem no Brasil

O primeiro evento exclusivamente voltado aos praticantes de Tribal Fusion aconteceu no ano de 2007, em São Bernardo do Campo-São Paulo, promovido pela Bele Fusco Escola de Danças, que trouxe ao Brasil a bailarina americana Sharon Kihara. O evento aconteceu na própria escola onde foram realizadas as aulas e um pequeno show.  Tamanho foi o sucesso que Sharon retornou no ano seguinte para um intensivo de 7 dias de aulas na Escola e todos os ingressos para vê-la dançar se esgotaram rapidamente. Em 2009, quem esperava ansiosamente pela vaga para estudar com a Sharon, como eu, teve uma surpresa maravilhosa: Sharon estaria acompanhada por Mardi Love, que naquele ano integrava o The Indigo,  e Ariellah Aflalo, em um evento que reuniu mais de mil pessoas em São Caetano do Sul, entre alunas, professoras, expositores e visitantes. Eu estudava Tribal com a fofa da Mariana Quadros desde Novembro de 2008 e não tinha certeza se em tão pouco tempo de dança estaria preparada para uma maratona de 3 dias inteiros de exercícios, passos, combos, conceitos e aquela paradinha básica para babar nas dancers. Considero o Tribal y Fusion o nosso primeiro modelo de evento internacional realizado no Brasil, modelo este que hoje muitos organizadores seguem. Tenho certeza que quase todo mundo que hoje em dia organiza seus próprios eventos internacionais estava lá naquele julho de muito frio absorvendo o Tribal diretamente da fonte.



Há 6 anos atrás não tínhamos muito que pensar a respeito de eventos de Tribal no Brasil pois existiam muito poucos, mas atualmente este quadro mudou. Atualmente temos uma média de 4 a 5 eventos brasileiros que, anualmente ou bianualmente, trazem bailarinas internacionais para aulas, shows e, algumas vezes, para aulas particulares. Para muitas bailarinas fica difícil ter dinheiro para participar de todos e fica difícil também escolher apenas um.

Gothla Brasil 2012
Nossa intenção com essa coluna é compartilhar um pouco da nossa opinião nestes 6 anos de caminhada através dos eventos, para tentar ajudar quem fica com o ponto de interrogação quando se depara com mil e um flyers de divulgação no seu feed de notícias do Facebook.


Tribal Skin Fest


Bom, a primeira dica é: não importa o tempo de dança que você tenha, se você tiver condições de participar de pelo menos um destes eventos, participe! Pensar que temos pouco tempo de dança e que ainda não estamos preparadas para acompanhar as aulas é besteira. Você pode até sentir dificuldade em alguns momentos, mas com certeza levará para casa uma experiência única além da energia mágica que sempre permanece após todo esse encontro de tribo e festa. Para a maioria das bailarinas que frequenta esses eventos, seja os de grande ou pequeno porte, as aulas não são o único foco, as novas amizades que se estabelecem nos unem cada vez mais como tribo e esta união dentro do nosso estilo é realmente muito importante. Mas, caso ainda realmente não se sinta a vontade para participar das aulas, é sempre muito importante, como espectador e estudante, participar dos shows que geralmente acontecem juntamente com os eventos, até mesmo para prestigiar o meio Tribal e dar suporte às pessoas que fazem o estilo seguir em frente no país.

Quando já temos uma caminhada considerável de dança fica um pouco mais complicado escolher o evento quando não podemos, infelizmente, pagar por todos eles. Algumas de nós escolhem ter aulas com profissionais com quem ainda não estudou. Outras escolhem o estilo ou vertente (ATS®, Dark Fusion, ITS, Contemporâneo, etc...) com que mais se identificam. E muitas bailarinas acabam optando por estudar sempre com bailarinas que se identificaram pessoalmente, seja com a aula ou personalidade, se mantendo alunas fiéis daquela professora toda vez que a mesma retorna ao país. É claro que os valores também pesam nestas decisões.


Shaman's Fest


Lembrando também que para nós brasileiros, é razoavelmente fácil viajar para os países vizinhos como Argentina, Uruguai e Chile onde também rolam festivais internacionais a preços super acessíveis como, por exemplo, o festival Opa Fest, que neste ano acontecerá em Julho tendo como bailarina internacional Ashley Lopez. O custo das aulas é de $134 USD pelas  8 horas. Infelizmente com a alta do dólar esses valores ficam um pouco mais salgados, mas é sempre interessante considerar estas possibilidades.  

