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Kawlleya - A Dança Cigana no Iraque

por Sayonara Linhares


Olá estudiosos da dança deixo hoje aqui para estudo um estilo de dança cigana pouco conhecida por nós aqui no Brasil: a Dança Cigana Iraquiana mais conhecida como Kawleeya, mais tarde iremos falar dos ciganos que se estabeleceram no Iraque. Espero que gostem e se apaixonem como eu estou por esta dança única e de grande energia.


Dança Cigana no Iraque

Dança Kawliya

Kawliya كاولية, também transliterado como Qawliya, Kowawlah e Kawleeya refere-se ao "cigano" ou ciganas mulheres do sul do Iraque, perto do Golfo Pérsico (Kawli para os homens). É também o nome de uma cidade. Podemos encontrar como "gypsy" em algumas citações porque, embora seja o termo mais reconhecido, é considerado depreciativo. O Kawaliya, como tantos de descendência Roma são amplamente perseguidos no Iraque.

Às vezes, essas danças são confundidas como Khaliji iraquiano ou iraquiano Belly Dance o que é bem diferente. Embora os estilos de dança das mulheres Kawliya contém vários elementos em comum com Raqs Na'ashat, mais notavelmente a jogar o cabelo de uma forma exuberante, existem várias diferenças na música também, é uma dança de muita energia.

A bailarina Assala Ibrahim

A músicalidade para Kawliya, muitas vezes, incluem o tambor fogo rápido chamado Khishba ou Zanboor, que também é encontrado em outros estilos de música do Iraque, como a música usada para uma dança tradicional chamado Chobi .

O vestido segue a moda atual, e é muitas vezes extravagante , colorido e decoradas com lantejoulas e enfeites que enfatizam movimentos de quadril e ombro. Mais velhos trajes tradicionais são mais como os das Ghawazee egípcio, exceto as saias eram usados mais (panturrilha até o chão).

A bailarina Assala Ibrahim

A dança Kawaliya é muito enérgica, tem um monte de pulos e movimentos junto com shimmies e jogando o cabelo de uma forma frenética. Na dança também a bailarina usa punhais fingindo que está se furando ou cortando é falado que este simbolismos significa a estreita relação entre o amor e a dor referentes ao relacionamentos. No passado as mulheres Kawliya usavam snujs para dançar também, mas hoje em dia não é muito utilizado.

Deixo aqui para melhor entendimento e visualização um vídeo que fala um pouco sobre está exuberante dança com imagens de ciganas antigas dançando com os snujs e na sequência do Assala Ibrahim.



O  primeiro vídeo conta um pouco da história:





O segundo vídeo também, mas dá enfoque ao uso de snujs na dança:





Papo Gipsy por Sayonara Linhares


Papo Gipsy
Sayonara Linhares, Florianópolis- SC, Brasil

Sobre a Coluna:

Nesta sessão irei abordar temas relacionados ao universo cigano: cultura, dança, curiosidades e muito mais!!

Sobre a Autora:


Sayonara Linhares começou sua trajetória dentro da Cultura Cigana há mais de 14 anos. É proprietária da Casa Z – Cultura e Dança Cigana de Santa Catarina e professora de dança, pesquisadora incansável desta rica cultura, onde tem como objetivo propagá-la de forma fiel, respeitando seus costumes e tradições. Ministrante do Curso de Aprofundamento de Cultura e Dança Cigana em diversos lugares do país como Curitiba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, entre outro lugares.

Profissional de Medicina Tradicional Chinesa, praticante de Artes Marciais, participa de espetáculos e desenvolve trabalhos sociais promovendo esta rica cultura.












Colunista convidada  anterior:


Adriana Chayéra:


Começou os seus estudos árabe em 2001 com aulas de dança do ventre, mas logo migrou para a Dança Cigana. Durante o seu período de aprendizado teve aulas de Kung fu e de Flamenco  os quais serviram de base para desenvolver o seu trabalho com a dança. Participou de workshops com dançarinas nacionais e internacionais como Bela Saffe, Nuria Leiva, Yara Castro, Mohamed el Sayed, Patricia Passo , Saphyra Wilson, entre outros. Atualmente vem desenvolvendo seu trabalho como bailarina , coreógrafa e professora de Danças Ciganas, ministrando aulas de dança desde 2009,  desempenhando trabalhos paralelos e cursando Psicologia.




Ghawazee

por Sayonara Linhares

Olá meus amigos adoradores das danças do mundo, meu nome é Sayonara Linhares, sou pesquisadora e professora de Danças Ciganas. Feliz 2015 à todos, cheio de muita saúde e muitas Danças, é claro rssss...

Começando nosso ano quero deixar aqui para nosso primeiro contato e estudo um pouco da Dança Cigana que se formatou no Egito que hoje é conhecida por todos como Ghawazee, a qual também faz parte do folclore árabe.

Espero que apreciem e boa leitura, boas pesquisas, bons estudos...


Ghawazee

Nas cidades egípcias, uma dançarina de rua comumente contratadas para festas independente do motivo da festividade é conhecida como ghazia que no plural se pronuncia ghawazee. As ghawazee originais eram ciganas, atualmente, este é um termo genérico que não identifica uma tribo em especial o que acontecia em outras épocas. O papel importante que os ciganos desempenharam na evolução das danças que se diziam profanas foi registrado na língua turca onde os antigos termos que se davam as dançarinas em turco era cengi que deriva de cingene que significa Cigano.

Na língua egípcia, Ghawazee significa "Invasoras de Corações" ou simplesmente "Estrangeiro". É sabido também que os ciganos naquela época vivam na periferia das cidades às margens da sociedade. É que dentro da cultura cigana a sua caminhada pelo mundo chamada de a Primeira Grande Diáspora, onde eles saíram da Índia e se dividiram em dois grandes grupos chamados de:

O grupo Pechen, que se dirigiu à oeste, chegando na Europa através da Turquia e daí chegando a Grécia.

 E o grupo Beni, que se dirigiu ao sul, chegando a Síria, Palestina e Egito. Falaremos sobre esta grande caminhada em outros momentos de nossas postagens.

Mas o grupo Beni foi o grupo de ciganos que foram também para no Egito formando assim a dança que ajudaria a formatar a Dança do Ventre no mundo, isso segundo meus estudos de pesquisa sobre Folclores e Danças Sagradas.

Continuando a história, os ciganos chegaram ao Egito e lá fora se misturando toda a sua carga de cultura de seus países anteriores, como Israel e Índia, com a cultura egípcia, formando assim sua dança única que encantava e roubava corações.

Uma das famílias mais celebres da Dança Ghawazee encontramos a Família Mazin onde "Yousef Maazin, pai de uma das mais famosas ghawazee de hoje em dia, que habitava perto do templo de Luxor, nos lembra que sua tribo era originária da Persa. Ele admitiu que foram expulsos de sua pátria em razão dos roubos que cometiam e de sua má reputação de modo geral. Ele também explicou como encorajavam a vocação artística de seus filhos e filhas a fim de poderem se estabelecer no Egito.”




Uma família de Ghawazee é composta por músicos que são a maioria homens e as mulheres são as bailarinas. A presença destas mulheres na arte, na música e nos costumes é inegável e atravessa os séculos. Os símbolos tatuados na face, nas mãos e nos pés, tinham o sentido de proteção e eram amplamente difundidos no passado, muito mais do que no presente.

No início do século XVIII, com a chegada de Napoleão ao Egito, buscando por uma nova rota para as Índias, deu-se a primeira expedição organizada a esta parte do mundo. As Ghawazee neste momento eram conhecidas como Banat el Baladi.

Durante várias vezes na história, este povo foi perseguido e, nestas fugas, concentraram-se mais nas regiões do Delta do Nilo (baixo Egito, ao Norte) e na região de Saaid (alto Egito, ao Sul). Por isso, existem 2 tipos de dança ghawazee: 

  • a do Norteno baixo Egito, no Delta do Nilo,  - soumboti, mais antigo;
  • a do Sul
    no
     alto Egito, na região de Saaid (próximos a Luxor e Assuan), com influência Saaid.

