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Sobre a Dança Cigana e suas “andanças” mundo à fora

por Adriana Chayéra



Os ciganos são fortemente associados ao seu nomadismo. Quem nunca avistou um acampamento cigano e meses depois passando pelo mesmo local encontrou apenas um campo desabitado? Se você nunca viu, deve ter ouvido falar que os ciganos migram sempre de um lugar para o outro. Pode ser com mais ou menos tempo, mas migram! No caso dos ciganos Kalons que ainda mantém esta tradição de moradia em acampamentos viva até hoje no Brasil, é um exemplo para este tema, entre outros grupos pelo mundo.

E foi através desse nomadismo que foram sendo constituídas as Danças Ciganas. Quando os ciganos deixaram o Egito e a Índia, eles passaram pela Pérsia, Turquia, Armênia, chegando até a Grécia, onde permaneceram por vários séculos antes de se espalharem pelo resto da Europa. A influência trazida do oriente é muito forte na música e na Dança Cigana. Tendo outras  influências tais como hindu, húngaro, russo, árabe e espanhol. Mas a maior influência na música e na dança cigana dos últimos séculos é sem dúvida espanhola, refletida no ritmo dos ciganos espanhóis que criaram um novo estilo baseado no flamenco. Cada local que eles tinham contato, ia ajudando na composição dessa dança, constituindo-se rica em detalhes, variações de movimentos, vestuário, elementos e estilos musicais.

O que fica de marcante e comum em todas essas vertentes e variações de estilo? Sem dúvida alguma:a PRESENÇA! Essa “ presença “ é algo muito característico nos ciganos, mesmo que de uma forma mais estereotipada, já que todo ser humano possui uma singularidade, mas é algo muito marcante na maioria deles. Em que contexto estaria esse termo na dança? Na dança estaria na execução de cada movimento, na energia colocada ao se dançar, na postura que você coloca ao executar a Dança Cigana. Perceba que a presença de um cigano é sempre muito marcante dançando ou não, e como eles são muito do “ aqui e agora “, uma dança cigana que não assuma esse contexto, será menos real. Por isso, eu como bailarina e professora de Dança Cigana, procuro trabalhar em minhas alunas e em mim mesma, não apenas uma sequencia de movimentos desprovidas de significados, mas sim a intensidade e o portar-se dentro de cada movimento, tornando, assim, a dança o mais próxima possível do que seria um cigano dançando. Não é uma tarefa lá muito fácil, pois eles trazem consigo todo um contexto cultural no seu portar-se, mas acaba tornando a dança muito mais verídica e gostosa de ser dançada.

Vou finalizando por aqui esse primeiro post introdutório do meu espaço no blog. O assunto é muito amplo, e muito curioso, então, tem muita coisa para desbravar nesse universo cigano. Gostaria de deixar meu agradecimento aqui no blog também para Aerith. Espero que tenham gostado, por que eu to gostando muito!


Até a próxima ~_^



Papo Gipsy por Adriana Chayéra


Papo Gipsy
Adriana Chayéra, Lauro de Freitas- BA, Brasil

Sobre a Seção:

Nesta sessão irei abordar temas relacionados ao universo cigano: cultura, dança, curiosidades e muito mais!!

Sobre a Autora:

Começou os seus estudos árabe em 2001 com aulas de dança do ventre, mas logo migrou para a Dança Cigana. Durante o seu período de aprendizado teve aulas de Kung fu e de Flamenco  os quais serviram de base para desenvolver o seu trabalho com a dança. Participou de workshops com dançarinas nacionais e internacionais como Bela Saffe, Nuria Leiva, Yara Castro, Mohamed el Sayed, Patricia Passo , Saphyra Wilson, entre outros. Atualmente vem desenvolvendo seu trabalho como bailarina , coreógrafa e professora de Danças Ciganas, ministrando aulas de dança desde 2009,  desempenhando trabalhos paralelos e cursando Psicologia.

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