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[Resenhando-CE] II Mostra de Tribal Fusion de Fortaleza

por Alinne Madelon 

No dia 14 de novembro de 2015 o Estúdio Alinne Madelon Bellydance Tribal realizou a II Mostra de Tribal Fusion de Fortaleza no nosso lindo e aconchegante Teatro do Humor cearense. A abertura do festival ficou por conta da estreia do projeto "Tribal nas Ruas de Fortaleza" (podemos falar sobre isso depois), que contou com a participação dos músicos venezuelano Jaime Modesto Continente, o baterista Italo Rodrigo e a bailarina Alinne Madelon. Os artistas fizeram uma viagem ao tempo tentando resgatar
um pouco da magia balkan.

Artistas do projeto Tribal na Ruas de Fortaleza



Seguindo com o evento, tivemos a apresentação das alunas de Alinne Madelon mostrando muita simpatia e beleza em suas apresentações; logo mais tivemos Rafaella Medeiros com um solo muito bem executado e o duo de dança do ventre que foi muito aplaudido pelo público.


Andreza Firmino 
Rafaella Medeiros
Logo mais, tivemos as apresentações das bailarinas Ayla Mercia e Kris Matheus que mostraram toda delicadeza e profissionalismo em suas performances; em seguida tivemos a estreia de Roberta Medeiros e o solo de Edzangela Medeiros, que deixou todo publico hipnotizado com seus movimentos bem executados.


Ayla

Kris


Logo após tivemos a apresentação cheia de emoção da bailarina Ticiana Feitosa, que simplesmente deixou o público encantado com seu lindo figurino.


Ticiana
Seguimos com o lindo solo de Thyara Matos cheio de influências indianas.


E não para por aí! A próxima apresentação ficou por conta das alunas da professora Gabriela Farias, com um trabalho muito lindo e bem executado. Tivemos também o grupo Dharma, Cybele Lopez, Adazila Pignata e nossa convidada mais que especial Tamyris Farias que esteve conosco durante 4 encontros ministrando um curso de ATS. Tamyris Farias fez uma linda apresentação encantando a todos na plateia; em seguida veio a bailarina Gabriela Farias com toda sua capacidade técnica, com sua dança própria, meiga , suave e criativa. E pra finalizar tivemos a apresentação de todas as alunas do estúdio no palco e todas as convidadas em uma grande roda de improviso.


Alunas de Gabriella

Adazilda

Tamyris

Gabriela Farias

Assim, com gostinho de quero mais nosso evento acabou. Gostaria de agradecer em primeiro lugar a todas as pessoas envolvidas na organização. Não é fácil produzir um evento onde o Tribal é pouco conhecido... Se fosse citar todos os nomes não caberia aqui! Então, um muito obrigada a todos, desde mossas queridas alunas até a pessoa que cuidou da iluminação!!! 



Alunas e professoras no palco

Roda de Improvisação




[Resenhando-PB] Caravana Tribal Nordeste (PB): Parcerias, desafios e egressos

por Luana Aires

A Caravana Tribal Nordeste vem agregar à cena tribal brasileira, em virtude do desenvolvimento da consciência corporal e integração cultural como Projeto de Fusão Tribal em Festival Itinerante.



Além de muitas novidades, a 6º edição do evento contou com a parceria do Governo do Estado da Paraíba através da pessoa de Ângela Navarro coordenadora de dança da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC).

Flyer  do projeto Interatos

A Caravana ocorreu dentro do Projeto INTERATOS, uma mostra e formação permanente de teatro, dança e circo que recebe oficinas e espetáculos de grupos da Paraíba e de outros Estados que contemplam as três linguagens artísticas. A atração de outro Estado que contemplou a pesquisa dessa edição da caravana com um solo e workshop foi Silvana Duarte (SP) com dança indiana clássica Odissi.
Divulgação do evento em Jornal local 

Apesar dos sentimentos de aliança e renovação terem tomado conta de todos presentes, a Cia. Lunay encarou um desafio na produção do evento. Pela primeira vez a  tribo Lunay e a Caravana Tribal Nordeste estariam sem os braços protetores de Kilma Farias (PB), diretora da Cia. e uma das idealizadoras do evento. Ao mesmo tempo seria a estreia da nova formação da companhia desenvolvendo uma pesquisa no universo das danças urbanas e o Tribal Brasil, com a participação da B-girl Jack Keysy, atuante nas cidades de João Pessoa e Campinha Grande. Fomos lançadas nesse desafio com muita gana e o resultado não poderia ter sido diferente de um evento lindo dentro do maior teatro da cidade, o Paulo Pontes. Aproveito o espaço para agradecer as minhas tribalas da lua: Jaque Lima, Juliana Garcia, Cila Cavalcanti, Andressa Ferreira, Thâmara Roque, Bárbara Suênia, a participação de Jack Keysy e a nossa mestra e amiga Kilma Farias. Além das companheiras de turma que deram total apoio Thaismary Ribeiro e Mariana Oliveira. Enquanto isso, Kilma acompanhava tudo de Belo Horizonte, torcendo e nos dando conforto: “ To feliz demais em ver um novo conceito em Tribal surgindo... e perceber que essa frequência me representa. Povo lindo!!”.