As Ghawazee do Sul sofrem influência do Saaid, por isso neste tipo de música ghawazee aparecem o rabeb (que é um tipo de violino, de apenas 1 corda) e mismar saaid (que é mais agudo que o mismar balady). As músicas vem nos ritmos malfuf, masmoudi, falahi e saaid (estes ritmos vão se misturando).


Soumboti




Um tipo de dança ghawazee. É da região de Soumboti (Delta do Nilo-Baixo Egito). Segundo Soraia Zaied, bailarina brasileira de renome no Egito, ela é a 'mãe' da dança do ventre, sendo a primeira versão desta, a base da dança que conhecemos hoje. A dança é muito despreocupada com técnica: quadris muito soltos, pernas mais afastadas, joelhos flexionados, braços muito soltos, e a dançarina quase sempre toca os snujs. O pé sempre tem movimentos de “pipocar” alternado. O quadril é o centro deste tipo de dança, com muitos breaks, encaixes e desencaixes, batidas, shimis. 

A roupa tradicional é uma galabia muito simples, com pouco bordado.

As músicas são folclóricas, também chamadas de soumboti, no ritmo masmoudi (tocado bem mais rápido), falahi ou malfuf tocado rápida.

  
Vestimentas



Esta peça de vestuário folclórico, tem um contexto histórico de cerca de 1000 anos atrás, e era chamada Ghawazee Coats era usado na época vitoriana - final de 1800

A "antiga túnica", nome dado pelos antropólogos, muitas vezes referida como um "beledi vestido" por dançarinos e conhecido também por “galabia”.


Originalmente, era um vestido largo, sem corte, com um simples lenço na cintura que as ghawazees utilizavam em suas atividades diárias. Esse vestido foi popularizado por essas mulheres em suas danças e, como sempre, acabou sofrendo diversas modificações para chegar ao que se tornou atualmente.


  
 Este trage criado por ancestrais dos Banaat Maazin, utilizando contas e franjas , com diversos coloridos.


Acessórios

Os acessórios usados pelas ghawazee para sua dança são:

  •  Snujs: Entre as ghawazee os snujs são tocados improvisadamente enquanto elas dançam. O toque mais utilizado no acompanhamento da música é o “galope”, podendo utilizar a raiz do ritmo que esta sendo tocado para criar improvisações e floreios.


  •  Pandeiro Arabe (Daff): As ghawazee realizam alguns movimentos da dança em enquanto segura o pandeiro próximo ao quadril, acima do ombro ou da cabeça, por exemplo, como um elemento decorativo. Realiza também batidas do pandeiro em diferentes partes do corpo, como mão, cotovelo, ombro, quadril, joelho, tornozelo para marcar as partes mais forte da música, normalmente se faz batidas no pandeiro apenas nos acentos mais fortes da música, e nos outros momentos utiliza-se como elemento decorativo


  •  Bastão: Através de alguns vídeos observamos dançarinas ghawazee usando o bastão em suas apresentações, elas o utilizam de forma alegre e para mostrar suas habilidades com este acessório, podendo dançar em grupos passando o bastão e equilibrando junto ao corpo, como mostra no vídeo das irmãs Maazin.

Ritmos

Os ritmos que compõe a músicalidade das Ghawazee são o Falahi, Malfuf, Baladi, Maksoun, Said.



Espero que vocês gostem deste pequeno texto e que inspirem vocês ao estudo desta dança linda e de raiz.

 Até a próxima


FONTES:


Serpent of the Nile – Women and Dance in the Arab World  por Wendy Buonaventura -  Versão 1998 publicada por Interlink Publishing Group INC – New York. Versões anteriores 1989 e 1994 publicado por Saqi Books – Londres.





[Papo Gipsy] Último Post

por Adriana Chayéra




Olá galera! 

Venho anunciar através desse post o meu desligamento do blog. Acredito que nessa vida tudo tem um ciclo, como a própria vida, e o que importa mesmo, é o progresso das coisas. Quando aceitei participar desse blog, fiquei muitíssimo feliz em dividir um espaço com tantos profissionais da dança, e ter um espaço onde poderia mostrar as minhas ideias, compartilhar pensamentos e até teorias.

