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[Diálogos] Exercício da sua movência

 por Caíque Melo

Olá!

Sou o Caíque Melo e estamos retomando com a Coluna “Diálogos” no Blog Coletivo Tribal neste novo ano. Sejam todas bem-vindas!

Este ano em finalização do mestrado em Dança (UFBA/PPGDança) aproximarei a pesquisa com o intuito de dialogar com as discussões que ocorrerão no blog.

Caíque Melo. | Fonte: arquivo pessoal Foto: Ian Morais/House of Tremme


Ao longo da pesquisa do mestrado fui identificando a minha “movência” – aproximação das expressões “movimento” e “experiência”. Tenho entendido cada vez mais que apesar das danças estruturarem determinadas técnicas e estéticas diante dos seus ambientes culturais, a “Fusion Bellydance” passa por inúmeras transformações. Isso acontece diante do fenômeno cultural que nossa sociedade global está passando que é o da “hiperculturalidade” (HAN, 2019). Não adentrarei profundamente na teoria, mas de modo simplório, a expressão condiz com o intenso contato com diversas culturas, modos de ser, de existir e de viver no mundo globalizado (ainda mais com o avanço das tecnologias de comunicação).

Agora peço que você pense um pouco: quantas danças você já não viu nas redes sociais e se interessou em fazer ou mesmo aprendeu uma sequência (os famosos challenges/desafios)?

O nosso ofício agora incorpora múltiplos conhecimentos e especialidades. Se antes nos considerávamos profissionais da Dança, agora agregamos conhecimentos de diversas outras áreas como marketing, design gráfico, videografia, fotografia, gestão e tantas outras. Mudamos pela necessidade atual de expor a arte em completude e em todos seus detalhes. (Coletivo Tribal: [Danças & Andanças] Reflexões e Divagações de uma Dançarina)

Apesar dos aspectos estéticos tão hipnotizantes chamarem nossa atenção para a Fusion Bellydance, a relação como ela foi/está sendo criada e difundida diz muito sobre nossa sociedade contemporânea (ou pós-contemporânea para alguns) e em como atuamos nela. Ou seja, a Dança Tribal é um reflexo da nossa sociedade globalizada.

O que a Mimi Coelho indica na citação sobre a nossa atuação profissional que não é mais apenas ser dançarina, mas envolve um conglomerado de outras atividades profissionais que por vezes não temos formação ou capacitação para tal, tangencia a precarização do trabalho artístico. Apesar disso, ainda assim produzimos e difundimos uma constituinte de dança que está integralmente associada com a contemporaneidade.

Pause a leitura, escute e mova seu corpo com essa música:

Stream MonxXxTRÁXxX - Malayka SN e Felipe Mimoso de Malayka SN 

A fim de perceber as movências que constituem o nosso corpo, agora, deixo um pequeno exercício que pode ser feito ao longo dos próximos meses e adoraria que compartilhasse conosco posteriormente, seja em uma publicação ou story no seu instagram (mencione @coletivotribal e @caiquemelofusion). Se preferir mandar por mensagem privada, fique a vontade.

Exercício 1:

1. Desenhe linhas (retas ou curvas) que podem se cruzar ou não, mas, que identifique quais as danças que você já experimentou.

Exercício 2:

2. Em tópicos, indique quais danças que você já viu mas que você não estuda, ou que você gosta de assistir, ou que tenha interesse em fazer.


Com esses dois exercícios, demos início para perceber sua movência!

Essa movência que é única e que certamente corrobora pra que sua dança de fusões seja autêntica.

Abaixo deixo imagens ilustrativas do meu exercício:


Exercício “minha movência”. Fonte: arquivo pessoal


Compartilhe e pratique! Dance e Mova seu Mundo!

Até a próxima!


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Diálogos


Caíque Melo (Salvador-BA) atua profissionalmente como professor, dançarino, pesquisador, coreógrafo e produtor na área da Dança desde 2009. Professor de dança "Tribal Fusion" desde 2012. Professor de Dança Vogue (desde 2017) e um dos pais da House of Tremme (2020). Mestrando (2019-2020), bacharelando (2018-2021) e licenciado (2014-2018) em Dança pela Escola de Dança da UFBA. Técnico em Dança pela Escola de Dança da FUNCEB (2018).Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>

[Diálogos] Desordens de corpos que criam fusões

 por Caíque Melo

Olá!

Enfim, o primeiro diálogo da coluna! YAS!

A coluna “Diálogos” pretende mediar uma conversa a partir de textos já publicados no blog. Ótima leitura pra você!

Ao iniciar uma leitura mais articular dos artigos no blog, fui observando a condução que cada artista propôs em sua escrita. É muito interessante também observar a diversidade de conteúdos que o blog Coletivo Tribal reúne, alcançando outros contextos que não só sobre a Dança, mas também, diante de tudo o que está próximo dela para a apresentação cênica.

Por isso, ao ter contato com essa diversidade de escritas e de conteúdo, pareço conhecer um pouco dos contextos apresentados pelas autoras, seus interesses com a Dança Tribal e suas próprias movências, seja pela escrita, pelo movimento ou pelas filosofias de vidas.

