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(ATS) Fusion

Meu intuito deste texto foi colocar algumas impressões minha sobre o assunto e uma forma de complemento dos textos mais complexos que estão disponíveis na internet pelas bailarinas profissionais, com o objetivo de tornar mais didático o estudo do tribal para bailarinas iniciantes.

Além disso, esse texto servirá de subsídios para textos meus com co-relações ao tema.


(ATS) Fusion


ATS® é a sigla para “American Tribal Style”,criado pela diretora do grupo FatChance BellyDance(FCBD), Carolena Nericcio.

(ATS) Fusion é o título que criei para essa postagem. Uma forma de lembrarmos que o “Tribal” do estilo tribal fusion se originou desta sigla ou nomenclatura.Além do próprio ATS® ter sua base,inicialmente, criada através de uma fusão com outras danças, com uma gênese em comum. Porém, isso não significa que ela não seja uma dança autônoma,pelo contrário.


Jamila Salimpour e Bal Anat

O ATS® foi a consagração de uma necessidade que as bailarinas estavam demonstrando ter.Uma necessidade de retornar às raízes, a uma dança mais ligada a terra,ao contato com as natureza, à ancestralidade, à feminilidade e ritualismo.Tudo isso pode ser encontradas em danças provenientes de tribos,muitas vezes nômades ou ciganas.Talvez, quem tenha se colocado a frente na época e unido várias ideias fora Jamila Salimpour. Ela começou a levar suas alunas à festival medieval  Renaissance Faire, a qual  é propícia a toda essa fantasia interior na dança. Lá, ainda era uma tentativa de representação de cada cultura. Masha Archer começou a dar força e expressão nos passos, vetimentas e intenções naquilo que sua professora Jamila começou. Logo mais, Carolena Nericcio seria a responsável por dar continuidade ao legado das duas mestras e formatar todo o conhecimento até aqui acumulado em uma dança singular.


Masha Archer
Acredito que o ATS® não foi intencional, mas sim uma necessidade daquelas bailarinas em expressar algo intrínseco aos seus anseios,sonhos, gostos,etc , que foi criando forma e cor, até começar a ter vontade própria. Carolena veio de uma época em que o estilo alternativo crescia bastante nos EUA, mas ainda era muito marginalizado, principalmente na dança do ventre. Assim, mulheres com características em comuns foram se reunindo, de forma informal, como uma comunidade, para aprender a dançar. Carolena começou a ensinar aquilo que aprendeu de Masha Archer, porém, em suas aulas fora muito indagada sobre a origem daquilo tudo.Daí nasceu a necessidade de pesquisar e estudar mais afundo, sobre toda uma cultura passada e suas influências naquela dança que começava a se delinear. Assim, uma completava a outra,como em uma tribo. Cada aluna trazia um tempero, uma especiaria para colocar naquele caldeirão borbulhante de idéias. Cada uma trazia acessórios ou vestimentas que viam e gostavam e acrescentavam à dança, como em uma irmandade. Por tentativas,erros e acertos, o figurino foi se modificando até chegar ao “uniforme”  mais aceito pelos membros, tanto por sua beleza, quanto funcionalidade na execução dos passos e movimentos.Talvez daí começou a surgir o “espírito de tribo” da dança tribal. Assim também foram nascendo os passos , e todo uma necessidade de diálogo e comunicação improvisada para os palcos e, para tal, era preciso formações de palco que pudessem permitir essa comunicação visual.


O ATS® não pode ser considerado uma dança folclórica ou étnica, apesar da grande similaridade ou confusão com tais termos,já que ela é uma releitura das mesmas, uma fusão de influências. O ATS® desconstruiu danças para construir uma dança forte em seus passos, vestimentas,músicas,etc; contudo, era uma forma americanizada de interpretar aquelas danças tribais, não sendo original, no sentido de não ser verdadeiramente étnico, e sim criado, ou reformulado para uma época atual, com toda uma filosofia adaptada às necessidades do mundo urbanizado.


Agora vamos a um ponto em que eu queria chegar. E talvez seja a forma ou exemplo mais simples para entender essa história toda que eu consegui enxergar.E daí vou ter que usar exemplos do meu curso de veterinária, que pode ser meio tosco, mas acho que todos vão entender minha intenção.

