[Folclore em Foco] Leitura Musical para ATS® - Parte 1

por Nadja El Balady– FatChance BellyDance Sister Studio


O que significa leitura musical para ATS®?
Significa que existe algo a mais na preocupação das dançarinas de ATS® além de coordenar movimentos, posicionamento no espaço e o toque dos snujs. Significa que sua escolha de passos e combinações, suas transições de liderança estão inspiradas pela música e em harmonia com seus arranjos e transições.

Vamos entender alguns componentes principais das composições musicais e tentar, de forma simples, encaixar com nosso entendimento da técnica de ATS® para aproveitar estes elementos da melhor forma possível.

Vale lembrar que todo o método do ATS® já foi pensado para você tirar o melhor proveito da sua leitura musical. O próprio método em si tem várias indicações de como entender e dançar determinados padrões musicais, mas leitura musical é onde reside a arte, ela é pessoal, revela como você percebe a música que está tocando e como reage a ela, revela como está a sua escuta e a sua capacidade de lidar com o todo que é improvisar em grupo dançando e tocando ao mesmo tempo.

Primeiro, vamos analisar dois elementos estruturais da música para nos dar embasamento: Ritmo e melodia.

Na minha percepção, compreender o ritmo de base de uma música é a primeira coisa que devemos fazer para entender a música dentro do conceito musical para ATS® que nos diz que são 3 linhas de leitura que podemos seguir: Músicas “rápidas”, “lentas” e “lentos dramáticos”.

A leitura rítmica dentro do ATS® não acontece de forma literal, não é nossa responsabilidade representar os taks e dums dos ritmos, como faz a Dança do ventre tradicional, mas é nossa tarefa entender a métrica que o ritmo deixa para a flutuação melódica e encaixar a nossa movimentação nesta métrica rítmica. É esta métrica que nos interessa, que vai fazer com que dança e música se tornem uma só coisa.

Os ritmos usados para dançar músicas consideradas rápidas no ATS®, em geral, serão ritmos cujos compassos serão contados em 2 ou 4 tempos. Existem algumas exceções para ritmos contados em 6 tempos. Mas o que é compasso? Compasso é a célula rítmica. A maneira como este ritmo é estruturado em sua forma e em quantidade de notas.



Como as músicas utilizadas para dançar ATS® em geral são orientais, vamos trabalhar com exemplos dentro dos ritmos árabes. Vamos ver dois exemplos de compasso de ritmos contados em 2 e em 4: Malfuf (ou Laff) e Maqsoum, no caso Malfuf com 2 tempos e Maqsoum com 4 tempos. Nas figuras abaixo, podemos ver o ritmo escrito na pauta, que são as cinco linhas usadas para escrever a música. Temos a imagem da clave de sol e em seguida uma fração. O numerador da fração representa quantos tempos tem o ritmo e o denominador é um indicativo do valor das notas, mas este valor, para entendermos a estrutura rítmica, agora não é importante. O mais importante para nós, no momento, é compreender o numerador da fração. O Malfuf é um ritmo cuja “célula” acontece e se repete de 2 em 2 tempos. Maqsoum é um ritmo cuja “célula” acontece e se repete de 4 em 4 tempos. A maioria dos ritmos populares, tanto orientais quanto ocidentais acontecem em 4 tempos, na fração 4/4.





MÚSICAS “RÁPIDAS”
Ok! Se os ritmos das músicas “rápidas” são contados em 2 ou 4 tempos em geral, por que contamos as músicas de 8 em 8 tempos?

Por causa da chamada “frase musical”. A frase musical é a maneira como o compositor se utiliza da métrica rítmica para compor a melodia. Uma ideia melódica usa 8 tempos para encontrar seu sentido e pode ir se complementando, repetindo ou encontrar resposta nos próximos 8 tempos e assim sucessivamente.  Escute estas músicas e conte de 1 a 8 desde sua primeira nota e perceba como a melodia flui de 8 em 8 tempos.

Significa que se o ritmo base tiver 2 tempos, a frase musical usa 4 compassos para acontecer, se o ritmo de base tiver 4 tempos, a frase usa 2 compassos.

2 tempos – Frase musical em 4 compassos:



4 tempos – Frase musical em 2 compassos:




NÃO CONTE APENAS OS PASSOS, CONTE A MÚSICA!


Sabemos que no ATS®, para que a estrutura de improvisação funcione, precisamos contar os passos e combos dos movimentos rápidos sem cessar, se não arriscamos deixar alguma coisa incompleta e a movimentação pode acabar não fazendo sentido para quem está sendo liderado. Será interessante que além de contar os passos que faz, a dançarina use a contagem para integrar os movimentos na própria música.

Tendo identificado o ritmo de base, a dançarina deve observar a maneira como a melodia se comporta: Como a música começa, onde entra a melodia principal e como ela pode fazer para distinguir um momento do outro.

Por exemplo: Na música “Kako Kolan” gravada pelo grupo Helm, temos uma entrada percussiva, uma melodia tocada com acordeom e a voz que entra em seguida. A entrada percussiva leva 8 tempos. O acordeom desenvolve sua primeira ideia em 16 tempos e depois a repete em mais 16 tempos, ou na linguagem de dança “4 oitos”. Em seguida a voz vai entrar igualmente usando “4 oitos” para desenvolver a primeira ideia, mais “4 oitos” para desenrolar uma continuidade e então “4 oitos” para fazer acontecer o refrão.

Tendo em vista uma estrutura como esta, tente fazer casar as ideias de movimentos com as ideias da música, por exemplo: Se temos 8 tempos iniciais apenas com a percussão, evite começar uma combinação longa neste momento, use movimentações simples e curtas como Shimmie, Bumps ou Arabic. Quando o acordeom entrar, tente pensar em movimentações que tenham 16 tempos, como Chico 4 Corners, ou mesmo uma sequência de Egyptians. Você pode escolher 2 sequencias de movimentos em 16 tempos ou se escolher fazer o Sunanda, por exemplo, ele sozinho poderá ocupar toda o momento inicial dos 4 oitos de acordeom. E assim sucessivamente.

A qualquer momento, evite iniciar um movimento mais longo no 5º tempo (ou qualquer outro tempo que não seja o 1º) de uma frase musical. Mesmo que dentro da métrica rítmica, sua sequência de movimentos vai acabar desencontrando da construção melódica e dos arranjos da música. Procure casar o tempo 1 dos movimentos com o tempo 1 das transições musicais. Assim você vai garantir que sua dança sempre vai estar em harmonia com a música.






[Venenum Saltationes] A Dança & O Tarot - A Sacerdotisa

por Hölle Carogne


Tarot de Marselha


93!

É chegada a hora de seguirmos com o nosso estudo! Eu estou adorando e vocês?

Nesta edição falaremos sobre o Arcano II: A Sacerdotisa, também conhecida como “A Papisa”, “A Alta Sacerdotisa” e “A Suma Sacerdotisa”!

A tradução exata do nome que o Tarô de Marselha dá a este arcano (La Papesse) é A Papisa. Outras versões, como A Sacerdotisa ou A Alta Sacerdotisa, vêm do nome que lhe é atribuído modernamente em inglês (The High Priestess).

Esta carta simboliza a sabedoria, o conhecimento, o mistério, a intuição, o crescimento, a gestação, a nutrição da alma e do corpo, a Gnose, a Casa de Deus e do homem, o santuário, a lei, a Cabala, a igreja oculta, a reflexão. De acordo com os baralhos clássicos, fala daquilo que é escondido e maquiado, de assuntos secretos que não podem vir à tona para que a situação permaneça a mesma, ou que precisem vir à tona para que a situação possa evoluir.

Seu reino é binário, uma etapa na distinção da polaridade do universo. Se o binário equivale a conflito, no sentido de rompimento da unidade, de abandono do caos essencial onde não existem as magnitudes nem os nomes, é também a primeira etapa dolorosa e imprescindível das vias iniciáticas, o começo da busca da identidade.

Esta carta se refere à letra Guimel, que significa camelo.

A referência da carta é à Lua. A Lua (sendo o símbolo feminino geral, o símbolo da segunda ordem correspondendo ao Sol, como o Yoni corresponde ao Lingam) é universal e vai do mais alto ao mais baixo.

