Notícia Tribal: Kami Liddle DVD!
Ótima notícia: Kami Liddle (EUA) lançará no próximo mês seu mais novo dvd, Popped, Locked and Loaded. Vale a pena conferir o teaser e o que estará por vir:
Entrevista#11:Daniela Fairusa
Em novembro, nossa
entrevistada é Daniela Fairusa,
bailarina de tribal fusion de Osasco, São Paulo. Com uma técnica precisa e
impactante, Daniela nos conta sobre seu percurso na Dança até encontrar o
Tribal e seus conceitos e projetos atuais.
BLOG: Conte-nos sobre sua trajetória na dança do ventre;como tudo
começou para você?
Iniciei-me no Ballet Clássico aos 4 anos de idade por motivos ortopédicos. E lá fiquei até
os meus 12 anos de idade. Nesse tempo cursei outras modalidades enquanto
cursava o ballet, como jazz e dança de rua. Assim comecei a me
interessar por arte e não só por dança. Na adolescência, fui para o teatro, onde
apreendi muito mais informações sobre o corpo e o palco.
Um dia (era final do ano de 1998) lendo o jornal da
cidade onde morava com minha mãe (Osasco), vi que teria uma apresentação de
dança do candelabro num centro holístico próximo ao centro da cidade. E logo vi
que ministravam aulas. Eu estava numa fase confusa em relação a minha carreira.
Estava cursando o Magistério e fazia aulas de teatro. Mas me encantava com as
artes do corpo. Fui para as aulas feliz de ter encontrado um novo desafio. Mas
me surpreendi ao ver como meu corpo se adaptava aos movimentos e como eu
captava rapidamente as informações. Desde então, não parei mais de pesquisar e
dançar a Dança do Ventre.
Em 2000, fui para a Casa de Chá Egípcia Khan el Khalili. Fiz aulas com as
professoras: Lulu Brasil, Shahar Badri e Soraia Zaied. Tive a chance de conhecer
os trabalhos de outras profissionais da Casa também. Foi lá que me firmei como
profissional, porém nunca participei do casting
da casa. Achava estranho ser avaliada sendo que ainda não havia encontrado meu
produto final. Fiquei fazendo aulas na Casa durante 5 anos, interrompendo e
voltando por várias vezes.
De 2002 a 2005, sempre aperfeiçoava minhas técnicas
com aulas de ballet contemporâneo, ballet clássico e jazz lírico. Cursei essas
modalidades com Greice Kerche, campeã
mundial de fitness e irmã de Cecília Kerche, primeira bailarina do
Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Em 2005, conheci o tribal através do DVD BellyDance SuperStars, que havia ganhado
de presente. Fiquei só assistindo e estudando até 2007, que foi quando tive
coragem de apresentar pela primeira vez, em Osasco mesmo. Foi o momento da
prova final, já que aprendi através de vídeos.
Ao todo são 14 anos de Dança do Ventre, que ainda
pesquiso e danço. E 5 anos de Tribal Fusion.
Primeiro vem Lulu Brasil. Me encantava o
fato de ver que ela também estudava e praticava outras modalidades. E as
técnicas que ela ensina são inesquecíveis. Lembro de sua aula de tremido até
hoje. Foi brilhante. Nunca mais tive dificuldades com eles.
Soraia Zaied:
Uma "show woman". Com ela entendi como
deve ser um show profissional.
Shahar
Badri: Aprendi a coreografar e a dar aulas.
E, em um
workshop, conheci o trabalho de Haqia Hassan. Era adorável ver a forma como ela usava os pés no chão para
fazer os movimentos. E entendi a simplicidade de se coreografar. Ela tem uma
leitura musical limpa.
BLOG: Além da dança tribal você já fez ou faz mais algum tipo de dança?
Há quanto tempo?
Atualmente estudo interpretação e danças tribais. E
ainda videodança com meu marido, Rafael Trevigno.
BLOG: Quais foram suas primeiras inspirações? Quais suas atuais
inspirações?
Tive inspirações diversas para o tribal: Zoe Jakes e Asharah. Dancei muito inspirada nelas. Porém, atualmente, tenho
buscado a desconstrução da dança. Posto que arte é distorção e desconstrução
muitas vezes, tenho me inspirado em fatores que não são necessariamente da
dança: literatura, teatro, artes plásticas, Butoh.
BLOG: O quê a dança acrescentou em sua vida?
A dança me deu um objetivo na vida: sempre
pesquisar e avançar. Valorizar a cultura do meu povo e a linguagem artística.
O fato de poder dizer o que quiser e quando
quiser.
BLOG:O quê prejudica a dança do ventre/tribal e como melhorar essa
situação?
Infelizmente, dança do ventre e tribal caminham juntas no seguinte
problema: o padrão. É difícil dialogar com outras propostas que não as já
concebidas como verdadeiras. A única maneira desse problema desaparecer é
acabarmos com os conceitos de certo e errado. Não existe o “certo” ou o “errado”
para a arte e sim propostas que aceitamos ou não.
BLOG: Você já sofreu preconceitos na dança do ventre ou fusões? Como foi
isso?
Não me lembro de ter sofrido diretamente. Já
houveram discordâncias com outras colegas de trabalho. Mas mantenho minha
posição e aceito que nem todos precisam aceitá-la.
BLOG: Como é ter um estilo alternativo dentro da dança? Conte-nos um
pouco sobre isso.
Desde a dança do ventre, eu já tinha essa
postura "rebelde". Comecei a me apresentar de cabelos curtos e piercing em 2003. Daí para frente só
continuei as transformações que sentia serem necessárias para que eu me
sentisse "eu". Quando assisti ao DVD BellyDance SuperStars, senti que havia encontrado meu lugar. Nesse
momento eu já tinha moicano, dois piercings
e três tatuagens.
