[Resenhando-SP] ATS na Praça

por Maria Badulaques




O ATS® na Praça ocorreu dia 31 de outubro, data de muitos festejos (Beltane, Halloween...Saci), na Feira de Cultura e Arte de Barão Geraldo, em Campinas-SP.


O objetivo era nos divertir, resgatar a essência das danças coletivas, em especial a tribal, enfocando as conexões e o se compartilhar. Assim foi! União de muitas tribos e alguns estilos de dança. 



É sempre complexo falar de um evento que organizamos, será que adjetivo? Será que mega me valorizo? Será que isso? Aquilo? kkk Digo que prefiro ouvir das pessoas o que sentiram, como foi o evento para quem lá esteve do que abrir o dicionário e rasgar nos predicativos do sujeito. :)  Fica até estranho eu aqui, me amando e me endeusando..... blah! Eu não sou coisada neste sentido...kkk






Então, o evento foi assim sangue "baum" sem mi-mi-mi....todos vestidos de muita vontade de participar e um belo sorriso no rosto. As Shamans com aquele sorriso "tirei-o-aparelho-dos-dentes-hoje" (saca, qdo o pessoal que já usou aparelho chega o dia de tira-lo? é aquele sorriso de rasgar os beiços, né? é disso que tou falando), sempre me impressiona o espírito de tribo dessas meninas. Uma coisa é ser um grupo, outra é ser uma equipe-time. Sinto isso quando as vejo trabalhando, parecem formiguinhas sincronizadas e voltadas ao objetivo, no caso do evento; musicar.  Quem já dançou com música ao vivo sabe, outro nível de energia, conexão e óbvio....a dança migra a outro plano. O que era bom (ver as Shamans dançando) ficou ainda melhor (tê-las tocando, cantando), o que é bom sempre pode melhorar e surpreender. SEMPRE!!! #quemsabefazaovivo.



Presentes também a Trupe Gira Ballo com muita Dança Circular focalizada pela Sandra Carvalho, com rodas abertas a cada intervenção. Para quem não está familiarizado com esse estilo de dança posso dizer que é sobre libertação. Você entra na roda e se deixa levar. Vi homens (sim, eles são bem-vindos na circular, inclusive há o Gabriel na trupe Gira Ballo :) ), grávidas e muitas crianças se divertindo na roda, que posso dizer? A circular foi minha primeira casa, então estar numa roda com pessoas de todas idades é uma experiência que me emociona sempre e os sorrisos dos dançantes, até as cumplicidades (ixi, errei...opa acertei...agora foi...u-hu) seguiu nesse sentido. Bingo, objetivo cumprido.






Música ao vivo, dança circular e que mais? Puxa vida nós, né!!!! As tribalistas do Gira Ballo (Heli Luiza, Virginia Fuentes, Wendy L Picasso), a Sarita Del Pino que veio de Araçatuba-SP (putz, 7h de viagem...que demais!!!), Dalila Galchin e o marido Sérgio (nosso fotografo, filmador...consultor e amigo) vieram de Louveira-SP, Andrea Elektra e Aline de Campinas-SP, finalizando...mas não por último, Juliana Donzelli de São Paulo. Uma roda de muitas caras felizes por dividirem aquele momento, cara... lembrei da Jamila Salimpour e o Bal Anat....lembrei muitoooo do Hahbi´ru, John Compton e o início do FCBD com as apresentações ao ar livre, lembrei da Carine, minha parceira de Pilares e da Aerith (tava louca pra dividir tudo isso com vocês). Acredito que o ATS® tem essa cara; ar livre, pessoas ali na pracinha de artesanato, sem glamour...numa atmosfera meio "maluco beleza"... é assim que sinto! É assim que mais me sinto livre, quando o glamour diz tchau e o bicho-grilo que me habita é liberto.






