Notícia Tribal: BD Factor - O Primeiro Reality Show do Brasil!


Sim!!! Você não está sonhando! BD Factor é o primeiro reality show de dança do ventre do Brasil, idealizado pelas bailarina Luciana Midlej e Melinda James . O grande prêmio é uma viagem para o Egito!

O reality show terá três  fases, sendo duas obrigatórias. A primeira fase serão audições avaliadas com bancas regionais. E o mais legal é que se você pratica Tribal, você pode elaborar uma apresentação do estilo na fase 1!  A segunda fase é facultativa, sendo realizada através do envio de vídeo. O interessante desta fase é ser mais uma preparação para a final, pois você terá seu vídeo comentado e com aconselhamentos de aperfeiçoamento. A terceira fase é eliminatória, em que a bailarina terá que apresentar duas performances: uma clássica e outra folclórica. Na final, serão também dois solos: improviso de Om kalthoum e um solo no estilo e música de escolha própria. Estas duas etapas serão no Rio de Janeiro e terá votação on-line ao vivo no dia 15 de março de 2015 (final). 





Fase 1 - Audição:
Datas das audições
28/09 - Canoas -RS
18/10 - Goiânia - GO
19/10 - Brasília - DF
26/10 - Belo Horizonte -MG
31/10 - Fortaleza - CE
02/11 - Salvador - BA
08/11 - Natal - RN
15/11 - Rio de Janeiro - RJ
22/11 - Cuiabá - MT
30/11 - São Paulo - SP
07/12 - Curitiba - PR



Ficou curioso(a)? Passa no site do BD Factor para saber todas as informações para participar! 

Informações:
https://www.facebook.com/bdfactor
contato@bdfactor.com
(21) 2557-6922 | (21) 2225-7623

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Festa Cigana do Casal Coimbra

por Adriana Chayéra



O texto de hoje vai ser especial, pois vai se tratar de uma vivência desse final de semana. Tive o prazer de viajar até a cidade de Itatiba, em São Paulo, para presenciar uma das festas mais aguardadas anualmente, que é a Festa Cigana do Casal Coimbra. Identificações e admirações à parte, a festa realmente foi muito linda, superando as minhas expectativas que já eram altas. Desde a estrutura física do local, até o programa de atrações, alimentação e tudo mais. A festa foi dividida em blocos de apresentações e danças e de bandas de música cigana.

Abrindo a noite tivemos o primeiro bloco de apresentações de bailarinos e grupos de Dança Cigana, logo após o show da banda La Furia, que tocaram rumbas deliciosas. Logo depois do show do La Furia, teve outro bloco de apresentações o qual eu tive o prazer de participar dançando. Fechando esse bloco tiveram mais dois shows, um do querido e conceituado na música cigana Alexandre Flores, que nos brindou com suas músicas lindas; e em seguida vieram os queridos da banda Guardiões da Noite do Oriente, dando sempre um show de animação e qualidade musical.

Casal Coimbra

A festa também contava com a presença de muitos expositores de roupas e acessórios para Dança Cigana, fiquei maluca nesse momento confesso rs. Muita coisa bonita! Teve também o espaço para oraculistas, para quem quisesse fazer consultas. Muitas formas de entretenimento acontecendo de uma só vez,  o que nos permitia passear pelo evento vendo sempre algo interessante. Também o espaço de alimentação, para repor as energias hehehe

Vou falar um pouco das minhas apresentações na noite. Feliz, muito feliz de poder ter um espaço para apresentar o meu trabalho com a dança nessa festa de pessoas queridas. Muito ansiosa e com a emoção à flor da pele, fiz a primeira apresentação dançando uma Fusão de Mahala com outros elementos da Dança Cigana, esse momento para mim realmente irá ficar registrado num lugar muito especial no meu baú de memórias da dança, foi muita emoção que senti naquele momento. Depois, tive o prazer de dançar mais uma vez com os queridos amigos da Banda Guardiões da Noite do Oriente, desta vez acompanhada de minha querida aluna Gisele Rezende, que me acompanhou nessa viagem e aventura. Gostaria de parabenizar aos bailarinos e grupos de Dança que lá dançaram também.  E abrir um parêntese para a apresentação do querido casal anfitrião da festa que foi muito bonita e emocionante, dançando ao som do "Lamento Cigano" de Alexandre Flores.