Independente
de ter encontrado o tribal, sinto que teria encontrado um jeito de continuar na
Dança do Ventre do jeito que sou, como já estava fazendo.
BLOG: Qual a sua relação com as fusões alternativas e a dança tribal?
Como você encara a cena alternativa
inserida no tribal e suas fusões? Na sua opinião, por quê pessoas com um estilo
de vida alternativo têm optado mais pela dança tribal, desde a sua criação, nos
EUA, do que a dança do ventre?
Visualmente
o Tribal já abraça as "doidas". O fato de você poder dar seu toque
pessoal com suas próprias experiência de dança faz com que o tribal seja o
lugar ideal para experimentar, já que é uma dança que permite as fusões.
Optei
pela fusão com hip hop justamente
porque é a leitura mais clara que tenho no corpo. Mas venho tentando fundi-la
com outras formas de dança como a dança interpretativa e as tribais.
BLOG: Houve alguma indignação ou frustração durante seu percurso na
dança?
Somente a
resistência de algumas pessoas em aceitar propostas novas.
BLOG: E conquistas?Fale um pouco sobre elas.
Acho que
as conquistas foram muito íntimas. São mais para mim e meu repertório. Hoje me
sinto pronta para dizer o que penso e dançar o que sinto graças a todos esses
29 anos vendo e fazendo dança.
BLOG: Por um tempo você teve que se ausentar brevemente com a dança e
depois retornou a mesma. Como foi esse retorno? Você enfrentou alguma
dificuldade?
O
afastamento da dança, por conta da gravidez e recuperação da mesma, me deu
tempo para avaliar melhor o que estava fazendo. Ao voltar, eu já tinha definido
qual era o lugar da dança do ventre e a do tribal na minha vida e na minha
arte. Comecei a estudar interpretação e a estudar coisas como artes plásticas e
política. Tudo com grande contribuição de meu marido, Rafael Trevigno.
A
dificuldade maior era encontrar um meio de representar e interpretar com danças
tão definitivas como a dança do ventre e o tribal. Foi aí que começou a
desconstrução da dança bem como seus componentes como maquiagem e figurino.
BLOG: Como é ter uma parceria, entre dança e música, com seu irmão Daniel Wergan que, além de
derbaquista também possui uma banda
chamada Antiqua, onde você já fez
várias participações dançando?
Na
verdade, meu irmão não é meu parceiro. Nós nos ajudamos trocando favores. No
período de 2002 a 2004 estivemos mais unidos ministrando aulas e a partir de
2005 só participávamos um do trabalho do outro. Mas sempre foi ótimo
representar a música dele bem como tê-lo como derbaquista. Nossa sintonia
sempre foi impecável, obviamente. Mas estaremos apresentando trabalhos ainda
até onde a vida permitir.
BLOG: Em 2010, você participou do vídeo clipe “Menininha”, da banda Súbita. Como foi participar desse
projeto tão diferente?
BLOG: Você participou do Programa
Silvio Santos, em 2010,no quadro de Dança, onde haviam muitas categorias
diferentes. Dentre todas elas, a sua foi a melhor recebida pelo público. Como
foi participar de um programa de TV aberta, como o SBT, onde muitos
telespectadores do Brasil inteiro estariam assistindo a sua performance? Qual
foi o retorno das pessoas e impressões que você obteve com essa experiência? É
muito diferente de dançar em um evento de dança ou em um restaurante?
Para
começar as coisas na Tv são muito rápidas. Todos os participantes tinham 1 minuto
para se apresentar. Foi trabalhoso escolher os movimentos certos para tão pouco
tempo. O retorno não foi tão grande. Não fui reconhecida nas ruas ou recebi
telefonemas... hahaha.Mas o prêmio é de verdade!!
Lugares
diferentes merecem cuidados diferentes sim. Sempre procuro saber com
antecedência informações do espaço e das pessoas que estarão assistindo minha
performance. É um tipo de cuidado necessário para qualquer pessoas que vai se
expor ao público, pois é um momento onde você expõe um pouco mais que somente
seu figurino e maquiagem. Você expõe suas idéias e sentimentos.
BLOG: No Mercado Persa 2011 você foi convidada a dançar no espetáculo
Alquimia. Como foi dançar no maior evento de dança oriental da América Latina?Como
sua dança foi recebida nesse projeto e pelo público?
Nesse
período eu ainda estava amamentando e meu corpo não estava definido, bem como
minha cabeça. Mas consegui, com certas limitações, apresentar o Tribal de uma
maneira justa e bonita. Pelo menos foi uma apresentação bastante elogiada. E
fiquei feliz de ter conseguido. Visto que tb fiz uma performance livre com a
dança do fogo. Que foi uma proposta totalmente diferente da apresentação
tribal.
BLOG: Neste ano, você teve a oportunidade de apresentar-se na Virada Cultural, em São Paulo. Conte-nos
como foi dançar para um público tão grande e diversificado e a responsabilidade
de talvez ser a primeira vez que aquelas pessoas teriam contato com o tribal
fusion?
Foi
incrível. A proposta que Heitor Werneck me
fez, o organizador do palco Cabaret, foi tudo o que estava precisando no
momento. Eu podia usar minhas técnicas de interpretação e hip hop e dar um ar mecânico e assustador à performance. O
resultado foi muito positivo tanto para mim quanto para os que assistiram.
BLOG: Em tribal fusion você é autodidata, certo?Comente sobre essa
experiência e suas dificuldades que você teve na época em que começou a
estudar.
