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Entrevista #13: Nadja El Balady

 
Vamos começar 2013 à todo vapor? 
A entrevistada de Janeiro de 2013 é a bailarina Nadja El Baldy, da cidade do Rio de Janeiro. Grande ícone na dança do ventre e também da dança tribal no país. Nesta  entrevista, Nadja nos conta sobre sua trajetória no tribal, seus primeiros passos nesta dança, seu vislumbramento pelo ATS® e a importância deste para o Tribal Fusion. Uma entrevista muito rica e que vai ajudar a enlucidar muitas questões!
Boa leitura a todos! =) 


BLOG: Conte-nos sobre sua trajetória na dança do ventre/tribal;como tudo começou para você?
Voltei a dançar com 19 anos, na época em que fazia a formação em teatro. Na verdade esta foi minha primeira profissão. Totalmente abandonada em função da dança, posteriormente. Voltei a dançar porque queria me exercitar, fazer algo que desenvolvesse minha feminilidade, que me preenchesse. Neste período fiz dança do ventre, cigana, afro, maracatu, e dança espanhola. Depois fiquei só com a dança do ventre e o maracatu (danças populares brasileiras em geral). De todas, a dança do ventre foi a que me deu a sensação de estar voando... coisa mais preciosa para meu espírito.

BLOG: Quais foram as professoras que mais marcaram no seu aprendizado e por quê?
Na dança do ventre foi a Soraya Zaied, sem dúvida. Fiz aulas regulares com ela durante um ano antes de ela ir para o Egito. Mas fiz muitas aulas com a Lulu também. Na época foram muito importantes.

No tribal fusion, no início, minha referência de professora era a Sharon Kihara, por causa da sua presença anual aqui no Brasil. Acho que fiz todos os workshops e imersões dela aqui. Recentemente, a aula que fiz com a Zoe Jakes, lá em São Francisco me marcou muito! Tenho material para um ano de estudo! Mas minha “mama” é a Carolena Nericcio, afinal, ATS® é uma paixão. Estudei todos os seus vídeos didáticos e fazer a formação lá no estúdio FCBD® foi uma grande emoção.


BLOG: Além da dança tribal você já fez ou faz mais algum tipo de dança? Há quanto tempo?
Quando eu era criança fiz balezinho. Quando adolescente fiz jazz. Depois, na época do teatro, fiz todas aquelas danças descritas na primeira pergunta. Já profissional, fiz a faculdade de dança onde retomei os estudos de balé e encontrei a dança contemporânea. Três anos de mergulho intenso. Continuo em contato com o afro e as danças populares.

BLOG: Quais foram suas primeiras inspirações? Quais suas atuais inspirações?
Na dança do ventre, acho que foi pela expressão da alma. Estava apaixonada pelo fato de que poderia me sentir plena me expressando desta forma. Depois veio o conhecimento, e este passou a ser minha inspiração, no decorrer do aprimoramento técnico. Hoje, o que me faz continuar a dançar dança do ventre é a necessidade de me redescobrir constantemente para minha dança continuar viva e crescendo. Gosto de interpretar. Gosto de músicas onde possa rir e chorar.


No Tribal, me inspira a liberdade! Poder ir além, pesquisar novas movimentações, poder unir meus dois lados, o oriental e o popular brasileiro. O Tribal Brasil me inspira muito. Acho que ainda temos mergulhos mais fundos a dar. Gosto do teatral relacionado às peças coreográficas. Transmitir mensagens, fazer emocionar.

BLOG: O quê a dança acrescentou em sua vida?
Poder me encontrar como ser humano que traz sonhos para a realidade. Transformar a vida das pessoas que fazem aula comigo, assim como a minha foi transformada quando comecei a dançar. Acreditar que a vida é bonita e que sonhos são possíveis. 

BLOG: O quê você mais aprecia nesta arte?
 A capacidade de transformação, de união e amizade que traz consigo.