Para não dizer que não falei das flores, o Tribal Fusion veio com aire flamenco pelas mãos, gestuais e compasso de Sarita. Que massa, podemos proporcionar aos presentes uma experiência mais completa do nosso mundinho, faltou o Dark, o Tribal Brasil...mas como temos a expectativa de dar continuidade, vamos aprimorando.



Como amante declarada do estilo ATS® senti grande emoção em dançar nessa atmosfera, quero mais... #arlivre. Quero mais dessa sensação gostosa de dançar com pessoas desconhecidas e ver na prática os ditames do ATS.





Agradecimentos especiais a todos participantes, do mais famoso aos mais novato, vocês foram especiais e compartilharem suas almas dançantes-cantantes foi o que pode nos proporcionar um dia tão...(affff, vou ter que adjetivar) TE-SU-DAL.

Aos amigos que atrasaram suas viagens e foram dançar, né Adelita Palos?_/\_ E a todos amigos anônimos que foram se juntar a energia do "tamo junto".


Ahhhhhh, quase esqueci de mencionar teve Feira Tribal com o Ateliê Shaman, Maria Badulaques, Elektra e Aline Simenauer...u-huuu, amei demais os badulaques de todas. Sempre bom ver a arte das amigas, a-do-roooo


Simbora para outro ATS na Praça?


Xeros tribais



Vídeo:

Mais Fotos:


























[Entrando na Roda] Ampliando Conhecimentos

por Aline Muhana

 Foto de Campo das Tribos por Ana Harff


Olá Tribo!

No post deste mês vamos falar mais sobre os programas de Educação Continuada oferecidos às Sister Studios FCBD®.

A ideia de expandir o currículo de formação em ATS® surgiu após uma pesquisa que foi realizada no primeiro semestre de 2014 por Terri Allred (consultora empresarial do FCBD® e Sister Studio de  Minnesota-EUA) através de uma convocação entre as Sisters de todo o mundo. Os resultados dessa pesquisa foram divulgados no (http://fcbdblog.blogspot.com.br/2014/07/sister-studio-survey-part-1.html e http://fcbdblog.blogspot.com.br/2014/07/sister-studio-survey-part-2.html  ) . 


Algumas das reivindicações das Sisters foram essas:

  • Mais contato com a nave-mãe através de aulas via internet;
  • Possibilidade de feedback direto através de entrevistas e encontros via Skype com Carolena;
  • Treinamento continuado específico para Sister Studios;
  • Workshops voltados para instrutores;
  • Mais livros didáticos como o American tribal Style® Classic Vol.1; e finalmente:
  • Treinamento avançado.
ATS®Homecoming 2015 - Divulgação



A resposta para estes pedidos foi a criação da organização Tribal Pura International (http://fcbd.com/tribal-pura-intl/)  , que deste momento em diante passou a administrar os programas General Skills, Teacher Training, The Business of ATS® e os novos programas Sister Studio Continued Education (SSCE) e Advanced Teacher Training (ATT). Os novos programas atendem às necessidades da comunidade de Sister Studios oferecendo alternativas de cursos intensivos e estímulo à reciclagem de instrutores.

O SSCE é um programa de acúmulo de créditos (através da presença em workshops aprovados pelo programa) que dá direito a uma re-certificação anual, comprovando a disposição do instrutor em manter-se atualizado e coerente com o método de ensino FCBD®. O programa inclui diversos temas de workshops oferecidos pelas professoras FCBD® e aulas particulares com Carolena Nericcio-Bohlman ou Megha Gavin via Skype, obrigatórias para a obtenção do certificado.

Foto de Campo das Tribos por Ana Harff

O ATT se dispõe a oferecer um período de treinamento intensivo presencial com Carolena Nericcio-Bohlman, concentrado em um pequeno número de participantes (apenas 10 pessoas por turma)  em um espaço de tempo de duas semanas, na Nave-mãe em São Francisco, Califórnia – EUA.  São necessários diversos pré-requisitos para se inscrever neste curso, que visa formar instrutoras para os cursos mais avançados oferecidos pelo FCBD®.