Grata a todos que estiveram comigo durante a viagem. Gostaria de deixar um agradecimento mais profundo a querida Eloise Fernandez La Gitana, que me recepcionou na minha chegada a São Paulo, segurou na minha mão durante toda a viagem, com muita hospitalidade e amorosidade. Feliz em conhecer pessoas, em rever pessoas, de ver pessoas ao vivo e se mexendo que estão no meu circulo virtual rs, enfim, foi um saldo positivo. Vim embora com vontade de ir mais vezes. Que venham muitas mais festas como estas, que a alegria seja contagiante sempre! Fica a dica para quem quiser conhecer e vivenciar uma Festa Cigana.

Clicks meus na festa



                                 Até mais ~_^


[Índia em Dia] Orientalismo nas Danças Ocidentais

por Raphael Lopes

Alunas da Samra Hanan (com elementos de fusão indiana)


"Meu corpo é o Templo de minha arte. Eu exponho-o como altar para a adoração da beleza."

                                                                                              (Isadora Duncan)

A dança é uma arte apaixonante e isso é incontestável. Seja para quem assiste, mas principalmente para quem a escolhe como sua ferramenta e linguagem, a dança é, sem sombra de dúvidas, uma das mais antigas e belas linguagens da Alma.

E para a Alma não existem fronteiras. Não existe Ocidente e Oriente. Desse modo Universal, a dança pode aninhar em seu colo qualquer anseio e desejo a ser expresso no palco.

O Ocidente tem uma história artística rica em influências: seja na literatura, moda, arquitetura, gastronomia, música e dança. O movimento de Fusão que parece ser novo e contemporâneo, na verdade, acompanha a história de nossa sociedade já há muito tempo.

E recuando ainda mais no tempo, chegaremos inclusive nas dominações colonizadoras do passado, onde a cultura dominante não apenas se sobrepunha sobre a cultura dominada, mas inclusive permitia-se fundir com certos elementos nativos justamente pela osmose, ou necessidade de preservar algo da estética original daquela cultura dominada e assim instilar-se pouco a pouco nas gerações dominadas.

E por que falar de história ou complicar tanto o raciocínio?

Simples: unicamente para ilustrar historicamente que a inovação por influência é natural na nossa história, de tal modo que a Fusão como conhecemos atualmente precisa ser entendida não apenas dentro dos moldes da dança, mas sim do comportamento social.

Teosofista Helena Blavatsky

A influência do orientalismo sobre as danças ocidentais ganhou espaço a partir do começo do século passado, com o movimento conhecido como "Orientalismo", causado pelos escritos da escritora Helena Blavatsky (então líder espiritual da Teosofia), que traziam ao leitor do ocidente conceitos próprios do budismo e hinduísmo lidos pelo viés da Magia e Tradição do Saber Ocidental. E foi justamente o Teosofista George Arundale, juntamente com sua esposa, a bailarina Rukimini Devi Arundale, que fundou a famosa escola de Bharata Natyam, conhecida internacionalmente já em sua fundação em 1936, na cidade de Chennai - a Kalakshetra Foundation.

Esses escritos abriram as comportas para o movimento de contra cultural, que convergiram com os Hippies, Woodstock, e todo o reavivamento da busca pelo misticismo que explodiram nos anos 70 e 80. As culturas orientais ganharam mais espaço entre os meios "alternativos", e um intercâmbio cultural iniciou-se, desde então, de uma forma como nunca havíamos visto antes. Já era o prenúncio do mundo globalizado, onde as distância e diferenças, pouco a pouco, eram reduzidas entre culturas até então tão distantes ou até mesmo antagônicas.

Quando falamos de dança indiana, devemos nos reportar à um período ainda anterior a esse. Nas primeiras décadas do século passado o Bharata Natyam influenciou fortemente muitos bailarinos que arriscavam os primeiros movimentos dentro do que conhecemos como "dança contemporânea", vide a própria jornada dos expoentes da Kalakshetra. A técnica do Ballet (longilínea, alongada) encontrou por meio desses bailarinos uma nova oportunidade técnica, que em muito se assemelhava também com as técnicas marciais do ocidente: o uso da desconstrução do movimento, isolando movimentos e coordenando-os sob variados ritmos, e o uso do centro gravitacional a favor da performance. Fora a exuberância dos figurinos e da musicalidade.

A  bailarina Rukimini Arundale
Durante décadas, os bailarinos que se aproximavam dessas técnicas pareciam ter um nível de erudição fantástica em suas próprias técnicas e em dança num geral, de modo que a articulação que faziam sobre suas pesquisas eram sempre inovadoras, e nunca uma cópia ou leitura superficial de ambas as técnicas.

