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[Corpo & Dança] Conhecendo a tão famosa Coluna Vertebral

 por Raissa Medeiros

A coluna é uma estrutura que forma o eixo do corpo, sendo constituída por ossos denominados vértebras. Entre as vértebras existem discos intervertebrais que impedem que haja uma sobrecarga sobre as mesmas, absorvendo o aumento da pressão intervertebral e permitindo uma maior mobilidade da coluna vertebral. Podemos observar também que na coluna há presença de curvaturas que ajudam na manutenção do equilíbrio e da postura ereta.

Esta estrutura possui como principais funções: 

  • sustentação do corpo;
  • mantenimento da flexibilidade das movimentações de tronco;
  • proteção da medula espinhal (composto de células nervosas, localizada no canal interno das vértebras, fazendo parte do Sistema Nervoso Central).

É dividida em: Cervical, Torácica, Lombar, Sacral e Coccígea.

Sendo a primeira composta por 7 vértebras, a segunda por 12, a terceira por 5 e a quarta e quinta fundidas sendo 5 sacrais e 4 coccígeas.

Como disse anteriormente, a Coluna Vertebral possui curvaturas fisiológicas extremamente importantes sendo elas: cifose e lordose.

  • A cifose é encontrada nas regiões torácica e sacral;
  • a lordose é percebida na cervical e lombar.

Coluna Vertebral Vista Posterior e Lateral


 

Cinesiologia e Dança

Além de todas funções acima citadas, a coluna vertebral é muito importante também na execução de muitos dos movimentos que realizamos com o tronco.

Flexão Lateral de Tronco = Cambret Lateral

Hiperextensão de Tronco = Cambret Posterior


Rotação Baixa de Tronco = Egyptian  |
 Rotação Alta de Tronco = Ângulo de Performance

 

Todos estes movimentos demandam muito da mobilidade dessa estrutura e precisam muito de nossa atenção. Trouxe mais algumas outras movimentações que vale muito a pena redobrar os cuidados:

  • rotações repentinas e sucessivas de tronco;
  • mudanças bruscas de direção;
  • flexões  de tronco.

  

Cuidados

Para manter a saúde da coluna vertebral e prolongar a nossa expectativa de vida da dança é necessário ter uma rotina de cuidados básicos, como:

1) Se aquecer e alongar antes e após a atividade física, respectivamente.

2) Não se esqueça de sempre prestar muita atenção na sua postura. Lembre-se que a postura reta NÃO EXISTE. Respeite suas curvaturas.

3) Não ultrapasse seus limites, mantenha em sua rotina momentos para descanso e em caso de dor ou qualquer incômodo, procure um profissional da saúde especializado para te orientar da melhor forma.

 

Em nosso corpo mora a nossa arte. Lembre sempre de cuidar desta casa.

 

Nos vemos em breve! 

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Corpo & Dança: Um olhar sob nosso Palácio Industrial


Raissa Medeiros (Belo Horizonte-MG)Graduanda em Fisioterapia, é bailarina, professora, coreógrafa  e pesquisadora  em Dança do Ventre, Fusões Tribais e Danças Comerciais ,sendo o primeiro, desde 2006.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

[Corpo & Dança] Tribal Fusion x COVID

por Jossani Fernandes 

 

Então gente hoje decidi quebrar um pouco da sequência que eu estava levando com a coluna, mas por uma causa que julgo ser importante principalmente devido a fase atual que estamos vivendo. Na verdade, confesso que estou utilizando esse período de pandemia para trazer essa informação, que a muito tempo grandes estudiosos já vem se esforçando para desvendar, mas somente agora tal assunto começou a sair na mídia. Porém me incomoda muito começamos a dar importância às coisas que nos fazem bem apenas após aparecerem em fontes que nem sempre são confiáveis.

Digo isso, pois é necessário colocar em mente e dar, nem que seja um pouco mais de importância, ao fato de que nós somos sensacionais haha. O primeiro ponto que quero abordar é:

1.    O que a dança representa de fato?

Agora vamos esquecer um pouquinho dos nossos sentimentos rsrs, pois sei que a primeiro momento ela possui uma representação afetiva, mas antes de tudo a dança é um exercício físico!

2.    O que é exercício Físico?

Nada mais é que uma pratica de exercícios estruturada, ou seja, ou que nós professoras fazemos para nossos alunos e o que nós alunos nos submetemos cerca de duas vezes por semana.

Nessa perspectiva, o colégio Americano de Medicina da Saúde (ACSM, 2002) estabelece que as recomendações de exercícios podem ser realizadas com exercícios de 30 a 60 minutos intensidade moderada (cinco dias por semana) ou 20 a 60 minutos de intensidade vigorosa (três dias por semana), totalizando pelo menos, cerca de 150 minutos de exercícios moderados por semana.

Ok... Falei bastante, não sei se entenderam, mas não precisam ficar preocupadas em gravar o parágrafo acima. O importante mesmo é o fato de que nós contribuímos fortemente para melhorar a saúde das pessoas e sem perceber, da nossa, com aquele treininho de 20 minutos em períodos aleatórios  do dia, aquelas aulas 2 vezes por semana e aquele momento que unimos com nossas amigas para treinar a coreografia da professora ou até mesmo nas lives que nos jogaram para cima nessa quarentena e não nos deixaram desistir.

Ambos, simbolizam saúde, significam sair do percentual da população que se encontra na escala de sedentarismo que vem matando duas vezes mais que a obesidade. Desse modo, podemos dizer que o exercício físico é como umaa medicação diária para combater as mazelas da saúde, sejam elas físicas ou emocionais.

E por que eu citei o nosso novo normal?

O que tem haver o período de pandemia com a dança?

Tem tudo haver! Como já falei, quando dançamos, não somos felizes atoa, liberamos diversos hormônios através no nosso sistema nervoso e acima de tudo estamos em movimento. Estar em movimento, dançar, demanda uma série de contrações musculares, nossos músculos se alongam, trabalham o tempo inteiro para sustentar cada pose nova que decidimos experimentar e enquanto isso indiretamente estamos produzindo hormônios também através dos nossos músculos.

Todos já ouviram falar que o exercício auxilia a melhorar o sistema imune, não é verdade? E um dos fatores responsáveis por esses mecanismos é o próprio movimento, o tecido muscular é capaz de produzir e liberar substancias na corrente sanguínea, ele produz e libera mediadores que quando agem em outros sistemas e tecidos, mantendo a atividade funcional deste.

A Irisina é um desses e sua ação consiste em modificar o metabolismo do tecido adiposo branco, favorecendo o gasto energético. No quesito COVID – 19, ao analisar dados genéticos de células adiposas, os pesquisadores observaram que a substância tem efeito modulador em genes associados à maior replicação do novo coronavírus dentro de células humanas.

Por isso meu conselho é não tenham medo de se exercitar, se cuidem, mas continuem dançando, pois sim exercício é um santo remédio e a nossa dança nem me fale! Até a próxima tribo...

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Corpo & Dança: Um olhar sob nosso Palácio Industrial


Jossani Fernandes (Belo Horizonte-MG)
 é professora e bailarina de danças orientais, profissional de educação física, atua na área como personal trainer e pesquisadora da área da flexibilidade, é apaixonada por anatomia e por tudo que diz respeito ao corpo humano e toda a sua complexidade.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

[Corpo & Dança] Vamos conversar sobre o “encaixe” de quadril?

 por Raissa Medeiros

Quem  nunca ouviu que devemos dançar com o quadril “encaixado”? Essa é uma orientação muito recorrente nas salas de aulas e passada de geração em geração. Mas será que devemos mesmo assumir esta postura?

Bom, para começarmos a entender a respeito disso vamos dar uma passada rápida sobre a coluna vertebral.

A coluna vertebral é a estrutura que forma o eixo do corpo, sendo constituída por ossos denominados vértebras. Entre estas vértebras existem discos de fibrocartilagens que impedem  sobrecargas sobre as mesmas, absorvendo o aumento da pressão intervertebral e permitindo uma maior mobilidade da coluna.

A coluna possui 33 vértebras, 04 regiões ( cervical, torácica, lombar e sacro-coccígea) e 04 curvaturas fisiológicas (lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e cifose sacral).
Como disse acima, as curvaturas da coluna vertebral são FISIOLÓGICAS, ou seja, elas devem ser preservadas. A coluna em toda a sua estrutura possui funções como a de sustentação do tronco (mantém a postura ereta), auxilia na manutenção do equilíbrio, mantém a flexibilidade das movimentações de tronco e protege a Medula Espinal.

Tendo essas informações em mente, vamos analisar o “encaixe” e o “desencaixe” de quadril:

Na primeira imagem, temos a posição neutra, em seguida o desencaixe e por último o encaixe.

Na cinesiologia, o encaixe e desencaixe são chamados de retroversão e anteversão pélvicas, respectivamente.

