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[Papo Gipsy] Último Post

por Adriana Chayéra




Olá galera! 

Venho anunciar através desse post o meu desligamento do blog. Acredito que nessa vida tudo tem um ciclo, como a própria vida, e o que importa mesmo, é o progresso das coisas. Quando aceitei participar desse blog, fiquei muitíssimo feliz em dividir um espaço com tantos profissionais da dança, e ter um espaço onde poderia mostrar as minhas ideias, compartilhar pensamentos e até teorias.

Foi realmente uma experiência muito boa. Porém cheguei a conclusão de que está um pouco complicado para mim dar continuidade, pois estou bastante focada em outras áreas da minha vida, embora minha relação com a dança esteja firme e forte, mas eu sei que a pessoa que escolhi para tomar posse do Papo Gipsy irá trazer um conteúdo maravilhoso de informações para todos.

 Eu acredito que ter a oportunidade de ver novos pensamentos e um riquíssimo acervo teórico será muito bom para todos também. Então quero deixar claro que, apesar de ter assumido o meu nome “ Adriana Melo” e de ter deixado de usar o meu nome artístico Chayéra, e de estar me desligando do blog, eu não estou me desligando da dança. Pelo contrário, nossa relação está mais consistente, e eu diria até que passou de um paixão fulminante para um amor mais pleno e centrado.

A pessoa que convidei e aceitou dar continuidade ao Papo Gipsy é a querida e conceituada bailarina Sayonara Linhares. Uma pessoa admirável, que apesar de nunca ter visto pessoalmente, me passa só coisas boas toda vez que temos contato no mundo  virtual. Sempre muito disponível, atenciosa e estudiosa dessa cultura da Dança Cigana. Uma das profissionais que admiro bastante aqui no Brasil, e sei que deixei o blog em ótimas mãos. Vou deixar que ela mesma fale mais sobre ela e sobre o seu trabalho com a Dança, quando ela vir se apresentar aqui no blog para vocês.


Gostaria de agradecer a vocês por terem compartilhado comigo esse momentos virtuais. Gostaria de agradecer a queria Aerith por ter me convidado para fazer parte dessa turma, a querida amiga Renata Silva ( Surrendra ), por ter me indicado, e além de agradecer, dar boas-vindas a querida Sayonara Linhares que está chegando por aqui. Desejo à todos vocês tudo de muito bom! Um ótimo 2015 e muita Dança sempre!!! 


Festa Cigana do Casal Coimbra

por Adriana Chayéra



O texto de hoje vai ser especial, pois vai se tratar de uma vivência desse final de semana. Tive o prazer de viajar até a cidade de Itatiba, em São Paulo, para presenciar uma das festas mais aguardadas anualmente, que é a Festa Cigana do Casal Coimbra. Identificações e admirações à parte, a festa realmente foi muito linda, superando as minhas expectativas que já eram altas. Desde a estrutura física do local, até o programa de atrações, alimentação e tudo mais. A festa foi dividida em blocos de apresentações e danças e de bandas de música cigana.

Abrindo a noite tivemos o primeiro bloco de apresentações de bailarinos e grupos de Dança Cigana, logo após o show da banda La Furia, que tocaram rumbas deliciosas. Logo depois do show do La Furia, teve outro bloco de apresentações o qual eu tive o prazer de participar dançando. Fechando esse bloco tiveram mais dois shows, um do querido e conceituado na música cigana Alexandre Flores, que nos brindou com suas músicas lindas; e em seguida vieram os queridos da banda Guardiões da Noite do Oriente, dando sempre um show de animação e qualidade musical.

