por Jossani Fernandes
Saudações amantes da dança oriental, fusões e suas mais variadas vertentes, a vocês que alimentam um amor inexplicável pela dança e pelo que ela os proporciona. Saibam que este amor é nutrido pelo movimento, nós, seres humanos, nascemos para isso, para estar em constante movimento, adaptação e readaptação. Embora não nos falte vontade rsrs... não temos vocação para nos aprofundar em uma temporada de hibernação como os ursos, esquilos, morcegos, ouriços e outros animais que hibernam poupar energia durante o inverno.
Brincadeiras à parte, sobre o movimento humano como um significado, a concepção dialógica do movimento humano procura ampliar o entendimento do movimento para além do mecânico. Paul Christian (1963), diz que a forma especial de movimento se expressa primeiro pela confrontação com o meio ambiente e ela não está dada, ela se constrói. Desse modo, no contexto da dança, temos sim essa consciência e sensibilidade de valores postulada como o fazer verdadeiro. Entretanto é necessário se atentar ao mecânico, a Consciência Corporal, pois dançar, de fato, alimenta a alma e por que não transferir este alimento para o seu exterior?
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Exercite-se, mas antes se conheça!!!
(Prof. Christian Klausener)
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Portanto no meu papel de profissional de educação física, bailarina, simplesmente louca e apaixonada pelo corpo humano, levarei vocês aos pouquinhos no caminho deste conhecimento, iniciando pelo básico.
Que a consciência corporal é importante já ficou claro, mas qual é a sua importância? Primeiramente a consciência corporal é um instrumento pedagógico que nós professores e até mesmo no papel de alunos utilizamos em uma proposta discreta de abrir os canais da percepção sensorial, trabalhando com elementos constitutivos de uma organização corpo-mente sadia, equilibrada, reguladora das tensões, organizadora da postura, promovendo um interrelação entre o mover, o sentir e o pensar.
É através do aparelho locomotor humano (nosso “órgão do movimento”) que damos suporte a tudo o que foi citado, além da organização de todas as nossas estruturas mecânicas. Nesse sentido, tal organização é gerada pela tensão de todos os músculos do corpo de forma harmônica (Para onde se orienta este movimento agradável e harmônico? Como se desenvolve, gradual e corretamente, este fazer? Questionamento já feitos em um contexto dialógico.) e que depende do estado de tensão equilibrada entre os músculos da parte anterior e posterior do corpo.
Onde isso aplica na dança? Pensem comigo, nossa dança possui pouquíssimos passos, porém inúmeras variações. Muitas vezes nosso foco está centralizado na região do quadril e tronco, onde existem músculos trabalhando incansavelmente para manter posturas não anatômicas e proteger nossas articulações (no caso do tronco e das articulações dos quadris, são basicamente os abdominais e os espinhais). Além disso, temos as nossas amadas torções, seja de tronco ou quadril, há uma tensão significativa para equilibrar e manter nossa simetria, para uma boa postura.
Na busca do ajuste desse equilíbrio postural estático ou dinâmico (durante a movimentação) do corpo no espaço, os músculos transmitem constantes tensões entre si, dando início ao trabalho do músculo seguinte e o alongamento do que foi trabalhado anteriormente.
Entenderam?
Não? Hahaha
Se não, fiquem tranquilos! Eu imaginei que isso poderia acontecer, mas essa primeira coluna possui justamente o objetivo de deixar aquela pulguinha atrás da orelha para vocês buscarem mais, perceberem seus corpos e sua dança com um olhar curioso e acompanharem o blog é claro, pois todas essas pulguinhas serão retiradas.
Por fim, só deixo um recado. Sim! Nosso corpo é complexo, difícil de entender, mas percebem como ele trabalha, como funciona como uma máquina e ao mesmo tempo possui a perfeição de um palácio digno de parar e olhar e dar aquela atenção especial?
Pensem nisso e nos veremos em breve!
Referência:
BUYTENDIJK, F. J. J.; CHRISTIAN, P.; PLÜGGE, H. (Org.). Über die menschliche Bewegung als Einheit von Natur und Geist. Schorndorf: [s.n.], 1963
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Corpo & Dança: Um olhar sob nosso Palácio Industrial