por Saille Samarah
Nos dias 8 e 9 de agosto de 2015, aconteceu a
III edição da Steamcon, a Convenção Steampunk do Brasil, organizada pela Loja
São Paulo do Conselho Steampunk na nevoenta cidade de Paranapiacaba.
Pra quem não sabe, embora o
assunto já tenha sido abordado aqui no blog em outras matérias, Steam quer
dizer "vapor" e o Punk vem do termo "cyberpunk", um subgênero da ficção
científica. Sendo um retrofuturismo, questiona como seria o uso da tecnologia
atual ambientado no passado, tomando como base a Revolução Industrial do período
vitoriano(1837-1901), mas pode-se utilizar referências atemporais também.
Tendo cada vez mais pessoas que se interessam
pelo assunto, em 2013 o Conselho Steampunk SP, organizou o maior encontro
steampunk já feito.Surgiu assim a Convenção Steampunk, ou
SteamCon (titulo emprestado das convenções estrangeiras), a convenção se tornou
um evento anual e sempre é realizado dentro da Vila Ferroviária de
Paranapiacaba.Sendo aberto ao público e com atividades
gratuitas, inclui a recepção calorosa dos moradores e turistas, já que é um
centro histórico.
A programação desse ano
reuniu expositores, artistas, pintores, e aficionados pelo tema, e teve desde palestras e bate-papos, a oficinas, exibições de cinema, teatro, artes
plásticas, ilusionismo e dança.O sucesso do evento é inegável e uma imersão
cultural em meio ao clima da cidade que mescla a Arte do passado e presente
envolto em névoa, ferrugem, madeira e trilhos que contam parte da história
ferroviária do Brasil.
Entre as atrações, um momento esperado são as
performances de dança! Na segunda edição, em 2014,eu
tive o prazer de me apresentar com a bailarina Dana Guedes. Alternamos entre oito solos e uma dança improviso em dupla.
Quando descobri, por uma
matéria dela, publicada em 2009, no blog do Conselho, a fusão dessas duas
coisas que adoro: a dança e a inspiração steampunk, pirei! E desde então tinha vontade de fazer umas experimentações.Eu defino a Dança Steampunk ou Steam Dance
como o termo que generaliza as performances inspiradas na temática Steampunk,
seja na escolha de músicas, figurino, adereços e interpretação teatral. Não há uma modalidade de dança propriamente
dita, e sim uma caracterização.Foi difundida através do Tribal Fusion, porém
hoje manifesta-se em danças diversas em grupo, dupla ou solo.
Já sabia do trabalho de
talentosas bailarinas no Paraná. E em um shopping de Campinas, numa reunião
informal de amigos, o Carlos Machado (Capitão Escarlate), me questionou se eu
tinha vontade, por que eu não dançava?!Aí eu pensei sério no
assunto e percebi que podia usar meu repertório próprio de dança oriental
árabe (dança do ventre), flamenco, balé e recentemente algumas aulas de tribal.Já me apresentei em saraus,
espetáculos, festivais de dança, casas árabes, festas e encontros. A
experiência de palco, técnica e criatividade eu tinha. Me faltava a fagulha que
acendeu o fogo da caldeira como o Carlos fala rs.
E foi assim que me
aventurei como Steam Dancer.
Foi muito gratificante e enriquecedor poder
participar da Steamcon! Sempre são improvisos e a
emoção é que se torna o que inspira os movimentos. Esse ano, fiz a performance da boneca
mecânica e uma fada cyberpunk.Eu agradeço à Adriana e ao Candido sempre pela
oportunidade!
Fiquei muito feliz também
porque tivemos a participação de mais três lindas e talentosas bailarinas!!! Foi o máximo!!! Toda a
interação e ajuda mútua, tornou o grupo unido e fez com que fizéssemos o
público vibrar e despertar a vontade em muitas meninas de estudar alguma dança!
E reproduzindo um trecho da
matéria da Dana me inspirou com uma leve adaptação: "(…) e com o crescimento
também do movimento SteamPunk no país, quem sabe em breve não teremos mais
bailarinas nacionais movimentadas a vapor, huh?! Yeap!”.
