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Ser tribalista é ser...

por Aerith Asgard

Bailarina: Sharon Kihara (USA)
**Esse texto foi escrito por mim, como resultado de uma indagação feito por Jaya Shakti em uma comunidade de tribal fusion,no Orkut, em maio de 2009. ***


Vamos relembrar alguns princípios  do porquê começamos  a nos embrenhar na dança tribal? =)


Ser tribalista é ter a essência tribal muito antes de conhecer o tribal, pois quem é tribalista de verdade sempre o será, não importa a época; não importa se está na moda ou se é o “boom” do momento (aliás, nós não gostamos de fakes, ou falsas tribais que só tem casca, mas não tem coração).Faça frio ou calor; faça sol ou faça chuva: estaremos no meio de todo intemperismo, sofrendo as ações da Mãe Natureza, mesmo que nossos cabelos se despenteiem e nossa maquiagem se desfaça, estaremos sempre honrando a nossa Terra, a nossa morada, a nossa família, a nossa tribo. E a união faz a força. Somos uma corrente.


Ser tribalista é ser mulher, ser guerreira amazonas, ser leoa e matriarca. É lutar pela sua prole com garras e dentes; é lutar pelos seus direitos de mulher; é mostrar para todos pra que veio e calar o mundo com o seu olhar fatal. É ser detalhista e observadora e saber a hora de dar o bote. É o rugir das entranhas do seu ventre que embalou um dia o mundo. É ser força, é ser frágil, é ser única, é ser sensível, é saber escolher as palavras, é poder sonhar e depositar toda sua esperança e fé nesse sonho e o tornar real. É não se dar por vencida! É saber admitir o erro, é saber perdoar e compartilhar.

Bailarina: Mira Betz (USA)
Ser tribalista é expressar na arte de dançar aquilo que sua alma anseia, aquilo que ela geme ou grita, aquilo que ela ri ou chora. É mostrar a sua identidade; é mostrar o seu ser na dança. A dança tribal é liberdade de expressão; é o meio físico pelo qual nos tornamos imortais nas memórias da História, pois os sentimentos que exalamos é vida e a técnica que adquirirmos com anos de treinamento é aquela quem vem do âmago, pois não há perfeição se você não dançar com todo o seu ser, com toda a sua bagagem existencial, com todas as limitações que esse corpo físico te proporciona, usando e abusando dessa ferramenta para passar uma mensagem que palavras não conseguem descrever. É querer quebrar barreiras, é querer tocar os céus; é querer mostrar a beleza e a espontaneidade dessa arte.

Bailarina: Ariellah (USA)
Ser tribalista é ser você, com toda sua peculiaridade, com todos os seus erros e defeitos, mas nunca demonstrá-los, por mais fraca que se possa estar sentindo no momento. A voz do tribal soa mais forte. E na hora da dança tudo isso se esvai e embebida nos enlaces tribais, você se deixa levar pela magia e se torna poderosa, indestrutível e arrebatadora. Você se transforma no tribal. O botão que estava fechado se desabrocha. O nó que está preso na garganta se rasga nas batidas e tremidas, a mansidão de uma menina se transfigura na fúria tempestuosa de uma mulher; a languidez dos olhos infantes tornam-se chamas, fervor e ardor nos fogos do quadril. E aquilo que parece simples se torna complexo e misterioso através dos movimentos sinuosos dos braços e mãos.

Bailarina: Mardi Love (USA)

O tribal é o passado, o presente e o futuro ocupando o mesmo espaço. É a arte de “chocar” através do sublime e do exótico. É a arte do serpentear hipnótico que prende a atenção do público. É harmonia do Medievalismo, do Humanismo e Renascentismo, do Barroco, do Arcadismo, do Romântico, do Parnasiano, do Simbolismo, do Naturalismo, do Moderno e do Contemporâneo em um único ser.O antigo é transformado, remodelado, reinterpretado, reutilizado e revitalizado... Para se construir o novo... Ele é todo um ritual: a preparação do corpo, da mente, do espírito, do figurino, da coreografia para o momento da grande e especial apresentação.

Zoe Jakes and friends (USA)

Eis o tribal, uma dança híbrida, globalizada, mutante, móvel, sem tempo, sem preconceitos e em constante transformação.

Datura Tribal Co. (USA)

Sob uma óptica não tão obscura

Ariellah - criadora do dark fusion

Estamos acostumados com regras, nomenclaturas e fórmulas para as coisas.Talvez tudo isso seja um reflexo do mundo em que vivemos, onde tudo já vem da forma mais simples possível para facilitar a nossa vida. Mas nem sempre as coisas são assim, principalmente no tribal fusion, que é tão diversificado.

Hoje quero apontar o dark fusion, termo criado por Ariellah para designar seu estilo. Um estilo muito voltado ao gótico,mas não somente este. O dark fusion abrange vários estilos undergrounds, envolvendo uma maior carga expressiva, com uma dança mais teatral e uma óptica obscura. E talvez esteja ai o grande diferencial entre dark fusion e gothic fusion:saber transformar algo normal, que não é gótico, em algo obscuro; saber distorcer para uma visão mais sombria; saber transformar o sublime em uma estética mais alternativa e bizarra,não deixando de ser belo;o dark fusion  é uma poesia em forma de dança ,porém, apenas para olhos que os vêem.

Zoe Jakes - bailarina de tribal fusion
E fora do dark fusion? Não podemos enxergar características “darks”? O tribal fusion com certeza já possui uma característica bem underground e, talvez, "agressiva", com relação ao que estamos acostumados na dança. É algo que choca conceitos por seu visual forte com tantos elementos da cena alternativa, como dreads,piercings ,tatuagens e cabelos coloridos, e uma dança muitas vezes densa, sinuosa e hipnotizante. Talvez por isso muitos leigos considerem a dança gótica. Mas será que eles estão tão errados assim? A dança realmente não pode ser lida como sendo  mais obscura? Acho que sim.A expressão é mais forte,impactante,misteriosa e dramática, com maquiagem pesada e olhar mais fechado; com movimentos lentos, mas também muito ágeis , flexíveis e técnicos; possui um visual mais alternativo e livre do que a dança do ventre atual.E por isso nasceu a necessidade de expansão dessas características natas do tribal fusion. O dark fusion apenas manchou totalmente de preto a dança tribal; onde havia apenas uma pitada de alternativo foi totalmente "corrompido" pela escuridão de Ariellah e adeptas. Bailarinas de tribal fusion que não são do estilo gótico também são bem góticas mesmo não querendo ser e mesmo não sendo. Mas se você  olhar com olhos interpretando para a "cena dark",você consegue visualizar. Quantas bailarinas de dark fusion não se inspiram  na dança, ou na expresão, ou até mesmo em elementos de figurino de Zoe Jakes, por exemplo?

Apsara - grupo de Tribal Nouveau e Ritualístico
E no dark fusion tem que ser sempre no preto? Sempre “carão”? Sempre correntes, caveiras e rebites? Acho que não. Nossas bailarinas vêm mostrando que o branco/creme também é uma cor que pode ser utilizado pelas bailarinas do estilo; além de purpurina e muito brilho, basta você saber interpretar.  Sorrisos e outras expressões também são muito bem vindas, e estilos se misturam com o gótico no dark fusion, como o vintage,burlesco, cabaret,art nouveau,etc. Você apenas tem que ter olhos para esse tipo de expressão.

Além disso, somos livres para nos expressarmos. Não precisamos ser 365 dias trevudas from hell! O tribal é livre para você se expressar da forma que quiser e como quiser! Então, se você gosta de ATS , vintage, balkan,afro-brasileiro...DANCE! Não se ligue a parâmetros, ou o que a cena vai pensar! Você não vai deixar de ser o que é e gostar do que gosta se você dançar outras coisas que você também se identifica. Estamos no tribal apenas para nos expressarmos da forma que nos sentimos mais a vontade naquele momento; expressarmos o que nossos corações clamam. Porém, há bailarinas que são apenas inseridas na cena do gothic bellydance, e isso também não tem problema algum! Ela nãoé poser por ser 24h “dark”, pois ser gótico vai além de um momento e também além do visual, e sim pelos conceitos por detrás da estética;pela filosofia; pelos gostos e estilo de lidar com a vida.

Tempest - bailarina de gothic fusion bellydance, com um visual bem mais "tribal"

Não existe fórmula,não existe “kit dark fusion”  para comprar pronto. Existe sim, ter uma boa base de tribal fusion,independente do estilo(Dark, ATS, Gypsy, Fusão Brasil,Balkan,etc). Você dançará dark fusion a partir da sua essência, do seu estilo, dos seus gostos  e da sua capacidade em transformar trevas em luz ou luz em trevas em Arte.

Kilma Farias - bailarina de Tribal Brasil,
mas que também faz fusões deste com o dark fusion


Abaixo alguns vídeos para ilustrar o post acima:

Ariellah:


 Dark fusion em figurino branco e delicado, com muitas rendas, porém as botas pretas e com salto alto e fino, com a expressão forte e "agressiva" de Ariellah ajudam a contrapor o conceito de sublime, delicado,submisso e belo.

Apsara:


Grupo Apsara, dirigido por NagaSita. Apesar de estarem de branco elas adaptam bem à sua dança ritualística a uma imagem mais sombria e misteriosa, aliados a imagem da mulher em comunidade.



Sashi:



Sashi é um dos ícones de bailarinas dentro do gothic fusion. Aqui ela não está dançando o estilo,mas uma dança  tribal bem mais ligada ao ATS, com direito a música ao vivo! E só por estar dançando algo diferente do comum, ela não vai deixar de ser da cena gótica. Somos livres para nos expressarmos da forma que quisermos, a hora que quisermos e como quisermos, pois sentimos a vontade para isso naquele momento.



Kilma Farias:


Aqui temos o contrário do exemplo acima: Kilma Farias, grande ícone do estilo Tribal Brasil, dançando dark fusion! Tão leve,solta, mas marcante e expressiva, com toque de suas fusões afro-brasileiras na dança obscura. E não pode? Claro que sim! Basta você ter o olhar transformador,lembra?



Mardi Love:



Mardi Love não é uma bailarina gótica, porém, nesta apresentação a música é tão parada e misteriosa, que cria uma sensação de assombro,como se estivesse vendo um fantasma dançando ao som da neblina densa e do vento sussurrante ,como um lamento e atormentação. O figurino claro , a expressão compenetrada, aliados com movimentos sinuosos,lentos e minuciosos e a própria música, cria toda essa atmosferização.


Zoe Jakes:

Zoe é uma das bailarinas mais famosas de tribal fusion, mas sua dança inspira muitos adeptos do dark fusion. Neste vídeo a música ajuda a bailarina a criar uma expressão forte e marcante, tanto nos passos quanto no olhar. Seus movimentos são também sinuosos e inesperados. Zoe lembra uma cobra dançando que a qualquer momento pode dar o bote em sua presa hipnotizada; ou uma vampira que está "seduzindo" para fincar seus dentes em sua presa. O visual é bem pesado para um simples tribal fusion, com penas pretas, lembrando de corvo, ao redor do pescoço, sutiã vinho com vários rebites e correntes, e calça com listras em preto e cinza.

Esta música do Beats Antique dá várias idéias para a cena dark, pois ela tem um toque delicado, como uma caixinha de música,mas tem uma força densa por trás.A música também começa a dar uma acelerada, dando uma sensação de desespero, ansiedade,etc. A dança em si é menos sinuosa que acima, porém o figurino de Zoe é bem adequado ao dark fusion, com esse tecido vinho,correntes do sutiã de pedraria preta, além de algumas rendas pretas.


Rachel Brice:


 Aqui Rachel Brice está em uma apresentação bem mais performática que o costume. Representando a Morte com uma foice. Uma maquiagem de caveira, suas belas flores vermelhas corrompidas pela escuridão, assim como seu figurino.Uma figura que lembra também as Catrinas do Dia dos Mortos, do México. Tudo a ver com  o tribal, tudo a ver com a dança sinuosa e expressão mais fechada da Rachel, como a do flamenco; e tudo a ver como uma adaptação para o dark fusion.

(ATS) Fusion

Meu intuito deste texto foi colocar algumas impressões minha sobre o assunto e uma forma de complemento dos textos mais complexos que estão disponíveis na internet pelas bailarinas profissionais, com o objetivo de tornar mais didático o estudo do tribal para bailarinas iniciantes.

Além disso, esse texto servirá de subsídios para textos meus com co-relações ao tema.


(ATS) Fusion


ATS® é a sigla para “American Tribal Style”,criado pela diretora do grupo FatChance BellyDance(FCBD), Carolena Nericcio.

(ATS) Fusion é o título que criei para essa postagem. Uma forma de lembrarmos que o “Tribal” do estilo tribal fusion se originou desta sigla ou nomenclatura.Além do próprio ATS® ter sua base,inicialmente, criada através de uma fusão com outras danças, com uma gênese em comum. Porém, isso não significa que ela não seja uma dança autônoma,pelo contrário.


Jamila Salimpour e Bal Anat

O ATS® foi a consagração de uma necessidade que as bailarinas estavam demonstrando ter.Uma necessidade de retornar às raízes, a uma dança mais ligada a terra,ao contato com as natureza, à ancestralidade, à feminilidade e ritualismo.Tudo isso pode ser encontradas em danças provenientes de tribos,muitas vezes nômades ou ciganas.Talvez, quem tenha se colocado a frente na época e unido várias ideias fora Jamila Salimpour. Ela começou a levar suas alunas à festival medieval  Renaissance Faire, a qual  é propícia a toda essa fantasia interior na dança. Lá, ainda era uma tentativa de representação de cada cultura. Masha Archer começou a dar força e expressão nos passos, vetimentas e intenções naquilo que sua professora Jamila começou. Logo mais, Carolena Nericcio seria a responsável por dar continuidade ao legado das duas mestras e formatar todo o conhecimento até aqui acumulado em uma dança singular.


Masha Archer
Acredito que o ATS® não foi intencional, mas sim uma necessidade daquelas bailarinas em expressar algo intrínseco aos seus anseios,sonhos, gostos,etc , que foi criando forma e cor, até começar a ter vontade própria. Carolena veio de uma época em que o estilo alternativo crescia bastante nos EUA, mas ainda era muito marginalizado, principalmente na dança do ventre. Assim, mulheres com características em comuns foram se reunindo, de forma informal, como uma comunidade, para aprender a dançar. Carolena começou a ensinar aquilo que aprendeu de Masha Archer, porém, em suas aulas fora muito indagada sobre a origem daquilo tudo.Daí nasceu a necessidade de pesquisar e estudar mais afundo, sobre toda uma cultura passada e suas influências naquela dança que começava a se delinear. Assim, uma completava a outra,como em uma tribo. Cada aluna trazia um tempero, uma especiaria para colocar naquele caldeirão borbulhante de idéias. Cada uma trazia acessórios ou vestimentas que viam e gostavam e acrescentavam à dança, como em uma irmandade. Por tentativas,erros e acertos, o figurino foi se modificando até chegar ao “uniforme”  mais aceito pelos membros, tanto por sua beleza, quanto funcionalidade na execução dos passos e movimentos.Talvez daí começou a surgir o “espírito de tribo” da dança tribal. Assim também foram nascendo os passos , e todo uma necessidade de diálogo e comunicação improvisada para os palcos e, para tal, era preciso formações de palco que pudessem permitir essa comunicação visual.


O ATS® não pode ser considerado uma dança folclórica ou étnica, apesar da grande similaridade ou confusão com tais termos,já que ela é uma releitura das mesmas, uma fusão de influências. O ATS® desconstruiu danças para construir uma dança forte em seus passos, vestimentas,músicas,etc; contudo, era uma forma americanizada de interpretar aquelas danças tribais, não sendo original, no sentido de não ser verdadeiramente étnico, e sim criado, ou reformulado para uma época atual, com toda uma filosofia adaptada às necessidades do mundo urbanizado.


Agora vamos a um ponto em que eu queria chegar. E talvez seja a forma ou exemplo mais simples para entender essa história toda que eu consegui enxergar.E daí vou ter que usar exemplos do meu curso de veterinária, que pode ser meio tosco, mas acho que todos vão entender minha intenção.

Então,vamos as analogias...

Imaginemos todas as danças do mundo como as raças de cães. Pastor Alemão, Poodle, Collie, Dálmata,Braco Alemão, Bulldogue Inglês,Akita Inu,etc. Cada raça dessas tem um padrão oficial, onde está descrito, a cada uma, os aprumos, porte, peso,altura,pelagens,inserção  e tipos de caudas,orelhas,etc, peculiares a cada raça. O conjunto de todas essas características é que determinam uma raça específica como tal. Assim é na dança. Cada dança tem suas regras. Tem seus passos e figurino característicos que a  fazem ser identificadas como aquela dança em questão.

Ok,mas  e o  ATS®? Seria  uma espécie de “vira-lata”? Uma fusão de várias danças mescladas à dança do ventre? Acho que não.

O tribal é bem identificado,principalmente em sua postura altiva,braços posicionados  na altura dos ombros,força de expressão e repertório de passos característicos(mesmo sendo provenientes de outras danças ou modificados das mesmas).


Porém, assim como nas raças caninas, vários cães, com características em comum formam um grupo, assim podemos notar na dança. Por exemplo, raças de cães como, Cocker Spaniel Inglês, Cocker  Spaniel Americano, Clumber Spaniel, Springer Spaniel Inglês,etc, tem várias semelhanças! Devido a tais semelhanças eles compõem o grupo 8:  de Retrivers,  Levantadores e Cães D’água, seção 2: Levantadores,tipo Spaniel. Outros cães parecidos com estes cães são os do grupo 7,”Cães Apontadores”, como o Setter Irlandês, Setter Inglês, Setter  Gordon, Spaniel Francês,etc. Todos os dois grupos são sub-seções da categoria “ Cães de Caça” (função para qual a raça fora desenvolvida).Uns mais próximos outros talvez um pouco diferentes na sua morfologia e/ou função. Na dança do  ventre acho que não é diferente. A dança do ventre não é só a que vemos no palco,como o estilo egípcio,libanês,argentino,americano,etc.Ou  modalidades como tradicional, clássica e moderna. Mas e todas as danças que compõem o folclore árabe...também não são semelhantes às do  palco,em algum quesito, em alguma origem, em algum elo perdido? Estas também não são danças “do ventre”? Acho que podemos classificar tudo isso e o tribal,inclusive, como o grupo de danças “do ventre”, assim como no caso dos cães.

Urban Gypsy  - Tribal Style Dance Troupe

Dentro desses grupos de cães, há aquelas raças que são recentes, criadas há pouco tempo, pela mistura de outras raças existentes, porém, elas tomaram características diferentes e portanto, não podendo ser considerada nem uma raça nem outra(s) que foram utilizadas para a sua formação. Assim, necessita-se de tratá-la como uma nova raça, a qual também deve ser respeitada os padrões elaborados por seus criadores. Exemplo disso são o Boxer, Dogo Argentino, Fila Brasileiro,etc. O Dogo Argentino, por exemplo, contou com algumas outras raças para sua formação, como Boxer, Bulldoge Inglês, Dogue Alemão, Bull Terrier, Mastin dos Pirineus,etc


 O ATS® não seria algo assim? Na minha opinião, sim. Digo isso,pois, da mesma forma que aconteceram com estas raças, o ATS® veio da fusão de outras danças, que compuseram sua base, como a flamenca, indiana e a dança do ventre. Mas não podemos nos esquecer que até essas danças sofreram, em algum lugar da história, a fusão com outras danças e culturas, até mesmo nossa querida dança do ventre, a qual sofreu muita influência do ballet clássico, da ghawazees(ciganas egípcias que, antes de se misturarem à cultura do Egito, vieram,provavelmente,da Índia),etc; flamenco teve sua base de danças ciganas, com todos aqueles floreios, giros,etc.Além disso, a dança contemporânea que, apesar de muita semelhança ao ballet clássico, recebeu uma nomenclatura diferenciada, pois houve necessidade de se criar uma. Não muito diferente, tudo isso aconteceu com o ATS®,pois o mundo gira e está em constante transformação.