O Orientalismo era muito mais um baú de novidades do que um rótulo, coisa que infelizmente foi se perdendo com os últimos anos. Talvez até por conta de uma redução da erudição geral do homem atual (há 50 anos atrás, o nível cultural e social de um homem comum era sem sombra de dúvidas mais amplo do que do alienado homem atual). 

Com a explosão da Belly Dance (que possui sua própria cronografia histórica e êxodo para o ocidente) e consequente surgimento das releituras conhecidas como danças tribais, o Fusion encontrou uma porta de diálogo com danças ancestrais e nativas, mas quase sempre unicamente pela perspectiva estética.

Como se a apropriação de elementos visuais ou sonoros bastassem para justificar a fusão, sendo que o que vimos historicamente sempre foi um entendimento basilar da técnica, enriquecendo a Fusão por "dentro" e não unicamente maquiando sua BellyDance com um visual evocativo do Oriente. 

Yoli Mendez e a Gabriela Miranda, que arriscam certos elementos fusionados, sempre  com muito estudo e respeito

Não estou entrando aqui no mérito do classicismo ou ainda dos aspectos restritos às danças de caráter templário, estou sendo mais abrangente. Mas ainda assim existem aqueles que reduziram a Fusão à uma tentativa unica de recriar o exotismo dessas danças, e ai entramos nos abusos éticos e na deploração das danças, já discutidos nas postagens antigas.

A apropriação do movimento surge do estudo, da técnica, e de uma leitura pessoal oriunda da busca pessoal por novas formas de se expressar. A carga oriental é realmente um diferencial que um bailarino pode possuir, e quando ele for capaz de dar vida ao movimento, e não apenas repeti-lo de forma vazia, essa carga se tornará parte do repertório do bailarino.

Possamos todos nos abrir ao estudo, mas acima de tudo, que tenhamos em mente a busca pelo entendimento do movimento primeiramente pela óptica do próprio estilo de onde surge: quais regras para construí-lo no corpo e usá-lo em cena. De forma natural, o movimento precisa atingir sua beleza ao ser executado e essa deve ser a meta do bailarino comprometido com seu treinamento e estudo. Que as experimentações sejam, acima de tudo, dentro da sala de ensaios, pois tudo o que você dedicar e empenhar em treino se destacará em cena. Sendo autêntico, e sendo sua forma de se expressar.

 Que nesse tempo frenético de Fusões e busca pela originalidade e diferencial, todos possam empenhar-se ao estudo, a reciclagem, e assim nos trazer o fascínio nos palcos. 


Até a próxima,

Namaskar

O Espírito da Música

por Hölle Carogne

 Arquivo pessoal da banda Panshaman

                                                   
"Sem a música, a vida seria um erro. " (Nietzsche)

A Música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchnea arte das musas) sempre fez parte da identidade cultural de todos os povos desde a antiguidade.  

Existem indícios da sua existência desde que o ser humano começou a se organizar em tribos primitivas, na região da África, expandindo-se pelo mundo com o dispersar da raça humana pelo planeta. Acredita-se que ela tenha a idade do homem e que os primeiros instrumentos musicais surgiram há aproximadamente 40.000 anos atrás, quando se desenvolveu a linguagem falada e o canto.

A música, ao ser produzida e/ou reproduzida, possui a capacidade de traduzir sentimentos, atitudes e valores culturais de um povo ou nação. É uma linguagem local e global.

Mas o que seria de fato a música para você?

Segundo a Wikipédia é "uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e ritmo seguindo uma pré-organização ao longo do tempo".

Apesar de esta ser uma ótima definição, fico um tanto confusa ao pensar sobre esse assunto e sempre acabo achando que qualquer frase ou conceito que possa tentar descrevê-la, não a descreve completamente.

Para mim, nenhuma definição é verdadeiramente real. Nem mesmo a minha. Mas a magia não precisa ser explicada ou provada, apenas vivenciada. Para mim, a música transcende qualquer explicação. Ela está repleta de misticismo e possui um espírito próprio. Uma energia. Uma aura, que de tão densa, torna-se quase palpável. Fico a delirar...

Que musas são essas que inspiram um compositor a acertar os tons, os riffs, equilibrar as notas, e dessa forma tocar fundo a sua alma?