Fui
autodidata por falta de opção. Sempre gostei de trocar idéias e de observar
minhas professoras. De início foi meio assustador., pois sabia que iria me
apresentar mais cedo ou mais tarde sem que tivesse sido avaliada. Tive que dar
muita importância ao que sentia e principalmente ao meu senso crítico. Acho que
foi daí que realmente comecei a prestar mais atenção às minhas
experiências corporais. Foi realmente um salto no meu estudo.
BLOG: Você tem pretensão em retomar com o seu antigo grupo Bella Tribo?Conte-nos como surgiu o
grupo, o significado do nome, seus integrantes, qual estilo marcante do mesmo e
se ele sofreu alguma mudança estrutural ou de estilo desde quando foi criado
até agora.
A Bella Tribo
surgiu de uma vontade grande que eu tinha de colocar minhas coreografias e
estudos em prática. A Zan Rotini foi
minha aluna de dança do ventre e tribal, já o El Cesar dançava comigo em uns grupos alternativos nos quais eu
participava no setor cultural de Osasco. Ele se encantou com o tribal e acabei
por convidá-lo a participar e aprender. Na verdade ele é professor de danças
populares e um ótimo costureiro.
No final
dos trabalhos da Bella Tribo tivemos
duas pessoas ocupando o lugar de quatro membro: Katri Viana e Mariana Garavello.
Infelizmente não tenho mais notícias da Katri. Bom, a Mari você vê sempre na
ativa com seu tribal nos eventos e festas.
O nome
não foi nada especial. Só achamos que soava bem o Bella Tribo.
A
possibilidade.
BLOG: O quê você acha que falta à comunidade tribal?
Como
disse nas perguntas iniciais: esquecer o "certo e "errado" na
dança e se abrir a novas possibilidades e propostas.
BLOG: Como você descreveria seu estilo?
Tribal
Fusion. Mas hoje em dia estou começando a optar por Dança Tribal.
BLOG: Como você se expressa na dança?
Bem, não
tem receita. Tem que se dançar o que se sente.
BLOG: Quais seus projetos para 2012? E mais futuramente?
O ano de
2012 está sendo de trabalhos bem diversos.
Estou tendo a possibilidade de usar inúmeras técnicas e pesquisas em
áreas que nunca pensei em transitar. Para este ano continuarei a fazer
apresentações em festas e night clubs
e paralelamente darei continuidade a meu estudo de danças tribais e
interpretação.
Para o ano que vem parece que os projetos aumentarão
qualitativamente. Exigirão maiores responsabilidades. Mas não posso adiantar
nada além disso, pois o projeto não é meu.
Os dois.
Coreografar é importante para experimentar movimentos e dominá-los. Mas tenho
um amor pelo improviso. Tenho me focado bastante nele para estudos. Em breve
espero colocar em prática meus pensamentos e experimentos sobre o assunto. O
improviso faz a dança ser mais genuína.
BLOG: Você trabalha somente com dança?
Meu foco
principal é a dança. Mas nesse ano flertei com as artes plásticas, moda,
poesia, videodança e tenho propostas para iniciar um estudo com canto
.
BLOG: Deixe um recado para os leitores do blog.
Os
rótulos devem ser deixados de lado. A arte da dança chegou a um ponto onde
merece o respeito devido à sua grandeza. Falando sobre isso, quero dizer que a
dança nunca terá um produto final. Não se chegará a uma verdade única e
imutável. Portanto, as amarras devem ser liberadas, a arte deve nascer do ser
genuíno. Da ancestralidade e da intuição. Pensando desta forma, até mesmo
quando se reproduz a técnica pura, sua arte transparece e conta sua história.
Isso é a beleza a ser alcançada. Muito mais do que com a estética posta atualmente,
de cabelos e figurinos. A força deve vir de dentro e deve tocar o mundo do lado
de fora. Essa é a bruxaria. Esse é o poder feminino.
Contato
Tel/cel: (11)2063-3747
E-mail:
danifairusa@gmail.com
Notícia Tribal: Falecimento de John Compton
O bailarino John Compton, diretor da trupe Hahbi'Ru (EUA), faleceu esta semana, no dia 14 de outubro, devido a infecções relacionadas à AIDS.
John Compton estudou e fez parte da trupe de Jamila Salimpour, o Bal Anat, sendo um dos bailarinos raízes do movimento da dança tribal.
Fonte: http://www.gildedserpent.com/cms/2012/10/15/memorial-to-john-comptom/#axzz29DOI13xW
Notícia Tribal: Cia. Campo das Tribos [AUDIÇÃO]
No dia 11 de novembro de 2012 haverá audições para a Cia. Campo das Tribos, na Escola Campo das Tribos, em São Paulo, às 14h., para níveis amador e profissional em diversos estilos da dança tribal (ATS,ITS, tribal fusion, dark fusion, neo tribal).
Informações:
ciacampodastribos@gmail.com
Notícia Tribal: Primeira Oficina de Videodança em Curitiba!
Primeira oficina de videodança direcionada à dança tribal e do ventre, em Curitiba-PR,no Estudio Damballah, com certificado da Universidade Tuiuti do Paraná.
A oficina será ministrada no dia 27 de outubro, dàs 09-13h, por Mariáh Voltaire, Daniele dos Santos e Aline de Meira.
Objetivo:
O objetivo desta oficina é apresentar uma reflexão sobre a diferença entre um mero registro coreográfico em relação à linguagem artística e poética da videodança. Para chegar a esse objetivo serão repassados um repertório teórico e algumas técnicas de filmagem, desse modo fazendo com que todos os participantes percebam o corpo-imagem e como podem contribuir para a construção poética de um trabalho artístico audiovisual e os processos criativos para a criação de uma videodança.