Aqui abaixo os principais eventos e seus respectivos shows, que trarão bailarinas internacionais ao solo tupiniquim.







Tribal Remix: 

Tribal Remix é um Festival Anual de Tribal Fusion que acontece em Brighton, Inglaterra. Hoje em seu quarto ano o Tribal Remix já hospedou algumas das melhores bailarinas e professoras do estilo tais como Sharon Kihara, Mardi Love, Sera Solstice e muitas outras. Em 2015, Hilde Cannood, produtora do Tribal Remix firmou uma parceria com a bailarina e produtora brasileira Bela Saffe para produzir uma edição do evento que aconteceu em Salvador, Bahia.  Neste ano a bailarina convidada foi Sharon Kihara. Infelizmente, não pudemos comparecer a este evento neste ano, porém lemos e ouvimos muitas coisas lindas a respeito. Quem foi e participou, amou! 

Já participamos de outro evento organizado pela querida Bela Saffe, em 2011, que teve como atração principal Mira Betz, uma de nossas professoras favoritas. O evento foi lindíssimo... Dançamos em um picadeiro de circo, e Mira deu aulas sensacionais, como sempre (já havíamos estudado com ela em Buenos Aires, em 2010), e a Bela produziu tudo com muito amor e carinho.


Festival Campo das Tribos: 

O Festival Campo das Tribos acontece anualmente em São Paulo, capital, e é produzida por Rebeca Piñeiro, proprietária da Escola que leva o mesmo nome do evento. O Festival Campo das Tribos acontece sempre no primeiro semestre do ano e já trouxe ao solo paulista as bailarinas Lady Fred, Kami Liddle, Kristine Addams e, em sua sétima edição, trará a mãe do ATS ® Carolena Nericcio e Megha Gavin, integrante do grupo FatChance BellyDance. O Festival durará 7 dias e também será o único evento da America Latina que permitirá que as bailarinas interessadas tirem a certificação de Sister Studio, ou seja, que sejam formadas pela própria criadora no Estilo. Neste ano o Festival não terá aulas com os professores brasileiros como nas edições anteriores e acredito que já não existam vagas para as aulas com Carolena, porém vale a pena assistir ao show de gala para ter a oportunidade única de ver bem de pertinho a criadora do nosso tão amado ATS®. Nós participamos do evento Campo das Tribos desde sua primeira edição aberta e segunda edição do evento (a primeira foi somente para alunas da Rebeca Piñeiro). Dançamos no show de gala e já trabalhamos algumas vezes ajudando na produção com tradução e assessoria às bailarinas internacionais. A Gabi deu aula no quadro de professores nacionais diversas vezes. É um evento lindo que reúne uma grande quantidade de gente do meio Tribal! Vale muito a pena dançar nas mostras e fazer todos os cursos, seja com professores internacionais ou nacionais. Mas mesmo se você não puder fazer as aulas, vale a pena assistir ao show, recheado de estrelas do Tribal nacional, e de quebra conferir os expositores na Feira Tribal que acontece durante todo o dia do show.


Gotlha Brasil: 




Um festival para quem curte o Dark Fusion ou Estilo Gótico, e também para quem ama a Dança-Teatro, ou uma dança mais expressiva no geral. Tendo Ariellah Aflalo como mestra praticamente regular, este ano o evento contará com a participação das bailarinas Lady Fred e April Rose, que estreará no Brasil trazendo o maravilhoso repertório de ITS do Unmata, criada pela bailarina Amy Sigil. O evento iniciará no dia 07 de Agosto com as aulas dos profissionais do Brasil que podem ser adquiridos no site do evento com muitas facilidades de pagamentos. Este evento é muito especial, pois é o único no país referente a esse sub estilo. Participamos desde a primeira edição, sempre fazendo as aulas. Nesse ano estaremos dançando no show e também dando aula em conjunto, um workshop para duetos/duos de Tribal! O show é sempre um espetáculo a parte, temático e com enredo bem amarrado entre os integrantes. Uma produção maravilhosa de encher os olhos! Vale a pena conferir.

