O que faz a sua cabeça?

por  Annamaria & Surrendra


No processo de evolução da dança tribal, tudo sofreu uma mudança e os adornos de cabeças não ficaram de fora.


Voltando no tempo, temos o Bal Anat, grupo da Jamila Salimpour. Toda a indumentária do grupo me remete àquelas figuras orientalistas. O metal e o tecido eram o carro-chefe dos adornos de cabeças e, muitas vezes, usavam apenas os cabelos ao vento.


Esta linha foi seguida pelo The San Francisco Classical Dance Company, grupo da Masha Archer, mas com a inclusão das flores.


A padronização dos adornos veio com o ATS®. Este tornou o turbante a sua marca registrada e durante um bom tempo não se via ATS® sem turbante e sempre carregado de jóias étnicas, correntes e pingentes. E hoje, até mesmo o ATS®, mudou sua forma de adornar a cabeça. Tenho um outro artigo falando sobre o turbante no ATS®. Vou deixar o link aqui para quem quiser ler. 


Enfim, chegamos ao Tribal Fusion. Era quase lei usar headpeace e flores no cabelo. E foram agregados outros elementos como os pins, tassel, buzios, penas, plumas e o que mais a bailarina achasse interessante colocar no cabelo.



A estética vintage é algo extremamente presente na composição do figurino das bailarinas. Os headdresses ou headpeaces não poderiam ficar de fora. As mesma orientalistas que serviram de inspiração para o Bal Anat serve, agora, para o tribal fusion. Assim como ilustrações de Alphonse Mucha e artistas das era do cinema mudo.




Hoje, temos uma tendência forte de grandes adornos, coroas e correntes. E também a tendência oposta, mais minimalista, com correntes delicadas e às vezes, apenas os cabelos soltos. O importante é que a dança muda e cresce, deixando várias opções para quem a pratica.


E você?? O que faz a sua cabeça?




Notícia Tribal: Creature Carnival Tour e oportunidade para fãs!


Siim! Em outubro, a banda Beats Antique começa sua mais nova turnê: "Creature Carnival".

O Beats Antique é uma banda que sempre possui idéias muito bacanas e, muita das vezes, interagindo com seus fãs! Infelizmente não é um concurso/promoção que tenha um alcance tão grande para os outros países além dos EUA, mas, quem tiver a possibilidade de participar, não perca a chance! =D

A banda abre oportunidade para bailarinos e trupes participarem dessa turnê, pois eles reconhecem que existam artistas talentosos( e fãs visionários da banda). Para provar isso, eles darão um espaço no show deles para esses fãs!!

Infelizmente, o prazo para enviar seu vídeo está terminando!! A promoção vai até dia 26 de setembro (sexta-feira). Então, envie suas informações(e vídeo) para o formulário deste link:



Para quem for aos shows e quiser participar dessa idéia, segue abaixo as instruções:

Etapa 1 - Escolha sua criatura
Etapa 2 - Escolha seu local  a turnê Creature Carnival
Etapa 3 - Faça o download de sua máscara e compartilhe sua escolha


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[Resenhando-DF] Tribal Rock Fusion no GO GO GIRLS EM BRASÍLIA - Mulheres a comando do rock no cerrado !

por Shabbanna Dark



No sábado  (23/08), a Mosh Produções fez mais um evento voltado ao público do cenário do Rock no Country Rock Brasilia com participação da bailarina e professora de Tribal Fusion do Ayuny Stúdio . Essa parceria da bailarina com a Mosh Produções se deu a quase um ano e ajuda com que a dança Tribal Fusion esteja cada vez mais sendo mantida e divulgada, interagindo com a diversidade de público e de vertentes dentro do Rock na capital do Brasil.  

No Go Go Girls, estiveram presentes as bandas  PURE :: SAPIENS SAPIENS &  HOLY BRIDE, um evento onde as mulheres que se desprendem dos padrões com talento, ousadia e atitude 

A noite foi embalada de Rock alternativo, pelas influências de Hard Core, Punk Rock, Blues, Pop Rock,  Post- Grunge & Nu Metal e pelos vocais de Hellen Aquino David, Priscilla Nunes Alves  e Vick Sanders .