O 'poder' de cativar


por Aerith


Esse é um tema que já comentei indiretamente em outros posts meus. Mas volto a falar mais explicitamente sobre ele, pois é um assunto que ando pensando nesses últimos meses.




Acredito que todos temos pré-disposição a determinados estímulos. Assim, tendemos para determinados gostos e nossa forma de ser e agir é formada. Contudo, para que isso ocorra, precisamos ter um parâmetro pré-inicial, o qual é adquirido com o nosso mundo  ao redor mais próximo , em um primeiro instante. Com esse primeiro mundo que temos contato, experimentamos o que gostamos e o que não gostamos e, através dessa “seleção” inconsciente, nossa personalidade começa a ser delineada ou demonstrada. Crescemos e somos apresentados a diversos estímulos diferentes; se tivermos pré-disposição àquilo, seremos despertados, se não, tal acontecimento passará despercebido.



Todavia, tem coisas na vida que acontecem totalmente inesperado e fora da rota “programada”. Às vezes podemos nos deparar com algo totalmente inusitado e mágico! Algo que nos desperte o interesse de forma tão estrondosa, como se tivesse chocalhado seu ser inteiro pelo avesso. E isso se deve a pessoas com dons especiais. Pessoas com o dom de cativar. Cativar significa plantar uma sementinha que, muitas vezes você nunca teve pré-disposição àquilo, que nunca esteve no seu círculo de interesses durante sua formação como pessoa. Pessoas cativadoras conseguem transformar sua realidade. Conseguem levá-la a um mundo de sonhos que você nunca conseguiu encontrar por conta própria, pois você não tinha a chave para abrir aquela porta. Porém, essa pessoa abriu a porta para você e lhe apresentou aquele universo totalmente diferente! E não só isso, aquela pessoa conseguiu tocar seu âmago. Nem todas as pessoas tem o dom de cativar. Você pode talvez ser apresentado àquela mesma situação diversas vezes na vida, mas nunca nenhuma dessas pessoas conseguiram fazer você enxergar um mundo fantástico que estava por detrás daquela porta. Apenas um tinha a chave.




Toda essa metáfora é para contar a relação que hoje tenho com a dança e quem me cativou. Sim, sim, foi a minha primeira professora, Kristinne Folly. Com certeza! Mas  o que quero contar não é sobre o fato da minha professora, como tantas outras, fazerem suas alunas entrar para esse universo ludibriante da dança do ventre.

Quem consegue cativar alguém é um artista! Quando se cativa, a pessoa que recebe isso guarda para sempre esse presente.  Sabe, no meu caso, hoje vejo que, se eu tivesse tido aula com qualquer professora de dança do ventre da minha cidade ou de qualquer lugar, provavelmente, eu não estaria mais na dança. Não estou dizendo de dança, de passos e de técnicas. Esses agora pouco importam e não são elas que mantém uma aluna na sala de aula ou uma bailarina dentro do palco. No fundo, pare, pense e reflita: o quê a mantém viva na dança? Qual é a chama que mantém seu ser dançante acesa?



Quando eu penso nessas perguntas, lembro-me da minha professora. Simplesmente porque foi ela quem me cativou! Se não tivesse sido ela, provavelmente nenhuma outra teria conseguido tocar e despertar meu ser da dança tão intensamente e ter mantido minha chama acesa até hoje! Com certeza  eu já teria enjoado da dança do ventre e já teria desistido dela há muito tempo atrás.



Cada um tem uma maneira de ser cativado. Há coisas que vão chamar atenção mais de umas do que outras pessoas. E isso é de acordo com o gosto pessoal de cada um, pois depende de como cada um foi criado, com que conviveu, como foi educado, ou seja, depende de como todo o seu meio externo agiu e interagiu com você.