Como é possível que a música se comunique tão intimamente com você? Que consiga emocioná-lo a ponto de você sentir no seu corpo cada nota?

Que demônios são esses que iluminam um artista, mas tornam sua obra independente, pronta para seguir um caminho próprio? Que fazem com que sua criação não respeite nacionalidade, nem língua, nem raça. Que flerte com qualquer um. Que, dissimulada, modifique a sua essência de ouvido para ouvido. Fale de vários sentimentos ao mesmo tempo. Fale de você para você.

Ah, essa misteriosa fada, filha de Orfeu, que desde tempos remotos vem sendo capaz de parar os pássaros, acalmar os animais selvagens, silenciar o canto das sereias e fazer as árvores se curvarem para pegar os sons do vento.

Arquivo pessoal do fotógrafo Fabio Stachi

                                                 
Essa dama possui uma intimidade tão grande com o corpo, que o ensinou a dançar. Ela conhece todos os sentimentos ocultos da alma. Pode despertar tanto sensualidade, quanto agonia. Tanto devoção, quanto melancolia. Ela fala diretamente com as suas emoções.

Um bailarino pode estudar a música, saber cada detalhe dos sons e batidas, perceber cada compasso e cada contratempo. Pode saber a letra e imaginar o que se passou na mente de quem a criou. Pode se emocionar a ponto de conseguir dançá-la de coração. Mas será que pode interagir com o seu espírito?

Tentei uma vez alcançar o espírito da música, mas ele, ávido, me fugiu nas primeiras notas. E saiu rindo da minha frustrada tentativa. Agora, ele me espreita pelas frestas de uma ou outra melodia. E fico imaginando: Seria realmente possível um contato com criatura tão imprevisível?

Será alguém, capaz de traduzir a música, de interpretá-la até a vertigem? Será que algum nobre bailarino é capaz de acessar o espírito da música e verdadeiramente pactuar com ele?
Conte-nos sua experiência...
 por Hölle Carogne
Arquivo pessoal da bailarina Ivana Caffaratti

                                                              
"E os que foram vistos dançando foram julgados insanos

pelos que não conseguiam ouvir a música." (Nietzsche)




[Resenhando-RS] Workshops de Dança Clássica Indiana com Krishna Sharana

por Krishna Sharana 

Dando continuidade ao meu trabalho de 18 anos com a dança clássica indiana- estilo Bharata Natyam, realizei recentemente dois encontros aqui no Rio Grande do Sul, em julho e agosto. Apesar de ser gaúcha e de morar em Caxias do Sul (onde tenho realizado encontros frequentes no Estilo Tribal Espaço Cultural), tive poucas oportunidades de partilhar essa arte em Porto Alegre e Região Metropolitana. De repente o número de interessadas começou a aumentar, a procura estava muito grande e surgiu a necessidade de juntarmos todas essas pessoas para impulsionar a dança por aqui. Tenho um grupo de dança há 3 anos em Florianópolis- o Aatmalayam, e várias alunas espalhadas em diversos estados pelo Brasil, nada mais lógico do que também fazer a dança clássica indiana conhecida por aqui também. 



O primeiro encontro, um Workshop de 4 horas, aconteceu no Studio de Danças Fernanda Mansur, em Porto Alegre, no dia 27 de julho . Acolhidas carinhosamente pela Fernanda, todas as inscritas enfrentaram o clima frio em um domingo para descobrirem essa arte milenar. A maioria nunca tinha tido experiência com o Bharata Natyam.

Iniciei com uma palestra sobre a história e trajetória das danças indianas, e logo após começamos com os movimentos básicos para nos esquentar. O tempo passou voando, afinal é bem complicado resumir tanto conhecimento em 4 horas! Todas estavam muito atentas ao iniciarem os seus primeiros passos no mundo do Bharata Natyam! No final, aprenderam um belo Shloka (verso) dedicado ao Deus Ganesha. A experiência foi maravilhosa, e a maioria das meninas se mostrou interessada em continuar com os estudos.


O segundo encontro, um intensivo de 6 horas em Guaíba (cidade situada na região metropolitana de Porto Alegre), aconteceu no dia 02 de agosto, no Studio Shakti Yoga. Como a maioria do grupo ia vir de Porto Alegre, combinamos de nos encontrar no Cais do Porto,  aonde um catamarã nos levou até Guaíba. Fui acompanhada de minha mãe, que já esteve na Índia duas vezes, e foi bailarina, mas nunca tinha participado de uma aula comigo esse tempo todo que ela acompanha minha trajetória. A viagem de 20 minutos é muito linda, com direito a vistas belíssimas do rio e das ilhas.