Outras ações que se originaram desta pesquisa foram a criação do curso virtual Volumes 1 e 2 via PowHow (http://www.powhow.com/classes/fatchancebellydance-studio) , novidades como recursos e produtos específicos para as Sisters que estão disponíveis na loja do FCBD®  ( http://catalog.fcbd.com/)  na aba “Sister Studio Merchandise” - área exclusiva  e um Fórum aberto para praticantes e instrutores http://fcbd.com/smf/index.php

Foto de Campo das Tribos por Ana Harff

Um grande abraço e nos vemos no próximo Entrando na Roda – Conversas sobre ATS®!

[Tribal Brasil] Tribal Brasil, uma identidade coletiva

por Kilma Farias

Ser d'Água - Carol Marques


A dança Tribal é uma arte essencialmente simbólica. Ela articula diálogos diversos entre culturas e noções diversas de pessoa.

Paira no imaginário Tribal um conceito de identidade que passa pelo coletivo, pelo âmbito da tribo. Pelo sentido de pertença, de inclusão identitária.

A dança é uma estrutura simbólica, criação do homem; e como toda criatura, herda as características de seu criador. A dança significa além dos movimentos.


Significar além do significado imediato, além da consciência, nos faz compreender que palavras e imagens têm aspectos inconscientes, assim como nós. E isso me faz pensar que não teria como ser diferente: palavras são criações nossas. Objetos são criações nossas... tudo que foi, é e será construído pelo homem existiu primeiro em seu inconsciente, passeou pelos sonhos, virou imaginação para depois ser materializado. Assim, a dança herda a identidade, as características do bailarino. Eu diria que a dança é o bailarino. Mas também é muito mais que ele.

Carl Jung (2008) nos fala de uma herança psicológica comum à humanidade, ao que ele chamou “inconsciente coletivo”. Nele, as representações simbólicas mantêm constante trânsito entre identidade e coletividade.

Acontecimentos abaixo do limiar da consciência afloram através da intuição. Apesar de não termos percebido esses acontecimentos, eles são absorvidos subliminarmente. A qualquer momento podem brotar do inconsciente como uma espécie de segundo pensamento. Isso acontece porque a realidade concreta tem aspectos que ignoramos, pois não conhecemos a natureza extrema da matéria. É impossível conhecer toda a natureza do universo. Nesse sentido, é impossível conhecer toda a nossa psique porque ela também faz parte da natureza.


Mas como nosso eu mais profundo aflora através da intuição, é comum, ao mesmo tempo, duas bailarinas de Tribal Brasil fruírem passos semelhantes em seus trabalhos sem ter tido uma comunicação direta entre elas. Pois ambas estavam na mesma vibração de frequência, estudando as mesmas referências de corporeidade e daí, acessam o coletivo em suas criações. Por isso é tão comum, em um mesmo festival, várias coreografias referentes a sereias ou Iemanjá, por exemplo, deixando as bailarinas encantadas com a “coincidência”. É o poder do coletivo manifesto na identidade do artista.

A existência do ser humano é fragmentada e o símbolo nos ajuda a entender as relações do homem consigo mesmo, com o outro e com a natureza. E para entender os símbolos, os sonhos são uma ferramenta bastante eficaz. “Os sonhos são o mais fecundo e acessível campo de exploração para quem deseje investigar a faculdade de simbolização do homem.” (JUNG, 2008, p. 26).

O trânsito entre consciente e inconsciente, entre ego e “outra face”, acontece fora de uma temporalidade. Algo que está em nossa mente consciente torna-se inconsciente porque não nos interessa mais, tornando-se subliminares. Esse mecanismo também pode ser motivado pela necessidade de se esquecer de algo por qualquer motivo que seja. Como uma defesa. Desse modo, esses acontecimentos não receberão mais a mesma atenção do nosso consciente. Seria humanamente impossível viver com toda a nossa experiência no limiar da consciência. Entraríamos em falência mental. Esquecer torna-se um verbo essencial. E o sonho, um mecanismo de entrar em contato e manter o diálogo entre inconsciente e consciente.