Casal Coimbra

A festa também contava com a presença de muitos expositores de roupas e acessórios para Dança Cigana, fiquei maluca nesse momento confesso rs. Muita coisa bonita! Teve também o espaço para oraculistas, para quem quisesse fazer consultas. Muitas formas de entretenimento acontecendo de uma só vez,  o que nos permitia passear pelo evento vendo sempre algo interessante. Também o espaço de alimentação, para repor as energias hehehe

Vou falar um pouco das minhas apresentações na noite. Feliz, muito feliz de poder ter um espaço para apresentar o meu trabalho com a dança nessa festa de pessoas queridas. Muito ansiosa e com a emoção à flor da pele, fiz a primeira apresentação dançando uma Fusão de Mahala com outros elementos da Dança Cigana, esse momento para mim realmente irá ficar registrado num lugar muito especial no meu baú de memórias da dança, foi muita emoção que senti naquele momento. Depois, tive o prazer de dançar mais uma vez com os queridos amigos da Banda Guardiões da Noite do Oriente, desta vez acompanhada de minha querida aluna Gisele Rezende, que me acompanhou nessa viagem e aventura. Gostaria de parabenizar aos bailarinos e grupos de Dança que lá dançaram também.  E abrir um parêntese para a apresentação do querido casal anfitrião da festa que foi muito bonita e emocionante, dançando ao som do "Lamento Cigano" de Alexandre Flores.


Grata a todos que estiveram comigo durante a viagem. Gostaria de deixar um agradecimento mais profundo a querida Eloise Fernandez La Gitana, que me recepcionou na minha chegada a São Paulo, segurou na minha mão durante toda a viagem, com muita hospitalidade e amorosidade. Feliz em conhecer pessoas, em rever pessoas, de ver pessoas ao vivo e se mexendo que estão no meu circulo virtual rs, enfim, foi um saldo positivo. Vim embora com vontade de ir mais vezes. Que venham muitas mais festas como estas, que a alegria seja contagiante sempre! Fica a dica para quem quiser conhecer e vivenciar uma Festa Cigana.

Clicks meus na festa



                                 Até mais ~_^


Influências na Dança Cigana

por Adriana Chayéra




 

Dando uma pequena pausa na trajetória e estilos de Danças Ciganas que vinha trazendo nas últimas postagens, hoje vou falar um pouco sobre as possíveis influencias na Dança Cigana, ou em qualquer estilo de dança. Como bailarina, posso dizer que são inúmeras coisas as quais me influenciam e tais coisas podem ser desde um objeto, até uma imagem, a natureza, pessoas, filmes, etc.  A inspiração é constante e acontece o tempo inteiro, e se a gente souber  “sacar” e ter um olhar mais aguçado para as vivências no nosso dia-a-dia, iremos captar muitas coisas. 

Sempre tive um pé na fantasia, em temas místicos e medievais. Na minha adolescência, pertencia a uma tribo chamada “Góticos“, e essa época sem dúvida alguma foi a minha maior fonte de riqueza para as influencias que tenho atualmente na dança. As roupas, os movimentos corporais que via em cantoras e filmes no estilo, tudo muito sutil mas que aos poucos foi compondo como células no meu corpo, na minha expressividade corporal. Para quem nunca foi gótico, ou pertencente a alguma outra tribo, não precisa se preocupar e achar que não tem uma bagagem, pois tem. Basta aguçar os seus sentidos e resgatar um pouco das suas vivencias e heranças culturais e começar a usufruir do que elas tem a oferecer.

Claro que não podemos negar as influencias mais concretas, de bailarinas prontas, com movimentos prontos sendo ciganas ou não, porque elas também existem e de forma mais perceptível. Mas o que trago nessa reflexão é que nem tudo está no óbvio, a maioria das vezes o “ diamante “ está no que não está tanto em evidência assim, só precisa ser descoberto e levado em consideração. Para dar um exemplo mais concreto, vou relatar algo que me inspira e que uso ao meu favor. 



Graças a Deus, onde moro tem abundancia de praias, sou uma “ratinha do mar”. Quer algo mais inspirador do que o movimento das ondas?  A calmaria da água? Percebe o contraste? Traduzindo isso para dança, você pode trazer em movimentos calmos intercalando com movimentos fortes, e isso eu to falando de uma forma mais superficial, por que se você parar para analisar, vai descobrir muitas outras coisas mais, somente percebendo o mar. Gosto de praticar mãos e braços dentro da água ( do mar de preferência, mas pode ser na piscina ou rio), desde que dê para você enxergar os movimentos. É muito bom fazer isso, seus movimentos ficam mais leves e, com isso, você trabalha a sua sensibilidade nesses movimentos, a fluidez, a leveza.