Repare na sigla “EIAS” ( Espinha ilíaca ântero-superior) na imagem acima. É através dela que analisamos essas duas movimentações, ou seja, quando a “EIAS” se projeta anteriormente temos uma anteversão pélvica (desencaixe de quadril) e quando ocorre o contrário, ela se projeta posteriormente, vemos uma retroversão pélvica (encaixe de quadril).

Observe em como essa mudança no posicionamento da “EIAS” interfere diretamente nas curvaturas fisiológicas da coluna vertebral. Na posição neutra as curvaturas se encontram preservadas, no desencaixe aumentadas e no encaixe diminuídas.

Quando adotamos a postura de encaixe para a nossa dança, a coluna (com ênfase na lombar) perde boa parte de suas curvaturas naturais, o que pode resultar em lesões e distúrbios musculares como :

- Encurtamento dos músculos abdominais e glúteos;
- Retificação da coluna lombar resultando em desequilíbrio/desvio postural;
- Lesões nos ligamentos e na face anterior articular do quadril por uma rotação externa do fêmur aumentada;
- Hérnias de disco;
- Lombalgias.

Sabendo-se que a nossa coluna possui toda uma anatomia que nos disponibiliza recursos para as nossas movimentações, para o nosso bem estar, porque retiramos todos esses benefícios naturais e caminhamos no sentido inverso complicando ainda mais a execução de nossa prática dançante e prejudicando uma das principais e mais importantes estruturas do nosso corpo? Não faz sentido.

Isso não quer dizer que devemos abolir o encaixe e desencaixe de nossa dança, mas  diferenciar postura de movimento, que são coisas bem diferentes, é essencial. Encaixe e desencaixe devem estar na categoria de movimentações assim como todos os outros movimentos que utilizamos. Falando de postura, devemos adotar a posição neutra, que é natural, preserva a saúde de toda a estrutura da coluna vertebral e seus benefícios fornecidos pela mesma.

Como identificar se estou em posição neutra?

Para conseguir identificar em que posição se encontra o quadril, você deve relaxar e tentar  “encaixar”, novamente relaxar e agora “desencaixar” o quadril. Você precisa conseguir “encaixar” sem antes “desencaixar”e vice e versa. Quando dançamos na postura neutra também temos como vantagem este maior controle sobre as contrações súbitas para realizar a anteversão e a retroversão pélvicas.

É importante questionar as informações que nos são passadas, afim de evitar lesões e prolongar nossa vida dançante.

Nos vemos em breve!

Um beijo ❤

Raissa Medeiros

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Corpo & Dança: Um olhar sob nosso Palácio Industrial


Raissa Medeiros (Belo Horizonte-MG)Graduanda em Fisioterapia, é bailarina, professora, coreógrafa  e pesquisadora  em Dança do Ventre, Fusões Tribais e Danças Comerciais ,sendo o primeiro, desde 2006.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

[Corpo & Dança] Eu respeito o meu corpo dançante?

 por Jossani Fernandes

Após uma breve introdução a respeito da consciência corporal, agora eu lhes pergunto, você realmente conhece o seu corpo? Conhece seus limites? Tem respeitado os avisos que seu corpo tem lhe dado? O que tem feito por você ultimamente?

Uma pessoa muito querida e talentosa uma vez me questionou se o fato de sermos bailarinos nos condenará o resto da vida a sentir dores. Essa pergunta me fez pensar e questionar minha abordagem profissional como profissional de educação física e massoterapeuta, por isso busquei estudar mais ainda para entender o motivo de tanta dor.

 

Afinal, o que é dor?

 

É uma resposta que alerta para a ocorrência de alterações na integridade ou na funcionalidade do organismo, permitindo que mecanismos de defesa ou de fuga sejam acionados. Em 1986, a International Association for Study of Pain (IASP) propôs a seguinte definição para dor: “É uma experiência sensorial e emocional desagradável que associamos com lesão tecidual ou descrevemos em termos de tal lesão”.

 

A partir disso, assim como os profissionais do esporte, bailarinos (não me refiro apenas à modalidade ballet clássico), seja profissional ou não, apresentam dores e limiar de tolerância à dor elevados e é comum encontrarmos bailarinos com diversas lesões decorrentes do esforço excessivo.


Vários são os fatores que estão relacionados com o aparecimento e a frequência das lesões na dança ou atividade física própria da dança. Porém, a fadiga muscular provocada pelo excesso de atividade, em especial na época em que se aproximavam os espetáculos, as competições, somadas às aulas aos ensaios e toda uma vida que temos fora deste ambiente, visto que muitos não vivem disso, pode ser um dos principais fatores desencadeantes e, muitas vezes, o que torna a lesão ainda mais incapacitante do ponto de vista funcional.