E aguardamos ansiosas a
edição do ano que vem!
Beijos Vaporosos
As Bailarinas
Dana Guedes é escritora de
literatura fantástica e publicou sua primeira obra Steampunk em 2011, o conto
“Homérica Pirataria”. Em 2014, foi convidada para participar do volume II da
antologia Vaporpunk, da editora Draco, com seu conto “V.E.R.N.E. e o Farol de
Dover”, lançado na II Steamcon de Paranapiacaba. Paralelamente, sempre foi
apaixonada por dança, especialmente a Dança do Ventre e o Tribal Fusion (uma
vertente da dança árabe com misturas de hip hop, break, flamenco, dança
indiana, entre outros). Por isso, precisou apenas de um passo para juntar suas
duas grandes paixões, misturando os elementos fantásticos do Steampunk e suas
engrenagens, na dança Tribal e sua vasta gama de estilos.
Fernanda Lira iniciou seus
estudos em Dança Oriental em 2007 e em 2009 teve contato com o Tribal Fusion.
Para aprofundar seus estudos, também estudou American Tribal Style®. Atualmente
atua tanto na Dança do Ventre quanto no Tribal Fusion participando de
apresentações e dando aulas.
Saille Samarah por ela mesma:
“Em 2009, um
dia depois do meu aniversário ganhei um presente pra vida toda: descobrir o
prazer de dançar! E uma paixão de múltiplas formas, a dança do ventre, o
flamenco, o ballet, e recentemente o Tribal.
Inspirada nas inúmeras
possibilidades do universo steampunk tenho feito improvisos e experimentações
em festivais de dança e na Steamcon. Estou muito feliz por ser uma das
bailarinas a Vapor nessa viagem fascinante pelos trilhos 'Steamdance' !!!”
Samra Hanan é pesquisadora,
coreógrafa, dançarina e professora de Danças Orientais e Tribal Fusion. Formada
em Educação Física pela USP e pós graduada em Estudos Contemporâneos na Dança
pela UFBA. Dedica-se aos seus estudos sobre Danças Orientais desde 1998. Desde
então, fez aula com diversos mestres nacionais e internacionais em vários
estilos de dança, destaque para: Lulu Sabongi (2000), Farida Fahmy (2003),
Mahmoud Reda (2004), Raqia Rassan (2005), Mona El Said (2006), Kristine Adams
(2013), Rebeca Piñeiro (2013), Kami Liddle (2013), Lady Fred (2013), Fifi Abdou
(2014), Rachel Brice (2014), Megha Gavin (2015) e Carollena Nericcio (2015).
Participou de vários eventos de Danças Orientais e Tribal, ano passado sendo
premiada como melhor bailarina do CIAD-Bauru. Atualmente
é professora de Danças Orientais, ATS®, Tribal Fusion e Tribal Brasil em sua
escola Simbiose e na Escola Campo das Tribos, em São Paulo.
Yasmim Belly Dance por ela
mesma:
“Comecei na dança do ventre por meio de um projeto social no bairro onde
moro em Guarulhos-SP. Desde então, me
interessei pela arte em si e busquei academias de dança especializadas para
complementar e moldar minha carreira que está preste há completar cinco anos.
Nesse tempo, procurei me formar em fusões. Minhas favoritas são as que têm
rock, e nesse meio, minha predileta que trabalha a cultura pop japonesa. Essa
maravilha consiste em unir o anime com os movimentos da dança do ventre
clássica, deixando viva a característica do personagem no traje da bailarina.
Já o apresentei em um evento aqui na cidade de Guarulhos, o Anime Guarulhos
Festival.
Durante um passeio de escola em
Paranapiacaba, descobri o evento Steamcon e sua ligação intensa com as diversas
formas de arte, inclusive a dança. Resolvi viajar mais uma vez nesse intenso
mundo do Steampunk, dessa vez com a dança do ventre.”
Vídeos:
Links e Créditos
Matéria Dana Guedes:
Matéria Dança Steampunk: