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[Resenhando-RJ] Gothla Brasil 2015 - Workshops

Por Gilmara Cruz



E então chegou o tão esperado dia da minha viagem para o Rio de Janeiro rumo ao Gothla

Esse ano optei por estudar mais e, mesmo com todas as dificuldades financeiras, pude me esforçar para participar das aulas oferecidas. Fiquei encantada com todo o tema do evento e trabalho das bailarinas que se apresentaram na noite de gala. Mas gostaria de traçar alguns comentários sobre as aulas. Para começar, não gostaria de seguir uma ordem cronológica. 

Gilmara e Rhada


A priori ressalto que em um âmbito geral a mensagem mais importante passada a mim foi o de inovação! Não que ela fosse ausente antes, mas agora de forma mais consciente. Foi um tema bem tratado e incentivado pelas bailarinas/professoras. Palavras como: "desconstrução", "experimentação" e "inovação" estavam presentes nos vocabulários das aulas. 

O workshop da Rhada sobre o Corvo trouxe-me novas ideias e inclusive ela tratou muito sobre a desconstrução de movimentos e adaptação do mesmo para um fim desejado que, no caso dela, foi traçar movimentos baseados no corvo, e isso é bastante inovador.

Lady Fred e Gilmara
Os works da Lady Fred foram marcantes no sentido também de inovação, mas o assunto mais importante para mim foi o da memória muscular, algo que se fez novo para meus treinamentos. 

O da Gabi e Yoli me deu novas perspectivas de coreografia, mesmo sendo para duos, fez com que ideias aflorassem também no campo da inovação, experimentação, liberdade e identidade, não sendo a coreografia algo necessariamente executada igualmente por todos.

Saba, Gilmara e Long Nu
O da Raphaella ajudou bastante na ideia da consciência muscular para os breaks

E o Butoh me encheu de emoções esquisitas de tristeza e lamento (que comungam com meu ser) trazendo isso para uma dança expressiva e inovadora. Destaco a frase da Saba quando tratou sobre desumanizar o bailarino, bastante reflexivo e inovador! Entendo que a Dança é um veículo para expressão de sentimentos e, embora eu já tivesse aprendido isso com a Gabi, pude sentir isso despertar de uma forma natural durante o work sobre o Butoh.

Gilmara e April Rose


Animei-me bastante também com o curso de UNMATA ITS da April, que finalmente pude entender e tirar algumas dúvidas sobre o ITS. 

O work da Ariellah mais uma vez me trouxe a ideia de inovação e criações com experimentações, onde a construção e desconstrução dos movimentos estavam presentes.

Gilmara e Ariellah
De uma forma geral, todas as aulas foram bastante acrescentadoras, sendo até difícil assimilar toda carga de conhecimento passado. Mas resumindo, afirmo que foi uma experiência maravilhosa e que deu suporte para toda a liberdade que o Tribal nos proporciona. Inovar, construir, desconstruir, expressar, mesclar e ir além dos limites são hoje perspectivas que tenho em minha Dança de uma forma mais consciente do que antes

E, por fim, eu, um cadáver morto já falecido volta para casa zombizando e muiiiito cansada, mas com muitas ideias e empolgação para trilhar o caminho da Dança Tribal juntamente com as minhas colegas de trabalho, alunas e admiradores!

Por um ideal Tribal!


[Resenhando-RJ] Gothla Brasil 2015 | Visão do Público

por Melissa Souza



Gothla é um festival internacional de fusões dark e teatrais da dança tribal e do ventre com edições na Inglaterra, EUA, Espanha, Itália, Argentina e Brasil. Neste mês, tivemos a 3ª edição do evento no Brasil, que acontece bianualmente no Rio de Janeiro, organizado por Jhade Sharif.

Situado no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, o Colégio Marista possui uma ótima infraestrutura: anfiteatro, sala de dança espaçosa, três camarins e banheiros - tudo bem acessível. O equipamento audiovisual deixou um pouco a desejar, devido às limitações por haver uma única caixa de som.

Open Stage: Natália Espinosa | Foto de Natália Espinosa

O evento contou com uma feira de artigos tribais (Dark Fair), três dias de workshops com dançarinas brasileiras e internacionais, mostra de dança (Open.Stage) e o espetáculo Carpe Noctem “De Profundis” (título análogo á obra de Oscar Wilde) com convidadas especiais e alunas das organizadoras do evento.

No geral, as performances foram ótimas, dosando bem o número de profissionais e alunas no palco para que não ficasse tão cansativo. Decoração planejada, efeitos de fumaça e luz enriqueceram o palco, mas o que o pessoal gostou mesmo foram as intervenções em vídeos curtos que criaram um ar de suspense com ótimas referências.

A abertura do espetáculo se deu com uma performance teatral de Jhade Sharif e Rhada Naschpitz, com destaque para a presença de um elemento cênico, um espelho oval emoldurado. Um ponto positivo é que não houve grandes pausas entre uma apresentação e outra, o show seguiu num só fôlego.


Ariellah | Foto de Morena Santos

As americanas Raphaella, Lady Fred, e April Rose encantaram o fôlego do público com suas performances, mas a grande estrela da noite foi Ariellah, não há dúvidas. Com seu estilo peculiar de dançar, a maneira como transmite um sentimentalismo ao público e sua rica expressividade, ela usou diferentes músicas para compor sua apresentação.

A grade de dançarinas brasileiras também merecem destaque, o repertório de apresentações foi bem diversificado. Houve ótimos duos e trios, como de Gabriela Miranda e Yoli Mendes. Algumas professoras compuseram coreografias junto com suas alunas, como Jhade Sharif, que embalou a noite com uma música de Rammstein.

Yoli Mendez & Gabriela Miranda | Foto de Gabriela Miranda
















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