Chegando em Guaíba, fomos muito bem recebidas pela Sabrina (com direito a Chai indiano e várias guloseimas) ,professora de yoga, diretora do Studio, e que há muito tempo estava batalhando para fazer a dança acontecer, sendo apaixonada pelo Bharata Natyam. Lá estavam duas de suas alunas de yoga de Guaíba que também se interessaram em se aventurar na dança.


Novamente iniciamos com uma palestra, para elucidar o que faríamos nas próximas 6 horas! Com muita atenção percorremos os milênios de história das danças sagradas na Ásia e Índia, e ainda fascinadas nos levantamos para começar a parte prática! É sempre interessante ver  as pessoas descobrirem uma nova linguagem, cheia de detalhes, dos pés até a ponta dos dedos das mãos! Apesar da complexidade todas se esforçaram muito para aprender, com extrema atenção e respeito.



Ensinei uma pequena coreografia, composta de quatro Shlokas (versos), respectivamente dedicados ao Deus Ganesha, Deusa Sarasvati, Deusa Lakshmi e o Deus da Dança Shiva Nataraja. Até minha mãe foi no embalo e fez tudo junto conosco, apesar de ter 66 anos conseguiu dançar muito bem-uma vez bailarina, sempre bailarina!  No final demonstrei a mesma coreografia em uma versão mais completa, e dancei também o Ganesha Kavutwan.

No final desse dia mágico pegamos o catamarã de volta a Porto Alegre, cansadas mas extremamente felizes !

Tenho certeza de que esses belos momentos foram somente o começo de algo muito especial, já estamos organizando próximos encontros, dessa vez reunindo todas que querem se aprofundar no Bharata Natyam, com aulas intensivas mensais! Estou extremamente satisfeita de finalmente poder partilhar essa arte fascinante na minha cidade natal, com pessoas tão especiais e dedicadas.

“A dança?Não é movimento
súbito gesto musical

É concentração,num momento,

da humana graça natural



No solo não,no éter pairamos,

nele amaríamos ficar.
A dança-não vento nos ramos
seiva,força,perene estar
um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão 
libertar-se por todo lado...

Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir a forma do ser
por sobre o mistério das fábulas”

(Carlos Drummond de Andrade)




O experimento Tribal Fusion

por Janis Goldbard



O homem utiliza algum elemento artístico para se expressar desde a pré-história e, entre um destes meios, está a dança. Para ser expressa, ela necessita unicamente do nosso corpo, daí sua particularidade e amplitude.

A dança, desde então, veio se agregando de gestos e elementos que fizeram com que a linguagem gestual do ser humano se desenvolvesse e se aperfeiçoasse, chegando ao nível ao qual estamos. No caso da dança Tribal, para que esta evolução pudesse acontecer, houve e há muitos experimentos, pois não há fim para essa manifestação artística individual e coletiva. É uma eterna busca que dá impulso a um caminhar entre outras modalidades de dança, que traz, mesmo que subentendido, a busca pela essência de cada um(a) que pratica o Tribal Fusion e possui a vontade de se destacar por sua originalidade.

Esse caminhar entre as diversas modalidades criam pontes que nos tornam mais próximos dos diferentes modos de expressão, e tem por objetivo criar uma capacidade de reconhecer e usar partes do corpo antes não utilizadas. Desse modo, nos ajuda a termos uma melhor apropriação de nossa percepção corporal e nos dá maior arsenal de movimentos e possibilidades.

Há um aspecto na dança Tribal que sempre me chamou a atenção: as alterações no estilo. Pesquisando sobre o assunto no próprio blog e em outras fontes de pesquisa, constatei que, desde então, o estilo vem sofrendo mudanças e se caracterizando por sua linguagem versátil. Por isso mesmo, o Tribal Fusion  se conceitua como dança do ventre em evolução.

Penso que, hoje em dia, com tantas ferramentas de busca, podemos constatar a existência de vários trabalhos. Com certeza, fruto de experimentações que foram se manifestando em algumas dançarinas mais fortemente por suas características de fusão com o então determinado estilo de dança escolhido; ou por suas experiências artísticas diversas, dando a mesma propriedade e originalidade em todas as suas propostas artísticas.

