Por Gilmara Cruz
E então chegou o tão esperado dia
da minha viagem para o Rio de Janeiro rumo ao Gothla.
Esse ano optei por
estudar mais e, mesmo com todas as dificuldades financeiras, pude me esforçar
para participar das aulas oferecidas. Fiquei encantada com todo o tema do
evento e trabalho das bailarinas que se apresentaram na noite de gala. Mas
gostaria de traçar alguns comentários sobre as aulas. Para começar, não
gostaria de seguir uma ordem cronológica.
Gilmara e Rhada |
A priori ressalto que em um âmbito
geral a mensagem mais importante passada a mim foi o de inovação! Não que ela fosse ausente antes, mas
agora de forma mais consciente. Foi um tema bem tratado e incentivado pelas
bailarinas/professoras. Palavras como: "desconstrução", "experimentação" e "inovação" estavam presentes nos vocabulários das aulas.
O workshop da Rhada sobre o Corvo
trouxe-me novas ideias e inclusive ela tratou muito sobre a desconstrução de
movimentos e adaptação do mesmo para um fim desejado que, no caso dela, foi
traçar movimentos baseados no corvo, e isso é bastante inovador.
Lady Fred e Gilmara |
Os works da
Lady Fred foram marcantes no sentido também de inovação, mas o assunto mais
importante para mim foi o da memória muscular, algo que se fez novo para meus
treinamentos.
O da Gabi e Yoli me deu novas perspectivas de coreografia, mesmo
sendo para duos, fez com que ideias aflorassem também no campo da inovação,
experimentação, liberdade e identidade, não sendo a coreografia algo necessariamente executada
igualmente por todos.
Saba, Gilmara e Long Nu |
O da Raphaella ajudou bastante na ideia da consciência
muscular para os breaks.
E o Butoh me encheu de emoções esquisitas de tristeza
e lamento (que comungam com meu ser) trazendo isso para uma dança expressiva e
inovadora. Destaco a frase da Saba quando tratou sobre desumanizar o bailarino,
bastante reflexivo e inovador! Entendo que a Dança é um veículo para expressão
de sentimentos e, embora eu já tivesse
aprendido isso com a Gabi, pude sentir isso despertar de uma forma natural
durante o work sobre o Butoh.
Gilmara e April Rose |
Animei-me bastante também com o curso de UNMATA
ITS da April, que finalmente pude entender e tirar algumas dúvidas sobre o ITS.
O work da Ariellah mais uma vez me trouxe a ideia de inovação e criações com
experimentações, onde a construção e desconstrução dos movimentos estavam
presentes.
Gilmara e Ariellah |
De uma forma geral, todas as aulas foram bastante acrescentadoras,
sendo até difícil assimilar toda carga de conhecimento passado. Mas resumindo,
afirmo que foi uma experiência maravilhosa e que deu suporte para toda a
liberdade que o Tribal nos proporciona. Inovar, construir, desconstruir,
expressar, mesclar e ir além dos limites são hoje perspectivas que tenho em
minha Dança de uma forma mais consciente do que antes
E, por fim, eu, um cadáver
morto já falecido volta para casa zombizando e muiiiito cansada, mas com muitas
ideias e empolgação para trilhar o caminho da Dança Tribal juntamente com as
minhas colegas de trabalho, alunas e admiradores!