BLOG:O quê prejudica a dança do ventre e como melhorar essa situação?Você acha que o tribal está livre disso?
Muita auto promoção e panelinha. Não há nada o que possa ser feito, pois o ser humano é assim. Relações políticas se desencadeiam quando começamos a falar de dinheiro. É assim desde os pequenos shows de restaurante até os maiores festivais. Quanto mais dinheiro e visibilidade, mais fofoca e favoritismo. As pessoas querem trabalhar com quem gostam. Com quem sentem afinidade, com quem não obscureça sua própria imagem. Natural, eu acho. Mas dentro desta mesma perspectiva há quem aja com decência e há quem use de ardis inescrupulosos. Sempre encontraremos as indignadas porque não são reconhecidas, as indignadas pelo reconhecimento de alguém que não merece. As pessoas estão fazendo muito mais marketing do que efetivamente estudando; e ocupadas em promover e ganhar fama, em vez de perceber que olhar em volta e fortalecer o que se tem é muito melhor do que a busca desgastante pela fama.


Não, o Tribal não está livre disto. Há muito já foi contaminado. Até porque acho que a maioria não sabe realmente o que significa a Dança Tribal. Pode notar que você não vai encontrar dentre aquelas que sabem o que é e vivenciam seu significado este tipo de coisa: fofoca, intriga e puxadas de tapete.

BLOG: Você já sofreu preconceitos na dança do ventre ou no tribal ? Como foi isso?
Oh, sim, claro. Houve uma época em que eu sofria preconceito simplesmente por aparecer em um show sem pintar as unhas! Demorei a entender que precisava vestir o personagem da mulher perfeita, que era isto que as pessoas esperavam de mim.

Algumas pessoas acham também que você precisa escolher o Tribal ou a Dança do Ventre. Achavam que eu tinha deixado de dançar ventre...

Mas por outro lado, já sofri muito mais preconceito POR CAUSA da Dança do Ventre. A sociedade em geral ainda não nos compreendeu. Ainda não vê nosso trabalho como Arte. Nem os próprios artistas. Na faculdade, eu sofria muito preconceito, como se o que eu fizesse não fosse de fato dança. É muito difícil conseguir recursos, editais e patrocínios por causa do preconceito. Sem contar a quantidade de homens e mulheres que mudam o olhar pra você quando você diz que faz dança do ventre. Acham que você é uma prostituta ou consultora sexual.

BLOG: Houve alguma indignação ou frustração durante seu percurso na dança?
Ah...várias! Prejuízos, erros, escolhas ruins. Sou emotiva e pavio curto. Durante muito tempo sofri com a falta de reconhecimento. Agora não mais. Não sei exatamente o que faz com que determinadas portas se abram nesta ou naquela direção para esta ou aquela pessoa. Mas aprendi a entender que o que é meu é meu e o que é da outra é de outra. Respeito e admiro minhas colegas. E aprendi também a valorizar mais o que tenho e não o que não tenho.

BLOG: E conquistas?Fale um pouco sobre elas.
Graças a Deus, muitas também!  Ter meu estúdio, hoje em dia, é uma grande conquista. Fiz vários eventos, grandes e pequenos, e todos eles simbolizaram grandes vitórias. Produzir eventos não é NADA fácil. Fiz, a trabalho, viagens internacionais maravilhosas! Fui ao Egito estudar e tive uma breve carreira internacional. Tive, por pouco tempo, uma Cia de dança incrível, onde aprendi muito, com quem realizei muito e ganhei grandes amigas. Formei três turmas de profissionais de quem me orgulho muito. A recente viagem a São Francisco também foi uma grande conquista. 
Acho que ser uma profissional que vive SOMENTE de dança é a maior conquista.