Então,vamos as analogias...

Imaginemos todas as danças do mundo como as raças de cães. Pastor Alemão, Poodle, Collie, Dálmata,Braco Alemão, Bulldogue Inglês,Akita Inu,etc. Cada raça dessas tem um padrão oficial, onde está descrito, a cada uma, os aprumos, porte, peso,altura,pelagens,inserção  e tipos de caudas,orelhas,etc, peculiares a cada raça. O conjunto de todas essas características é que determinam uma raça específica como tal. Assim é na dança. Cada dança tem suas regras. Tem seus passos e figurino característicos que a  fazem ser identificadas como aquela dança em questão.

Ok,mas  e o  ATS®? Seria  uma espécie de “vira-lata”? Uma fusão de várias danças mescladas à dança do ventre? Acho que não.

O tribal é bem identificado,principalmente em sua postura altiva,braços posicionados  na altura dos ombros,força de expressão e repertório de passos característicos(mesmo sendo provenientes de outras danças ou modificados das mesmas).


Porém, assim como nas raças caninas, vários cães, com características em comum formam um grupo, assim podemos notar na dança. Por exemplo, raças de cães como, Cocker Spaniel Inglês, Cocker  Spaniel Americano, Clumber Spaniel, Springer Spaniel Inglês,etc, tem várias semelhanças! Devido a tais semelhanças eles compõem o grupo 8:  de Retrivers,  Levantadores e Cães D’água, seção 2: Levantadores,tipo Spaniel. Outros cães parecidos com estes cães são os do grupo 7,”Cães Apontadores”, como o Setter Irlandês, Setter Inglês, Setter  Gordon, Spaniel Francês,etc. Todos os dois grupos são sub-seções da categoria “ Cães de Caça” (função para qual a raça fora desenvolvida).Uns mais próximos outros talvez um pouco diferentes na sua morfologia e/ou função. Na dança do  ventre acho que não é diferente. A dança do ventre não é só a que vemos no palco,como o estilo egípcio,libanês,argentino,americano,etc.Ou  modalidades como tradicional, clássica e moderna. Mas e todas as danças que compõem o folclore árabe...também não são semelhantes às do  palco,em algum quesito, em alguma origem, em algum elo perdido? Estas também não são danças “do ventre”? Acho que podemos classificar tudo isso e o tribal,inclusive, como o grupo de danças “do ventre”, assim como no caso dos cães.

Urban Gypsy  - Tribal Style Dance Troupe

Dentro desses grupos de cães, há aquelas raças que são recentes, criadas há pouco tempo, pela mistura de outras raças existentes, porém, elas tomaram características diferentes e portanto, não podendo ser considerada nem uma raça nem outra(s) que foram utilizadas para a sua formação. Assim, necessita-se de tratá-la como uma nova raça, a qual também deve ser respeitada os padrões elaborados por seus criadores. Exemplo disso são o Boxer, Dogo Argentino, Fila Brasileiro,etc. O Dogo Argentino, por exemplo, contou com algumas outras raças para sua formação, como Boxer, Bulldoge Inglês, Dogue Alemão, Bull Terrier, Mastin dos Pirineus,etc


 O ATS® não seria algo assim? Na minha opinião, sim. Digo isso,pois, da mesma forma que aconteceram com estas raças, o ATS® veio da fusão de outras danças, que compuseram sua base, como a flamenca, indiana e a dança do ventre. Mas não podemos nos esquecer que até essas danças sofreram, em algum lugar da história, a fusão com outras danças e culturas, até mesmo nossa querida dança do ventre, a qual sofreu muita influência do ballet clássico, da ghawazees(ciganas egípcias que, antes de se misturarem à cultura do Egito, vieram,provavelmente,da Índia),etc; flamenco teve sua base de danças ciganas, com todos aqueles floreios, giros,etc.Além disso, a dança contemporânea que, apesar de muita semelhança ao ballet clássico, recebeu uma nomenclatura diferenciada, pois houve necessidade de se criar uma. Não muito diferente, tudo isso aconteceu com o ATS®,pois o mundo gira e está em constante transformação.

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