Dessa vez a dança foi feita com fogo e punhais, direcionada tanto para o Tribal Rock do repertório mais pesado ao melódico, como para o Dark (Gothic Rock e Industrial) que também são possibilidades do Tribal Fusion Dance, utilizando Medley/Mashup diversos para incrementar a cena na mesclagem da dança do ventre, indiana e flamenca com carga dramática, técnica e teatralidade presente.

Assim fazemos com que a cena cultural e o rock do cerrado continue crescendo de forma diversificada. 

Mosh Produções: Ronan Meireles

Santa Maria - RS

Professor(a): Barbara Kale





























Um pedacinho da apresentação do Grupo Duna, no Al Shams em Dança. Obrigada Ane Shu pela gravação, e a Shanasis Al Shams pela organização do evento! Obrigada Gabriela Miranda e Yoli Mendez pela parceria!!#americantribalstyle #ATS #tribal
Publicado por Barbara Kale em Segunda, 26 de outubro de 2015

Notícia Tribal: BD Factor - O Primeiro Reality Show do Brasil!


Sim!!! Você não está sonhando! BD Factor é o primeiro reality show de dança do ventre do Brasil, idealizado pelas bailarina Luciana Midlej e Melinda James . O grande prêmio é uma viagem para o Egito!

O reality show terá três  fases, sendo duas obrigatórias. A primeira fase serão audições avaliadas com bancas regionais. E o mais legal é que se você pratica Tribal, você pode elaborar uma apresentação do estilo na fase 1!  A segunda fase é facultativa, sendo realizada através do envio de vídeo. O interessante desta fase é ser mais uma preparação para a final, pois você terá seu vídeo comentado e com aconselhamentos de aperfeiçoamento. A terceira fase é eliminatória, em que a bailarina terá que apresentar duas performances: uma clássica e outra folclórica. Na final, serão também dois solos: improviso de Om kalthoum e um solo no estilo e música de escolha própria. Estas duas etapas serão no Rio de Janeiro e terá votação on-line ao vivo no dia 15 de março de 2015 (final). 





Fase 1 - Audição:
Datas das audições
28/09 - Canoas -RS
18/10 - Goiânia - GO
19/10 - Brasília - DF
26/10 - Belo Horizonte -MG
31/10 - Fortaleza - CE
02/11 - Salvador - BA
08/11 - Natal - RN
15/11 - Rio de Janeiro - RJ
22/11 - Cuiabá - MT
30/11 - São Paulo - SP
07/12 - Curitiba - PR



Ficou curioso(a)? Passa no site do BD Factor para saber todas as informações para participar! 

Informações:
https://www.facebook.com/bdfactor
contato@bdfactor.com
(21) 2557-6922 | (21) 2225-7623

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Festa Cigana do Casal Coimbra

por Adriana Chayéra



O texto de hoje vai ser especial, pois vai se tratar de uma vivência desse final de semana. Tive o prazer de viajar até a cidade de Itatiba, em São Paulo, para presenciar uma das festas mais aguardadas anualmente, que é a Festa Cigana do Casal Coimbra. Identificações e admirações à parte, a festa realmente foi muito linda, superando as minhas expectativas que já eram altas. Desde a estrutura física do local, até o programa de atrações, alimentação e tudo mais. A festa foi dividida em blocos de apresentações e danças e de bandas de música cigana.

Abrindo a noite tivemos o primeiro bloco de apresentações de bailarinos e grupos de Dança Cigana, logo após o show da banda La Furia, que tocaram rumbas deliciosas. Logo depois do show do La Furia, teve outro bloco de apresentações o qual eu tive o prazer de participar dançando. Fechando esse bloco tiveram mais dois shows, um do querido e conceituado na música cigana Alexandre Flores, que nos brindou com suas músicas lindas; e em seguida vieram os queridos da banda Guardiões da Noite do Oriente, dando sempre um show de animação e qualidade musical.

