por Adriana Chayéra
Dando uma
pequena pausa na trajetória e estilos de Danças Ciganas que vinha trazendo nas
últimas postagens, hoje vou falar um pouco sobre as possíveis influencias na
Dança Cigana, ou em qualquer estilo de dança. Como bailarina, posso dizer que
são inúmeras coisas as quais me influenciam e tais coisas podem ser desde um
objeto, até uma imagem, a natureza, pessoas, filmes, etc. A inspiração é
constante e acontece o tempo inteiro, e se a gente souber “sacar” e ter um olhar mais aguçado para as
vivências no nosso dia-a-dia, iremos captar muitas coisas.
Sempre tive um
pé na fantasia, em temas místicos e medievais. Na minha adolescência, pertencia
a uma tribo chamada “Góticos“, e essa época sem dúvida alguma foi a minha
maior fonte de riqueza para as influencias que tenho atualmente na dança. As
roupas, os movimentos corporais que via em cantoras e filmes no estilo, tudo
muito sutil mas que aos poucos foi compondo como células no meu corpo, na minha
expressividade corporal. Para quem nunca foi gótico, ou pertencente a alguma
outra tribo, não precisa se preocupar e achar que não tem uma bagagem, pois
tem. Basta aguçar os seus sentidos e resgatar um pouco das suas vivencias e
heranças culturais e começar a usufruir do que elas tem a oferecer.
Claro que não
podemos negar as influencias mais concretas, de bailarinas prontas, com
movimentos prontos sendo ciganas ou não, porque elas também existem e de forma
mais perceptível. Mas o que trago nessa reflexão é que nem tudo está no óbvio,
a maioria das vezes o “ diamante “ está no que não está tanto em evidência
assim, só precisa ser descoberto e levado em consideração. Para dar um exemplo
mais concreto, vou relatar algo que me inspira e que uso ao meu favor.
Graças a Deus,
onde moro tem abundancia de praias, sou uma “ratinha do mar”. Quer algo mais
inspirador do que o movimento das ondas?
A calmaria da água? Percebe o contraste? Traduzindo isso para dança, você
pode trazer em movimentos calmos intercalando com movimentos fortes, e isso eu
to falando de uma forma mais superficial, por que se você parar para analisar,
vai descobrir muitas outras coisas mais, somente percebendo o mar. Gosto de
praticar mãos e braços dentro da água ( do mar de preferência, mas pode ser na
piscina ou rio), desde que dê para você enxergar os movimentos. É muito bom
fazer isso, seus movimentos ficam mais leves e, com isso, você trabalha a sua
sensibilidade nesses movimentos, a fluidez, a leveza.
É claro que temos que nos atentar bastante para
o discernimento do que é corente e o que não é, pois tal discernimento é uma
linha tênue entre o que é cabível e entre o nada a ver. Mas quase sempre tudo é
muito aproveitável. A dança é composta por células, fragmentos sutis como um
quebra-cabeça, basta ser sensível e ir se atentando para montá-lo em forma de
possibilidades e movimentos a seu favor. É muito gostoso tudo isso!
Espero que
tenham gostado do texto de hoje!
Obrigada, e até
a próxima! ~_^