Sinto que especialmente aqui no Brasil, a Dança Tribal encontrou uma certa autonomia criativa na proposição das fusões, como apresentam recentemente as artistasescritoras:

Ana Clara [1) Coletivo Tribal: [Resenhando-AL] Cia Lunay (PB): Uma Inspiração para a Cena Tribal Alagoana]

Camila Saraiva [1) Coletivo Tribal: [Resenhando-BA] Ousadia, Jogo de Cintura e Pé no Chão: Festival Bailares em Feira de Santana; 2) Coletivo Tribal: [Resenhando-BA] Festival Tribal Spin: Tecendo uma Teia em Arabesco]

Esther Haddasa [1) Coletivo Tribal: [Resenhando-PR] Mostra Paraná Julho e Agosto 2021]

Kilma Farias [1) Coletivo Tribal: [Tribal Brasil] Brasil, do Tribal ao Fusion; 2) Coletivo Tribal: [Fusion Brasil] Conheça o universo do Fusion Brasil e saiba como fazer parte; 3) Coletivo Tribal: [Fusion Brasil] Corpo e memória no Fusion Brasil], 

Pan Lira [1) Coletivo Tribal: [Resenhando-PA] Memorial “Irupé-Régia”, um Tribal de identidade amazônida para o Tribalcore]

 

Shaman Tribal Co. (Brasil) |

Fonte: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/danca-para-a-alma/275877

O campo fértil em que as danças populares brasileiras são criadas aparentam saber dançar com as hibridações culturais aqui formatadas, transformando não só as artes, mas também o contexto de cada uma. Essa transformação eu tenho pensado a partir da teoria corpomídia (KATZ & GREINER, 2005, 2010) em que o corpo é mídia do seu tempo e que a mídia a qual o corpo mídia aponta diz respeito ao processo ininterrupto do corpo na captura de informações.

Observando as diversidades de propostas criativas a partir da Dança Tribal relacionada a teoria corpomídia, o que oportuna essa gama de fusões são justamente os contextos que cada artistadançarinacoreógrafa, a partir também das suas próprias subjetividades, irão apresentar nas produções de danças de fusões.

A dança Fusion Brasil é um exemplo para nossa comunidade brasileira, em que é possível pensar a proposição artística quando pretende-se misturar danças orientais e brasileiras, sendo muito singular aqui, visto o contexto em que nossos corpos estão ininterruptamente capturando as informações locais.


Vídeo: Trupe Mandhala – Volante Tribal

Ana Clara escreve sobre seu processo de criação em [Coletivo Tribal: [Resenhando-AL] 1, 2, 3... GRAVANDO! Um Solo na Caravana Tribal Nordeste!]:

“A coreografia possui como base algumas das técnicas que utilizo e as minhas desordens experienciadas na vida diária. [...] Assim, o solo apresenta uma dança de si contaminada pelas informações do meio e, certamente, se constitui como mais uma ferramenta artística para o acendimento do meu ser na conjuntura contemporânea”.

Observo que ela mesma percebe a captura que é experenciada em sua vida, que não segue uma linearidade em que comumente adotamos para os nossos estudos como um modo didático de aprender e ensinar. O vídeo da coreografia pode ser visto na página da publicação.

Me fez com isso pensar que a coreografia pode ser pensada como uma organização do corpomídia, a partir da linguagem e métodos da Dança.

Não é à toa que temos tantos nomes. Conhecemos nossos trajetos antepassados, para a construção dessa Dança Fusão no presente e esses diálogos refletirão no nosso futuro.

Para encerrar, prefiro deixar uma pergunta e se quiser deixar sua resposta nos comentários, será ótimo dialogar!

Quem são as pessoas que fizeram você vir buscar o universo da Dança Tribal Fusion? Como aconteceu?

Comigo, foi com uma professora de Dança do Ventre, a Gal Novais (de Vitória da Conquista, Bahia) que me apresentou Joline Andrade (Salvador, Bahia). Fizemos uma coreografia para apresentar no show que Joline promoveu na cidade e de lá até agora, muitas outras pessoas corparam minhas danças.

Caíque Melo | Foto por Ian Morais (House of Tremme)

Fonte: arquivo pessoal 


Agradeço a sua atenção e participação nessa captura reflexiva. 

Dance e Mova seu Mundo!

Até breve =*

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Diálogos


Caíque Melo (Salvador-BA) atua profissionalmente como professor, dançarino, pesquisador, coreógrafo e produtor na área da Dança desde 2009. Professor de dança "Tribal Fusion" desde 2012. Professor de Dança Vogue (desde 2017) e um dos pais da House of Tremme (2020). Mestrando (2019-2020), bacharelando (2018-2021) e licenciado (2014-2018) em Dança pela Escola de Dança da UFBA. Técnico em Dança pela Escola de Dança da FUNCEB (2018).Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>

[Diálogos] Diálogos

por Caique Melo

Olá!

Que PRAZER poder escrever junto ao blog Coletivo Tribal. Acompanho as escritas por aqui desdeantes deste nome e aprendi muito com as trocas que são feitas. Diante disso, primeiramente, agradecido pelo espaço!

E é com esse intuito de compartilhar que dou início a uma nova coluna, aproximando as escritas aqui no blog compartilhadas junto a minha experiência de 10 anos em estudos na dança Tribal Fusion.

A coluna Diálogos parte da ideia de conversar! Quando leio as postagens, a vontade de criar uma conversa é imensa. Isso pode ser feita em uma chamada de vídeo, claro. Mas, justamente pela informação estar aqui no blog, que propus à Aerith essa coluna e tão prontamente foi atendida com imenso cuidado, como faz com o blog. 