BLOG: Conte-nos como foram seus primeiros passos com a dança tribal; seus primeiros trabalhos a partir de 2005. Poderia nos contar sobre seu primeiro grupo, anterior ao Mozuna, apresentado no Festival Lumina Qamar? O quê mudou daquela época para a atual e o que lhe ajudou nesse processo de aprendizado e evolução?
Ah, bom... Naquela época, alguém(acho que a Melinda James) conseguiu um vídeo em VHS do “Tatooed One”, o primeiro vídeo do FatChance BellyDance®. Mas a gente não sabia disto. Achamos incrivelmente lindo!!! Mas não fazíamos a menor idéia do que se tratava. Daí que estava no Rio, naquela época, um coreógrafo egípcio, Mahamed, não me lembro bem. Mostraram para ele o vídeo e ele disse que era um... folclore turco(?). Pesquisando os vídeos, acabamos por descobrir era a tal da Dança Tribal. Uma amiga da Aaminah tinha a “Tribal Bible” e eu achei um vídeo didático da Kajira Djoumana – American Tribal Style Belly Dance Basics, Volume 2 with Kajira Djoumahna. Começamos a estudar alguns movimentos fizemos uma coreografia inspirada na movimentação do “Tatooed One”. O grupo era eu, a Aaminah Al Abdalah, a Adma e a Charo. Todas éramos do grupo Al Qamar, na época. O mais legal foi que nos apresentamos com música ao vivo. Pedimos ao Jihad Smaili que tocasse um taksim com base rítmica Ayub, e marcamos com ele o ritmo crescente e o movimento que serviria de sinal para puxar o final. Usamos turbantes e figurino com “cholis” vermelhos e moedas douradas. Foi o número mais aplaudido da noite, as pessoas ficaram impressionadas!


BLOG Você foi uma das primeiras bailarinas do Brasil a se envolver com o ATS®, por que você começou a querer ou ver necessidade em se aprofundar no ATS®? Como eram as informações sobre o estilo na época em que você começou a pesquisar? Como era visto o ATS® naquela época e como hoje ele vem se apresentando na cena brasileira? 
Então, justamente por ter conhecido o ATS® e sua força antes do Fusion; por achar a estética do ATS® tão bela e, principalmente, depois de compreender e estudar a Improvisação Coordenada, que é o que dá nomenclatura ao Estilo Tribal. Improvisar em grupo é fantástico! Este foi o grande “gol” da Carolena, e a maneira como ela desenvolveu isto foi tão natural quanto genial.

 No inicio era assim como eu falei: Nada. Estudei por vídeos didáticos, primeiro o da Kajira, depois do Gipsy Caravan. Fiz um workshop com a Paullete, em Turim, num festival que participei em 2006. Mas só a partir de 2008, quando fiz o primeiro “Tribes”, é que fui encontrar as pessoas interessadas no assunto. Acho que nem eu mesma tinha total compreensão. Só em 2009, quando formamos a Tribo Mozuna, é que pudemos de fato colocar em prática tudo aquilo. ATS® é algo que não se constrói sozinha. Não se estuda só para si. Improvisação Coordenada precisa da outra, precisa da Tribo. Não dá para praticar só.

Ainda bem que muitas pessoas hoje em dia, aqui no Brasil, estão começando a voltar seus olhos para isto. Gente, dificilmente vocês não vão ser plenas em seus “Fusions” sem estudar um mínimo de ATS®. Porque esta é a história do Tribal. Porque foi daí que surgiu todo o seu vocabulário gestual, postura e visão artística. Você, que não sabe nada de ATS®, pode até fazer fusão, mas dificilmente está fazendo Tribal. Ou então, aprendeu movimentos de ATS® que foram inseridos nas coreografias de suas professoras em workshops e simplesmente os reproduzem sem saber o que estão fazendo. Muitas dançarinas de Fusion estão se voltando para o ATS® agora por compreender isto. E isto é muito bom. Assim as pessoas podem vivenciar a beleza da Improvisação Coordenada e, quem sabe, permanecer nela. Agora somos oito FCBD® Sister Studios no Brasil. A tendência é a de que o conhecimento se dissemine. E de que as pessoas possam criar com liberdade e conhecimento.