Shaman’s Fest:

Um festival organizado pela Cia Shaman, que tem como diretoras Cibelle Souza e Paula Braz. Os eventos são realizados no interior de São Paulo e em Natal – RN, alternando os locais a cada edição. Na última edição, a produção da Cia Shaman trouxe a própria Rachel Brice para a cidade de Jundiaí – SP, reunindo um número enorme de bailarinas de toda a América Latina. A Gabi trabalhou como tradutora da Rachel e eu, pude participar somente do último dia de aulas. O lugar foi um sítio sensacional, paradisíaco. Evento lindo, produzido por uma companhia de dança igualmente linda. Vale a pena conferir o show, com diversos números da própria Cia Shaman entre os convidados, sempre grandes nomes do Tribal nacional. Também conta com Feira Tribal com diversos expositores do meio e mostras. Esse ano a Cia não trará nenhuma bailarina internacional, pois se prepara para o evento que realizará no ano que vem.

Tribal Skin Fest:


Esse festival é organizado e realizado por nós duas, Gabi e Yoli, e com assessoria de diversas pessoas extremamente queridas para nós. Acreditamos que foi o primeiro festival internacional realizado por um Ateliê, e pretendemos continuar realizando o evento bianualmente. Na nossa primeira edição, realizada em São Paulo – SP, trouxemos a queridíssima Sonia Ochoa para ensinar Flamenco Fusion e Dança do Ventre. A Gabi traduziu uma parte dos Works e oura parte foi ministrada em espanhol. As aulas foram sensacionais. O show de gala contou com amigos muito especiais para nós, profissionais de diversos tipo de dança como Dança do Ventre, Dança Flamenca, Dança Clássica Indiana (Odissi), Tribal Fusion, ATS®, entre outros. Nossa próxima edição será realizada no Rio Grande do Sul, no ano de 2016 com uma bailarina internacional do Estilo Tribal. Aguardem!




Eventos Nacionais:

Diversos outros festivais nacionais são realizados anualmente dentro do Estilo Tribal divulgando e enaltecendo o trabalho de nossas profissionais brasileiras. Temos a linda Caravana Tribal Nordeste, responsável por reunir e prestigiar os talentos dessa região do país, com professores regionais e um show organizado pelas próprias meninas, cheio de fusões brasileiras super originais e maravilhosas. Temos o Oriental Fair, organizado pela Bia Vasconcelos, que sempre reúne uma grande quantidade de pessoas na Bahia, e conta com um show temático, estruturado e super-produzido... Uma das produções mais lindas das que tivemos a honra de prestigiar e também dançar. Somente citando dois exemplos de inúmeros festivais e eventos que estão ocorrendo atualmente em nosso país. Eventos novos surgem a cada ano, mostrando a força do nosso estilo e o quanto ele está crescendo. Isso deve nos encher de orgulho e sentimento de fraternidade.

Os eventos – sejam eles nacionais ou internacionais – são importantíssimos para a continuidade do nosso estilo e da nossa arte, merecem prestígio e divulgação. Aqui no Brasil temos a sorte de termos profissionais excelentes, sendo inclusive elogiadas pelas próprias professoras gringas lá fora. A cena do Tribal Fusion no Brasil tem sido considerada, por inúmeras bailarinas internacionais, como uma das melhores e mais promissoras do mundo!


Então para escolher o evento que irá participar, tente levar em conta – além do preço e da proximidade do local – o método de ensino e bagagem da professora internacional, o que ela pode acrescentar ao seu estilo pessoal. Obviamente TODA PROFESSORA IRÁ ACRESCENTAR ALGO VALIOSO À SUA DANÇA, mas se você não pode comparecer a todos os eventos, é ideal que mantenha em mente um foco de estudo inicial, pelo menos. Dê preferência para estudar com professoras que vão acrescentar conteúdo ao que você está se dedicando agora. Pesquise sobre as professoras, assista seus vídeos de performance, sua aulas online. Lembrem-se de também prestigiar suas professoras regionais em suas produções,  compareça a tantos eventos quanto puder, faça aula com todas as professoras que conseguir, e faça a dança continuar em movimento. O Tribal é um estilo que prega a coletividade e união, vamos manter esse espírito, fazer o conhecimento rodar e elevar o patamar da nossa Arte juntas! Afinal, não existe Tribal sem tribo. :D



LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...