PARA O DIA:
Local:
Estúdio Damballah - Rua Saldanha Marinho - 76
Sala - 04, Centro de Curitiba
APENAS 10 VAGAS!!
Informações:
mariahmarques85@gmail.com
(41)9986-9469
A oficina será ministrada no dia 27 de outubro, dàs 09-13h, por Mariáh Voltaire, Daniele dos Santos e Aline de Meira.
Objetivo:
O objetivo desta oficina é apresentar uma reflexão sobre a diferença entre um mero registro coreográfico em relação à linguagem artística e poética da videodança. Para chegar a esse objetivo serão repassados um repertório teórico e algumas técnicas de filmagem, desse modo fazendo com que todos os participantes percebam o corpo-imagem e como podem contribuir para a construção poética de um trabalho artístico audiovisual e os processos criativos para a criação de uma videodança.
PARA O DIA:
- Leve sua câmera para filmar, juntamente com os cabos ou cartão memória;
- Vá com roupas confortáveis para as dinâmicas em grupo.
Local:
Estúdio Damballah - Rua Saldanha Marinho - 76
Sala - 04, Centro de Curitiba
APENAS 10 VAGAS!!
Informações:
mariahmarques85@gmail.com
(41)9986-9469
Entrevista#10: Aline Muhana
Em
outubro, nossa entrevistada é Aline Muhana, bailarina de ATS® e tribal
fusion do Rio de Janeiro. Grande referência do ATS® no Brasil, Aline
conta sobre sua trajetória no estilo tribal, sua preferência pelo ATS® , assim
como sua valorização pelo estilo no país e muito mais! Boa leitura =)
*** Entrevista atualizada com novas perguntas! (01/04/2015)***
BLOG: Conte-nos
sobre sua trajetória na dança do ventre;como tudo começou para você?
Sempre achei
bonito, mas nunca tive aquele estalo “Vou fazer dança do ventre”. Já tinha
visto em vários lugares; morei em uma cidade que tem uma enorme colônia
libanesa, então, toda feira do folclore da escola tinha apresentações de
folclore libanês, restaurantes e até na televisão, nos canais árabes.
Em 2006 recebi uma sugestão de um amigo que
tinha uma amiga, a qual tinha uma escola de dança do ventre em Botafogo. Essa amiga dele era a Jhade Sharif e a escola, a Asmahan.
Fui lá fazer uma aula experimental e não parei nunca mais.
Danço desde 2006, mas acho que realmente
comecei a me enxergar de uma forma mais “séria” a partir de 2009.
Além da dança
também atuo como Artista Plástica e Figurinista.
BLOG: Quais foram
as professoras que mais marcaram no seu aprendizado e por quê?
Basicamente a Jhade Sharif, que foi minha primeira
professora de tribal. Foi a primeira pessoa que eu vi ao vivo dançando tribal e
me marcou (e me marca) até hoje.
Nadja El Balady, no tribal e na dança do
ventre, que me acompanhou na Tribo Mozuna e em vários outros
projetos.
Guardo um espacinho especial também pra Nadhirra (Waleska Torres),
minha primeira professora de dança do ventre; hoje em dia minha colega de
trabalho na Asmahan.
E Carolena
Nericcio-Bohlman! Tudo o que vivencio e aprendo, sobre mim mesma e sobre a vida, através do ATS®, devo a ela; foi realmente um marco na minha vida e estou muito
feliz de poder passar mais um tempo estudando com ela este ano!
BLOG: Além da
dança do ventre você já fez ou faz mais algum tipo de dança? Há quanto tempo?
Tentaram me colocar
em uma aulinha de ballet quando
eu tinha uns 4 anos. Enfim, não passou da primeira aula...Rsrs!
Comecei a praticar
dança do ventre em 2006 e tenho aulas regulares até hoje.
São tantas coisas!
Basicamente tudo que eu bato o olho e me desperta um sentido de autenticidade.
Os elementos folclóricos, étnicos; o que causa estranhamento e incomoda; o que
mexe com o meu âmago, em qualquer mídia, tudo isso me alimenta!
Gosto de acompanhar
páginas de coletivos de arte e de coleções de imagens (como o Pinterest e
Tumblr) para que o meu estoque de inspiração esteja sempre em dia!
BLOG: O quê a
dança acrescentou em sua vida?
Um lugar para
vestir muitas peles, todas elas minhas; explorar lugares dentro do meu universo
criativo que não estavam acessíveis apenas com a pintura e o desenho.
A criação coletiva e tudo que isso acarreta:
aprender a lidar com o outro, como influenciar e ser influenciado em um
processo criativo; e a satisfação de ver o resultado do trabalho e saber que
você fez parte disso, e que tem muito a ver com mais uma dádiva: o sentimento
de pertencimento!
BLOG: O quê você
mais aprecia nesta arte?
A liberdade
do gesto, que será sempre único e efêmero. A energia nunca se cristaliza, está
sempre em movimento.
A representação de
verdades individuais convivendo harmoniosamente em conjunto, a diversidade de
pessoas se unindo em prol de um objetivo. É muito reconfortante!
BLOG: O quê
prejudica a dança do ventre e como melhorar essa situação?
Basicamente,
enxergar o outro; ver que não estamos sozinhas. Entender que somos uma
categoria e devemos procurar melhorias e reconhecimento juntas. Não é ser amiguinha
de todo mundo, mas reconhecer que enquanto não nos unirmos como uma comunidade,
respeitando as necessidades e individualidades de cada um, estaremos
enfraquecidas enquanto profissionais perante os desafios da nossa profissão.