Minha professora, antes de conhecer e se identificar com o tribal, já fazia fusões. E eu a conheci ainda nessa época (anterior ao seu envolvimento com o tribal fusion). Se ela não tivesse me mostrado esse outro  lado da dança do ventre, ter aberto meus olhos para essa outra possibilidade de poder  fazer fusão da dança do ventre com o seu estilo próprio, com seus gostos, sejam eles estéticos, musicais,etc, eu não estaria na dança, eu não teria levado a dança a sério. Sabe por quê? Porque eu não seria plena; eu não estaria completa. Eu não poderia ser eu na dança; eu não poderia  me expressar como sou e com todo o meu ser, pois a fusão me permite isso; e a dança do ventre por si só não me daria essa realização.



Então, com as fusões mais exóticas na dança do ventre foi que me apaixonei! Poder dançar com metal pesado, ou uma música celta, etc, usar um figurino medieval, ou mais gótico, ou mais roqueiro/metaleiro. Poder usar uma maquiagem mais pesada e uma expressão mais fechada, me deixava mais confortável, pois eu sempre tive dificuldades em sorrir. Tudo isso era tão maravilhoso! Me sentia tão livre e feliz de poder colocar meus gostos na dança e ser apenas eu! A dança não passa de uma forma, um veículo de expressão, portanto, estaria “falando” como sou para as pessoas. E esse fato me trazia uma satisfação e realização interior.

Portanto, sou aquilo que me cativaram! Permaneço nesse caminho da Arte por causa das pessoas que souberam me mostrar um mundo a parte. Um mundo de mágica, um mundo de criação, de espontaneidade e de liberdade que não tenho no “mundo real”. Se não fosse por essas pessoas, não estaria fazendo Arte, pois não teria sido despertada para isso. E não só isso, muitos gostos que tenho, formados durante a vida, devo a professores, amigos e parentes que souberam fazer-me abrir os olhos para àquilo, pois me transmitiram-no com tanto entusiasmo, ou com tanto carinho , com tanta paixão, que essa energia conseguiu , de alguma forma, me cativar.



Quando é cativado, você toma gosto pela coisa, você sai da sua rota e traça uma nova jornada. Quando se é cativado,  a sua chama interior é alimentada por toda uma eternidade. Quando se é cativado, você nunca se esquecerá de quem lhe cativou e motivou-lhe a estar nesse caminho. Quando se é cativado você vê a importância de fazer aquilo que gosta, pois tudo flui melhor e você se torna feliz. Quando você é cativado você entende que cativar é um dom que poucos têm e que poucos transmitem. Na dança, uns transmitem esse cativar apenas com sua dança, outros com sua história, outros com suas palavras, outros com seu estilo, etc. Quem cativa é aquele que dá o ponta pé inicial ou que lhe apresenta a um novo conceito e não necessariamente uma referência ou inspiração; às vezes podem ser a mesma coisas, mas em outras situações, são coisas distintas. Porém, quem cativa deixa uma marca e acende uma brasa em nossos corações, alimentando nossos sonhos. E somos o que somos, estamos onde estamos e continuamos nesse caminho porque alguém trouxe aquela única chave capaz de abrir a porta certa.




Então, venho aqui apenas para dizer aos professores: não sejam apenas aqueles que transmitem o conhecimento. Mas sejam cativadores. Façam aquilo que fazem com todo seu ser, com todo seu entusiasmo e paixão, pois isso com certeza tocará seus alunos e farão eles acreditarem naquilo que você ama também. Não tenha vergonha em se expressar! Não tenha vergonha em fazer o que gosta da forma que achar melhor, sem se prender a rótulos ou parâmetros pré-estabelecidos. Não se acanhe! Ouse! Desconstrua para construir. Seja apenas você, mesmo que isso seja estar contra a maré; porém,um dia,com certeza você encontrará sua tribo. Inove, renove, revolucione o seu ser e seja feliz. E lembre-se: vocês não terão sido responsáveis apenas por ensinar, mas serão responsáveis na formação de vida daquela pessoa e serão, portanto, lembrados para sempre em cada coração que cativou.

Homens na dança tribal

por Aerith





Esta publicação sofreu alterações no dia 28/05/2016.