Foi realmente uma experiência muito boa. Porém cheguei a conclusão de que está um pouco complicado para mim dar continuidade, pois estou bastante focada em outras áreas da minha vida, embora minha relação com a dança esteja firme e forte, mas eu sei que a pessoa que escolhi para tomar posse do Papo Gipsy irá trazer um conteúdo maravilhoso de informações para todos.

 Eu acredito que ter a oportunidade de ver novos pensamentos e um riquíssimo acervo teórico será muito bom para todos também. Então quero deixar claro que, apesar de ter assumido o meu nome “ Adriana Melo” e de ter deixado de usar o meu nome artístico Chayéra, e de estar me desligando do blog, eu não estou me desligando da dança. Pelo contrário, nossa relação está mais consistente, e eu diria até que passou de um paixão fulminante para um amor mais pleno e centrado.

A pessoa que convidei e aceitou dar continuidade ao Papo Gipsy é a querida e conceituada bailarina Sayonara Linhares. Uma pessoa admirável, que apesar de nunca ter visto pessoalmente, me passa só coisas boas toda vez que temos contato no mundo  virtual. Sempre muito disponível, atenciosa e estudiosa dessa cultura da Dança Cigana. Uma das profissionais que admiro bastante aqui no Brasil, e sei que deixei o blog em ótimas mãos. Vou deixar que ela mesma fale mais sobre ela e sobre o seu trabalho com a Dança, quando ela vir se apresentar aqui no blog para vocês.


Gostaria de agradecer a vocês por terem compartilhado comigo esse momentos virtuais. Gostaria de agradecer a queria Aerith por ter me convidado para fazer parte dessa turma, a querida amiga Renata Silva ( Surrendra ), por ter me indicado, e além de agradecer, dar boas-vindas a querida Sayonara Linhares que está chegando por aqui. Desejo à todos vocês tudo de muito bom! Um ótimo 2015 e muita Dança sempre!!! 


Festa Cigana do Casal Coimbra

por Adriana Chayéra



O texto de hoje vai ser especial, pois vai se tratar de uma vivência desse final de semana. Tive o prazer de viajar até a cidade de Itatiba, em São Paulo, para presenciar uma das festas mais aguardadas anualmente, que é a Festa Cigana do Casal Coimbra. Identificações e admirações à parte, a festa realmente foi muito linda, superando as minhas expectativas que já eram altas. Desde a estrutura física do local, até o programa de atrações, alimentação e tudo mais. A festa foi dividida em blocos de apresentações e danças e de bandas de música cigana.

Abrindo a noite tivemos o primeiro bloco de apresentações de bailarinos e grupos de Dança Cigana, logo após o show da banda La Furia, que tocaram rumbas deliciosas. Logo depois do show do La Furia, teve outro bloco de apresentações o qual eu tive o prazer de participar dançando. Fechando esse bloco tiveram mais dois shows, um do querido e conceituado na música cigana Alexandre Flores, que nos brindou com suas músicas lindas; e em seguida vieram os queridos da banda Guardiões da Noite do Oriente, dando sempre um show de animação e qualidade musical.

Casal Coimbra

A festa também contava com a presença de muitos expositores de roupas e acessórios para Dança Cigana, fiquei maluca nesse momento confesso rs. Muita coisa bonita! Teve também o espaço para oraculistas, para quem quisesse fazer consultas. Muitas formas de entretenimento acontecendo de uma só vez,  o que nos permitia passear pelo evento vendo sempre algo interessante. Também o espaço de alimentação, para repor as energias hehehe

Vou falar um pouco das minhas apresentações na noite. Feliz, muito feliz de poder ter um espaço para apresentar o meu trabalho com a dança nessa festa de pessoas queridas. Muito ansiosa e com a emoção à flor da pele, fiz a primeira apresentação dançando uma Fusão de Mahala com outros elementos da Dança Cigana, esse momento para mim realmente irá ficar registrado num lugar muito especial no meu baú de memórias da dança, foi muita emoção que senti naquele momento. Depois, tive o prazer de dançar mais uma vez com os queridos amigos da Banda Guardiões da Noite do Oriente, desta vez acompanhada de minha querida aluna Gisele Rezende, que me acompanhou nessa viagem e aventura. Gostaria de parabenizar aos bailarinos e grupos de Dança que lá dançaram também.  E abrir um parêntese para a apresentação do querido casal anfitrião da festa que foi muito bonita e emocionante, dançando ao som do "Lamento Cigano" de Alexandre Flores.