Agora imagine você que já tem uma certa estrada dançante, lembrar com riqueza de detalhes de todas as coreografias já dançadas. Imagine essa tarefa para uma bailarina com 20 anos de carreira. As coreografias do passado não foram deletadas, elas estão apenas entorpecidas porque não nos interessam mais. Porém são possivelmente acessíveis a partir do trânsito com o inconsciente.

Precisamos entender o inconsciente não como um depósito de memórias do passado e percepções sutis, mas também é um lugar de criação que suscita novidades. Assim como os sonhos que também expressam pensamentos novos que ainda não chegaram ao limiar da consciência.

Sinto o Tribal Brasil como um sonho coletivo que articula identidades, de acessibilidade coletiva, de felizes encontros para quem quer encontrar.
  
Referências bibliográficas:

JUNG, Carl G. O homem e seus símbolos: concepção e organização C.G. Jung. Tradução de Maria Lucia Pinho. 2 ed. RJ: Nova Fronteira, 2008.


[Venenum Saltationes] Desvendando "O Caos e o Porvir"

por Hölle Carogne

Foto de Winny Lessa


E tem mais “Desvendando” pra vocês!!! 

Desta vez a bailarina Aerith Asgard nos conta com riqueza de detalhes como foi a elaboração de sua coreografia “O Caos e o Porvir”. 

Vem descobrir o que há por trás deste enredo mágico e descobrir como a Aerith cria seus trabalhos coreográficos! 

Eu adorei! 


Boa leitura!



Venenum Saltationes: Quando e como surgiu a vontade de criar " O Caos e o Porvir" ?
Aerith: “O Caos e o Porvir” nasceu de uma maneira diferente das minhas outras apresentações. Lembro-me que em novembro de 2013, uma grande amiga minha, Ju Najlah, convidou-me para participar do primeiro espetáculo realizado por ela e suas alunas do Grupo Nur em Nova Friburgo-RJ. O evento seria em março de 2014 e o nome do seu espetáculo foi Vida- O Espetáculo, que também contou com a participação de Anne Nargis (Rio das Ostras-RJ) e do Amir Hassan (Nova Friburgo-RJ), ambos grandes amigos e talentosos profissionais. Já tivemos muitos festivais de prestigio realizados por diferentes bailarinas do ventre da cidade, mas acho que foi o primeiro espetáculo de dança do ventre com um enredo, com uma estória a ser contada.

Deixo aqui o release do espetáculo realizado pela Ju Najlah para vocês entenderem a proposta abordada:

A vida é composta por ciclos. A cada momento tudo se transforma e renova. Nascimento e morte são vida... A fluidez das águas, a suavidade e a força dos ventos, o poder de transformação do fogo, a renovação possibilitada pela terra... O caos, que antecede o processo criativo. Que a vida e tudo que a compõe seja dançado, dando visibilidade a toda beleza que nos envolve cotidianamente. Através da Dança Oriental a Vida e todas as suas nuances será levada ao palco.”

Em nossa conversa, Ju confiou-me o papel do “Caos e o Porvir” de seu espetáculo. Ela me deixou bem livre sobre a escolha da música, figurino e processo de criação da minha apresentação. Eu fiquei lisonjeada pela confiança em meu trabalho. Guardo o Espetáculo com muito carinho em minhas lembranças.

Foto de Winny Lessa


Venenum Saltationes: Do que se trata este trabalho? Qual o assunto abordado?
Aerith: O trabalho foi desenvolvido para o espetáculo de dança do ventre da minha amiga Ju Najlah, em que cada ato do espetáculo era sobre um ciclo da vida, muitos desses ciclos tinham analogias metafóricas com os cinco elementos.

Não é fácil desenvolver temáticas abstratas. Com certeza você tem que resgatar sentimentos e emoções que você desenvolveu em suas experiências. Não sei se o processo das outras bailarinas é semelhante, mas, pelo menos comigo, eu doo um pouco de mim para trazer vida ao personagem; eu personifico a dança através dos meus próprios sentimentos, emoções e experiências adquiridas.