Há um tempo venho querendo escrever sobre esse tema, mas precisava escolher as palavras certas para abordar o mesmo pois, apesar de se tratar de homens, o assunto ainda é meio delicado na dança do ventre. Diferente do que acontece em outras situações, na dança do ventre, o homem tem que lutar pelo seu espaço em uma dança que, tirando as danças folclóricas masculinas, é majoritariamente feminina e que, ainda se tem um certo estranhamento e/ou preconceito com a inserção dos homens na mesma.

Com a dança tribal crescendo e se consolidando nos últimos tempos no Brasil, de uns dois anos para cá, vemos um grande aumento da figura masculina na dança tribal. Isso significa que a dança no Brasil já está se popularizando e ganhando força no meio da dança e, portanto, observa-se claramente a pluralidade da dança, a qual não se limita a estereótipos pré-formados, mas transcende a forma e expressa-se em pura emoção para além do corpo orgânico.

O homem por si só é característico pela desenvoltura do físico. Portanto, possui uma flexibilidade, resistência e força maior na execução dos movimentos. Sim, eles chegam quebrando com tudo em questão de técnica e você fica com a boca até no chão de pasma (“Como que ele faz isso?!”). Acho que movimentos mais precisos e marcantes, fortes e ousados, aumentam as qualidades natas masculinas, realçando seus atributos. Gosto muito de ver movimentos de hip hop, cambret  e ondulações de barriga nos homens pois acho que é o que eles mais se destacam (e bem melhores que as mulheres #PRONTOFALEI XD).


No tribal, podemos ver o início da apresentação masculina com John Compton, ex-diretor do Habbi’Ru, cujo grupo é uma mistura de dança de várias culturas, acabando não sendo considerado nem folclórico, nem tribal. Depois vemos largamente bailarinos se embrenhando no tribal fusion. A Fusão Tribal é mais aberta, livre,ousada e alternativa, então, aceita e enxerga melhor essa situação.Talvez seja por isso que se veja mais homens no tribal do que na dança do ventre, não só pela receptibilidade, mais pela liberdade em poder se expressar e a grande diversidade de combinações que a dança proporciona.O mais curioso é que agora vemos os homens não só se destacando no tribal fusion, mas chamando a atenção no ATS/ITS! Mostrando que é possível se adequar esta dança a eles sem nenhum problema.



No Brasil, o primeiro bailarino de tribal foi  o Ally Hauff, que também foi um dos primeiro bailarinos a começarem com a dança tribal no nosso país. Até uns dois anos atrás, os homens ainda eram tímidos nesta dança, pois quase não encontrava muitos que dançassem. Porém, no presente momento vemos um boom masculino, o que é bom não só para eles, mas para a dança tribal como um todo, já que demonstra o avanço do tribal no país.


Abaixo estarei listando alguns bailarinos de tribal que tenho conhecimento no exterior e no Brasil.


[EUA]

Arish Lam:

Você sabia?
Arish Lam é o bailarino do DVD Tales of Desire 1.





Bagoas:





Eliran Amar:





Frank Farinaro:


Paige Lawrence:



Sasha:



Steven Eggers:

 


The Uru Tribe:





[FRANÇA]
Illan Riviere:





[INTERNACIONAL]

Você sabia?
Grupo internacional de ATS® "The Sons Of Trimurti" é  composto só por homens. Os membros são: Yuska Lutfi Tuanakotta,em vermelho (Indonésia), Russ Martin, em azul e Rich Williams, em roxo (EUA) Valizan,em dourado (Canadá).

The Sons Of Trimurti:






[MÉXICO]

Kristophe al Tzigani:




[PORTUGAL]

Horus Mozarabe

Você sabia?
 O Horus é brasileiro, de São Paulo, mas mudou-se para Portugal.




[BRASIL]

Alan Keippert (RJ):





Ally Hauff(SP):




Breno Yowdy (MG)




Caio Pinheiro (PE)





Caíque Melo (BA):





Danilo Dannti (PE)



El Cesar(SP):





Guigo Alves (SP):




Hades Tribal Fusion (PE):




Jonathan Lana (MG):




Lukas Oliver (SP):



Luy Romero (SP):



Marcelo Justino(SP):



Satory Brier (MG):




E vocês, o que acham dos homens dançando tribal?

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