BLOG: Você já sofreu
preconceitos na dança do ventre ou fusões? Como foi isso?
O básico, devido a
falta de conhecimento por parte das pessoas. Caso clássico de pré-julgamento
por falta de informação. Mas já foi há muito tempo, graças a popularização do
estilo, não tive mais problemas com isso.
BLOG: Houve
alguma indignação ou frustração durante seu percurso na dança?
Sempre
existem frustrações e indignações, das mais simples às mais complexas. Faz
parte da vida aprender a lidar com situações adversas.
Considero, desde o
fato de ver uma aluna praticando uma improvisação ou o primeiro toque correto
do snuj, uma conquista. Então são várias e muitas; ainda bem! Fico contente por
reconhecerem o meu trabalho também. Sou muito grata a todos os convites para
participações em festivais, enquetes e workshops, acredito que esse é um ótimo
indicativo da qualidade do trabalho do profissional perante a comunidade.
BLOG: Como
e quando você descobriu o tribal fusion e por quê se identificou com esse
estilo? Quando começou a praticar o tribal fusion?
Descobri através de um vídeo com a Rachel Brice uns anos trás. Comecei
a me informar sobre o assunto pela internet e logo em seguida surgiu aquele meu
amigo com a sugestão da “tal escola em Botafogo”. Comecei de verdade a praticar
aula de tribal fusion em 2008, com a Jhade. Me “preparei” por um ano na dança
do ventre,pois na época eu achava que isso ia me trazer uma base, já que nunca
tinha feito nenhuma dança na vida. Essa decisão se provou muito acertada, para
minha sorte!
BLOG:Você possui
um ateliê para figurinos de tribal, chamado Nataraja Design’s. Como surgiu a idéia ou oportunidade de formá-lo?
Como é o processo criativo para as linhas e suas inspirações para a composição
das mesmas? Há alguma curiosidade a respeito do nome do ateliê?
Em
2008, no primeiro Festival Tribal do
Rio coloquei um estande em parceria com a Carol Schavarosk e, alguns meses depois, uma amiga nossa entrou na jogada também e colocamos o nosso
primeiro estande como Nataraja
Designs, em um evento
em 2009. O tempo passou e dei continuidade ao trabalho, após a saída das duas.
Na época escolhemos o nome por causa da música “Nataraja” do Solace. Gostávamos bastante dessa
música, além de fazer sentido por ser Shiva
Nataraja, o deus indiano da dança.
Normalmente trabalho sob encomenda, então
parte da inspiração vem das propostas das minhas clientes. Quando faço peças em
pronta entrega tento pensar em coisas que eu gostaria de usar; ou imagino
alguém de quem gosto e imagino o figurino ou a peça para essa pessoa. Às vezes
a pessoa chega lá e compra a peça... é bem estranho e divertido quando isso
acontece! Rsrs!
Também pesquiso
bastante as tendências internacionais em figurinos e moda em geral, juntamente
com a pesquisa étnica, que é tão importante para o figurino tribal.
BLOG: Você foi
uma das integrantes da antiga formação do Templária, dirigido por Jhade
Sharif. Conte-nos como era a formação do mesmo, estilo de dança,
preferências do grupo,etc.
O projeto já teve
muitas formações, e normalmente é formado pelas alunas da Jhade ou pessoas
convidadas por ela. Foi bastante gratificante e didático trabalhar com esse
grupo, mas acho que ela é a melhor pessoa pra descrever o Templária.
BLOG: Você foi
uma das integrantes do grupo Moirai .
Conte-nos como era a formação do mesmo, estilo de dança, preferências do
grupo,como surgiu o mesmo e qual a diferença deste para oTemplária. Você tem pretensão em retomar com o
mesmo?
Moirai |
Essa foi do
fundo do baú! Foi o primeiro “ensaio” de grupo que eu e umas colegas fizemos no
primeiro Festival Tribal do Rio.
Juntamos-nos por apenas uma performance. Foi interessante e fez parte do
aprendizado também.
BLOG: Você é uma
das mais antigas bailarinas de tribal fusion do Rio de Janeiro. Conte-nos como
era o tribal na época em que ele ainda estava engatinhando no Brasil.
Assisti
muito vídeo como todas nós e tive muita sorte em encontrar a Jhade e o Asmahan;
pude estudar com uma professora presencial e através de vídeos e workshops
também. Há 5 anos atrás isso não era tão comum, e sempre falo para as minhas
alunas como elas tem sorte de ter tanto material à disposição nos dias de hoje.
BLOG: Atualmente, como é o cenário da dança tribal no Rio de Janeiro? Pontos positivos, negativos, apoio da cidade, repercussão por parte do público bem como pela comunidade de dança do ventre/tribal?
Estamos crescendo e
nos diversificando. Novas professoras surgindo de tempos em tempos e mais
público vem sendo formado a cada espetáculo. Em 2014 tivemos apresentações em
praticamente todos os eventos de dança do ventre da cidade, não só do meu
grupo,mas de outras trupes também. Festas e eventos particulares também entram na
lista, e isso é muito bom. Precisamos de visibilidade para manter o público
interessado e trazer novos praticantes à sala de aula.
Nadja El Balady & Aline Muhana |
BLOG: Como é
fazer parte de um grupo de ATS®, como a Tribo Mozuna, dirigido por você e Nadja El Balady? Qual a importância que você vê no ATS®?