Então, em resumo, serão conversas com os textos aqui apresentados, para que também possamos olhar outras perspectivas, com respeito e todo amor do mundo. E claro, fica o convite para que você possa escrever sobre as nossas escritas (que são da Dança, dançadas, dançantes) e quiçá, se torne uma escrita com muitos corpos...

Antes de iniciar um diálogo com as colegas do blog, peço licença para falar bem sucintamente o que tenho entendido como dança Tribal Fusion. A ideia de misturar para mim é o meu corpo se apropriando do que chega nele como informação e como eu lido com essa informação no meu corpo. E a gente sabe que cada pessoa tem sua experiência individual e subjetiva. Então, a criação na dança Tribal Fusion passa a conter as individualidades, criando diversidade nas proposições cênicas apresentadas, mas ainda assim mantém uma proximidade seja na sua criação artística, sua história ou mesmo pelos nomes, esses últimos em uma mu-Dança constante e significativa. Eu acho isso lindo!

Então, meu corpo se apropriando dos textos do blog se relaciona inevitavelmente com minha vida pessoal (nas questões de gênero, sexualidade, cor, status social, formação educacional, etc.). É com essas minhas experiências individuais e percebendo o coletivo que o Tribal passa a ser essa reunião de diversidades, sem propósitos de domínios de poderes e do que é ou não essa dança.


Figura 1: foto de pintura aquarela do artista Marcelo Storniollo (SP/BRA), encomendada por Caíque Melo. Título: “Corpofusão”. Ano: 2020

Diante desse meu breve olhar para o que estou entendendo quanto a minha dança Tribal Fusion, no próximo post da coluna começarei a dialogar com textos da Ana Terra de Leon, Kilma Farias, Ana Clara Oliveira, Thaisa Martins e Camila Saraiva, mulheres que admiro enquanto profissionais e estudantes acadêmicas das produções dessa nossa dança de fusão e claro, acompanhando as próximas publicações para que o diálogo possa coexistir na nossa criação de Dança.

Até breve! Se cuidem e tomem vacina!


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Diálogos


Caíque Melo (Salvador-BA) atua profissionalmente como professor, dançarino, pesquisador, coreógrafo e produtor na área da Dança desde 2009. Professor de dança "Tribal Fusion" desde 2012. Professor de Dança Vogue (desde 2017) e um dos pais da House of Tremme (2020). Mestrando (2019-2020), bacharelando (2018-2021) e licenciado (2014-2018) em Dança pela Escola de Dança da UFBA. Técnico em Dança pela Escola de Dança da FUNCEB (2018).Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>
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Diálogos por Caíque Melo

Diálogos
Caíque Melo, Salvador – BA Brasil

Sobre a coluna:

O intuito da coluna é propor uma conversa entre o colunista-artista Caíque Melo com as demais colunistas do blog Coletivo Tribal, a fim de que os diálogos que estão sendo apresentados sejam “contaminados” a partir de outras “movências”. Nesse sentido, a conversa buscará apresentar pensamentos que podem ser potencializadores na nossa prática com a Dança Tribal e, talvez, um incentivador para que possamos dialogar mais entre os nossos pares.


Sobre Caíque Melo:

Atua profissionalmente como professor, dançarino, pesquisador, coreógrafo e produtor na área da Dança desde 2009. Professor de dança "Tribal Fusion" desde 2012. Professor de Dança Vogue (desde 2017) e um dos pais da House of Tremme (2020). Mestrando (2019-2020), bacharelando (2018-2021) e licenciado (2014-2018) em Dança pela Escola de Dança da UFBA. Técnico em Dança pela Escola de Dança da FUNCEB (2018).

| Foto por Ian Morais (House of Tremme)












Artigos

Entrevista #32: Caíque Melo


Nossa entrevista de abril é com Caíque Melo, bailarino de Salvador -BA. Caíque foi "Destaque Tribal Masculino" aqui no blog em 2012 e 2014. Neste último ano, nossa Entrevista  Especial de Aniversário do Blog seria destinada à categoria em questão =D Vamos conferir a trajetória do nosso tribalesco?

  
BLOG: Conte-nos sobre sua trajetória na dança do ventre/tribal; como tudo começou para você? 

Comecei a estudar dança com 14 anos de idade, quase 15. Nasci em Vitória da Conquista,
Dabke
sudoeste da Bahia, onde uma das escolas de dança, a Arabesk, me abraçou. “Caí meio que de paraquedas”... Em 2009 fiz uma pergunta à uma amiga sobre as aulas de dança e ela me convidou. No dia combinado eu fui à Escola fazer aula de Balé Clássico. Me lembro do primeiro dia, onde conheci a professora e diretora da Escola, a Suzanni Rabelo, ou carinhosamente chamada de tia Suzi. Digo que ela abriu as portas da dança pra mim, pois, foi ela me concedeu aulas como bolsista e sempre que eu sugeria algo novo como trabalho, como a dança tribal, por exemplo, estava de braços abertos. E em meio às dores de alongar, as faltas de coordenação e direção, como todos que começam a mover o seu corpo que não somente do cotidiano, fui percebendo o quanto gostei de fazer “aquilo”. Me sentia vivo e estar vivo me levava à um outro ambiente, que me fazia bem e mais contente. Após esse primeiro contato, me apaixonei. E foi rápido demais. Mas sei que é um amor pra toda vida, porque partiu de dentro de mim. Só estava escondido. Dancei no meu primeiro espetáculo, em 2009, pela Arabesk, ainda envergonhado, mas com uma sensação INENARRÁVEL, que quem pisa nos palcos (e digo qualquer palco: italiano, a rua, na casa de um amigo, num restaurante, etc.) sabe como é.