Grata a todos que estiveram comigo durante a viagem. Gostaria de deixar um agradecimento mais profundo a querida Eloise Fernandez La Gitana, que me recepcionou na minha chegada a São Paulo, segurou na minha mão durante toda a viagem, com muita hospitalidade e amorosidade. Feliz em conhecer pessoas, em rever pessoas, de ver pessoas ao vivo e se mexendo que estão no meu circulo virtual rs, enfim, foi um saldo positivo. Vim embora com vontade de ir mais vezes. Que venham muitas mais festas como estas, que a alegria seja contagiante sempre! Fica a dica para quem quiser conhecer e vivenciar uma Festa Cigana.

Clicks meus na festa



                                 Até mais ~_^


Influências na Dança Cigana

por Adriana Chayéra




 

Dando uma pequena pausa na trajetória e estilos de Danças Ciganas que vinha trazendo nas últimas postagens, hoje vou falar um pouco sobre as possíveis influencias na Dança Cigana, ou em qualquer estilo de dança. Como bailarina, posso dizer que são inúmeras coisas as quais me influenciam e tais coisas podem ser desde um objeto, até uma imagem, a natureza, pessoas, filmes, etc.  A inspiração é constante e acontece o tempo inteiro, e se a gente souber  “sacar” e ter um olhar mais aguçado para as vivências no nosso dia-a-dia, iremos captar muitas coisas. 

Sempre tive um pé na fantasia, em temas místicos e medievais. Na minha adolescência, pertencia a uma tribo chamada “Góticos“, e essa época sem dúvida alguma foi a minha maior fonte de riqueza para as influencias que tenho atualmente na dança. As roupas, os movimentos corporais que via em cantoras e filmes no estilo, tudo muito sutil mas que aos poucos foi compondo como células no meu corpo, na minha expressividade corporal. Para quem nunca foi gótico, ou pertencente a alguma outra tribo, não precisa se preocupar e achar que não tem uma bagagem, pois tem. Basta aguçar os seus sentidos e resgatar um pouco das suas vivencias e heranças culturais e começar a usufruir do que elas tem a oferecer.

Claro que não podemos negar as influencias mais concretas, de bailarinas prontas, com movimentos prontos sendo ciganas ou não, porque elas também existem e de forma mais perceptível. Mas o que trago nessa reflexão é que nem tudo está no óbvio, a maioria das vezes o “ diamante “ está no que não está tanto em evidência assim, só precisa ser descoberto e levado em consideração. Para dar um exemplo mais concreto, vou relatar algo que me inspira e que uso ao meu favor. 



Graças a Deus, onde moro tem abundancia de praias, sou uma “ratinha do mar”. Quer algo mais inspirador do que o movimento das ondas?  A calmaria da água? Percebe o contraste? Traduzindo isso para dança, você pode trazer em movimentos calmos intercalando com movimentos fortes, e isso eu to falando de uma forma mais superficial, por que se você parar para analisar, vai descobrir muitas outras coisas mais, somente percebendo o mar. Gosto de praticar mãos e braços dentro da água ( do mar de preferência, mas pode ser na piscina ou rio), desde que dê para você enxergar os movimentos. É muito bom fazer isso, seus movimentos ficam mais leves e, com isso, você trabalha a sua sensibilidade nesses movimentos, a fluidez, a leveza.

É claro que temos que nos atentar bastante para o discernimento do que é corente e o que não é, pois tal discernimento é uma linha tênue entre o que é cabível e entre o nada a ver. Mas quase sempre tudo é muito aproveitável. A dança é composta por células, fragmentos sutis como um quebra-cabeça, basta ser sensível e ir se atentando para montá-lo em forma de possibilidades e movimentos a seu favor. É muito gostoso tudo isso!