Foi uma das
experiências mais transformadoras que eu já tive, em todos os sentidos. Foi um
aprendizado incrível trabalhar com todas as pessoas que passaram pelo grupo e
posso dizer que todas me ensinaram alguma coisa. Sou muito grata ao Universo
por estar presente e ter sido uma das responsáveis por um projeto desses! Hoje
em dia a Tribo Mozuna não existe mais. Eu e Nadja demos o projeto por
finalizado de comum acordo, quando senti necessidade de seguir a minha jornada
como coordenadora do meu próprio projeto.
O ATS® pra mim é
uma das razões de continuar dançando. É reconfortante para mim saber que
faço parte de algo maior, de que pertenço a
um grupo único. E encontrar uma estranha (ou conhecida) pelo caminho e
saber que se tem algo em comum, de uma natureza tão especial como essa é
fantástico.
BLOG: O seu primeiro grupo de ATS® foi a Tribo
Mozuna. Conte-nos como surgiu a Tribo Mozuna, a etimologia da palavra, seus integrantes, qual
estilo marcante do mesmo e se ele sofreu alguma mudança estrutural ou de estilo
desde quando foi criado.
A
tribo “nasceu” de um encontro entre Nadja, Jhade e eu em 2009, no evento Tribal Y Fusion, em São Paulo.
Já ensaiávamos em grupo há alguns meses e nos apresentamos lá oficialmente
como Mozuna pela primeira
vez. Mozuna é aquele
paetêzinho de metal que se encontra com facilidade nas peças marroquinas e
paquistanesas e que usamos aos quilos nos nossos figurinos de tribal.
Tribo Mozuna |
Sempre procurávamos nos alinhar com a estética e a filosofia do American Tribal Style® e fomos nos
aperfeiçoando com o passar dos anos. Às vezes temperávamos as performances com
música regional ou um figurino mais “dark”, mas o cerne foi sempre ATS®.
Zaman Tribal |
Criei esse projeto em 2014 com um núcleo de alunas do Asmahan e a proposta é criar oportunidades dessas estudantes subirem ao palco e promoverem o ATS® na nossa comunidade. O grupo é fluido, não existe um número máximo de integrantes,mas a cada performance as integrantes representam a realidade do momento. O que conta para a participação é a assiduidade e o comprometimento, além do nivel técnico exigido para cada performance. As estudantes mais assíduas no Zaman em 2014 foram Ana Asch, Helena Amyntas e Carol Marques. Estou muito satisfeita com os resultados do primeiro ano, acredito que o próximo ano vai ser ainda melhor!
BLOG: Você foi
uma das primeiras bailarinas do Brasil a se envolver com o ATS® e divulgar sua
importância para o movimento “Tribal”. Por que você começou a querer ou ver
necessidade em se aprofundar no ATS®? Como eram as informações sobre o estilo
na época em que você começou a pesquisar? Como era visto o ATS® naquela época e
como hoje ele vem se apresentando na cena brasileira?
Foi uma coisa muito
natural quando senti a
necessidade, por causa de uma questão prática (que também foi primordial na
criação do estilo),que era a apresentação em grupo sem coreografia
(improvisação coordenada); e depois se tornou uma obsessão (no bom sentido
rsrs). Na verdade, me identifiquei muito mais com o ATS® do que com o Fusion
por um bom tempo. A minha essência como ser humano se afina muito com a
filosofia e as práticas do ATS®, por isso essa insistência minha.
Quando mergulhei no
ATS® foi profundo, passava dias conectada em um fórum chamado Tribe.net lendo tudo o que existia
sobre o assunto, via os vídeos no youtube, ia em todos os links, fazia
perguntas e era muito legal quando eram respondidas! E isso foi me animando a
ponto de traduzir essas informações em textos que eu criava ou traduzia
do original na antiga comunidade de ATS® do orkut. Eu mesma não sabia da
importância que o ATS® tinha para o Tribal Fusion até ler depoimentos das
fusionistas mais conceituadas e ouvir ao vivo da própria Sharon Kihara que um era produto
direto do outro.
Aqui no Brasil as
“primeiras gerações” do Tribal dificilmente falavam do ATS® com propriedade;
acho que a maioria das pessoas nem sabiam que existia, por que até hoje o que
mais chama a atenção e faz sucesso é o Tribal Fusion por conta de inúmeros
motivos. Hoje em dia e depois de muito trabalho por parte de algumas pessoas,
das companhias de ATS®, textos, blogs, vídeos e da presença das gringas, as
pessoas já dão um pouco mais de importância para coisa toda. Acredito que, em
um futuro próximo, possamos começar o processo pela base, com o ATS®, e depois
partir para as fusões. As próximas gerações já estão muito mais bem
encaminhadas!
BLOG: Em 2013, você realizou o evento “Kristine Adams in Rio”, que contou com a participação especial da bailarina Kristine Adams, membro do FCBD®. Conte-nos como surgiu a idéia do evento, sua proposta e objetivos, organização e elaboração deste,bem como a repercussão do mesmo para a comunidade tribal quanto para seu público. Quais foram as impressões de Kristine para a cena tribal no Brasil?
Quando fiquei sabendo desse projeto fiquei muito animada! Acompanho a página do FCBD® via facebook e foi por lá que soube de todos os detalhes desse projeto ambicioso de Kristine Adams: dar a volta ao mundo através da comunidade internacional de ATS®. Foi em 2012, no dia do meu aniversário. Não pensei duas vezes, escrevi um e-mail para a Kristine, que logo me respondeu concordando em passar pelo Rio! Á partir daí tive que me adaptar a mais uma faceta da nossa profissão: Produtora de Eventos. Utilizei a experiência que angariei colaborando em vários eventos como o Tribes Brasil e Gothla BR.