Caíque e Stefanny Garcia
No mesmo ano, a minha amadíssima professora de danças folclóricas árabes, e professora da Escola na época, a Stefanny Garcia, me convidou para participar de uma coreografia de Dábke, no espetáculo de danças orientais que ela promove anualmente na cidade. NOOOOOSSAAAAA! Que energia é essa da dança oriental, meu povo?! Nos ensaios eu ficava alucinado pelas músicas e movimentações. Assistia vídeos e ficava admirando a dança e os dançarinos. Adoro muito os brasileiros dançando orientais. Temos uma autenticidade e respeito pela dança. O espetáculo lindo, com coreografias lindíssimas, de uma cultura que poucos conhecem e/ou já viram e quando viram pensam logo na dança do ventre, na sensualidade feminina e nos preconceitos que rodeiam sobre a dança. Ia além disso. São danças culturais, como as nossas, brasileiras, que conta a história de um povo. Que coisa linda de se ver! J

Encantadíssimo, continuei a estudar as danças orientais, o balé clássico e surge uma nova professora de dança oriental na minha vida, que admiro imensamente, onde me viu dançar no espetáculo da Stefanny (e ela também se apresentou), a Gal Novais. Num dia de aula de balé, ela me convida para participar de uma coreografia onde dançávamos balé clássico e dança do ventre misturado (até então, ainda pensava assim, rs). Achei bem interessante a proposta e fui fazer aulas de Dança do Ventre. Amei, amei. E não é que me dei até bem? (rsrs) Ali conheci minhas amigas Grazi Cardoso, May Cardoso, Samara Aguiar, Virgínia Rosa e Ane Carine, que SEMPRE me apoiaram à dançar, amigas de turma, juntamente com a Gal Novais sendo nossa professora. Era uma delícia ir às aulas, encontrá-las e dançarmos juntos. Formamos nosso primeiro grupo de danças orientais, o “Thuraya”, que significa “Estrelas ou Planetas”, em árabe. Nos divertíamos muito nas apresentações, viagens e ensaios. Saudades...

Caique e Gal Novais
No dia da apresentação com a professora Gal Novais, da “mistura” entre balé e ventre, conheci a Joline Andrade. Ela estava organizando a mostra de dança “EtnoTribes” em Vitória da Conquista, em 2010. E quando a vi dançar, fiquei encantado com as movimentações do corpo que ela realizava na coreografia, juntamente com a sonoridade da música, com aquela aura misteriosa por detrás. Fui logo pesquisar sobre a dança Tribal Fusion. Assisti logo de cara a Rachel Brice, o auge da dança tribal. Ia pesquisando em alguns blogs, vídeos, músicas, até conversei com alguns profissionais na época, como a Joline, a Bia Vasconcelos, a Bela Saffe, sobre a dança, pois realmente estava querendo entender melhor aquele universo. Também fiz algumas aulas com a Gal Novais. Ela me ensinou movimentações básicas do tribal, como postura, algumas movimentações, bem enfatizada no Belly Dance.

SOBRE O TRIBAL FUSION: Sempre fui autodidata quanto a dança tribal, mas tudo que me interessava eu lia, fazia, estudava os movimentos, assistia e sempre que possível, participava de workshops. Então, sempre estive pesquisando e estudando a dança. Lembro-me de uma frase que norteia a dança tribal e que eu ouvia bastante, mas não exatamente assim: “Procure a sua dança tribal”. Sempre busquei e busco essa autenticidade, essa minha dança, pois acredito que a dança é universal e cada um tem sua dança. A dança tribal foi e está sendo a minha escolha de buscar essa autenticidade que se muda constantemente e me apetece. Estudo a dança tribal fusion há 5 anos, e comecei estudar dança há 7 anos. Tenho 20 anos, completo 21 em julho. =)

Joline Andrade e Caíque Melo
BLOG: Quais foram as professoras que mais marcaram no seu aprendizado e por quê?
Com certeza todos os professores deixaram alguma informação importante para mim. Vivemos informando e adquirindo informação a todo instante. Mas alguns tem marcos maiores pelos seus conhecimentos e simpatia, como: a Stefany Garcia (Vitória da Conquista-BA), que me convidou a conhecer a cultura e as danças árabes, sempre sendo carinhosa.Tem um espaço de Dança Oriental, onde dá aulas. Já foi premiada no Mercado Persa, junto com a Gal Novais e tem uma beleza ao dançar. Ela é verdadeira. Por isso sempre chamou minha atenção e admiração. Gal Novais (Vitória da Conquista-BA), que me ensinou que a dança do ventre tem homens sim, mas que não por isso deixamos de desrespeitar os costumes da cultura. Obrigado por todos os ensinamentos. Sheyla Nascimento (Vitória da Conquista-BA), a discopédia (rs) – incentivando-me sempre; a Joline Andrade, pelo carinho e apoio; a Hilde Canoodt (UK), que no workshop no Dramofone I, me deu um start para pensar em estética de movimento e alinhamento, e isso me ajudou MUITO (thank you, Hilde) ; e a Antonia Ribeiro, que sempre tem as ideias mais deliciosas de se trabalhar, que sempre elabora coreografias incríveis e me incentiva a fusionar sempre.