Espero que tenham gostado do texto de hoje!
Obrigada, e até a próxima! ~_^
 




Dança Cigana na Turquia



 por Adriana Chayéra e Daniela Coimbra

Clara Sussekind
Hoje iremos falar sobre a Dança Cigana na Turquia. E é com enorme prazer que convidei a querida Daniela Coimbra (professora, bailarina, coreografa de Dança Cigana e organizadora de  eventos) para falar sobre esta vertente de Dança Cigana. A Daniela Coimbra e o Rodrigo Coimbra (grande bailarino de Dança Cigana) , mais conhecidos como Casal Coimbra, produzem juntos todo ano, uma festa lindíssima de musica e Dança Cigana, quem tiver oportunidade de ir, não irá se arrepender, e esse ano EU VOU! São dois amigos queridos e referencias no meio da dança. A festa a qual falei acontecerá no dia 06 de setembro de 2014, em Itatiba, São Paulo. Quem quiser saber mais sobre o evento, é só adicionar a Dani ou Rodrigo no face. 

Bem, voltando para nosso tema, a Dança Cigana Turca, é uma dança muito linda, que remete muito a dança do ventre pela quantidade de movimentos pélvicos e de quadris. Tive a oportunidade de fazer um workshop com uma brasileira famosíssima que desenvolve um trabalho muito bom lá mesmo, na Turquia, a Clara Sussekind (vocês devem tê-la visto na novela Salve Jorge que passou na globo)! Ela se mostrou em muitas cenas da novela global, dançando como “ a cigana “ da novela. Bem, o que posso dizer é que é uma dança que não é muito fácil não, até hoje não me atrevi a dança-la, pois difere muito da movimentação que estou acostumada a fazer com os outro estilos de dança, mas, tá no foco! Vou passar as palavras para a querida Dani, ela irá explicar melhor pra vocês sobre essa Dança Cigana Turca!  

Dança cigana Turca por  Daniela Coimbra

Casal Coimbra
Quando falamos de dança turca muitas pessoas não imaginam que os ciganos da Turquia, com sua dança e música, são os artistas mais famosos desse país. Mesmo com o enorme preconceito que sofrem da sociedade, o que os obriga a viver em guetos ou muito marginalizados nas cidades turcas, os ciganos como dançarinos e músicos são os mais aclamados e considerados os de maior talento.


Desde o nascimento as crianças já são iniciadas na música, que é passada de geração em geração. Esta é também uma forma de preservação de suas tradições e costumes, além do “ganha pão” dos ciganos, que com seu profissionalismo e técnica são contratados para entreter turistas e os não ciganos na Turquia.


A música cigana é tão forte entre os turcos, que todas as bellydance dominam a dança estilo Roman ( como é conhecida a dança cigana turca) e também o ritmo criado pelos ciganos em suas músicas, conhecida como Roman Oyun Havasi, com uma métrica própria e que se tornou identidade musical dos ciganos e que faz parte dos shows folclóricos apresentados na Turquia.


As mulheres fazem movimentos pélvicos  e movimentos com os pés com uma marcação de 9/8. Na dança é simulada o cotidiano das mulheres, com movimentos de varrer, cozinhar , lavar, secar, e mostrando o cansaço. Fazem movimentos também simulando tocar instrumentos musicais como o violino, tambor, derbake e saxofone.


Infelizmente, mesmo com esta admiração pela arte dos ciganos, que são oficialmente 500 mil na Turquia, o preconceito é muito grande, onde  lhes cabe viver totalmente segregados ou “ misturados” à sociedade em geral, visto que o governo tem demolido arbitrariamente os bairros antigos ciganos, deixando em ruínas, fazendo com que gradativamente percam lentamente as suas tradições.




Gostaram do texto? Muito bom né ? Eu adorei! Aliás, trocar informações e conhecimento é sempre muito digno e enriquecedor. Fica meus agradecimentos a Dani, por ter aceitado prontamente o convite de escrever para o Papo Gipsy. 

Um beijo! E até a próxima!



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