BLOG: Como é fazer parte de um grupo de ATS®, como a Tribo Mozuna, dirigido por você e Aline Muhana? Qual a importância que você vê no ATS®?
Muito bom! Com seus altos e baixos, claro, entradas e saídas. Passamos por alguns momentos difíceis, mas eu e Aline conversamos uma vez e acertamos que a Tribo Mozuna somos eu e ela. Enquanto houvermos nós, vamos encontrar quem queira dançar conosco e seguir nosso caminho. Temos alunas maravilhosas que agora completam a formação. Dançar Tribal sem ATS® é igual a Dança do Ventre sem o Baladi ou o Gawazee... Superficial.

BLOG: Conte-nos como surgiu a Tribo Mozuna, a etimologia da palavra, seus integrantes, qual estilo marcante do mesmo e se ele sofreu alguma mudança estrutural ou de estilo desde quando foi criado até agora.
Sim, como falado, tudo tem seus altos e baixos. No início, a Tribo Mozuna e a Caballeras era quase que a mesma coisa. Todo mundo estudou um mínimo de ATS® na época. Depois as coisas foram acontecendo e as pessoas foram saindo. Caballeras acabou também, então não tinha muito jeito, as pessoas foram encontrando seus destinos. Mas eu e Aline não queríamos deixar de dançar juntas e tínhamos alunas com já alguma experiência, e convidamos elas a ingressar. Vida que segue. Mozuna é o nome daquela moedinha que os “Kutchis” penduram nos cintos. No início era o samba do crioulo doido, porque começamos pelos vídeos do Black Sheep Belly Dance e Gipsy Caravan. Depois entendemos que ATS® é só o que é feito pelo FCBD®. Daí decidimos estudar só os vídeos da “Tia Carol” e nos aprofundarmos no ATS® antes de nos aventurar no ITS. Acho que não vamos fazer ITS nunca mais.


BLOG: Conte-nos sobre suas fusões tribais com danças populares brasileiras e africanas. Como surgiu a afinidade por tais fusões? Você acha que essa fusão entre a dança tribal e a cultura brasileira ajuda a abrir espaço para o tribal fusion no Brasil?
Bom, eu faço Afro desde os 19 anos. Não sou profissional de Afro, mas já tive minhas experiências. Meu pai mora em Recife e eu conheci o Coco de Roda, Frevo, Ciranda, o Cavalo Marinho e o Maracatu na adolescência. Sou da época do movimento Mangue Beat, que era uma grande fusão musical. Fazer Fusão Afro ou Fusão Brasil para mim é juntar dois pedaços opostos de mim mesma. Como se eu pudesse me apresentar inteira como ser.

Quero muito acreditar que sim, que isto pode sim abrir o espaço para o Tribal no Brasil, no sentido de um reconhecimento do mercado formal, até em relação a busca de patrocínio e recursos financeiros. Mas para isto, é quase que necessário omitir que o Tribal veio da Dança do Ventre. É preciso desconectar da idéia do sensual.

BLOG: Na Caravana Tribal Nordeste de 2012, sediada em Recife, você teve um retorno muito positivo para com o ATS®.Como foi essa receptividade nordestina para com o estilo? Por quê o ATS® ainda não é tão admirado quanto o fusion no país, na sua opinião? Como você acha que o ATS® vai cada vez mais se expandir pelo Brasil?
Acho sim. Acho que as pessoas não fazem ATS® porque não sabem o que é, porque não conhecem. Ou porque acham que não tem importância.

A receptividade foi tão boa e tão grande porque as organizadoras do festival estão voltando seus olhos para isso. A Lunay está estudando ATS®. As meninas do ATF (Aquarius Tribal Fusion) também. E as pessoas viram o quanto é difícil e viram que é delicioso da mesma forma. Fico feliz por poder ser instrumento desta descoberta. Claro que é possível que algumas pessoas simplesmente não gostem, ou achem feio. Mas acredito que é uma parte bem pequena.