Não por isso, agradeço a todos professores que passaram, passam e passarão por mim. Com certeza, em qualquer circunstância, o aprendizado e o conhecimento são certos.

BLOG: Além da dança tribal você já fez ou faz mais algum tipo de dança? Há quanto tempo?
Sempre procuro fazer aulas que não somente a dança tribal, pois são novos aprendizados e possibilidade de fusão. Mas, quase que diariamente eu paro um tempo e pesquiso ou danço a dança tribal.

1)     Balé Clássico (2009-2012 – Arabesk) (2015 – FUNCEB)
2)     Dança do Ventre (2010-2012 – Arabesk)
3)     Danças Folclóricas Árabes (2009-2012-Stefany Garcia)

Atualmente faço o curso técnico profissionalizante da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), onde tenho estudos de cinesiologia, balé clássico, dança moderna, dança contemporânea, dança afro-brasileira, danças populares brasileiras, etc., conjuntamente com a graduação superior de licenciatura em dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Estudos Independentes: Waack Fusion, Tribal Fusion, Dança Fusão, Tribal Ragga Jam, Improvisação, Experimentações, Intervenções Urbanas  e o que mais for atraente para mim.

BLOG: Quais foram suas primeiras inspirações? Quais suas atuais inspirações?
Sem dúvida, na dança tribal, a Joline Andrade é uma das minhas referências. Foi um incentivo para fazer a faculdade e estudar a dança tribal a partir desse viés acadêmico também.

A Zoe Jakes e a banda Beats Antique. Acho que não tem esse que quando escuta e a vê dançar, não admire o trabalho deles. A Zoe pelas propostas de dança dela, as movimentações, o enredo, as novidades, tudo... Ela é uma artista que, para mim, será sempre um referencial para meus trabalhos.

A Rachel Brice, como não, né?! (rs) Aquela fluidez, aquele controlo corporal, aquele beleza de vê-la dançar. Não tem outra... É a Rachel Brice.

Muitas (os) por mim foram inspirações nas épocas, mas ainda assim, admiro os trabalhos de todos...

Me inspiro por andar na rua, por abaixar e arrumar o tênis, por olhar um objeto e pensar ser outro... Acho que artista não para de pensar e criar. Pode muitas vezes não ter tempo ou vontade para continuar com alguns, mas, o artista auto se inspira. E eu me inspiro e expiro diariamente com os aprendizados diários de minha vida. Pois viver é dançar, dançar é viver e eu sou os dois. Eu sou dança e vivo.

BLOG: O quê a dança acrescentou em sua vida?
Além de alegria e felicidade...?

A dança é um dos regentes da minha vida. Muitas situações resolvi a partir da minha relação com essa arte. Tive coragem para seguir com meios desejos; conheci e continuo conhecendo pessoas amadas; além de adquirir respeito por muitos que vivenciaram meu pequeno trajeto até aqui. São muitas coisas boas que acontece quando estamos de coração aberto para sermos nós mesmos. E para continuar tendo todas essas boas vibrações, danço.

BLOG: O quê você mais aprecia nesta arte?
Dançar não é só expressar um sentimento, um acontecimento, uma história. Dançar é política, é crítica, é pensamento, é observação. Tenho estudado muitas danças, muitos contextos, principalmente contemporâneos, que me mostram outras formas de se dançar, de se trabalhar com o seu corpo e de movimentos capazes para o (meu) corpo. Dança com fundamentos técnicos, dança improvisação, dança contemporânea, dança teatro, etc. Mover o meu corpo ao som da música me apetita. Ver como o outro se mexe me instiga. É muito bom ver as formas que as pessoas se movem e perceber diversas questões corporais. Entender e perceber o corpo, em meio a questões sociais, ambientais e transpô-las, através de nossas experimentações, essas percepções.

BLOG: O que prejudica a dança do ventre e como melhorar essa situação? Você acha que o tribal está livre disso?
Acredito que em todo e qualquer ambiente, também nos da dança, há situações que desagradem, bem como pessoas (sim, ainda existem pessoas más). O auto ego, a rivalidade, a traição, as trocas de alfinetadas, o prejudicar o outro para conquistar algo, são, por mim, abominadas. Há espaço para todo mundo e, com certeza, se formos mais companheiros com nossos colegas de trabalho, nossos alunos, nossa plateia, as conquistas serão muito maiores e gratificantes.

BLOG: Você já sofreu preconceitos na dança do ventre ou no tribal? Como foi isso?
Somos preconceituosos sem ao mesmo perceber, devido a nossa cultura, situação social e muitos fatores que influenciam para isso. Com certeza, alguém já deve ter me olhado torto, ou sussurrado para outra pessoa sobre minha sexualidade, por exemplo, somente por dançar. Quando isso chegava até a mim, e foram poucas as vezes, eu simplesmente escutava, balançava os ombros em sinal de interrogação, como que querendo dizer “Posso fazer o quê?” e continuava. Se houvesse alguma forma de eu poder mudar essa concepção, fazia, mas, nem sempre isso acontece.