Quando fiquei sabendo desse projeto fiquei muito animada! Acompanho a página do FCBD® via facebook e foi por lá que soube de todos os detalhes desse projeto ambicioso de Kristine Adams: dar a volta ao mundo através da comunidade internacional de ATS®. Foi em 2012, no dia do meu aniversário. Não pensei duas vezes, escrevi um e-mail para a Kristine, que logo me respondeu concordando em passar pelo Rio! Á partir daí tive que me adaptar a mais uma faceta da nossa profissão: Produtora de Eventos. Utilizei a experiência que angariei colaborando em vários eventos como o Tribes Brasil e Gothla BR.
Kristine in Rio (2013) |
Neste momento, em 2013, não conversamos especificamente sobre a cena tribal no Brasil, mas em 2014 , quando nos encontramos novamente no Festival Campo das Tribos, Kristine disse estar muito satisfeita com o progresso e o nível técnico da comunidade brasileira.
BLOG: Sobre os bailarinos adeptos ao ATS®, você acha que, apesar de ter passado apenas alguns anos desde os primeiros grupos do estilo terem surgidos, a dança amadureceu no país ou ainda seu avanço é tímido e temos muito o que trilhar?
Acho que o amadurecimento de uma comunidade se mede pela forma como os membros dessa comunidade se relacionam e posso dizer que a grande maioria dos grupos envolvidos são cordiais, simpáticos e amigáveis. Isso para mim é evolução e amadurecimento. Mas sempre podemos melhorar, sem dúvida.
BLOG: Como você enxerga a cena tribal hoje, quando todos já tem conhecimento sobre o que é o ATS® e sua importância para o tribal fusion? Na sua opinião, o quê precisa ser melhorado, aperfeiçoado e até mesmo mudado no comportamento da tribalista(o) brasileira (o)?
Estamos muito mais conscientes e mais ativos quanto a procurar o conhecimento e onde encontrá-lo, e isso reflete na qualidade do trabalho apresentado e na repercussão, principalmente internacional, do nosso trabalho. A divulgação do ATS®, como base do tribal fusion, não pode parar, precisa ser uma jornada contínua para assegurar as bases do estilo e eu vejo isso ser feito em muitos lugares, o importante agora é manter essa mentalidade e não deixar a peteca cair.
Estamos muito mais conscientes e mais ativos quanto a procurar o conhecimento e onde encontrá-lo, e isso reflete na qualidade do trabalho apresentado e na repercussão, principalmente internacional, do nosso trabalho. A divulgação do ATS®, como base do tribal fusion, não pode parar, precisa ser uma jornada contínua para assegurar as bases do estilo e eu vejo isso ser feito em muitos lugares, o importante agora é manter essa mentalidade e não deixar a peteca cair.
BLOG: Em dezembro de 2012 você esteve em uma imersão na Califórnia a estudos pela dança tribal e por sua certificação em ATS® com a criadora do estilo, Carolena Nericcio. Gostaria que nos explicasse melhor sobre o processo de certificação(General Skills/ Teacher Training1 e 2) e como se alcança o tão estimado selo de Sister Studio. E qual importância de conseguir tal certificação, em sua opinião.
O processo se inicia com a inscrição na verdade. Ao se inscrever no curso nos é pedido um pequeno currículo com a nossa trajetória no ATS® para que possamos ser avaliadas desde o princípio. Durante as
aulas somos observadas e avaliadas também. Fazemos o General Skills primeiro e
repassamos todos os passos do ATS®, com explicações detalhadas sobre a postura e
a execução dos passos. São aulas puxadas, de 5 horas por dia com alguns
pequenos intervalos.
Aline e Carolena Nericcio (2012) |
Depois, durante o Teacher Training, temos uma oportunidade de "olhar dentro da cabeça" da Carolena, pois ela nos explica fundamentos da metodologia de ensino do ATS® , e temos um teste de aula em inglês e no nosso idioma nativo.
Frequentar as aulas simplesmente nos proporciona os certificados de conclusão, mas a opinião pessoal de Carolena é o que define se você está apta para ser uma Sister Studio. Isso só ela pode decidir a partir da observação da forma como nos colocamos como instrutoras nos testes. E isso por si só já é um senhor voto de confiança dela na gente!
BLOG: Sua presença nos EUA ajudou-a a entender melhor todo o processo por trás da criação dessa dança? Compartilhe suas impressões sobre essa maravilhosa jornada! =)
Sem dúvida. São Francisco é uma cidade
fervilhante de expressões culturais de diversos povos, e isso é evidente pela
quantidade de restaurantes étnicos e diversidade de gente na rua. Me lembro de
uma cena incrível que vivenciamos na Union Square que fez a ficha cair para
todas nós. Era um grupo de dançarinos cubanos sensacional fazendo um show no
meio da rua, pedido cachê num chapéu. O nível técnico deles era absurdo e eles
estavam ali, a um passo de distância. De repente, um grupo de pessoas se
aproxima deles, senhores e senhoras de meia idade e todos começam a dançar
juntos em casais, e ambos mandam muitíssimo bem. Nessa hora vimos que uma
cidade que transpira cultura e criatividade dessa forma só poderia ser o berço
da nossa dança.
BLOG: Como surgiu a oportunidade de dançar no evento Folk You? Como foi a experiência e a repercussão do público diante da dança tribal? Na sua opinião, o estilo musical folk e a dança tribal tem uma relação artística coerente?