BLOG: Apesar de estar cada vez mais se consolidando e ganhando força no país, a dança tribal ainda é recente no universo da Dança no país. Como a dança tribal está ganhando espaço na cena acadêmica? E o quê você considera importante ainda ser trabalhado no âmbito acadêmico para a dança ser mais valoriza e reconhecida?
Olha, é preciso que a gente estude mais os fundamentos técnicos das outras danças. É preciso que haja postura, eixo, expansão do corpo no espaço, concepções criativas. É preciso mais técnica fundamental em DANÇA. É preciso visão crítica a respeito do que se faz. É preciso assistir outras linhas de dança. É preciso diálogo artístico. Uma pessoa que faz balé só vai respeitar o Tribal ou a Dança do Ventre quando achar o que a gente faz é tão bom ou tão difícil quanto o que ela faz. Claro que a nossa presença nos bancos universitários ajuda muito. Ajuda escrever a respeito para que nossos orientadores acadêmicos mudem suas opiniões preconceituosas. Porque eles também não fazem idéia do que seja a nossa dança. E eles, por sua vez, já lutam contra um preconceito enorme da sociedade em relação à DANÇA como um todo. Não é a nossa dança que eles vão escolher para promover. É preciso paciência. E trabalho árduo.

BLOG: Qual a importância que você enxerga o estudo das Danças Folclóricas do Oriente Médio para a dança tribal? O quê isso tem a acrescentar para o ATS® ou tribal fusion?
Danças folclóricas do Oriente Médio? Como o quê? Khaliji? Dabke ? Nenhuma.
Folclore egípcio sim. Acho que conhecer Gawazee é fundamental. ATS® usa muitos passos de Gawazee e Hagallah. A própria estética da dança em grupo, espontânea, improvisada, a formação do coro, como concebida desde o Bal Anat, tudo isto tem muito a ver com Gawazee.


BLOG: Em novembro de 2012 você esteve em uma imersão na Califórnia a estudos pela dança tribal e por sua certificação em ATS® com a criadora do estilo, Carolenna Nericcio. Gostaria que nos explicasse melhor sobre o processo de certificação (General Skills/ Teacher Training1 e 2) e como se alcança o tão estimado selo de Sister Studio. E qual importância de conseguir tal certificação, em sua opinião.
É preciso estar em contato com o estilo anteriormente. É preciso estudar os vídeos antes. Você não vai chegar lá sem saber nada. Tem que já ter experiência anterior. A Carolena pede que você mande um vídeo para comprovar isto. Precisa querer muito. O curso é caro. Ir para lá também não é nada barato. Lá você estuda horas e horas todos os passos e estrutura da Improvisação Coordenada até o que foi lançado no DVD 8. Durante o Teacher Training você tem que dar aula de alguns passos para a turma e para a própria Carolena. Claro que a gente fica nervosa, porque temos que dar a aula em inglês. Mas ela é ótima, muito generosa e engraçada. Nos deixa a vontade. Para ser Sister Studio, além de ter feito o General Skills e o Teacher Training, tem que dar aulas de ATS® regularmente e ter um grupo com quem dançar. Acho bem importante se a gente sabe que quer dançar isto direito e promover o conhecimento da forma correta. Por que o ATS® funciona como uma linguagem internacional de dança.

Posso chegar hoje na Austrália, ou em qualquer lugar do mundo, e ser capaz de dançar espontaneamente sem ensaio prévio com qualquer grupo de ATS® de lá. Porque falo a língua delas. Com o mesmo vocabulário e regras gramaticais. Se eu puxar outro passo ou combinação que fuja desta linguagem, elas não vão me compreender. Se você não aprende ATS® corretamente, não aprende a “falar esta língua”. Então, está falando algum dialeto, compreendeu? Daí que o resto das pessoas que fazem ATS® no mundo não vão entender você.


BLOG: Sua presença nos EUA ajudou-a a entender melhor todo o processo por trás da criação dessa dança?Compartilhe suas impressões sobre essa maravilhosa jornada! =)
Com certeza! Assim que subimos as escadas do metrô no bairro Mission District comentamos exatamente sobre isto! É como se caísse uma ficha... “Ah tá... Tribal, claro.” E todas as suas vertentes do Fusion ao Dark estão lá... a multiplicidade de etnias, restaurantes de todos os lugares do mundo, a herança definitiva do movimento hippie, a tendência ao alternativo, ao que é de vanguarda, o valor ao “seja você como for”... As maravilhosas casas vitorianas, o restaurante veggan de comida mexicana! São Francisco é multi cultural, multi racial, cosmopolita e alternativo! As pessoas têm, em geral, a mente aberta e apreciam a arte, música e a beleza. Só podia dar nisto.

BLOG: Como  e quando você descobriu o tribal fusion e porquê se identificou com esse estilo?Quando começou a praticar o tribal fusion? 
Foi em 2007, no Encontro Internacional Bele Fusco, com a Sharon Kihara. Claro, já conhecia a Rachel Brice dos vídeos do BDSS. Mas ali é que comecei realmente a achar bonito. Me identifiquei porque no Fusion eu podia ser tatuada e usar coisas exóticas. A estética bem mais rústica que a da dança do ventre; podia dançar rock, ou qualquer música que eu quisesse. Podia me expressar de uma maneira completa.

BLOG: O quê você mais gosta no tribal fusion?
A liberdade.

BLOG: O quê você acha que falta à comunidade tribal?
Respeito a quem começou e conhecimento da própria história. Estudo de outras linhas de dança. Saber que fazer tribal não é fazer qualquer coisa, se expressar do seu modo, simplesmente.

BLOG: Como você descreveria seu estilo?
Ih... não sei. Acho que sou meio camaleônica. Gosto de arriscar em vários lados; gosto de explorar minhas várias faces. Acho que sou expressiva; acho que o quê tem em comum em tudo o que faço é a expressão, mas não sei exatamente como definir.


BLOG: Como você se expressa na dança?
Arriscando. Me expondo. Diversificando e  saindo do lugar de conforto. 

BLOG: Quais seus projetos para 2013? E mais futuramente?
Retomar o Alternativa Oriental, meu pequeno evento de tribal e fusões aqui no Rio. Realizar alguns intercâmbios com pessoas bem bacanas. Incrementar meu Studio. Continuar estudando. Talvez viajar novamente. Mais futuramente, quem sabe consiga montar uma nova Cia de dança?

BLOG: Improvisar ou coreografar?E por quê?
As duas coisas! Coreografar é ótimo, porque a gente tem tempo de pensar o que está fazendo. Mas improvisar é espontâneo e verdadeiro. Dependendo da situação, é melhor uma coisa ou outra. Na maioria das vezes, estudo improvisando muitas vezes a música. Escolho determinadas movimentações que fluem na música, mas acabo por não fazer uma coreografia fechada e me deixo ir no calor do momento.

BLOG:  Você trabalha somente com dança?
Sim. Somente com dança. Tenho meu Studio, meu curso profissionalizante, dou aulas todos os dias. Faço shows e promovo eventos. Tudo relacionado ao universo da dança. Tenho um grupo lindo de música e dança chamado Rio Maracatu, que já me deu muitas coisas boas na vida.

BLOG: Deixe um recado para os leitores do blog.
 Dançar é auto conhecimento, é troca de energia, é buscar a felicidade. Ser profissional da dança é saber lidar com os ossos do ofício, mas se não estiver dando prazer e sim dor de cabeça, repense seu caminho. Você não precisa ser a melhor, a mais famosa nem a mais bonita. Só precisa ser você.



Contato
Tel/cel:(21)8124-0588
E-mail:nadjainbalady@gmail.com
Website:www.nadjainbalady.com




 



Para conhecer mais o trabalho desta bailarina, acesse seu canal no Youtube!

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