A carta representa a forma mais espiritual de Ísis, a Virgem Eterna, a Ártemis dos gregos. Ela está trajada tão-somente do véu brilhante de luz. É importante para a alta iniciação considerar a Luz não como a perfeita manifestação do Espírito Eterno, mas, preferivelmente, como o Véu que oculta este espírito. Ela assim o faz sumamente efetiva devido ao seu brilho incomparavelmente deslumbrante. Assim ela é luz e o corpo de luz. Ela é a verdade atrás do véu de luz. Ela é a alma de luz. Sobre os joelhos dela está o arco de Ártemis, que é também um instrumento musical, pois ela é caçadora e caça por encantamento.

Agora que se considere esta idéia como a partir de detrás do Véu de Luz, o terceiro Véu do Nada original. Esta luz é o menstruo da manifestação, a deusa Nuit, a possibilidade da Forma. Esta manifestação primeira e maximamente espiritual do feminino toma para si um correlativo masculino ao formular em si mesma qualquer ponto geométrico a partir do qual se contempla a possibilidade. Esta deusa virginal é então potencialmente a deusa da fertilidade. Esta é a idéia por trás de toda forma; logo que a influência da tríade desce abaixo do Abismo ocorre a conclusão da idéia concreta.

É importante refletir que esta carta é inteiramente feminina, inteiramente virginal, pois representa a influência e o meio de manifestação (ou, de baixo, de obtenção) em si mesma. Representa possibilidade em seu segundo estágio sem qualquer começo de consumação.

 
Tarot de Rider Waite

Representação:
É representada, geralmente, pela imagem de uma mulher na casa dos 40 anos, vestida com trajes papais ou cerimoniais.

Em suas primeiras versões, como na de Visconti-Sforza, aparece como uma mulher de aparência atormentada e grávida.

Nos baralhos clássicos como o Marseille Convos, Marseille Marteau e Marseille Grimaud, a mulher olha para fora da carta, como que surpreendida por algo desagradável.

Ainda no baralho de Marselha, a sacerdotisa, sentada, segura um livro aberto sobre o colo e usa uma coroa tripla na cabeça. Olha para a esquerda (com a expressão surpresa e aflita comentada anteriormente) e veste uma túnica vermelha sobre a qual se desdobra um manto azul (em algumas versões as cores são opostas).

No Tarô de Rider-Waite, ela segura, na mão direita, o símbolo da sabedoria, um pergaminho. Na mão esquerda, tem espigas de trigo, símbolo do alimento que distribui generosamente. A lua sobre a sua cabeça remete para a intuição, um dom que lhe pertence. Tem um gato a seus pés, antigo símbolo da magia. Ela lembra uma mãe, mas também o poder fertilizante da mulher. Tudo o que ela planta, dá frutos.

Símbolos:
  • Caminho da Árvore da Vida - de Kether à Tiphareth.
  • Letra Hebraica - Gimel – Camelo.
  • Valor – 3.
  • Tattwa – Água.
  • Nome Místico - Sacerdotisa da Estrela de Prata.
  • Planeta – Lua.
  • Cor Azul - Paz Suprema, também pode ser uma referência a Binah.
  • Cor Branca - Pureza e virgindade.
  • Sete véus - Intuição (Os sete Planetas e as sete verdades).
  • Os seios expostos - Sensitividade e sentimento profundo.
  • Arco e Flecha - Ártemis a Caçadora, também representa os órgãos femininos.
  • Os Dois Pilares - Severidade e a Misericórdia.
  • A Lua sob os pés - Lilith, Qliphoth de Malkuth, é todo elemento que perturba e são os desejos não manifestos.
  • Flores e Frutas - O Domínio sobre os elementos.
  • Os Quatro Cristais - Claridade e pureza da mente, coração, mente, corpo e espírito.
  • Camelo - Sabedoria. Pode representar o elemento essencial para que se possa alcançar a Plenitude. Para atravessar o Grande "Deserto de Daath precisamos de uma Camelo", símbolo da paciência e resistência que temos que ter na travessia.
  • A lua na cabeça junto com o Chifre - Representação da Deusa Ísis (NUIT), Senhora dos Mistérios.