É claro que temos que nos atentar bastante para o discernimento do que é corente e o que não é, pois tal discernimento é uma linha tênue entre o que é cabível e entre o nada a ver. Mas quase sempre tudo é muito aproveitável. A dança é composta por células, fragmentos sutis como um quebra-cabeça, basta ser sensível e ir se atentando para montá-lo em forma de possibilidades e movimentos a seu favor. É muito gostoso tudo isso!

Espero que tenham gostado do texto de hoje!
Obrigada, e até a próxima! ~_^
 




Dança Cigana na Turquia



 por Adriana Chayéra e Daniela Coimbra

Clara Sussekind
Hoje iremos falar sobre a Dança Cigana na Turquia. E é com enorme prazer que convidei a querida Daniela Coimbra (professora, bailarina, coreografa de Dança Cigana e organizadora de  eventos) para falar sobre esta vertente de Dança Cigana. A Daniela Coimbra e o Rodrigo Coimbra (grande bailarino de Dança Cigana) , mais conhecidos como Casal Coimbra, produzem juntos todo ano, uma festa lindíssima de musica e Dança Cigana, quem tiver oportunidade de ir, não irá se arrepender, e esse ano EU VOU! São dois amigos queridos e referencias no meio da dança. A festa a qual falei acontecerá no dia 06 de setembro de 2014, em Itatiba, São Paulo. Quem quiser saber mais sobre o evento, é só adicionar a Dani ou Rodrigo no face. 

Bem, voltando para nosso tema, a Dança Cigana Turca, é uma dança muito linda, que remete muito a dança do ventre pela quantidade de movimentos pélvicos e de quadris. Tive a oportunidade de fazer um workshop com uma brasileira famosíssima que desenvolve um trabalho muito bom lá mesmo, na Turquia, a Clara Sussekind (vocês devem tê-la visto na novela Salve Jorge que passou na globo)! Ela se mostrou em muitas cenas da novela global, dançando como “ a cigana “ da novela. Bem, o que posso dizer é que é uma dança que não é muito fácil não, até hoje não me atrevi a dança-la, pois difere muito da movimentação que estou acostumada a fazer com os outro estilos de dança, mas, tá no foco! Vou passar as palavras para a querida Dani, ela irá explicar melhor pra vocês sobre essa Dança Cigana Turca!  

Dança cigana Turca por  Daniela Coimbra

Casal Coimbra
Quando falamos de dança turca muitas pessoas não imaginam que os ciganos da Turquia, com sua dança e música, são os artistas mais famosos desse país. Mesmo com o enorme preconceito que sofrem da sociedade, o que os obriga a viver em guetos ou muito marginalizados nas cidades turcas, os ciganos como dançarinos e músicos são os mais aclamados e considerados os de maior talento.


Desde o nascimento as crianças já são iniciadas na música, que é passada de geração em geração. Esta é também uma forma de preservação de suas tradições e costumes, além do “ganha pão” dos ciganos, que com seu profissionalismo e técnica são contratados para entreter turistas e os não ciganos na Turquia.


A música cigana é tão forte entre os turcos, que todas as bellydance dominam a dança estilo Roman ( como é conhecida a dança cigana turca) e também o ritmo criado pelos ciganos em suas músicas, conhecida como Roman Oyun Havasi, com uma métrica própria e que se tornou identidade musical dos ciganos e que faz parte dos shows folclóricos apresentados na Turquia.


As mulheres fazem movimentos pélvicos  e movimentos com os pés com uma marcação de 9/8. Na dança é simulada o cotidiano das mulheres, com movimentos de varrer, cozinhar , lavar, secar, e mostrando o cansaço. Fazem movimentos também simulando tocar instrumentos musicais como o violino, tambor, derbake e saxofone.