As dores possuem classificações:

Além disso existe uma relação direta entre hormônios e a dor. O tão falado cortisol que em grandes quantidades causa malefícios no nosso interior e exterior, pode aumentar quando estamos em situações de estresse, seja emocional, seja físico (excesso de treinos, exercício físico) e privação de sono, mas poucos sabem que a dor crônica também está relacionada a disfunção na produção desse hormônio, podendo até mesmo estar associado a problemas como diabetes, obesidade, hipertensão e por ai vai...

Nós mulheres temos o limiar aumentado para dor (afinal gerar uma vida não é tão romântico assim como nos filmes néh rsrs) e quem pratica exercício físico, vulgo nós da dança, também possuem essa característica. Embora possamos nos orgulhar disso, precisamos ter cuidado, pois muitas vezes seguimos dançando, competindo e exercitando com aquela “dorzinha” ou até mesmo com uma lesão que julgamos ser “boba”.

Estou aqui para desmistificar algo que acreditamos fazer parte de nós, A DOR.

- Não, nós não precisamos viver em função das dores.

- Não, não é normal sentir Dor 24h por dia.

- Dançar não é ter o joelho, a coluna e o ombro “bichado”.

- Dor é sinônimo de alerta, é preciso investigar!

- Dor nem sempre é sinônimo de lesão, as vezes o que estão errado é mais profundo...

 

Por fim, deixarei aqui algumas dicas para vocês dançarem por bem e por mais tempo e fiquem ligados nas proximas colunas, pois abordarei o que poderemos fazer para melhorar nossa dança!


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1º) Conheça o seu corpo!

Cada pessoa possui um corpo diferente, nossa estrutura óssea pode mudar e, por isso, o movimento que seu colega faz pode encaixar no seu corpo de outra maneira e tudo bem ser diferente, essa é a riqueza da nossa dança.

2º) Aqueça seu corpo

Nunca comece um treino, aula, apresentação ou espetáculo com o corpo frio, seus musculos e articulações precisam ser avisados sobre toda a carga que está por vir. Dê uns pulinho, faça uns polichinelos, use a criatividade mas se aqueça de 2 a 3 minutos pelo menos.

3º) Fortalecimento

Músculos fortes e bem cuidados evitam que ocorram compensações e principalmente lesões.

4º) Alongamento

Assim como precisamos fortalecer, precisamos alongar para equilibrar, executar movimentos completos reduzem a possibilidade de compensar.

5º) Descanso

As vezes menos é mais. Um treino curto pode ser mais produtivo que um treino longo e desgastante. Além disso, separe um tempo para um sono de qualidade, os hormonios mais importante que temos são produzidos durante o sono profundo e uma noite de sono é fundamental para a recuperação muscular.

6º) Nutrição e hidratação

O auto cuidado não é mesmo gente! Manter uma alimentação equilibrada, pode comer seu hamburguer, seu açai, mas façam boas escolhas também e bebam água! Pelo menos 2 litros por dia, nosso corpo precisa de combustivel para viver bem e sem dores.



Até breve... 

Atenciosamente,

Jossani Fernandes


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Jossani Fernandes (Belo Horizonte-MG) é professora e bailarina de danças orientais, profissional de educação física, atua na área como personal trainer e pesquisadora da área da flexibilidade, é apaixonada por anatomia e por tudo que diz respeito ao corpo humano e toda a sua complexidade.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

[Corpo & Dança] Introdução aos Conceitos Básicos

 por Raissa Medeiros

Falamos muito sobre o corpo em nossa dança e de sua importância, mas será que realmente sabemos o que ele é?

Primeiro, temos que ter em mente que somos formados por sistemas interdependentes que se comunicam e aprendem juntos.

O sistema que mais damos enfoque em relação à dança é o Sistema Musculoesquelético. Nele se compreendem os ossos, músculos, tendões e articulações. 

Nosso esqueleto é como uma armadura, que sustenta e dá forma ao nosso corpo, permite nossa locomoção e protege órgãos internos. Possui 206 ossos e é divido entre esqueleto axial, composto pelos ossos da cabeça, coluna vertebral, costelas e esterno; e esqueleto apendicular, que são os membros superiores e inferiores, incluindo escápulas, clavículas e ossos da pelve. Eles se unem através da cintura escapular (porção superior do tronco) e da cintura pélvica (porção inferior do tronco).