Tarot de Austin Osman Spare

Estrutura Mística:

  • Posição normal: estudo, sabedoria, intuição, fé, mulher, amor platônico, discrição, autocontrole.
  • Posição invertida: passividade, preguiça, ignorância, egoísmo, introversão, mentalidade totalmente fechada, preconceito, histeria.
  • Sentido geral: paciência, sensibilidade, compreensão, mediunidade, disposição para ajudar (carta de proteção).
  • Sentido espiritual: sabedoria materna, consciência lunar.
  • Símbolo: a faixa amarela significa a aceitação do destino.
  • Arquétipo: a virgem.
  • Objetivo: tornar-se uma unidade.


Interpretações usuais na cartomancia:

Reserva, discrição, silêncio, meditação, fé, confiança atenta. Paciência, sentimento religioso, resignação. Favorável às coisas ocultas.

  • Mental: Grande riqueza de ideias. Responde a problemas concretos melhor do que a questões vagas.
  • Emocional: É amistosa, recebe bem. Mas não é afetuosa.
  • Físico: Situação garantida, poder sobre os acontecimentos, revelação de coisas ocultas, segurança de triunfo sobre o mal. Boa saúde, mas com um ritmo físico lento.
  • Desafios e sombra: Dissimulação, hipocrisia, intenções secretas. Mesquinharia, inação, preguiça. Beatice. Rancor, disposição hostil ou indiferença. Misticismo absorvente, fanático. Peso, passividade, carga. As intuições que traz invertem seu sentido e se tornam falsas. Atraso, lentidão nas realizações.


Tarot de Thoth

 
Curiosidade:
Esta carta está intimamente ligada à lenda medieval sobre a existência da Papisa Joana, que foi “papa” de Roma por 2 anos entre 852 e 855, sendo deposto após ser descoberto se tratar de uma mulher disfarçada.

A tradição popular diz que uma mulher ocupou a cadeira de São Pedro sob o nome de João VIII.

Uma das versões da lenda conta que a papisa teria ficado grávida de um dos seus familiares e, como não se recolheu na época devida, o parto teria se dado em plena rua, durante uma procissão entre a igreja de São Clemente e o palácio de Latrão.

Com a dramática descoberta do embuste, o enfurecido séquito papal teria assassinado Joana e seu filho. Segundo tradições romanas, no lugar do homicídio, permaneceu durante séculos um túmulo ornado por seis letras “P”, que poderiam ser lidas de diferentes maneiras (jogando com a inicial comum de Papa, Pedro, pai e parto).


Trabalhos relacionados à dança:


1) High Priestess por Anandha Ray.


Tarot de Anandha Ray 

 
O Tribal Secrets Tarot Deck é um projeto de fotografia realizado por Anandha Ray, onde cada card mostra um líder da comunidade do Tribal Fusion Bellydance (incluindo Temple Tribal Fusion e Dark Tribal Fusion). Segundo minhas pesquisas, o baralho não está completo.

Na carta “A Sacerdotisa”, quem posa para Anandha é Suhaila Salimpour, a filha de Jamila.

Considerações:
Consigo ver apenas uma grande referência à idéia original da carta: os olhos que rodeiam a imagem da mulher. Na minha opinião, esse símbolo pode fazer alusão aos significados de sabedoria, conhecimento, intuição e o que precisa ser visto, mesmo estando maquiado/escondido.
A nudez dos seios remete à leitura de Crowley.
E o headpiece faz lembrar (meio que forçadamente) à idéia abobadada da coroa que a Papisa usa no baralho de Marselha.


2) The High Priestess por Rachel Brice:


Tarot de Rachel Brice 

Considerações:A Sacerdotisa de Rachel Brice, no Datura Tarot, traz várias simbologias da ideia original: o vestido branco, podendo fazer referência à descrição de Crowley (véu brilhante de luz) e à virgindade; a Lua; as flores; o livro que traz no colo (exatamente como a carta do baralho de Marselha).
Uma pena que as imagens do Datura Tarot sejam tão pequenas e com pouca qualidade.



 Desta vez, nenhum vídeo de dança (com referências significativas) foi encontrado.

Lembrem-se: Se souberem de algum trabalho envolvendo os Arcanos enviem para mim!

Até a próxima!

93,93/93

Bibliografia:
  • Antigo Tarô de Marselha – Nicolas Conver;
  • O Livro de Thoth – Aleister Crowley;
  • Clube do Tarô;
  • Ocultura. 


[Estilo Tribal de Ser] Tatuagem de Henna

por Annamaria Marques


Saudações, pessoal!

Desta vez vamos viajar pelo mundo da tatuagem de henna ou mehndi !!

Segundo Rosaa Araújo, uma das melhores (se não a melhor) artista de Mehdi do Brasil, “O mehandi, ou mehndi, é como se chama na Índia a própria planta (Lawsonya Inermis) com a qual é feita a pasta, de mesmo nome, para a execução da arte de decoração corporal, que também se chama assim. Ou seja, a planta, a pasta e a arte possuem o mesmo nome. Henna é seu nome de origem persa.

Sua origem exata é muito difícil de afirmar, pois, sendo uma arte efêmera e mais relacionada ao universo feminino, não houve muitos registros, ou poucos deles restaram, para que possamos ter precisão histórica. No entanto, os artefatos históricos mais antigos que remetem ao mehandi datam de 6000 a.C. nas regiões onde são hoje a Turquia, Síria e Ilhas Gregas.


Sabe-se que a henna foi o primeiro cosmético usado na humanidade, mas a origem de seu uso também está relacionada às suas propriedades medicinais, sendo usada como antisséptico natural e fortalecedor da pele, unha e cabelos, uma vez que estimula a produção de queratina nas células.

O propósito do uso da henna, na verdade, é bastante amplo, e varia muito de cultura para cultura e de época para época. Está relacionada ao mundo feminino, aos ciclos menstruais, à autoestima, à natureza passageira e cíclica da própria vida, a rituais de purificação, a ritos de passagem, à celebração da vida, à beleza, alegria e troca de afeto. ”



No meu caso e, acredito eu, no caso de muitas pessoas, um dos primeiros contatos com os desenhos corporais e tatuagens é com esta tintura temporária antes de se fazer uma tatuagem definitiva. Um alerta importante fica para todos: muitos tatuadores usam tinturas não apropriadas para o mehndi, tintas que podem causar alergias graves!

Henna Marroquina
A bela cor marrom avermelhada da henna deixa a arte com um tom de exotismo super característico e eu considero bem vindo para adornar o corpo de nós do tribal para enriquecer ainda mais o  aspecto oriental da dança. O grupo Zaman, do Rio de Janeiro tem feito um uso muito legal desta arte em suas apresentações nas feiras medievais locais. Vale conferir!

Henna Árabe


Existem muitas diferenças nos tipos de padrões dos desenhos, de acordo com o país e com o  propósito/evento em que ele é feito: tatuagens indianas tendem a ser mais rebuscadas e tem padrões que remetem a folhagens, flores, e, nos casamentos, podem ter inclusive imagens dos noivos. As marroquinas, já tendem a ser mais geométricas, com muitos triângulos e linhas retas, por exemplo.

Henna Indiana

Tem havido também um movimento no ocidente de se tornar estas tatuagens permanentes, usando as técnicas contemporâneas de tatuagens em studios. Muitos são fiéis aos desenhos tradicionais, outros se inspiram e acrescentam, de forma criativa, novos elementos à arte.

Tatuagens com inspiração no Mehndi


Fontes:
https://en.wikipedia.org/wiki/Mehndi


[Make Off] 1 batom e 3 Truques - Customizando sua maquiagem

por Sarah Raquel


Depois de um certo tempo em palcos, é normal entrarmos na zona de conforto e manter como rotina o mesmo padrão de maquiagem, aquele que sabemos o quanto ficamos maravilhosas diante das câmeras.

Mas é importante sempre buscarmos ousar, sendo no visual como na proposta da dança. Para isso eu trago três ideias fáceis de customizar o mesmo batom, um detalhe tão simples que traz uma riqueza em seu visual, dando impressão de uma maquiagem muito mais elaborada.


1.Sombra ou glitter
Essa dica é tão fácil que mereceu o número um dessa mini-lista. Você usa o batom de sua preferência, deixe secar, em seguida escolha uma cor da sua paleta de sombras e aplique em sua boca, da forma que quiser. Com isso, você pode fazer várias combinações.



