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[Resenhando-BA] Festival Tribal Spin: Tecendo uma Teia em Arabesco

 por Camila Saraiva

Imagem de divulgação do evento, cedida pela produção


Quando uma mulher abre a roda, o círculo se fortalece, e tod@s giram. O Tribal Spin é um festival que acontece em Salvador – Bahia desde 2016 e foi idealizado pela professora, dançarina e coreógrafa Bela Saffe. Em parceria com a também dançarina, professora e coreógrafa Priscila Sodré na produção e realização - especialmente nas duas primeiras edições - o festival é um dos eventos mais importantes da Bahia, ao todo foram quatro edições (que ocorreram antes da pandemia do Covid-19). O Tribal Spin é um evento múltiplo, sua configuração mista composta por Mostra, Show, Workshops e até mesmo Palestras, confere ao festival uma potência de diversidade, acolhendo e apresentando diferentes propostas, espaços, discussões e artistas.

Para Bela Saffe o festival é uma continuação das ações que ela vem desenvolvendo ao longo de sua carreira, desde a sua participação na Caravana Tribal Nordeste, no Tribal Remix e em outros eventos que ela realizou anteriormente na Bahia. Em suas próprias palavras: “A ideia principal do Tribal Spin é fazer circular, é fazer os grupos se movimentarem, produzirem, criarem coreografias, fazerem aulas, se reciclarem, as professoras darem aula, terem mais visibilidade...deixar a dança viva! ” 

De fato, o festival é um acontecimento que faz as danças dos ventres, tribal, fusion (como queiramos chamar), girarem em Salvador nos últimos anos, proporcionando uma oportunidade de reunir amantes dessas danças para estudar, discutir, trocar e se apresentarem em um ambiente de acolhimento e respeito. É um evento bastante significativo, que vem promovendo maior visibilidade no campo para a Bahia, e para o Nordeste. Nos últimos anos foi o único evento específico de Tribal em Salvador de grande porte que tinha como uma das propostas uma Mostra, onde qualquer artista podia se inscrever e apresentar seu trabalho, sem necessitar de um convite para participar. As Mostras de Dança são de fundamental importância para oportunizar que estudantes, artistas marginais e até mesmo profissionais conhecidos apresentem suas criações numa atmosfera de experimentação e compartilhamento de ideias e processos em maturação. 

A riqueza de participantes tanto nas Mostras quanto nos Shows é realmente algo a se destacar! Artistas, estudantes e profissionais apresentaram danças diversas ao longo dessas quatro edições, escancarando como podemos ser tão bel@s, impactantes, potentes, criativos e diferentes ao mesmo tempo, no mesmo espaço, convivendo, coexistindo.


Show do Festival Tribal Spin 2018 no Teatro Sesc Pelourinho. Artista convidada: Piny Orchidaceae. Foto: Adeloyá Magnoni.


Em 2016 o festival começou com o foco numa escala local, as professoras convidadas foram profissionais residentes em Salvador:  Bela Saffe, Priscila Sodré, Adriana Munford e Karina Leiro. A roda foi crescendo e em 2017 as professoras convidadas foram Tamyris Farias (Recife - PE), Bia Vasconcelos (Feira de Santana – BA), Bela Saffe, Priscila Sodré e Karina Leiro, além da palestrante Carla Roanita (Salvador –BA) que apresentou a sua pesquisa de mestrado em dança, mais especificamente dança tribal fusion, no evento. Em 2018 o festival contou com a presença da convidada Piny Orchidaceae (Portugal). Em 2019 quatro profissionais internacionais participaram do festival como convidadas: Amy Sigil (Estados Unidos), Isabel de Lorenzo (Brasil/Itália), Kimberly Larkspur (Estados Unidos) e Catherine Taylor (Inglaterra). Em termos de participantes e inscrições o evento foi crescendo aos poucos, mobilizando cada vez mais artistas locais, mas não apenas. Nas últimas edições participantes de diferentes estados do Nordeste compareceram ao evento, até mesmo alguns participantes da região Sudeste do Brasil. 

Ciclo de Workshops do Festival Tribal Spin 2019 na Escola Contemporânea de Dança. Artistas convidadas: Amy Sigil, Isabel de Lorenzo, Kimberly Larkspur e Catherine Taylor. Foto: acervo da produção.


Mostra do Festival Tribal Spin 2019 no Teatro Sesc Pelourinho. Foto: Adeloyá Magnoni. 


O Tribal Spin foi tema da pesquisa de monografia de Priscila Sodré na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia onde descreve mais especificamente as etapas de produção da segunda edição do festival. Ela destaca em seu texto que as expectativas de produção foram superadas com relação a adesão da comunidade ao evento, isso lá em 2017: “Para a Mostra de danças foram registradas 21 inscrições, superando as expectativas e fazendo com que a produção ampliasse o número de vagas, incluindo todos os inscritos. Já as inscrições para as aulas de dança corresponderam a 84 vagas ocupadas.” (P.16). O número total de pessoas pagantes que compareceram aos shows foi de 197.