Esqueleto Apendicular e Esqueleto Axial

Já os músculos são estruturas individuais, que através de sua contração são capazes de transmitir o movimento. Estes são fixados aos ossos por meio direto ou por tendões.

As articulações são o local onde há a união de dois ou mais ossos. Podemos comparar com dobradiças. Elas são classificadas de acordo com sua amplitude de movimento, ou seja, de sua mobilidade.

Quando falamos sobre a estrutura corporal, estamos nos referindo a Anatomia, que é o estudo de todas as estruturas que compõe o corpo humano. Se quisermos abordar sobre os movimentos das mesmas, então estaremos falando sobre a Cinesiologia, que é a ciência que possui como objeto de estudo o movimento humano.

Na anatomia, podemos estudar através dos sistemas -como mencionado anteriormente-, por dissecação, que seria um estudo como se estivéssemos descascando uma cebola. Começando pela estrutura mais superficial e aprofundando em suas camadas conforme a evolução do estudo. Podemos estudar também de forma topográfica, ou seja, por regiões, como cabeça, mãos, ombros, etc.

Em relação a cinesiologia, onde analisamos o movimento, temos que lembrar que cada articulação possui uma mobilidade diferente e que o número de ossos, sua forma e a disposição dos músculos e tendões definirão quais serão as movimentações possíveis.
Um exemplo são os joelhos que realizam os movimentos de flexão e extensão e o ombro (articulação glenoumeral) que possui uma maior mobilidade, realizando flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e rotação externa. Abaixo podemos observar estas duas articulações.

Articulação do Joelho

Articulação do Ombro (Glenoumeral)

Em nossa dança é de suma importância reconhecer o nosso corpo através da anatomia e entender como o mesmo se movimenta. Dessa forma, poderemos ampliar nosso repertório de movimentações, desenvolvendo a nossa dança pensando em todas as possibilidades que o nosso corpo oferece.

No decorrer das postagens em nossa coluna eu e Jossani nos aprofundaremos ainda mais neste estudo a respeito do corpo humano e de como pensar e trabalhar a nossa dança em conjunto com o mesmo.

Nos vemos em breve!


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Corpo & Dança: Um olhar sob nosso Palácio Industrial


Raissa Medeiros (Belo Horizonte-MG)Graduanda em Fisioterapia, é bailarina, professora, coreógrafa  e pesquisadora  em Dança do Ventre, Fusões Tribais e Danças Comerciais ,sendo o primeiro, desde 2006.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

[Corpo & Dança] A importância de conhecer o seu instrumento construtor de dança

 por Jossani Fernandes



Saudações amantes da dança oriental, fusões e suas mais variadas vertentes, a vocês que alimentam um amor inexplicável pela dança e pelo que ela os proporciona. Saibam que este amor é nutrido pelo movimento, nós, seres humanos, nascemos para isso, para estar em constante movimento, adaptação e readaptação. Embora não nos falte vontade rsrs... não temos vocação para nos aprofundar em uma temporada de hibernação como os ursos, esquilos, morcegos, ouriços e outros animais que hibernam poupar energia durante o inverno.

Brincadeiras à parte, sobre o movimento humano como um significado, a concepção dialógica do movimento humano procura ampliar o entendimento do movimento para além do mecânico. Paul Christian (1963), diz que a forma especial de movimento se expressa primeiro pela confrontação com o meio ambiente e ela não está dada, ela se constrói. Desse modo, no contexto da dança, temos sim essa consciência e sensibilidade de valores postulada como o fazer verdadeiro. Entretanto é necessário se atentar ao mecânico, a Consciência Corporal, pois dançar, de fato, alimenta a alma e por que não transferir este alimento para o seu exterior?

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Exercite-se, mas antes se conheça!!!

  (Prof. Christian Klausener)

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Portanto no meu papel de profissional de educação física, bailarina, simplesmente louca e apaixonada pelo corpo humano, levarei vocês aos pouquinhos no caminho deste conhecimento, iniciando pelo básico.

Que a consciência corporal é importante já ficou claro, mas qual é a sua importância? Primeiramente a consciência corporal é um instrumento pedagógico que nós professores e até mesmo no papel de alunos utilizamos em uma proposta discreta de abrir os canais da percepção sensorial, trabalhando com elementos constitutivos de uma organização corpo-mente sadia, equilibrada, reguladora das tensões, organizadora da postura, promovendo um interrelação entre o mover, o sentir e o pensar.