Casal Coimbra

A festa também contava com a presença de muitos expositores de roupas e acessórios para Dança Cigana, fiquei maluca nesse momento confesso rs. Muita coisa bonita! Teve também o espaço para oraculistas, para quem quisesse fazer consultas. Muitas formas de entretenimento acontecendo de uma só vez,  o que nos permitia passear pelo evento vendo sempre algo interessante. Também o espaço de alimentação, para repor as energias hehehe

Vou falar um pouco das minhas apresentações na noite. Feliz, muito feliz de poder ter um espaço para apresentar o meu trabalho com a dança nessa festa de pessoas queridas. Muito ansiosa e com a emoção à flor da pele, fiz a primeira apresentação dançando uma Fusão de Mahala com outros elementos da Dança Cigana, esse momento para mim realmente irá ficar registrado num lugar muito especial no meu baú de memórias da dança, foi muita emoção que senti naquele momento. Depois, tive o prazer de dançar mais uma vez com os queridos amigos da Banda Guardiões da Noite do Oriente, desta vez acompanhada de minha querida aluna Gisele Rezende, que me acompanhou nessa viagem e aventura. Gostaria de parabenizar aos bailarinos e grupos de Dança que lá dançaram também.  E abrir um parêntese para a apresentação do querido casal anfitrião da festa que foi muito bonita e emocionante, dançando ao som do "Lamento Cigano" de Alexandre Flores.


Grata a todos que estiveram comigo durante a viagem. Gostaria de deixar um agradecimento mais profundo a querida Eloise Fernandez La Gitana, que me recepcionou na minha chegada a São Paulo, segurou na minha mão durante toda a viagem, com muita hospitalidade e amorosidade. Feliz em conhecer pessoas, em rever pessoas, de ver pessoas ao vivo e se mexendo que estão no meu circulo virtual rs, enfim, foi um saldo positivo. Vim embora com vontade de ir mais vezes. Que venham muitas mais festas como estas, que a alegria seja contagiante sempre! Fica a dica para quem quiser conhecer e vivenciar uma Festa Cigana.

Clicks meus na festa



                                 Até mais ~_^


[Índia em Dia] Orientalismo nas Danças Ocidentais

por Raphael Lopes

Alunas da Samra Hanan (com elementos de fusão indiana)


"Meu corpo é o Templo de minha arte. Eu exponho-o como altar para a adoração da beleza."

                                                                                              (Isadora Duncan)

A dança é uma arte apaixonante e isso é incontestável. Seja para quem assiste, mas principalmente para quem a escolhe como sua ferramenta e linguagem, a dança é, sem sombra de dúvidas, uma das mais antigas e belas linguagens da Alma.

E para a Alma não existem fronteiras. Não existe Ocidente e Oriente. Desse modo Universal, a dança pode aninhar em seu colo qualquer anseio e desejo a ser expresso no palco.

O Ocidente tem uma história artística rica em influências: seja na literatura, moda, arquitetura, gastronomia, música e dança. O movimento de Fusão que parece ser novo e contemporâneo, na verdade, acompanha a história de nossa sociedade já há muito tempo.

E recuando ainda mais no tempo, chegaremos inclusive nas dominações colonizadoras do passado, onde a cultura dominante não apenas se sobrepunha sobre a cultura dominada, mas inclusive permitia-se fundir com certos elementos nativos justamente pela osmose, ou necessidade de preservar algo da estética original daquela cultura dominada e assim instilar-se pouco a pouco nas gerações dominadas.

E por que falar de história ou complicar tanto o raciocínio?

Simples: unicamente para ilustrar historicamente que a inovação por influência é natural na nossa história, de tal modo que a Fusão como conhecemos atualmente precisa ser entendida não apenas dentro dos moldes da dança, mas sim do comportamento social.

Teosofista Helena Blavatsky

A influência do orientalismo sobre as danças ocidentais ganhou espaço a partir do começo do século passado, com o movimento conhecido como "Orientalismo", causado pelos escritos da escritora Helena Blavatsky (então líder espiritual da Teosofia), que traziam ao leitor do ocidente conceitos próprios do budismo e hinduísmo lidos pelo viés da Magia e Tradição do Saber Ocidental. E foi justamente o Teosofista George Arundale, juntamente com sua esposa, a bailarina Rukimini Devi Arundale, que fundou a famosa escola de Bharata Natyam, conhecida internacionalmente já em sua fundação em 1936, na cidade de Chennai - a Kalakshetra Foundation.