Show do Festival Tribal Spin 2017 no Teatro Molière. Foto: acervo da produção.

Produzir eventos, festivais de dança no Brasil, no Nordeste, na Bahia, de maneira autônoma, não é tarefa fácil, pelo contrário, é um grande desafio. Ressalto aqui a importância de valorizar e reconhecer as pessoas que corajosamente se colocam nesse árduo lugar da produção sem nenhum tipo de apoio financeiro, fomentando a cena, a formação e a produção artística na dança. Expresso aqui a minha gratidão enquanto artista baiana à Bela Saffe, essa mulher retada, pioneira na dança do ventre e no tribal fusion na Bahia que vem abrindo a roda, e tecendo essa teia em arabesco ao longo dos seus mais de vinte e cinco anos de carreira.

Fiquemos atent@s para como os eventos são realizados. A maneira como realizamos um evento acarreta em impactos em toda a comunidade da dança. Não precisa existir um modo único, padronizado, de realizar festivais e eventos, como não existe um modo único de dançar dança do ventre, tribal, fusion. A maneira como fazemos algo pode fazer toda a diferença na vida de outras pessoas, podemos vivificar outras existências quando escolhemos realizar algo de determinada maneira, ou não. E foi isso que pude perceber no Festival Tribal Spin, existências diversas convivendo e sendo vivificadas. "Enquanto que a maneira, de manus, pensa a existência a partir do gesto, da forma tomada pelos seres quando aparecem. Um modo limita uma potência do existir enquanto que a maneira revela a forma do existir, a linha, a curvatura singular, e assim mostra uma arte." (LAPOUJADE, 2017).

Portanto, devemos considerar cada um desses modos como uma arte de existir, esse é o interesse de um pensamento do modo como tal. O modo não é uma existência, mas a maneira de fazer existir um ser em um determinado plano. É um gesto, cada existência provém de um gesto que o instaura, de um arabesco que determina que será tal coisa. Esse gesto não emana de um criador qualquer, é imanente à própria existência. (LAPOUJADE, 2017, p. 14 e 15).


REFERÊNCIAS:

LAPOUJADE, David. As existências mínimas. N-1 Edições. São Paulo, 2017. SODRÉ, Priscila. Tribal Spin Festival. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Comunicação como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação com Habilitação em Produção em Comunicação e Cultura, na Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2018.

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Resenhando-BA


Camila Saraiva (Salvador-BA) é artista da dança, baiana, LGBTQ+. Dançarina, professora e pesquisadora das danças dos ventres e suas fusões na contemporaneidade, com graduação e pós-graduação em Dança na UFBA. Atualmente é doutoranda em Dança pelo PPGDANÇA/UFBA e pesquisa a relação entre danças dos ventres, orientalismo, feminismos e estudos de gênero e sexualidade, numa perspectiva contemporânea.

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Resenhando-BA por Camila Saraiva

 Coordenação Região Nordeste - Núcleo Bahia:


Camila Saraiva é artista da dança, nordestina, LGBTQ+. Dançarina, professora e pesquisadora das danças dos ventres e suas fusões na contemporaneidade, com graduação em Dança e em Biologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA). É pós-graduada em Ecologia (Mestrado) e em Estudos Contemporâneos em Dança (Especialização) também pela UFBA. Atualmente é doutoranda em Dança pelo PPGDANÇA/UFBA e pesquisa a relação entre danças dos ventres, orientalismo, feminismos e estudos de gênero e sexualidade, numa perspectiva contemporânea. Natural de Salvador-BA, já morou em Petrolina-PE e atualmente reside em João Pessoa-PB, provisoriamente. Amante das danças dos ventres, se encanta com suas múltiplas e diversas possibilidades de fusões, de hibridações, e de existências. Começou pelas danças árabes há quinze anos e de lá pra cá vem estudando Tribal Fusion, ATS/FCBD, Indian Fusion, Flamenco, Dança Moderna, Técnica Silvestre, dentre outras danças. Seu interesse é por investigar abordagens, configurações contemporâneas para as danças dos ventres e seus fazeres artísticos-pedagógicos, tendo em consideração as implicações biopolíticas dessas práticas nas vidas de diversas mulheres e de pessoas LGBTQ+. 



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[Resenhando-AL] 1, 2, 3... GRAVANDO! Um Solo na Caravana Tribal Nordeste!

por Ana Clara Oliveira

 

A vida é amiga da arte, é a parte que o sol me ensinou

O sol que atravessa essa estrada que nunca passou

(Gal Costa)

 

Fonte: arquivo pessoal

 

Nos dias 27 e 28 de março/2021, a Zambak Cia de Dança Tribal (AL) participou da Caravana Tribal Nordeste (CTNE) 2021 - Edição Especial com formato on-line, sob o financiamento da Lei Aldir Blanc – PE, SECULT - PE. A participação se deu através de duas ações: palestra/oficina e performance na mostra artística. Na figura de diretora da Zambak, desenvolvi as referidas atividades, intituladas, respectivamente, “O pensamento Decolonial e o Tribal no Brasil” e, o solo “Em que tempo sua dança está?”

A presente matéria aborda o solo coreográfico e o processo de gravação para o evento CTNE. Este trabalho artístico de 04 minutos, publicado no canal YouTube da Carvalho Studio de Dança, expõe um pouco das minhas experiências formadoras entrelaçadas pelo momento de resiliência nos tempos atuais. A coreografia possui como base algumas das técnicas que utilizo e as minhas desordens experienciadas na vida diária. Esses elementos ocasionaram uma dança que só é possível acontecer quando encarnada com os sentimentos e a própria realidade.

Assim, o solo apresenta uma dança de si contaminada pelas informações do meio e, certamente, se constitui como mais uma ferramenta artística para o acendimento do meu ser na conjuntura contemporânea. Diante da minha dor e do luto coletivo por causa da COVID-19, pergunto-me: em que tempo o meu mover se encontra? Tal mover não existe de modo individualizado, mas está exposto a experiência com o mundo. “Essa movimentação absorve fronteiras, cria um outro espaço de atuação e permite um fluxo de continuidade entre diferentes modos de perceber e dialogar no mundo” (SETENTA, 2008, p. 62). 

Nos últimos anos, tenho pensado demasiadamente na palavra “tempo”. Seja na pesquisa acadêmica ou artística, seja nas questões mais simples do dia a dia, o tempo penetra meus devaneios. Percebi com mais profundidade que o tempo embora seja um aspecto dos sujeitos, é elaborado por cada corpo de maneira singular devido aos acontecimentos que o afetam. Então, é impossível dizer que o tempo da minha dança é igual aos tempos de outras danças. Igualmente, não se trata de qualidades de tempo, mas sim de diferentes vulnerabilidades corpóreas diante de períodos tão incertos. Partindo dessa inquietação, provoco o público com a pergunta/nome do solo, com vistas a mostrar que a dança não está descolada do relacionamento com o tempo, nem afastada da existência.

Nesse contexto, prática não é apenas o meio pelo qual criamos obras a serem analisadas na pesquisa, ou processos de vida que passam a participar de procedimentos científicos. Mas esses procedimentos passam a ser definidos pela prática enquanto corpo vivo (soma) em pulsão espaço-temporal imprevisível. (FERNANDES, 2018, p. 187)

 

Fonte: arquivo pessoal


Para realizar esse solo que representou a Zambak na Caravana Tribal Nordeste, convidei a artista alagoana Juliana Barretto, doutora em antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco, que capturou sensivelmente a proposta. A música “Força Estranha” do compositor Caetano Veloso, cantada por Gal Costa foi escolhida por retratar experiências e temporalidades do sujeito a partir de metáforas e certezas.

Força estranha expõe os motores de sua potência: lembrar e esquecer – os arranjos narrativos daquilo que o sujeito viu e viveu. A memória do sujeito narrador de Força estranha, sem a ordem restritiva do cronológico, consagra eventos múltiplos e diversos. A “organização” dessa unidade está mais próxima dos afetos [...] do que da sucessão dos fatos. Está mais perto da invenção poética – e, por isso, real. (REVISTA CAJU, 2016)[1]

Motivada pela canção e por todo o conjunto vivido na contemporaneidade, debrucei no processo de criação do solo. A seguir, destaco os aspectos importantes:


1. Proposta de improvisação

Nesse procedimento, adotei o ato de improvisar na tentativa de diluir e aterrar a sensibilidade. O fato de escutar a música e trabalhar constantemente a improvisação permitiu uma aproximação mais imediata com a proposta que elaborei para performar.


2. Estudo do pulso, do compasso e da pausa

O pulso é a marcação relevante da estrutura, repetido constantemente. Uma vez que a pulsação é o elemento do ritmo, passei a compreender o compasso que é o definidor da marcação rítmica. Em seguida, direcionei o foco para a pausa, ou seja, para qualquer silêncio que pudesse identificar. E assim, fazer escolhas criativas.


3.Coreografia

Com o repertório de movimentos da improvisação e o breve entendimento da música, selecionei momentos que mais me agradaram e, consequentemente, exerci a repetição como captura do mover. Cabe dizer que a ideia de repetição que se aproximou da proposta foi a descrita por Deleuze.