É através do aparelho locomotor humano (nosso “órgão do movimento”) que damos suporte a tudo o que foi citado, além da organização de todas as nossas estruturas mecânicas. Nesse sentido, tal organização é gerada pela tensão de todos os músculos do corpo de forma harmônica (Para onde se orienta este movimento agradável e harmônico? Como se desenvolve, gradual e corretamente, este fazer? Questionamento já feitos em um contexto dialógico.) e que depende do estado de tensão equilibrada entre os músculos da parte anterior e posterior do corpo.

Onde isso aplica na dança? Pensem comigo, nossa dança possui pouquíssimos passos, porém inúmeras variações. Muitas vezes nosso foco está centralizado na região do quadril e tronco, onde existem músculos trabalhando incansavelmente para manter posturas não anatômicas e proteger nossas articulações (no caso do tronco e das articulações dos quadris, são basicamente os abdominais e os espinhais). Além disso, temos as nossas amadas torções, seja de tronco ou quadril, há uma tensão significativa para equilibrar e manter nossa simetria, para uma boa postura.

Na busca do ajuste desse equilíbrio postural estático ou dinâmico (durante a movimentação) do corpo no espaço, os músculos transmitem constantes tensões entre si, dando início ao trabalho do músculo seguinte e o alongamento do que foi trabalhado anteriormente.

Entenderam?

Não? Hahaha

Se não, fiquem tranquilos! Eu imaginei que isso poderia acontecer, mas essa primeira coluna possui justamente o objetivo de deixar aquela pulguinha atrás da orelha para vocês buscarem mais, perceberem seus corpos e sua dança com um olhar curioso e acompanharem o blog é claro, pois todas essas pulguinhas serão retiradas. 

Por fim, só deixo um recado. Sim! Nosso corpo é complexo, difícil de entender, mas percebem como ele trabalha, como funciona como uma máquina e ao mesmo tempo possui a perfeição de um palácio digno de parar e olhar e dar aquela atenção especial?


Pensem nisso e nos veremos em breve!


Referência:

BUYTENDIJK, F. J. J.; CHRISTIAN, P.; PLÜGGE, H. (Org.). Über die menschliche Bewegung als Einheit von Natur und Geist. Schorndorf: [s.n.], 1963

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Corpo & Dança: Um olhar sob nosso Palácio Industrial


Jossani Fernandes (Belo Horizonte-MG) é professora e bailarina de danças orientais, profissional de educação física, atua na área como personal trainer e pesquisadora da área da flexibilidade, é apaixonada por anatomia e por tudo que diz respeito ao corpo humano e toda a sua complexidade.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 



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Corpo e Dança: Um olhar sob nosso Palácio Industrial por Jossani Fernandes & Raissa Medeiros

Corpo e Dança: Um olhar sob nosso Palácio Industrial

 por Jossani Fernandes & Raissa Medeiros
Belo Horizonte-MG, Brasil


Sobre a Coluna:

Talvez você já tenha ouvido falar na metáfora em que se utiliza o corpo humano comparado à uma máquina. Para muitos, o corpo humano é uma máquina, mas poucos pararam para pensar que na verdade ele é uma verdadeira indústria! Com inúmeros sistemas de controle, máquinas de produção e até mesmo operários. Adicionalmente, nós bailarinos e bailarinas, somos um exemplo de que o corpo é morada - ou melhor - É uma mansão, um palácio! Onde está guardada maior riqueza da nossa espécie, o conhecimento, a capacidade de fazer arte, isto é, a nossa dança.

O corpo é um verdadeiro deleite para os sentidos mais intensos. Quando você dança, ensina dança ou fala sobre dança, a mente, o coração, as articulações, músculos e todo seu sistema, não apenas habitam esse palácio da arte, mas coexistem com o mundo externo através do movimento (ou movimentos), mesmo que você imperceptíveis, que faz/fazem o pensamento e a criação da mente acontecer.

O intuito da coluna é trazer orientação e caminhos para o autoconhecimento. O corpo é, de fato, uma mansão, no quesito fazer artístico e é ao mesmo tempo uma indústria, onde nos encontramos vivendo em constante automatismo, passando por ansiedades, incertezas, cobranças, submetendo-nos a desgastes físicos e psicológicos, muitas vezes sem pensar nas consequências que acarretarão para o nosso corpo, esquecendo que as engrenagens precisam de lubrificação, as peças de manutenção e os operários de descanso e cuidados.

Do mesmo modo que, não há movimento sem espaço, não há corpo sem este, por isso precisamos abrir espaço em nossa vida para conhecer mais sobre nosso corpo e para assim poder cuidar dele. Apenas desfrute e embarque conosco nessa viagem através do SEU Palácio Industrial!


Sobre Jossani:

Jossani Fernandes é profissional de educação física, atua na área como personal trainer e pesquisadora da área da flexibilidade, é apaixonada por anatomia e por tudo que diz respeito ao corpo humano e toda a sua complexidade. É professora e bailarina de danças orientais, natural de Belo Horizonte/MG, membro de dois grupos de dança do ventre de sua cidade (Ashra Dance Group e Jóias de Minas). Embora tenha iniciado seus estudos através da Dança do Ventre Clássica foi somente a partir do contato com a Dança Indiana e com o Tribal Fusion, propriamente dito, que começou a se sentir de fato completa e feliz, não deixando de lado os outros estilos pelos quais se identifica, tais como, jazz, dança indiana, dança contemporânea, ballet e danças urbanas. 

Transmite ao seu público e ensina a dança, através do despertar da consciência corporal, julga importante o entendimento da presença do seu corpo no espaço e a preservação deste.




Sobre Raissa:


Graduanda em Fisioterapia, é bailarina, professora,coreógrafa  e pesquisadora  em Dança do Ventre, Fusões Tribais e Danças Comerciais ,sendo o primeiro, desde 2006.
Tendo dedicado toda a sua formação em aulas regulares,cursos e workshops com alguns dos principais nomes da dança nacional e internacional.

Amante do movimento, estudou diversos outros estilos como Dança Clássica Indiana, Danças Africanas, House Dance,Hip Hop Dance,Flamenco, Danças Populares Brasileiras,Dancehall, Jazz Funk, Heels,etc. 
Foi premiada nos maiores eventos de Dança do Ventre de Minas Gerais como solista e grupo,sendo:


-Festival Nacional Shimmie (2015 e 2016);
-Congresso Mineiro de Dança do Ventre (2014);
- Destaque Tribal na categoria Revelação pelo Blog Aerith Tribal Fusion (2015);

-Bailarina Destaque de todo evento - Shams Dance Festival (2019).

- Bailarina Destaque de todo evento - Nureen Dance Festival (2020).
É idealizadora do Projeto Poder,que visa o empoderamento e o autorredescobrimento através da dança.



Artigos

 

Aprendiz, sempre!

por Thalita Menezes

Geralmente quando começamos a praticar uma nova modalidade de dança por livre escolha, seguimos com entusiasmo todas as instruções do professor. Podemos apenas aceitar seus comandos, e lembrar de como é difícil e dolorido fazer os movimentos parecerem com os dele, ou então, atentar para os processos de equilíbrio, coordenação, vigor que acontecem em todo nosso corpo e suas respostas.

O aluno pode ser naturalmente questionador, ou tornar-se a partir de incentivos vindos de seu mestre. Quando o aluno tem esse pensamento desde cedo, ele pode vir a se tornar um professor ainda mais sedento, reflexivo, pensador e não apenas executante da dança. A cabeça fica mais aberta para questões mais relevantes e a Dança evolui de forma significativa.

Hoje, como professora de Dança do Ventre e Tribal, pesquiso a respeito dos assuntos que envolvem ambos estilos e procuro relacioná-los com nosso corpo, tempo e sociedade. Sempre me perguntei: “Por que ‘cavalo de pau’?”, “Porque ‘oito maia’?”, “Por que ‘Escorpião’?”. Quando haviam respostas eram sempre do tipo “Não sei, mas parece com este desenho.”, ou então “É por causa da região onde originou o movimento.”... “Enfim, é feito com uma suave flexão de joelhos, lateralização do quadril, meia ponta, etc...”

Quando a gente dança se preocupando apenas com o resultado, ignoramos o verdadeiro sentido da dança, em quem, desde a pré-história, o sentimento de alegria, comemoração e gratidão predominavam sobre qualquer técnica. A dança simplesmente acontecia.


O resultado como justificativa dos meios tem se tornado muito comum em vários estilos de dança e a Dança contemporânea (um jeito novo de pensar a Dança) aparece como alternativa para resgatar a importância do processo como justificativa dos resultados.

Como exemplo, posso citar um exercício que tive a oportunidade de fazer em um Workshop com o professor João Junior (RN) em São Paulo.

Num primeiro momento, o professor-condutor pediu para que os alunos vivessem cada segundo e não se preocupassem em alcançar um padrão de movimento, apenas sentir o gesto natural de seus corpos através de um determinado estímulo. Estávamos todos de olhos fechados deitados ao chão sentindo nossa respiração. Aos poucos incorporávamos um passarinho em nossa bacia. A ave, por sua vez, subia pela nossa coluna fazendo movimentar cada uma de nossas vértebras. Naturalmente estávamos deslocando pelo espaço e nos comunicando com os colegas em cena. A qualidade do movimento que cada um representava dependia da estrutura anatômica do seu corpo, da força de seu passarinho e seu estilo de vida. Tocávamos e sentíamos a influência do outro e do espaço sobre nossa movimentação. Eram movimentos sinuosos, cadenciados, grossos, finos, tortos, retos, rápidos, lentos... Ninguém igual a ninguém e todos movidos por uma intenção. As coisas aconteciam de dentro para fora, dissipando uma energia incrível! Em momento algum o professor citou nomes de movimentos como metas a serem alcançadas, muito menos demonstrou o que deveria ser feito e, mesmo assim, senti e vi tudo aquilo como um prato cheio para sensibilização corporal para os isolamentos presentes na Dança do Ventre e Tribal.

Está aí! Se me falassem agora que a ondulação frontal que executamos com a bacia e o tronco chamasse passarinho, acreditaria fácil!

Professor, o que de fato devemos ensinar primeiro ao aluno? Quais respostas um corpo “cru” e um corpo com experiências dançantes apresentam ao receber o comando de “camelo invertido”? Bailarino, o que sentimos ao fazer cada movimento? Cansaço? Dor? Prazer? Nada? O sorriso que você expressa ao dançar vem de dentro para fora ou de fora para dentro?

Com a ajuda de outros profissionais de Dança do Ventre e Tribal presentes atualmente pelo mundo, vou tentando buscar algumas respostas que nortearão o ensino da dança de acordo com sua verdadeira essência.

Uma das coisas que aprendi com a Educação Física foi o trabalho com pessoas e para pessoas cuidando do corpo e sua educação. Entendi que o corpo, como matéria prima, precisava familiarizar-se com as questões que o faz ser como é: corpo físico, corpo social, corpo sentimental, enfim, corpo dançante. A partir dessa concepção passei a eliminar qualquer preocupação excessiva sobre os detalhes de figurino, execução obrigatória de um movimento que não me simpatizava e com que o outro iria pensar e falar da minha dança. Em contra partida passei a investigar a origem do movimento, a cruzar os olhares e tocar o corpo de quem contracenava comigo e, o mais importante, observar os bailarinos amadores e profissionais de forma impessoal.

Colegas que dançam, podem ou não apresentar um trabalho legal em um dia, mesmo sendo professor há anos e, num ponto de vista avaliativo, tenho o dever de ser verdadeira e auxiliá-lo quando pedir minha opinião. Assim como gostaria de saber a verdadeira opinião de um profissional da dança que certamente tem muito a oferecer. Sabendo ouvir e filtrar as críticas, certamente seremos respeitosos na hora de avaliar, ajudando também o próximo. Não é tarde para reforçar que o aprendizado nunca termina e muitas vezes ele pode estar bem perto de você e acessível financeiramente.

Libertando-se de preconceitos, paradigmas e vaidade, abrimos um leque de possibilidades para trabalhar o nosso corpo de forma física e sentimental, através do toque e da observação. A nossa dança fica mais verdadeira, saudável e única.

Não tenho rixas, muito menos inimigos na dança. Ser discordada ou não ser agradada não me faz “virar a a cara” pra ninguém, simplesmente aumenta minha curiosidade em conhecer novas concepções de um ser cheio de personalidade e peculiaridades.

Defendo a liberdade de expressão que me possibilita ouvir, questionar, brigar pelos meus direitos, ser entendida, ser discordada, investigar, tocar, sentir... Aprender, compartilhar e entender o processo fisiológico, sentimental, anatômico, comportamental e psicológico dos corpos dançantes.

Fico feliz por ver bailarinos e professores de qualidade surgindo a cada momento, pois, além de mais uma fonte de estudo, posso compartilhar experiências com aqueles que também têm os mesmos questionamentos e contribuir com a Dança do Ventre e Tribal do nosso tempo. Para finalizar, gostaria de agradecer a todos os professores, alunos e bailarinos que, mesmo sem me conhecerem, direta e indiretamente, contribuíram para minha formação.


Palavras chaves: aprendizado, experiências, corpo dançante, reflexão, extensão do conhecimento.


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