Infelizmente, mesmo com esta admiração pela arte dos ciganos, que são oficialmente 500 mil na Turquia, o preconceito é muito grande, onde  lhes cabe viver totalmente segregados ou “ misturados” à sociedade em geral, visto que o governo tem demolido arbitrariamente os bairros antigos ciganos, deixando em ruínas, fazendo com que gradativamente percam lentamente as suas tradições.




Gostaram do texto? Muito bom né ? Eu adorei! Aliás, trocar informações e conhecimento é sempre muito digno e enriquecedor. Fica meus agradecimentos a Dani, por ter aceitado prontamente o convite de escrever para o Papo Gipsy. 

Um beijo! E até a próxima!



Dança Cigana na India – Kalbélia (Sapera)


por Adriana Chayéra


                        

No texto passado, fiz uma síntese explicando um pouco sobre a diversidade existente na Dança Cigana que foi consequência do seu nomadismo por diversas regiões do mundo. O texto de hoje, vai trazer um pouco de informação sobre o que acredita-se historicamente ser um dos primeiros estilos de Dança Cigana ( já que não se tem certeza, se os primeiros grupos de ciganos saíram da India ou do Egito ). Apresento-lhes o estilo de Dança Cigana, Kalbélia ou Sapera, para mim um dos estilos mais bonitos de Dança Cigana e mais complexos de ser executado, apesar de os movimentos parecerem um pouco “ brutos “.


A Kalbélia ( dominadoras de preto)  ou Sapera ( serpente) é uma das modalidades de dança praticada pelos ciganos do Rajastão. Elas utilizam vestes negras que é a cor de roupa que as mulheres utilizam para dominar as pessoas através da dança,  mas com muitos detalhes em cores. Aliás, vou abrir um parêntese para falar da vestimenta, já que foi a roupa mais difícil de ser confeccionada por minha costureira, coitada! A saia se assemelha a uma mandala, riquíssima em detalhes e cores. E esse requinte de detalhes não pára na saia, continua na quantidade de acessórios usados por elas, muitas pulseiras, braceletes, brincos e os sinos de tornozelo, que são tornozeleiras com sininhos que se assemelham ao barulho reproduzido pelas serpentes. 


Os Kalbelia-Sapera tiveram no passado a maior ocupação de capturar cobras para comercializar o seu veneno naquela época, por esse motivo, adquiriram habilidades excepcionais como encantadores de serpente. A influência das serpentes é predominante na movimentação dessa dança, desde a vestimenta que se assemelha a coloração e desenhos dos corpos das serpentes, os movimentos de “cabeça de cobra”, o barulhinho que ecoam de suas tornozeleiras com sininhos através das fortes marcações de pés e o uso dos mudras, que são um conjunto de movimentos feitos com as mãos. Originalmente a dança era realizada para comemorações na comunidade, posteriormente foi ganhando um cunho mais artístico e sendo apresentado também para grandes públicos.


Vou falar um pouco sobre a dança em si. Como disse no inicio do texto, acredito que a Kalbelia seja uma das danças mais difíceis de ser executada e compreendida, claro que cada pessoa é singular e isso pode variar, mas na minha opinião, falando de um modo geral, essa dificuldade pode ser concebida por que os tais movimentos “ brutos” destoam um pouco dos movimentos sinuosos que nós ocidentais estamos acostumados a executar. São movimentos firmes e cheios de impacto, que se fundem com movimentos acrobáticos ( elas possuem uma flexibilidade muito grande), como por exemplo, a famosa ponte onde elas pegam com a boca, algum objeto colocado estrategicamente no chão, elas também possuem batidas de quadris muito marcadas e ritmadas e além do mais, um jogo de movimentações de braços misturados aos mudras. Bem, entender toda essa movimentação e contextualiza-la para que fique o mais natural e harmônico possível não é mesmo muito fácil, mas vale à pena o empenho, já que é uma dança realmente linda! Bem, vou ficando por aqui, espero que tenham gostado do texto! Comentem, para que possamos trocar figurinhas e ideias. Até a próxima!! 






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