Esses escritos abriram as comportas para o movimento de contra cultural, que convergiram com os Hippies, Woodstock, e todo o reavivamento da busca pelo misticismo que explodiram nos anos 70 e 80. As culturas orientais ganharam mais espaço entre os meios "alternativos", e um intercâmbio cultural iniciou-se, desde então, de uma forma como nunca havíamos visto antes. Já era o prenúncio do mundo globalizado, onde as distância e diferenças, pouco a pouco, eram reduzidas entre culturas até então tão distantes ou até mesmo antagônicas.

Quando falamos de dança indiana, devemos nos reportar à um período ainda anterior a esse. Nas primeiras décadas do século passado o Bharata Natyam influenciou fortemente muitos bailarinos que arriscavam os primeiros movimentos dentro do que conhecemos como "dança contemporânea", vide a própria jornada dos expoentes da Kalakshetra. A técnica do Ballet (longilínea, alongada) encontrou por meio desses bailarinos uma nova oportunidade técnica, que em muito se assemelhava também com as técnicas marciais do ocidente: o uso da desconstrução do movimento, isolando movimentos e coordenando-os sob variados ritmos, e o uso do centro gravitacional a favor da performance. Fora a exuberância dos figurinos e da musicalidade.

A  bailarina Rukimini Arundale
Durante décadas, os bailarinos que se aproximavam dessas técnicas pareciam ter um nível de erudição fantástica em suas próprias técnicas e em dança num geral, de modo que a articulação que faziam sobre suas pesquisas eram sempre inovadoras, e nunca uma cópia ou leitura superficial de ambas as técnicas.

O Orientalismo era muito mais um baú de novidades do que um rótulo, coisa que infelizmente foi se perdendo com os últimos anos. Talvez até por conta de uma redução da erudição geral do homem atual (há 50 anos atrás, o nível cultural e social de um homem comum era sem sombra de dúvidas mais amplo do que do alienado homem atual). 

Com a explosão da Belly Dance (que possui sua própria cronografia histórica e êxodo para o ocidente) e consequente surgimento das releituras conhecidas como danças tribais, o Fusion encontrou uma porta de diálogo com danças ancestrais e nativas, mas quase sempre unicamente pela perspectiva estética.

Como se a apropriação de elementos visuais ou sonoros bastassem para justificar a fusão, sendo que o que vimos historicamente sempre foi um entendimento basilar da técnica, enriquecendo a Fusão por "dentro" e não unicamente maquiando sua BellyDance com um visual evocativo do Oriente. 

Yoli Mendez e a Gabriela Miranda, que arriscam certos elementos fusionados, sempre  com muito estudo e respeito

Não estou entrando aqui no mérito do classicismo ou ainda dos aspectos restritos às danças de caráter templário, estou sendo mais abrangente. Mas ainda assim existem aqueles que reduziram a Fusão à uma tentativa unica de recriar o exotismo dessas danças, e ai entramos nos abusos éticos e na deploração das danças, já discutidos nas postagens antigas.

A apropriação do movimento surge do estudo, da técnica, e de uma leitura pessoal oriunda da busca pessoal por novas formas de se expressar. A carga oriental é realmente um diferencial que um bailarino pode possuir, e quando ele for capaz de dar vida ao movimento, e não apenas repeti-lo de forma vazia, essa carga se tornará parte do repertório do bailarino.

Possamos todos nos abrir ao estudo, mas acima de tudo, que tenhamos em mente a busca pelo entendimento do movimento primeiramente pela óptica do próprio estilo de onde surge: quais regras para construí-lo no corpo e usá-lo em cena. De forma natural, o movimento precisa atingir sua beleza ao ser executado e essa deve ser a meta do bailarino comprometido com seu treinamento e estudo. Que as experimentações sejam, acima de tudo, dentro da sala de ensaios, pois tudo o que você dedicar e empenhar em treino se destacará em cena. Sendo autêntico, e sendo sua forma de se expressar.

 Que nesse tempo frenético de Fusões e busca pela originalidade e diferencial, todos possam empenhar-se ao estudo, a reciclagem, e assim nos trazer o fascínio nos palcos. 


Até a próxima,

Namaskar

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