2. Lápis de olho
Antes de aplicar o batom, passe um pouco de lápis de olho ao redor da sua linha da boca, esfume com os dedos ou pincel, depois passe o batom. É um efeito degradê, podendo ser escuro nas bordas ou o contrário.



3. Corretivo
Utilizando-se da mesma ideia da sombra, após utilizar o batom, com um corretivo mais claro, passe o conteúdo em seu dedo e aplique no meio ou redor da sua boca. Aos poucos você vai puxando o corretivo para sua boca, fazendo um degradê.


Junto com essas dicas e inspirações de traços, você traz outro olhar para seu visual.



[Venenum Saltationes] A Dança & O Tarot – O Mago

por Hölle Carogne

The Conjurer by Hieronymus Bosch

93!

Bem-vindos à Venenum Saltationes, nosso refúgio ocultista dentro do Tribal!

Prosseguiremos com o nosso estudo sobre “Dança & Tarot” com o Arcano 1 – O Mago!

"Com a Baqueta Ele cria
Com a Taça Ele preserva
Com a Adaga Ele destrói
Com a Moeda Ele redime!"

Liber Magi vv 7-10


Baralho de Marselha e de Rider Waite

 
Representação:

Um prestigiador (mágico, feiticeiro) em frente à uma mesa com três pernas, na qual há diversos objetos ligados aos elementos (armas elementares). Segura um bastão com saliências arredondadas em ambas as extremidades, que poderia representar tanto a polaridade dupla da eletricidade e o bastão oco de Prometeu, que traz fogo do céu. Usa um chapéu cuja forma lembra a lemniscata: o símbolo algébrico de infinito (  ).

Baralho Etteilla – segunda versão 1840

O Mago, também conhecido como Prestidigitador, Malabarista, Pelotiqueiro, Bufão, Acrobata, Cômico, Magista, Mensageiro, Mercúrio, Hermes e Thoth é o transformador e o Manifestador, capaz de "transformar qualquer coisa em ouro através do seu toque de Midas". Ele é o mensageiro dos deuses, representando precisamente a Palavra de criação, cujo discurso é silêncio.

Esta carta se refere à letra Beth, que significa casa, e é atribuída ao planeta Mercúrio. 
O título francês desta carta no baralho medieval é Le Bâteleur, o portador do Bâton. Mercúrio é preementemente o portador do Bastão: Energia Emitida.

Esta carta representa, portanto, a Sabedoria, a Vontade, a Palavra, o Logos pelos quais os mundos foram criados.

Nesta carta a ênfase é sobre o caráter criativo e dualístico do caminho de Beth. Caminho da Árvore da Vida - de Kether à Binah (a compreensão).

Sendo a Palavra, ele é a lei da razão ou da necessidade ou acaso, que é o significado secreto da Palavra, que é a essência da Palavra e a condição de seu pronunciamento. Sendo assim, e especialmente porque ele é dualidade, ele representa tanto verdade quanto falsidade, tanto sabedoria quanto loucura. Sendo o inesperado, ele desestabelece qualquer idéia estabelecida e, portanto, é enganador. Ele não tem consciência, sendo criativo. Se não consegue atingir seus fins através de meios limpos, ele usa meios sujos. As lendas do jovem Mercúrio são, portanto, lendas da astúcia. 

A Manifestação implica na Ilusão.

Magician - Etteilla's Tarot Égyptien 

Estrutura Mística:

  • Posição normal: Habilidade, espírito de iniciativa, diplomacia, ausência de preconceitos.
  • Posição invertida: Falta de escrúpulos, julgamento incorreto, falta de responsabilidade, caos.
  • Sentido geral: Franqueza, reinício, surpresa.
  • Sentido espiritual: Sabedoria da magia.
  • Símbolo: A lemniscata como símbolo da perfeição, o destino.
  • Arquétipo: O Mago.
  • Objetivo: Busca, estar no caminho.


The Juggler by Austin Osman Spare

 
Interpretações usuais na cartomancia:

Destreza, habilidade, finura, diplomacia, eloquência, capacidade para convencer, espírito alerta, inteligência rápida, homem inquieto nas suas atividades e negócios.