Então, “O Caos e o Porvir” se trata de uma fase da vida que ganhou forma através do dark fusion. Deixo aqui a descrição elaborada pela Ju para este ato do Espetáculo:

"Somente quem tem o caos dentro de si pode dar à luz uma estrela bailarina" - Nietzsche.

Foto de Winny Lessa


Venenum Saltationes: Existe alguma linguagem oculta por trás dele?
Aerith: A introdução que antecede minha apresentação foi ideia e autoria da Ju. Ela e suas alunas apareceram, todas de preto e com máscara neste momento.

Quando a música da minha apresentação começava a tocar, eu imaginava que seria interessante uma iluminação mais baixa e trêmula, e  pedi esse efeito de palco para a Ju. A ideia desse efeito seria ajudar na percepção das sensações, transmitindo uma sensação de “nervosismo” e “tensão”. Acredito que só poderia ter durado menos tempo, mas a falha no cálculo da duração foi meu.

Eu começo deslizando no chão, com o intuito de representar o “Caos” chegando vagarosamente, à espreita, de forma lasciva. Aos poucos, o “Caos” vai crescendo e ganhando força.

Por volta de 2:35, minha ideia era transmitir todo um sofrimento e dor, tentando reunir forças para se levantar, lutar e mostrar que é forte por fora. Contudo, em seu interior, as trevas sucumbiam e deterioravam o âmago do seu ser, fazendo-a vacilar, cair e tremular, sentindo-se no fundo do poço. Como é difícil se levantar para lutar e poder ficar bonita para as pessoas que não enxergam os destroços do seu interior.

Há um momento na dança, por volta de 3:35, que é aquele momento de delírio, devaneio e loucura. Você começa a surtar, quase sem esperanças de sair sob a dominância do “Caos”.
Em 4:11, o tom da música muda, dando  o pressagio do “Porvir”. Minha ideia nesse momento é retratar a esperança, o lado lúdico e sonhador.

A saída tem a ver com a mudança, com o período de transição, que é efêmero, como em um piscar de olhos. Enquanto estava passando por todo “Caos e o Porvir”,o momento que o precede chegou de forma rápida, brusca e inesperada. É tempo de mudança. Minha ideia era sair rodopiando como se fosse levada pelo sopro de um vento.

Foto de Montagna Filmes


Venenum Saltationes: Com quem tenta se comunicar? E o que esta coreografia quer dizer?
Aerith: Apesar de “O Caos e o Porvir” ter sido designado a mim e a minha a interpretação desta parte do espetáculo pela Juju, foi algo muito natural, intrínseco.

Eu tento me comunicar com meus sentimentos mais profundos. Tentar verbalizá-los sob a forma de dança é uma maneira de visualizá-los e organizá-los. Resgatá-los é uma forma de encará-los e amadurecer como ser humano. Através da dança, consigo realmente exorcizar meus demônios. Expurgá-los de dentro de mim e transformá-los em algo produtivo, que é a Arte. Desta forma, tento me conectar com o público. Nem sempre iremos tocar a todos da plateia, contudo, precisamos apenas nos conectar com alguém que se identifica com a mensagem que você está transmitindo. Você precisa de mais de uma pessoa para estabelecer uma comunicação. Então, quando isso acontece, conseguimos nos realizar com a Arte, pois sentimos que alguém nos entendeu como somos, muito além de uma forma, de uma embalagem, mas realmente olhando para o fundo de sua alma amorfa.

Eu realmente vivi um “Caos” em minha vida, principalmente nesses últimos três anos. E claro, almejava um “porvir”. Entendo esta apresentação, “O Caos e o Porvir,” como uma passagem, um período de transição que liga o “Caos” e o “Porvir”.

Imagine o “Caos” como sendo páginas de um livro. Você leu um capítulo inteiro sobre o “Caos” e guardou o livro em uma gaveta, esquecendo-o ali. Por muito tempo você só viveu a parte do “Caos” e você “parou no tempo” neste capítulo. Um dia, você decide seguir adiante e virar uma nova página para começar um novo capítulo. Esse movimento de virar a página para o novo capítulo é “ O Caos e o Porvir”. É um momento tão efêmero  quanto o piscar de olhos. Apesar de ser um momento breve, não deixa de ser importante, pois ele é um momento de reflexão, de revisão de tudo o que você leu até ali... Este é o momento que você toma a atitude, que você faz uma ação e essa ação também terá consequências, que você só descobrirá no “Porvir”. Você continua a deixar o livro guardado na gaveta empoeirada? Ou você decide pegar o livro e conhecer um novo capítulo? Sim, se você ler o novo capítulo você pode conhecer coisas novas; terá novas perspectivas; terá novos desafios para se deparar e pensar em como resolvê-los; terá outras frustrações; sairá do seu estado de inércia para o de movimento.  Se você decidir não seguir adiante, você continuará no ponto em que parou. Você viverá o “Caos”. E o “Caos” irá consumi-lo de forma a corroê-lo dia após dia, esmagando seus sonhos, ideais , desfigurando quem você é.



Venenum Saltationes: Comente sobre os processos de criação de "O Caos e o Porvir".
Aerith: O processo de criação das minhas danças é sempre difícil para mim. Atualmente, eu não costumo ter muito tempo e nem espaço para treinar, o que faz com que eu demore muito tempo quanto eu gostaria de levar no processo de criação.

A maioria das minhas apresentações são improvisadas ou possuem momentos de improviso mesclado com marcações e/ou trechos coreografados.

Para todas as minhas apresentações eu parto do mesmo princípio, que é escolher uma música que eu me identifique e , se tiver uma temática, que combine com a mesma. Neste caso, eu tive a sorte de encontrar com essa música através da Shabbanna Dark em um projeto pessoal. Ela me mostrou a música e gostei muito. Quando a Ju me convidou para o Espetáculo, pedi autorização da Shabbanna para usar aquela música, já que fora ela que me mostrara.

A partir da escolha da música, meu próximo passo foi ouvi-la quase todo dia para memoriza-la “inconscientemente”. A próxima etapa consiste em sentir a música no meu corpo. Eu danço improvisado e vejo o que fica legal e o que não fica. Algumas ideias aleatórias surgem para eu desenvolver a maneira  como eu começo e termino uma apresentação. Eu chamo de marcações. Geralmente é a introdução e a conclusão da sua estória.

Eu demorei muito tempo para ter alguma inspiração para essa apresentação.  Foi na última semana que antecedia o evento, após a passagem de palco, é que eu tive inspiração e ideias do que eu queria transmitir com aquela apresentação e quais movimentos utilizar em cada momento.





[Notícia Tribal] Gipsy Forró por Mimi Coelho

A bailarina Mimi Coelho e suas alunas (MG) compartilharam o estudo coreográfico do estilo Gipsy Forró. Tal estudo é resultado  do teste final do Elements Culmination, curso de Rachel Brice (EUA). Mimi escolheu uma música em ritmo brasileiro e que falasse do Brasil. Assim, a música "Sensational" da banda européia Balcony Players foi escolhida por ser um forró. Como eles são uma banda gipsy, a bailarina nomeou de  "gipsy forró" que celebra o encontro de amigos de países diferentes que amam a arte e a música.

Confira o release:

O “Gipsy Forró” é uma composição coreográfica desenvolvida para o projeto final 8 Elements Culmination, a terceira e última fase do programa criado e ministrado por Rachel Brice. A estrutura deste projeto, bem como os elementos de dança utilizados seguem a teoria e a prática estudada por Mimi Coelho. Explora-se neste trabalho a brasilidade do forró, bem como algumas influências de danças populares brasileiras, associadas à técnica do Tribal Fusion.



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