por Raissa Medeiros
Falamos muito sobre o corpo em nossa dança e de sua importância, mas
será que realmente sabemos o que ele é?
Primeiro,
temos que ter em mente que somos formados por sistemas interdependentes que se
comunicam e aprendem juntos.
O sistema que mais damos enfoque em relação à dança é o Sistema
Musculoesquelético. Nele se compreendem os ossos, músculos, tendões e
articulações.
Nosso
esqueleto é como uma armadura, que sustenta e dá forma ao nosso corpo, permite
nossa locomoção e protege órgãos internos. Possui 206 ossos e é divido entre
esqueleto axial, composto pelos ossos da cabeça, coluna vertebral, costelas e
esterno; e esqueleto apendicular, que são os membros superiores e inferiores,
incluindo escápulas, clavículas e ossos da pelve. Eles se unem através da
cintura escapular (porção superior do tronco) e da cintura pélvica (porção
inferior do tronco).
Esqueleto Apendicular e Esqueleto Axial
Já os músculos são estruturas individuais, que através de sua contração são capazes de transmitir o movimento. Estes são fixados aos ossos por meio direto ou por tendões.
As
articulações são o local onde há a união de dois ou mais ossos. Podemos
comparar com dobradiças. Elas são classificadas de acordo com sua amplitude de
movimento, ou seja, de sua mobilidade.
Quando falamos sobre a estrutura corporal, estamos nos referindo a
Anatomia, que é o estudo de todas as estruturas que compõe o corpo humano. Se
quisermos abordar sobre os movimentos das mesmas, então estaremos falando sobre
a Cinesiologia, que é a ciência que possui como objeto de estudo o movimento
humano.
Na anatomia, podemos estudar através dos sistemas -como mencionado
anteriormente-, por dissecação, que seria um estudo como se estivéssemos
descascando uma cebola. Começando pela estrutura mais superficial e
aprofundando em suas camadas conforme a evolução do estudo. Podemos estudar
também de forma topográfica, ou seja, por regiões, como cabeça, mãos, ombros,
etc.
Em relação a cinesiologia, onde analisamos o movimento, temos que
lembrar que cada articulação possui uma mobilidade diferente e que o número de
ossos, sua forma e a disposição dos músculos e tendões definirão quais serão as
movimentações possíveis.
Um
exemplo são os joelhos que realizam os movimentos de flexão e extensão e o
ombro (articulação glenoumeral) que possui uma maior mobilidade, realizando
flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e rotação externa. Abaixo
podemos observar estas duas articulações.
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Articulação do Joelho |
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Articulação do Ombro (Glenoumeral) |
Em nossa dança é de suma importância reconhecer o nosso corpo através da
anatomia e entender como o mesmo se movimenta. Dessa forma, poderemos ampliar
nosso repertório de movimentações, desenvolvendo a nossa dança pensando em
todas as possibilidades que o nosso corpo oferece.
No decorrer das postagens em nossa coluna eu e Jossani nos
aprofundaremos ainda mais neste estudo a respeito do corpo humano e de como
pensar e trabalhar a nossa dança em conjunto com o mesmo.
Nos vemos em breve!
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Corpo & Dança: Um olhar sob nosso Palácio Industrial
Raissa Medeiros (Belo Horizonte-MG), Graduanda em Fisioterapia, é bailarina, professora, coreógrafa e pesquisadora em Dança do Ventre, Fusões Tribais e Danças Comerciais ,sendo o primeiro, desde 2006.
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