Podemos citar a grande Dançarina Anasma, que tem uma autenticidade em seu trabalho e possui um forte teor experimental em sua carreira trabalhando também com outras linguagens artísticas, como música (canto), teatro, produção, composição. Além de experiência com outras expressões corporais como yoga, danças urbanas, dança contemporânea, flamenco, ginástica e etc.
Quanto aos valores de experiência vivenciados em cada modalidade e transportados  para o estilo Tribal Fusion, posso relatar algumas vividas por mim  que, com certeza, muitas dançarinas  de Tribal já vivenciaram,  já que nos permitimos essas experimentações com outras modalidades para nossa construção de identidade na dança Tribal Fusion.

Primeiramente, cito o exemplo de como o teatro-dança agregou em minha expressão artística como dançarina de Tribal Fusion.  Sinto que a desconstrução da Bellydance (aquela que é a personificação da mulher perfeita) de início foi muito difícil, ainda mais para mim, que nunca tive contato com teatro. Depois de passado algum tempo, consigo perceber que foi muito interessante para a construção de personagem e de conceituação do como e por que gostaria de fazer determinada coreografia.

No jogo coreográfico de Lígia Tourinho (Dança Contemporânea), nos é ensinado que, mesmo nos momentos de pausa, há de se cuidar da presença em cena, e essa percepção nos ajuda a compreender o quão importante é a comunicação com o público e com nossos colegas de cena.

Na experiência com as danças urbanas, consegui me enxergar fazendo parte de um movimento além do Tribal por questões de gosto musical e de se sentir a vontade com a execução de alguns passos, além da idéia forte de coletivo, tão enfatizada na dança Tribal. As experiências com o balé e o jazz foram realmente muito importantes no sentido de saber como se conceitua planos, movimentação de palco, postura, resistência, importância do uso de nomenclaturas, disciplina, delicadeza e determinação.

Eu costumo dizer a quem me pergunta sobre minhas expressões artísticas é que a modalidade principal a que estou ligada é o Tribal Fusion,  mas tenho as então chamadas por mim “Práticas Auxiliares” como suporte. “Por que práticas auxiliares?” - o povo pergunta. Eu digo “Práticas Auxiliares” porque me ajudam a chegar onde está minha essência; seria um caminho necessário para a minha busca de uma expressão original. Sempre estudando a base, mas tendo como auxilio outras modalidades para enriquecer e atribuir valor à minha expressão como dançarina de Tribal Fusion.

Todo dançarino de Tribal Fusion possui, em minha opinião, alguma prática auxiliar que utiliza para se sentir inteiro no que faz. Alguns praticam, além do Tribal, outro estilo de dança; alguns estudam DVDs de grandes nomes; alguns gravam suas performances e depois analisam; alguns sempre estão viajando e procurando fazer workshops e cursos. Enfim, todos no seu caminhar para a evolução de sua dança - o que, claro, engrandece também o cenário artístico da dança Tribal e nos estabiliza como importantes meios de arte e cultura.


Então, como reflexo de nossas experiências de outrora (pré-história) o estilo Tribal Fusion está em evolução e seu próprio conceito se alimenta dessa idéia de experimento, agregando gestos e elementos diversos que o enriquecem e torna diferente de tudo já observado. Esse reflexo é fruto da experimentação, e essa evolução é fruto de dançarinos corajosos e muito estudiosos. É a prova de que estamos evoluindo junto e estamos atualizados com o presente e conectados ao futuro.

Texto: Janis Goldbard
Edição: Anne Nascimento





Notícia Tribal: ATS® Flash Mob World Wide 2014!

 Olá Pessoal!

Para quem pratica ATS® já deve conhecer o evento anual ATS ® Flash Mon World Wide, que reúne grupos de diversos lugares do mundo dançando uma mesma música e todos no mesmo dia!


No terceiro ano do Flash Mob, a música escolhida  foi "Bounce" do Solace. Contudo, eles fizeram um versão remix especialmente para o evento, chamada "Bounce EP". Você pode comprá-la e depois baixá-la por $1,99 nos seguintes links:


Para ouvir: http://solace1.bandcamp.com/album/bounce-ep


O evento deste ano está marcado para o dia 11 de outubro! Não deixe de filmar seu grupo ( profissional, amador, ou de amigos) e enviar para os organizadores do evento em sua fan page oficial =D

Se você ainda não conhece o ATS® Flash Mob World Wide, dá uma conferida no play list abaixo dos anos de 2012 e 2013, compilando grupos de diferentes localidades do mundo, inclusive do Brasil ;)



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