A repetição nem é a permanência do Uno nem a semelhança do múltiplo. O sujeito do eterno retorno não é o mesmo, mas o diferente, nem é o semelhante, mas o dissimilar, nem é o Uno, mas o múltiplo, nem é a necessidade, mas o acaso. (DELEUZE, 2000, p. 126)

 

4.Figurino, acessórios e maquiagem

A cor predominante no solo foi o vermelho - saia longa e rodada, choli e flores. Cada elemento escolhido foi um reforço a algum impulso interno ou alguma sensação e emoção, sempre em consonância com o estilo tribal de dança do ventre. Como a minha palestra/oficina foi sobre formas de decolonizar a dança, de modo mais sutil, retornei a imagem da Frida Kahlo, não no sentido representacional, mas como potência feminista. Não posso deixar de mencionar que a própria imagem da cantora Gal Costa no disco “Gal Tropical” (1979), mesma imagem usada no Spotify, também provocou um certo desejo não literal, mas de impulso organizacional. A maquiagem e o coque seguiram a proposta superando as minhas expectativas. Ambas, foram concepções da profissional alagoana Priscilla Lucena.

Fonte:arquivo pessoal


5. Cenário - Mirante São Gonçalo, Maceió (AL)

O mirante São Gonçalo está localizado na cidade de Maceió e desenha um belo ponto turístico. O mirante possibilita noções de profundidade do urbano e diversas perspectivas criativas, por esse motivo foi escolhido.

 

6. Captura de imagens e edição


A coreografia foi gravada numa tarde ensolarada e quente de uma segunda-feira. Seguindo os protocolos de segurança, optamos por usar um dia de feriado na cidade, pois o ambiente estaria vazio. Gravamos 05 vezes a mesma coreografia com ângulos distintos, sendo a primeira gravação um teste simples. O segundo ângulo, mais amplo e aberto, capturou toda a dimensão coreografada. O terceiro ângulo, com enquadramento específico, conquistou a ideia de imagem de baixo para cima, tendo o sol como plano de fundo. No quarto ângulo, me posicionei de frente para o sol e de costas para a câmera a fim de salientar o trabalho natural dos raios de sol no corpo. Por fim, o quinto ângulo que enfatizou os detalhes faciais e de alguns gestos, escolhidos propositalmente. Na edição, obtive duas propostas da profissional Juliana Barretto. A primeira, mais focalizada como vídeo-dança com colagens criativas que transformaram a obra coreográfica em quase que numa outra dança. A segunda versão, mais fiel à dança coreografada com utilização de colagens respeitando à musicalidade. Optei pela segunda edição como produto final para a CNTE 2021. Mas, confesso que também fiquei encantada pela primeira versão.

Fonte: arquivo pessoal


A seguir, algumas imagens do vídeo (solo):

 

Fonte: arquivo Caravana Tribal Nordeste

Fonte: arquivo Caravana Tribal Nordeste


 

Para finalizar, deixo o link do solo:

Espero que tenham gostado dessa matéria. Agradeço as profissionais Juliana Barretto e Priscilla Lucena pelos trabalhos e afetos.

Na próxima matéria do RESENHANDO-AL almejo trazer a minha experiência como espectadora do belíssimo show – Mostra Artística CTNE 2021.

Até lá!


Referências

DAVINO, Leonardo. Caetano Veloso, Força Estranha. In: CAJU, Revista. Disponível em: <http://revistacaju.com.br/2016/08/04/narrar-forca-estranha/>. Acesso em: 12 de abr.2021.

DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Lisboa: Relógio d’Água, 2000.

FERNANDEZ, Ciane. Dança Cristal: da Arte do Movimento à Abordagem Somático-Performativa. Contribuições de Melina Scialom e Dalton Carneiro. Salvador: EDUFBA, 2018.

SETENTA, Jussara. O fazer-dizer do corpo: dança e performatividade. Salvador: EDUFBA, 2008.

 


[1] Disponível em: http://revistacaju.com.br/2016/08/04/narrar-forca-estranha/. Acesso em: 12 de abr.2021.

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Resenhando-AL


Ana Clara Oliveira (Maceió-AL) é dançarina e pesquisadora do estilo Tribal de Dança do Ventre. Professora de Dança na Escola Técnica de Artes (UFAL). Doutoranda em Artes (UFMG) onde pesquisa a formação no Tribal. Mestrado em Dança (UFBA). Diretora da Zambak Cia de Dança Tribal ... Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>

[Resenhando-AL] Tempos de Pandemia: O Tribal Fusion em Alagoas

 por Ana Clara Oliveira


“Um, Dois, Três. Dissolver os efeitos dos antes, para nesta leitura desvestir os figurinos habituais. A dança é o Pensamento do corpo” (Helena Katz)

 