Zaman no Folk You |
Foi muito banaca e sou muito grata ao Phreddie pela oportunidade! O tribal é essa massa de modelar muito louca que permite que você faça quase que qualquer coisa com ela. Acho que combinou super bem e a repercussão foi muito boa, várias pessoas vieram falar conosco depois e nos parabenizar. O estilo folk, assim como o Estilo tribal, também está calcado em uma estilização de uma época, um povo, uma cultura, à partir da visão do que nós somos hoje em dia. Então acho sim que pode ter tudo a ver.
BLOG: Hoje contamos com diversos recursos de estudos. O próprio FCBD® vem lançando materiais muito bons nos últimos anos. Em relação ao estudo de ATS®, que dicas você daria para aqueles que ainda não podem estudar com uma professora do estilo, mas que gostariam de aprender mais sobre o mesmo, tanto na teoria quanto na prática?
Existem várias formas de estudar, sem dúvida. Os
DVDs são minha opção número um porque eles estão sempre disponíveis e tem
explicações gerais sobre os passos. Você só paga uma vez e tem eles para
sempre. As aulas por assinatura também são muito boas e estão bem atualizadas,
valem muito a pena, mas não são tão econômicas. Temos o livro que foi lançado
recentemente em versão física e virtual. Sempre estou com ele no smartphone
para usar como consulta ou para exemplificar alguma técnica para minhas alunas, e é um ótimo negócio,pois o preço do e-book é bem acessível. E se você tiver
algumas amigas que morem longe é possível formar grupos de estudo via skype
também, é uma forma de se dançar com outra pessoa sem sair de casa.
BLOG: Conte-nos como estão sendo realizados os cursos preparatórios de ATS® no Rio de Janeiro para a vinda de Carolena Nericcio em 2015 no Campo das Tribos.
Já estamos na reta final, cobrimos todo o repertório de passos do ATS®, treinamos todas as combinações possíveis de formações para improvisação coordenada em grupo e tocamos snuj até ficarmos surdas (brincadeira)! Falamos bastante sobre nossas expectativas com o curso e expliquei algumas dinâmicas que a Carolena usa nos cursos, falamos também sobre dicas para um melhor aproveitamento e informações gerais. Expliquei também da diferença cultural entre nós brasileiras e elas ( norte-americanas e latinas em geral que estarão presentes) e como se portar da melhor forma possível para promover integração e respeito com as colegas de dança e as instrutoras. Tem sido muito bacana, acredito que será uma experiência inesquecível para elas, assim como foi para mim.
Já estamos na reta final, cobrimos todo o repertório de passos do ATS®, treinamos todas as combinações possíveis de formações para improvisação coordenada em grupo e tocamos snuj até ficarmos surdas (brincadeira)! Falamos bastante sobre nossas expectativas com o curso e expliquei algumas dinâmicas que a Carolena usa nos cursos, falamos também sobre dicas para um melhor aproveitamento e informações gerais. Expliquei também da diferença cultural entre nós brasileiras e elas ( norte-americanas e latinas em geral que estarão presentes) e como se portar da melhor forma possível para promover integração e respeito com as colegas de dança e as instrutoras. Tem sido muito bacana, acredito que será uma experiência inesquecível para elas, assim como foi para mim.
BLOG: Em 2015, o Festival Campo das Tribos estará recebendo pela primeira vez no Brasil a criadora do ATS®, Carolena Nericcio. Além disso, será a primeira vez que teremos o TT e GS por aqui, possibilitando e facilitando a formação de mais sister studios brasileiros. Como estão os preparativos e expectativas para sua vinda? Podemos dizer que é um marco na história da cena tribal brasileira?
Sim, com certeza e por vários motivos: a ampliação do contingente de Sister Studios Nacionais, que ampliará o mercado e
trará mais conhecimento para mais estados brasileiros; a integração com a
comunidade latino-americana de ATS®, através da vinda das hermanas para cá; e
pela própria atenção da comunidade mundial que estará nos observando mais
intensamente a partir do momento que entramos na rota de workshops da Mama.
Tudo isso com certeza vai mudar nossa história para sempre!
BLOG: O quê você
mais gosta no tribal fusion?
A
oportunidade de criar uma forma muito pessoal para sua expressão como
artista/bailarina, e com a liberdade de incorporar elementos dos mais variados.
Consciência do que
realmente quer dizer viver em uma tribo.
BLOG: Como você
descreveria seu estilo?
Tribal
simplesmente. Eclético, se isso é possível. Não tento me limitar a um
“estilo” fechado (novamente me pergunto se isso é possível em uma dança que já
é uma fusão). O que realmente me atrai não é o estilo de fusão em si, e sim o
que é dito através dele em uma performance.
BLOG: Como você se expressa na dança?
Da maneira mais
sincera possível; tento dançar o que eu sou e o que eu estou sentindo.
BLOG: Quais seus
projetos para 2015? E mais futuramente?
Fazer mais um curso
de aperfeiçoamento em Dança Oriental e trabalhar para aumentar a capacidade do
meu atelier.
BLOG: Improvisar
ou coreografar?E por quê?
Improvisar para
depois coreografar, se necessário. Improvisando me solto e crio; coreografando
eu condenso e aprimoro. Normalmente coreografo pouco por causa do ATS®, mas
gosto de me aventurar de vez em quando.
BLOG: Você
trabalha somente com dança?
Sim. Considerando que o atelier produz
basicamente para dança. Mas acredito que realmente trabalho com Arte.
BLOG: Deixe um
recado para os leitores do blog.
“Todos os dias
acontece algo que te ensina alguma coisa, esteja aberto para receber essas
lições.”
Contato
Tel/cel:
(21) 992475846
E-mail:
muhana@dancatribal.com.br
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