Preconceitos agressivos verbais e/ou físicos nunca sofri, pelo menos não tão agressivamente. No colégio ou em qualquer outro ambiente em que eu falava sobre meu trabalho, me respeitaram, muitas vezes me chamando para parcerias. Além disso, sempre fui respeitoso com os outros para eles poderem respeitar minhas escolhas e quem eu sou.

BLOG: Houve alguma indignação ou frustração durante seu percurso na dança?
Houveram algumas poucas desavenças com pessoas por conta de falsidade, lealdade e outras situações constrangedoras que ocorre na dança (infelizmente), como a inveja e os falsos julgamentos e levantamentos. Quando isso ocorre, procuro ter tranquilidade e paciência para poder passar. Depois se esquece e se for de boa valia, porque não retomar o contato?!

BLOG: E conquistas? Fale um pouco sobre elas.
Em premiações, já fui selecionado como “DESTAQUE TRIBAL MASCULINO” nos anos de 2012 e 2014 aqui pelo blog. (Yeeep)
Em 2012 fui selecionado por votação online para participar da abertura do show de Gala do GOTHLA BR, no Rio de Janeiro. No mesmo ano fui premiado em Vitória da Conquista como a 2ª melhor apresentação no IV Mini Fest, organizado pela Cia Dançart.

Com o decorrer da carreira, alguns trabalhos surgiram, como, por exemplo, assistência no show SIMBIOSE da Joline e até mesmo intercâmbios com alunas regulares dela.
Outras conquistas, essas mais acadêmicas, como os cursos técnico e superior, me surgiram pelo meu desejo de profissionalização na área.

BLOG: Como é o cenário da dança tribal na Bahia? Pontos positivos, negativos, apoio da cidade/estado, repercussão por parte do público bem como pela comunidade de dança do ventre/tribal?
Nos meios acadêmicos, poucos ainda conhecem a dança na sua história, bem como em estudos de movimentações. Na Escola de Dança da UFBa, por exemplo, o tribal fusion é conhecido através de apresentações que realizo, bem como de colegas que também estudam e praticam a dança. A mesma situação se repete na Escola de Dança da FUNCEB. Os que se interessam a conhecer mais profundamente costumam participar de aulas e workshops ministrados pela cidade.

Nos eventos específicos de dança tribal, costuma-se ter uma quantidade consideravelmente boa de público nos teatros. Muitos familiares, outros curiosos, outros convidados por alguém. Em eventos de dança num contexto mais amplo, ou pequenas apresentações, o público também é participativo, admira e passa a acompanhar os trabalhos. Muitos já me adicionaram nas redes sociais após eventos, a fim de conhecer meus trabalhos e trocar informações. Em suma, conhecem como uma derivação da dança do ventre, como é comum para quem não conhece. Depois de explicar, eles mudam os pensamentos sobre a dança.


São produzidos poucos eventos destinados à dança tribal, devido à dificuldade que é para conseguir apoios e patrocínios. E para a produção cultural é preciso de renda.

A Bahia é muito grande comparado com outros estados e tem muitas pessoas que não tenho informações que pratica, estuda e/ou conhece a dança tribal. Tenho uma vasta noção da cena tribal baiana através do blog com os “Destaques” e outras informações que pesquiso. Tão pouco não somos, rs.

Outros campos que estamos sendo bem recebidos são nos eventos e haflas orientais. Tanto as bellydancers quanto o público são bem receptivos.

BLOG: Em 2012, você participou do show de abertura do Gothla Brasil. Gostaria que comentasse como surgiu esta oportunidade e sobre a experiência de dançar no palco mais obscuro das fusões tribais.
Após minha participação na votação online para poder participar do show no Gothla Brasil, na qual fui premiado, dancei no palco mais obscuro das fusões tribais...Foi minha primeira viagem para fora da Bahia e minha primeira participação juntamente com artistas da cena tribal que são referenciais no Brasil e adjacentes. No primeiro dia de workshops já fui me encantando ao ver artistas que você admira ao seu lado, tendo aulas com eles, podendo ter uma conversa cabeça ou mais descontraída e até uma dança improvisação em meio a boate, como foi com a Ariellah (me lembro até hoje dessa noite.


Alan, Marcelo e Caíque


Além do meu solo, fui convidado pela Jhade Sharif a dançar com mais dois bailarinos queridíssimos: o Alan Keippert (RJ) e o Marcelo Justino (SP). Foi lindo poder dançar com eles.


Quando fui dançar o meu solo, o nervosismo era grande. Mantive a calma e ao realizar o primeiro movimento, só me deixei ser conduzido por mim mesmo, ao som de Beats Antique (fã não tem jeito, rs). Saí do palco contente e espero logo voltar. Quem sabe até dançando no show de gala e ministrando workshop? #FicaDica




BLOG: Em 2014, você participou do EtnoTribes Festival (Salvador – BA), como assistente de produção. Gostaria que comentasse sobre essa faceta e também seu envolvimento com o evento.
Fazer parte de uma equipe de produção de um evento de dança nos traz um olhar diferenciado para nossa vivência. É estar do outro lado do palco, orientando, ajudando, procurando e informando a respeito de tudo sobre o evento.

Minha participação no Etnotribes foi como assistente da produção do show SIMBIOSE, estando junto da produção por um dia. Porém, foi crazy, porque são muitos detalhes para realizar, cumprindo horários, para que dê tudo certo. Estive nessa tarefa ao lado da Samile Dias. Fomos buscar a banda “Pedra Branca” no aeroporto, transportar os convidados, buscar elementos cênicos, da produção, do próprio evento... UFA!! Além de nós, a Priscila Sodré e a Trupe Mandhala também estavam na produção e esse conjunto ajudou o evento na sua melhoria e totalidade.


Bastidores: Caíque Melo e Samile Dias

Apesar de cansativo (e fazer produção de evento é bem desgastante), foi uma experiência muito enriquecedora, onde,pude perceber com maior clareza os processos para fazer com que um evento seja realizado.  


BLOG: Neste mesmo ano você participou do festival Bailares, em Feira de Santana – BA, ministrando workshop de “Waack Fusion” e também dançando como solista e com a Trupe Mandhala. Conte-nos um pouco sobre o tema do seu workshop. Como surgiu esta oportunidade e como foi a experiência de dançar em grupo com a Trupe?
Trupe Mandhala e Caíque Melo
O Bailares é uma produção da Trupe Mandhala que consiste basicamente em workshops e shows gratuitos. Participei das duas edições realizadas (2012 e 2014) e no último fui convidado para ministrar um workshop e participar do show de gala. Quando eu recebi o convite estava estudando sobre as danças Waacking, Vogue, Stilletto, Pop, Street Jazz e me interessei logo de cara, pois, a partir do convite, desenvolvi uma pesquisa de fusão entre as danças mencionadas ao tribal fusion belly dance. O Waack Fusion é um estilo que ainda estou pesquisando, mas que tem um caráter diferenciado do que tem-se visto da dança tribal. O caráter de hibridação de estilos de dança é difícil de se trabalhar, pois exige de estudos dos estilos para poder ser coerente com o caráter que é de fusionar. E misturar elementos de ambos e dar uma nova roupagem é trabalhoso. Pesquiso movimentações quase que diariamente, em meios de improvisação para possuir maior repertório e conhecimento do que eu tenho produzido.




O workshop foi bem recebido, com participação alta e ativamente. Todas minhas aulas e workshops eu disponibilizo uma apostila/programação da aula, com todos os movimentos estudados. São materiais importantes para se estudar e até relembrar depois de algum tempo sem contato com o mesmo.

BLOG: Em 2015, você está ministrando, juntamente com Antonia Ribeiro da Trupe Mandhala, o “Cozy Work”. Como surgiu a idéia? Qual a proposta do curso? Como chegaram ao número ideal e limitado de três alunos.
O Cozy Work foi uma idealização minha e convidei a Antonia para participar, parceria essa que consiste há um tempo e também somos colegas de casa. A primeira edição foi realizada em março e foi muito interessante como o acontecer da aula foi se dando. O projeto, que pensamos em realizá-lo mensalmente, consiste em estudar sobre o corpo e a dança de forma teórico-prática, com um número de alunos bem reduzido, para que assim tenhamos um olhar mais apurado para os ensinamentos e as observações. Fizemos algumas experimentações de disposição no espaço para podermos chegar ao número de 3 participantes.

Além disso, por ser realizado em uma casa, traz uma ideia de conforto, de bem-estar, de aconchego. Não somente isso, almoçamos juntos... uma refeição saborosa, leve e energética para continuar com os estudos. O nome, de tradução, “Trabalho Aconchegante”, foi pensado para informar diretamente essa ideia.

Muitas ideias estão sendo estudadas por nós dois para poder ir avante com o projeto que pode ser bem interessante para difundir.

BLOG: Conte-nos um pouco sobre suas principais coreografias. O quê o inspirou para a formulação da parte conceitual e técnica das suas coreografias, assim como o processo de elaboração dos figurinos e maquiagens. Como essas coreografias repercutiram na cena tribal? 
Alguns vídeos que tenho disponível na internet são improvisos. Mas, por ser improviso, não quer dizer ser feito de qualquer maneira. Sempre há uma pesquisa por trás, com processos de improvisação para investigação de movimentos, cênica, de figurino e etc. Tenho trabalhado muito com improvisação-investigação, sendo muitas vezes estudados em casa para depois ser apresentado. Esse processo que dá norte ao que será a coreografia, a ideia, ao figurino. Algumas vezes me vejo um pouco frágil em relação ao compor figurinos e maquiagens. Apesar de todos os adereços que se usa, há uma concepção por detrás da coreografia, há um gênero que está dançando, há renda, há o ambiente, etc. Tenho amigos que me ajudam sempre com esses dois quesitos. São uns anjos  – e pesquiso sobre.