O ano de 2020 será lembrado como o ano das transformações do funcionamento das vidas contemporâneas. A pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 ameaça a vida humana e muda os modos de relação do corpo com o ambiente em diversos campos de atuação. Eis que a Covid-19 afeta as Artes paralisando, desviando e transbordando a Dança para as redes sociais. Sem dúvida, a Dança e Tecnologia é uma linha de pesquisa e uma área difundida nos espaços acadêmicos e outros lugares importantes. Igualmente, é comum o uso das redes sociais para postagem de fragmentos de vídeos ou obras completas. No entanto, ao entrarmos na quarentena, surge um aumento fabricado do Tribal Fusion nas redes sociais e nos eventos online. Transportamos ainda mais os nossos trabalhos artísticos para o mundo virtual. Em relação a esse ponto, o teórico cultural e sociólogo britânico-jamaicano, Stuart Hall afirma: “o deslocamento tem características positivas; ele desarticula as identidades estáveis do passado, mas também abre a possibilidade de novas articulações: a criação de novas identidades, a produção de novos sujeitos” (HALL, 2006, p. 17-18).

Na Zambak Cia de Dança Tribal (AL), a qual faço parte, as mudanças também existiram. Fomos reinventando as práticas no nosso 4º ano de existência. Longe do desejo da comparação e muito menos da redução da dor ou até da glamourização do sofrimento, mas entre mortes mundiais e lutos particulares na Cia, o Tribal Fusion em Alagoas sofreu desvios e sobreviveu dançando outras histórias. Por essas novas histórias é que escolhi a foto acima com as belas Janna Scarllet e Leeh Lima, ambas integrantes da Zambak, que juntamente comigo fortaleceram a fusão alagoana diante das dificuldades.

Em 2020, experimentamos a potência de formar novas alianças e refletir a nossa “casa”. A socióloga feminista, professora e ativista argentina, María Lugones ressalta: “estamos nos movendo em um tempo de encruzilhadas, de vermos umas às outras na diferença colonial construindo uma nova sujeita de uma nova geopolítica feminista de saber e amar” (LUGONES, 2014, p. 950). Neste sentido, podemos compreender o tema “TEMPOS DE PANDEMIA: O TRIBAL FUSION EM ALAGOAS” através de dois momentos: o primeiro (2020.1), completamente marcado pelas adaptações da Zambak em paralelo com a suspensão temporária da Extensão Universitária de Tribal na UFAL e o segundo (2020.2), voltado para o desabrochar da Cia e ações individuais das integrantes, sem perder de vista o nosso local de abrigo poético: a Cia.

No primeiro semestre de 2020, decidimos nos acolher nos laboratórios criativos de formato online sem a expansão efetiva dos processos criativos nas redes. Na realidade, o nosso objetivo maior estava focalizado em permanecer estudando em tempos de caos. Com muita amorosidade e compreensão do que se passava na vida umas das outras, nos encontrávamos nas telas para conversar do cotidiano das nossas vidas e para dialogar acerca das cenas do Tribal no âmbito internacional e, sobretudo, nacional. Além disso, desenvolvemos dentro da Cia algumas oficinas práticas a partir de temas diversificados das fusões tribais. Destaco o retorno para os estudos da Dança do Ventre, do estilo ATS e o trabalho das lives com a participação das profissionais do Tribal: Camila Saraiva (PB / BA) e Mimi Coelho (BRA / EUA), ambos no meu perfil do instagram. Seguem os cartazes abaixo:

 



No segundo semestre de 2020, o Tribal Fusion em Alagoas foi direcionado para as participações nos eventos por parte de algumas dançarinas da Zambak. Participei como palestrante e professora em eventos nacionais como o Prakis – Simpósio Brasileiro de Fusões Tribais e Festival Tribal Core Trupe Andurá, bem como, estive nas organizações de determinadas ações relevantes para a cena Tribal no Brasil como o Fórum Tribal e Cheias de Assunto (circuito de lives UFBA I UFAL). Do mesmo modo, as integrantes, em especial, Janna Scarllet e Leeh Lima fortificaram como docentes de Tribal no espaço Mandala Danças Ciganas, localizado na cidade de Maceió.

Realço aqui o evento online intitulado como “IV Sarau de Danças, Música, Contos e Poesias Ciganas do Stúdio Mandala Danças Ciganas, no período compreendido entre 07 a 11 de dezembro/2020. As apresentações do evento aconteceram no instagram do @mandaladancasciganas com a presença dos professores do espaço, alunos e convidados. O estilo Tribal foi apresentado em forma de live por Janna Scarllet e Leeh Lima, sendo a minha apresentação gravada. Convido a todos para apreciar os vídeos do IV Sarau e assim, conhecer as artistas que movimentaram o Tribal Fusion em Alagoas. Abaixo, o cartaz do evento:

Findo o Resenhando-AL do mês agradecendo aos apoios criativos de 2020 e a todos os profissionais que auxiliaram o desenvolvimento do tribal em Alagoas, singularmente a Zambak Cia de Dança Tribal que de maneira sensível soube sobreviver. Vida longa ao Tribal!