  • Mental: Facilidade para combinar as coisas, apropriação inteligente dos elementos e dos temas que se apresentam ao espírito.
  • Emocional: Psicologia materialista; tende para a busca das sensações, do vigor, da qualidade criativa. Generosidade unida à cortesia. Fecundidade em todos os sentidos.
  • Físico: Muita vitalidade e poder sobre as enfermidades de ordem mental ou nervosa, neuroses e obsessões. Indica uma tendência favorável para questões de saúde, mas não assegura a cura. Para conhecer o diagnóstico é necessário considerar outras cartas.
  • Desafios e sombra: Charlatão persuasivo, sugestivo, ilusionista, intrigante, politiqueiro, impostor, mentiroso, explorador de inocentes. Agitação vã, ausência de escrúpulos. Discussões, brigas que podem se tornar violentas, dado o vigor do personagem. Mau uso do poder, orientação defeituosa na ação, operações inoportunas. Tendência à dispersão nas ações, falta de unidade nos processos e atividades. Dúvida. Indecisão. Incerteza frente aos acontecimentos.


Tarot de Thoth 


Curiosidade: "Por que existem Três Magos no Tarot de Thoth?"
http://ladoocultodaweb.blogspot.com/2009/08/porque-existem-tres-magos-no-tarot-de.html

The Magician – Datura Tarot by Rachel Brice

Na minha opinião, o Datura Tarot é o melhor trabalho de tarot existente no “meio tribal”, superando até mesmo o deck da Anandha Ray e ultrapassando, infinitamente e com maestria, o House of Tarot, da Zoe Jakes.

Certamente é o trabalho mais próximo da simbologia mística dos arcanos.

Falarei de Anandha Ray e Zoe Jakes em breve. Por enquanto, me detenho apenas aos trabalhos encontrados que fazem referência ao Arcano 1. Porém, eu precisava fazer essa comparação e dizer que o Datura até agora é o meu preferido!

Enfim, a Rachel faz um trabalho curioso, com colagens e arte digital. Ela não dá muitas explicações sobre o projeto e posta através do Instagram. Entretanto, as cartas possuem muita informação interessante e são muito fiéis à simbologia original.

O Mago, da Rachel, assemelha-se à uma criança/adolescente de origem indiana (?). Ele(a) está rodeado por dois felinos e por vários “corpos” que podem fazer alusão aos elementos alquímicos. Segura entre as mãos uma esfera (exatamente como no baralho de Marselha) e outras três esferas rodeiam a sua cabeça. O bastão está atrás do corpo da pessoa, como que pendurado nas costas. Ao seu lado pode-se ver uma adaga e um recipiente cerimonial, talvez uma alusão à magia do mago e seu poder ligado à alquimia.

Bravo, Rachel, sua espetaculosa!


Trabalhos coreográficos e performances:


1) Sirius Dance Center | Coreografia de Sonia Derega (Ucrânia)

Considerações: O trabalho (que assemelha-se à danças urbanas) traz muito bem a idéia do personagem “mágico” e utiliza o maior símbolo desta carta: o “bastão”, além de arriscar cenas de mágica durante a apresentação. Achei muito interessante e gostei das referências que usaram. Não fica claro se a coreografia tem ligação com o Tarot, mas com certeza as referências existem.


2) Arden Tarot Suite



Considerações: Não vejo absolutamente nenhuma relação com a carta.


3) Erika dell' Acqua (Itália)



Considerações: Melhor trabalho, na minha opinião. A bailarina, além de usar a mágica de forma muito interessante, faz alusões aos elementos da natureza, usados na alquimia. Finaliza a coreografia de forma grandiosa, trazendo para a cena, de maneira inesperada, um dos símbolos mais importantes desta carta: o bastão.


Infelizmente, acabamos nosso estudo do mês por aqui...

A escassez de material ocultista dentro da dança é muito real e fazer esta matéria tem sido uma peregrinação...

Agradeço aos que leram até aqui e à todos que acompanham a Venenum Satationes!

Se souberem de algum trabalho envolvendo o Tarot, enviem para mim!

Obrigada e até o próximo Arcano!

93,93/93


Bibliografia: 
  • Antigo Tarô de Marselha – Nicolas Conver;
  •  O Livro de Thoth – Aleister Crowley; 
  • Clube do Tarô.  



Confira as cartas anteriores:




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