BLOG: Apesar de estar cada vez mais se consolidando e ganhando força, a dança tribal ainda é recente no universo da Dança no país. Como a dança tribal está ganhando espaço na cena acadêmica? E o quê você considera importante ainda ser trabalhado no âmbito acadêmico para a dança ser mais valoriza e reconhecida?
Mesmo nas academias de dança, bem como de profissionalização, é preciso explicar os caráteres da dança. Pelo desconhecimento, muitos não procuram aprender a dança tribal e poucos já viram ao menos uma apresentação. Acredito que quanto mais produção e divulgação dos trabalhos, da história e das pesquisas houver, mais atraentes para a dança vamos ter. Os trabalhos devem ser contidos de identidade, de autenticidade. A contemporaneidade nos embarca em pesquisar a nossa dança, novas maneiras de mover. A beleza que tem a dança tribal com sua técnica, com suas movimentações e seus figurinos belíssimos também chama muita atenção, pois é uma dança diferente, parecida com... –como alguns já me descreveram-, mas diferente. E essas diferenças que cada tribalista leva, e acredito eu, que se deve procurar sempre, nos dá mais espaço para apreciadores, participantes e público.

BLOG: O quê você mais gosta no tribal fusion?
A estética, o místico, as roupas, os movimentos...

Tudo me atrai na dança tribal. Fico vendo vídeos e percebendo as diferenças e semelhanças de cada um, o como está lidando as novas coreografia e pensamentos dos artistas. A dança tribal deve ser pesquisada nas academias, deve ser aprofundada. Quando vou fazer isso, em uma movimentação que faço, já me vem “n” questionamentos para entender a execução e como é no meu corpo, por exemplo. Faço muito isso quando produzo os workshops e as aulas. Me ajuda bastante. 


BLOG: O quê você acha que falta à comunidade tribal?
Pensar na dança como teoria-prática, com pesquisas de cinesiologia, psicologia, sociologia, etc. Acredito que a dança tribal é muito enriquecedora nos meios de pesquisa de movimento, consciência corporal, bem-estar e demais campos de estudo. Isso vai muito do interesse de cada um, claro, mas, quando pensamos a dança não somente e puramente numa estética, numa execução/repetição de movimentos (e vejo isso necessário, pois, é uma dança que possui técnica), percebemos nosso corpo e nossas possibilidades de trabalho muito mais amplamente.

BLOG: Como você descreveria seu estilo?
Digo que estudo dança tribal fusion e dança fusão. Apesar de procurar não rotular tudo, sendo às vezes necessário, vejo que meus trabalhos e pesquisas estão de abrangendo e tomando outros caminhos que não somente a dança tribal. Procuro mantê-la sempre, pois gosto do estilo, mas não me fecho somente ao estudo do mesmo. Vou procurando fusionar o que me interessa e que eu ache interessante. 

BLOG: Como você se expressa na dança?
Me vejo diferente nos palcos, como se fosse um outro Caíque. Ao dançar eu me sinto aberto, me expressando através das movimentações que realizo. Mas, se faz necessário também, invocar uma outra persona, um personagem, para que se possa passar as impressões desejadas. A depender da apresentação, a forma de se mover, o olhar, o figurino, etc., se diferencia.

BLOG: Quais seus projetos para 2015? E mais futuramente?
Estou com um projeto de espetáculo solo que está em construção. O espetáculo tem sido pensado há alguns anos, sendo retomado a ideia no final do ano passado, com os trabalhos de Waack Fusion e tenho trabalho nele agora. Se trata de hibridações (sexual, movimentação corporal, religiosa, tecnológica). Ainda está engatinhando, mas pretendo apresentá-lo na sua totalidade até o final desse ano.

Tenho outras ideias, alguns planos ainda no papel (ou Word, rs), mas que com certeza serão realizados. Projetos como eventos de dança, workshops, aulas, exposições e escritas (quem sabe não passo a escrever para o blog, rsrs) estão dentre projetos futuros.

BLOG: Improvisar ou coreografar? E por quê?
Os dois!

Meus trabalhos são partidos muito de improvisação e até sendo apresentados em improvisação. Mas se faz necessário, para o entendimento e também criação de movimentações, o estudo coreográfico. Além do que, coreografar também nos permite fazer as ditas “limpezas coreográficas”, que são modificações realizadas na coreografia para uma melhor estética, por exemplo.

A improvisação tem seu papel também. Improvisar em uma música não é fácil e exige de um conhecimento sobre espaço, repertório de movimentos, musicalidade, etc., que faz com que a dança improvisada seja bela, sem muitos erros técnicos.

BLOG:  Você trabalha somente com dança?
Sim. Sou bolsista do Pibid/Dança (Programa da CAPES), onde dou aulas de dança para crianças, além dos meus trabalhos autônomos.

BLOG: Deixe um recado para os leitores do blog.
Agradeço por ter lido tudo isso até o final (rsrs). São muitas coisas que gostaria de falar, mas tentei resumir ao que achei mais importante de se dizer aqui e agora. Espero, logo mais, poder escrever, conversar e papear mais sobre a dança, anseios, receios e vontades, a fim de compartilhar conhecimento com quem se interessar.
E para conhecer os meus trabalhos, acompanhar os futuros e se quiser, conversar, é só me seguir nas redes sociais. :D

Para finalizar, deixarei uma frase que descreve um pouco sobre o que procuro e o que devemos procurar para nossa vida ser bem melhor.

“Não me interessa o que você faz da vida. Quero saber os seus desejos – e se você ousa sonhar em sucumbir aos anseios do seu coração. Não me interessa a sua idade. Quero saber se você irá arriscar parecer um tolo – por amor – pelos seus sonhos – pela aventura de estar vivo.”
Oriah Mountain Dreamer
  
E que aventura é a vida... =)

BEIJOS bem tribalescos pra todos!
Gratidão. :D


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