 

Referências

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11ª edição. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2006.

LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. v. 22, n. 3, Revista Estudos Feministas, 2014. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36755.

KATZ, Helena. Um, dois, três: a dança é o pensamento do corpo. Belo Horizonte: Helena Katz, 2005.


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Resenhando-AL


Ana Clara Oliveira (Maceió-AL) é dançarina e pesquisadora do estilo Tribal de Dança do Ventre. Professora de Dança na Escola Técnica de Artes (UFAL). Doutoranda em Artes (UFMG) onde pesquisa a formação no Tribal. Mestrado em Dança (UFBA). Diretora da Zambak Cia de Dança Tribal ... Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>

[Resenhando-AL] Tribal na Universidade

 por Ana Clara Oliveira

 

Para inaugurar na coluna resolvi construir uma resenha descritiva acerca da Fusão Tribal ou estilo Tribal de Dança do Ventre no estado de Alagoas, contando os fatos principais do surgimento da nossa dança na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Então, convido você para conhecer Alagoas para além do paraíso das águas. Convoco para perceber sensivelmente o modo de organização da cena Tribal Fusion a partir do ano 2015 até 2018. Desde já, desejo uma boa aventura.

Em 2015, criei um projeto de extensão universitária intitulado por “Poética da Dança Tribal”, na cidade de Maceió. Tal projeto gratuito e de natureza experimental, surgiu  após a oficina que ministrei de Dança do Ventre no UniversiDança - Semana Acadêmica do Curso de Licenciatura em Dança, da Universidade Federal de Alagoas. Como docente efetiva na referida universidade, vislumbrei a possibilidade de construir um projeto inteiramente destinado para o ensino-aprendizagem da Dança Tribal. Notei que existia um enorme interesse por parte dos estudantes, seja pela necessidade de aprender novas técnicas para o mercado profissional, seja pelo encantamento pelos figurinos, maquiagens e acessórios. Alguns talvez nem soubessem o que era de fato o Tribal, afinal não existia aulas do estilo em Alagoas. O único movimento tribal de dança em todo o estado foi um workshop de ATS ministrado tempos atrás pela querida Rebeca Piñero, sob organização da professora de Dança do Ventre, a querida Dilma Tarub. Imaginem só o entusiasmo! Ouvia frequentemente frases como: “chegou o Tribal em Alagoas”; “finalmente, vou dançar tribal”; “será que vamos aprender aquele passo de dança do YouTube?”; “como serão as aulas, serão para sempre não é?”...

De fato, foi um momento efervescente para a cultura de Alagoas, inclusive para pessoas de outras danças que não estavam acostumadas com toda a estética da nossa arte. Durante o ano de 2015, recebi um pouco mais de 20 estudantes entre graduação e técnico de dança, ambos os cursos da UFAL. Além desse número, acolhi a comunidade em geral uma vez que é papel da extensão universitária o diálogo afetuoso e o compromisso com o ambiente não acadêmico. Nesse primeiro ano, três módulos foram desenvolvidos: bases BellyDance (senti uma necessidade de iniciar por onde fiz a primeira aproximação com Tribal), Tribal Fusion (bastante focalizado nos meus estudos com a querida dançarina/professora/pesquisadora Joline Andrade – BA) e por fim, tópicos especiais para os estudos no Tribal Brasil (ênfase maior no que a turma trazia como repertórios da cultura popular, pois entendi que Alagoas é um estado repleto de manifestações culturais, sendo o Coco Alagoano dançado pelos estudantes da rede pública de ensino, por exemplo). Ao final do ano, a turma apresentou na Sala Preta (Espaço Cultural UFAL para convidados (docentes do curso e alguns familiares).

Em 2016, resolvi cadastrar o projeto através da minha lotação na Escola Técnica de Artes/Instituto de Ciências Humanas e Artes da UFAL. Com a procura, abrir mais uma turma. O projeto passou a ter duas turmas de 20 pessoas em cada uma delas. Com mais organização da minha docência e maturidade dos envolvidos, fui inserindo gradualmente textos acadêmicos do universo da Dança do Ventre e Tribal. Como o projeto era gratuito, decidi criar estratégias para a boa relação professora-aluno, principalmente, porque pretendia continuar a desenvolver um trabalho sólido e vivo dentro de Alagoas. Discussões de temas, frequência das aulas, diários de bordo, relatório individual, palestras ou oficinas com convidados locais a respeito de assuntos “complementares” como educação somática, maquiagem, representatividade do corpo negro nas artes e por aí vai, foram abordados no projeto. Ao final do ano, organizei o I Encontro de Dança Tribal ETA/UFAL que estreou com a Mostra Artística no Teatro Jofre Soares / SESC, Maceió. O evento de três dias consecutivos, contou com a presença da querida Mestra Kilma Farias, dançarina/professora/pesquisadora, que nos forneceu com a oficina de Tribal Fusion e Tribal Brasil e, do querido professor doutor da Universidade Federal da Paraíba, Guilherme Schulze, que ministrou a oficina de videodança para o Tribal. Além disso, tivemos uma mesa-redonda com tais profissionais e com a doutoranda em antropologia Juliana Barreto, também aluna do projeto. Em conformidade com o papel da extensão na UFAL, todo o evento também foi gratuito. Imaginem só!



Em 2017, o projeto cresceu ainda mais no que tange ao aspecto ensino-aprendizagem. Focalizei nos conteúdos dos módulos Tribal Fusion e Tribal Brasileiro, com a inclusão das tarefas improvisacionais como estratégia de refinamento dos repertórios de movimento e como lugar do devir pessoal e coletivo. As duas turmas estavam completamente disponíveis para as investigações, independente dos níveis individuais. Busquei organizar uma divisão mínima de níveis entre os dois horários apresentados, mas imediatamente notei que funcionava melhor deixar que cada estudante escolhesse o horário que lhe cabia confortavelmente. Por exemplo: eu tinha aluno que entrou em 2017, mas fazia aula na turma que estava desde 2015 e isso não era um problema, era um desafio. No entanto, a maioria conseguia acessar e permanecer na turma mais compatível ao seu tempo na Dança Tribal. Percebi que ter um aluno apreensivo com um horário, não valeria a pena. Portanto, era mais harmonioso que este estivesse onde o seu aprendizado pudesse fluir, mesmo que mais devagar em relação aos demais. Foi um ano surpreendente, pois produzimos (não cabia mais o verbo “produzi”) o II Encontro de Dança Tribal da ETA/UFAL com a participação das queridas convidadas: Joline Andrade (BA) – Tribal Fusion, Kilma Farias (PB) – Tribal Brasil e as professoras da UFAL – Kamilla Mesquita – Ghawazee e Joana Wildhagen – Dança Clássica Indiana. Foram três dias de evento com palestras, oficinas e mostra artística, sendo esta última, apresentada na Bienal Internacional do Livro, no Teatro Gustavo Leite, Maceió. Tivemos 65 inscritos no evento de vários estados brasileiros.


Em 2018, buscamos aprimorar os conteúdos programáticos do ano anterior e refinamos o projeto a fim de desenvolver o III Encontro de Dança Tribal ETA/UFAL. Consideramos que no referido ano, deveria existir uma delimitação das ações do projeto, uma “identidade”. Percebi que o foco principal era garantir uma boa troca de conhecimentos no âmbito do Tribal, reconfigurando a mostra artística com o peso que ela deveria ter naquele momento. Abro um parêntese para dizer que considero relevante a culminância dos processos artísticos na universidade, no entanto o desejo de contribuir no ensino-aprendizagem (oficinas e palestras) era grande, posto que temos um número alto de excelentes festivais de dança espalhados no Brasil. Para tanto, foram convidadas três mulheres pesquisadoras e queridas com interesses similares aos meus: Professora Doutora Márcia Mignac da Universidade Federal da Bahia – Processos Criativos e de Improvisação na Dança do Ventre, Professora Mestra Carla Roanita (BA) – Tribal Fusion e Professora Mestra Camila Saraiva (BA) – Processos Criativos e de Improvisação na Dança do Ventre. A mesa de abertura foi composta pelas convidadas palestrantes e pela Pro-Reitora de Extensão da UFAL, Professora Doutora Joelma Albuquerque, pela Vice-Diretora da Escola Técnica de Artes Professora Pollyanna Isbelo e Professora Mestra Noemi Loureiro. Foram três dias de muito diálogo, reflexão durante as oficinas e engajamento na mostra artística que somou em equilíbrio no evento.

Termino esta matéria agradecendo aos alunos do projeto de extensão “Poética da Dança Tribal” e a todos os profissionais que auxiliaram na construção da trajetória inicial do Tribal em Alagoas. Hoje, temos uma história a contar. Que venham novas e muitas outras! Vida longa ao Tribal!





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Resenhando-AL


Ana Clara Oliveira (Maceió-AL) é dançarina e pesquisadora do estilo Tribal de Dança do Ventre. Professora de Dança na Escola Técnica de Artes (UFAL). Doutoranda em Artes (UFMG) onde pesquisa a formação no Tribal. Mestrado em Dança (UFBA). Diretora da Zambak Cia de Dança Tribal ... Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>

[Resenhando-CE] A dança ancestral dos ventres - Espetáculo Banat

 por Sarah Raquel

 Foto: Shaya Shandoval 

Em janeiro de 2020, aconteceu o Espetáculo Banat.

O Espaço Rayzel é composto por uma equipe de mulheres, que mergulharam profundamente na cultura árabe afim de encontrar facetas na mulher oriental e suas variadas expressões na dança. Arquétipos que se repetem em várias culturas, são estudados pelo viés da cultura árabe e o espetáculo tem a proposta de desvelar mistérios e alegorias que se construíram acerca da mulher do oriente.

Foto: Shaya Shandoval

Tive a oportunidade de participar neste espetáculo tão profundo e ao mesmo tempo simples, mergulhando no tempo e espaço, entre 6 histórias em ambientações e contextos diferentes, mas que compartilham em comum o protagonismo feminino. O elenco foi composto por dançarinas profissionais e amadoras com idades e biotipos diversificados.

A diretora e organizadora do espetáculo, Mel Rayzel (CE), sempre carrega ao palco muito além do estético com uma riqueza em cada detalhe, do figurino até a troca de iluminação no palco, trazendo uma sensibilidade no olhar ao representar cada arquétipo com muito cuidado.

Para quem gosta de conhecer mais sobre os processos, chamei à Mel Rayzel para contarmos um pouco sobre a montagem do espetáculo e seus desafios.

1- Porque “Banat” e qual a história da escolha do nome?

Mel Rayzel: Queríamos um nome dentro do idioma árabe, que tivesse um significado que dialogasse com o espetáculo envolvendo ancestralidade e heranças. Pesquisamos e fizemos uma lista de diversos nomes orientais, dentro deles estava Banat, que significa FILHAS. Foi unânime a escolha pois além de ser esteticamente bonito ele traz esse resgate ancestral.

Curiosidade sobre: o nome "banat" é bem presente na cultura Ghawazze. "Banat Mazin" é o nome de uma trupe de dançarinas ghawazzes, esse nome é bem presente na cultura.

2- Conta um pouco da sua fonte de estudos para montagem do Banat.

Mel Rayzel: O Banat é fruto de uma pesquisa de uma vida, surgiu de vários incômodos sobre como a imagem da dança do ventre é vinculada nas mídias e sobre essa tal "feminilidade" que tanto se associa a prática da dança do ventre. Desses incômodos surgiu a vontade de pesquisar outras histórias, pouco contadas, mas que são fundamentais para construção desse universo da dança do ventre/tribal que conhecemos hoje e adentrar em outras experiências corporais dentro do universo das danças orientais. Buscamos referência na história, na literatura, nas pesquisas acadêmicas, nos símbolos e espiritualidade, nas imagens (fotos, pinturas, desenhos) e nas nossas mestras (dançarinas que temos como guia e referência no estudo da dança e cultura oriental).

 

Foto: Shaya Shandoval

3- Por último, mas não menos importante: qual foi o maior desafio durante o processo do espetáculo?

Mel Rayzel: Tive três grandes desafios, que são bem comuns para quem organiza espetáculos:

A questão financeira.

Geralmente as pessoas que organizam eventos acabam arcando a maior parte dos custos, por não conseguir editais ou patrocínio. Acaba sendo necessário esse planejamento tanto da organização como das alunas envolvidas.

Sempre é um desafio, pois sempre queremos investir no melhor: em figurinos mais elaborados, equipamentos de projeções, iluminação melhores e entre outros. Mas trabalhamos no que dá dentro do nosso teto.

Pessoas na produção do espetáculo.

Por não termos patrocínio, trabalhamos dentro do que podemos dentro do nosso limite com nossas professoras do Espaço Rayzel, de forma mais equilibrada o possível. Acaba que além de dirigir, preciso coreografar e cuidar da montagem do palco. Mas ainda estamos aprendendo ao longo do caminho e quem sabe nos próximos, possamos otimizar nossos processos e até mesmo contratar pessoas para cada função.

 

Trabalhar um elenco grande de dançarinas de diversos níveis, de amadoras à profissionais.

É sempre um desafio ter o cuidado de elaborar coreografias e administrar os horários de ensaios do espetáculo diante da rotina das alunas. A proposta do espetáculo desde o começo foi trazer a diversidade de mulheres, corpos, idades e vivências diferentes, trazendo “um tempero à mais” ao espetáculo.

 

Para quem ficou mais interessado(a), um pouco do que aconteceu no Espetáculo Banat:

|Instagram do Espaço Rayzel| 


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Resenhando-CE


Sarah Raquel (Fortaleza-CE) iniciou os estudos em danças orientais com a dança do ventre em 2015 e logo se redescobriu na vertente dark fusion, para melhor se expressar dentro desse estilo buscou estudar tribal fusion e o dark fusion. Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

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