Integrantes da nova formação da Cia. Lunay coreografia: Afrociberdelia. Foto: Milena Medeiros

Dando continuidade as estreias, novos grupos aderiram a rota da Caravana. Participaram os Estados de: Pernambuco, Bahia, Ceará e Paraíba. Agora como organizadores estão Aquarius Cia de Dança (PE), Trupe Mandhala (BA), Alinne Madelon (CE) e Cia. Lunay (PB) . Sejam muito bem-vindos! E um muito obrigado aos grupos de outras cidades que marcaram presença no evento como as companhias Onix Tribal e RedFusions de Campina Grande, Carvalho Cia. de Dança, Cia. Maktub e Esther Alexandre de Recife e Andrea Monteiro de João Pessoa.
Aos ministrantes de workshop dessa edição: Antonia Lyara (BA),Caio Pinheiro e Jaqson Gomes (PE), e Alinne Madelon (CE): Muito obrigada por compartilharem suas pesquisas ricas!

Ministrantes dos Workshops na 6º edição da Caravana Tribal Nordeste 2015 (PB)

Particularmente esta edição da caravana teve um gosto especial para mim. Sendo a primeira vez que fui inteirada da produção de um evento dessa magnitude por completo, além de ter a responsabilidade da direção de palco assumi papeis que não sonharia em cumprir. Tive a chance de uma perspectiva pouco atraente para alguns olhos, mas agradeço a confiança da direção da companhia depositada em todas nós. Atuamos com uma verdadeira tribo: cheia de tentáculos.

Grupos e Público reunidos ao final do evento Caravana Tribal Nordeste 2015 (PB)

Aconselho qualquer artista em início de carreira (ou consolidada) a passar por esses processos. É um exercício ativo de múltiplas tarefas e coisas que um artista precisa (e não precisa) saber. Desde desenvolvimentos de planos b, c,d  à pessoas gentis com gratidão no olhar. Vi pessoas vibrando pelos companheiros no palco, pessoas respirando dança! Tudo oque antecede a magia da cena, que antecede o brilho e a comunicação no palco. Fortalecendo sua luz.

Um salve para a dança que unifica!


Grupos e Público reunidos ao final do evento Caravana Tribal Nordeste 2015 (PB)






[Resenhando - CE] Psycho Circus Tribal Fest

por Gabriela Farias


Tive a oportunidade de participar como espectadora, bailarina e co-produtora do evento Psycho Circus Tribal Fest no dia 8 de maio de 2015, organizado pela bailarina de tribal fusion Alinne Madelon, em Fortaleza-CE. Tudo aconteceu no teatro mais fofo da cidade, o teatro e museu do humor Chico Anysio, o que contribuiu muito para o clima mágico e circense proposto pelo espetáculo.

O evento fez parte da programação do workshop do bailarino Lukas Oliver (SP) em Fortaleza. Ele foi aberto com uma apresentação impecável de Lukas, que nos impressionou pela sua técnica desde o primeiro momento.


Logo depois, as alunas do Studio Alinne Madelon deram um show a parte representando fielmente a proposta de um circo psicodélico, vintage e steampunk, com direito a encenação teatral.


A anfitriã da noite, a bailarina Alinne Madelon, representou o Studio e a proposta do evento em uma coreografia inspirada no personagem referente à domadora de cavalos do circo.


Representando o Dark Fusion do Ceará, as meninas do grupo Hexen encantaram o público com uma coreografia misteriosa e sensual, criando um clima místico na sala do teatro.

O Khaleege iraquiano que conquistou o público é de autoria da bailarina de dança do ventre Naty Sousa. Como muito carisma e vivacidade fez a plateia vibrar com uma apresentação enérgica.


O grupo Dagaz e a bailarina de tribal fusion Thyara Matos fizeram uma linda apresentação inspirada em um clã de vampiras. Movimentos delicados e sincronia foram a marca registrada do grupo. Em seguida, Thyara apresenta um solo bem construído, deixando a marca do seu trabalho no Tribal cearense.


Agora, nada de rótulos, a bailarina de tribal fusion Alinne Madelon e a bailarina de dança do ventre Ayla Mércia protagonizaram um lindo duo com referencias clássicas das duas danças, transbordando emoção. Foi lindo!

  
Não poderia deixar de falar da apresentação das meninas do tribal do instituto IDAJJA, onde dou aula. Com uma coreografia com referências tradicionais, como o ATS, as meninas agitaram nos snujs.



A segunda e última apresentação do bailarino convidado, Lukas Oliver, foi de cair o queixo. Em homenagem ao evento, Lukas fez uma coreografia especial para o tema do espetáculo e nos deixou atônitos com tanta técnica.


Para finalizar, o evento contou com estréia do grupo de tribal fusion Antique Soul, composto pela bailarina Alinne Madelon, Camila Miranda e Gabriela Farias (oi, eu). Entrando no clima Psycho Circus, apresentamos uma coreografia inspirada no elementos circenses ao som de Carrossel.

  
Um evento feito com muito amor! Todas unidas por um objetivo: celebrar a dança e fortalecer o tribal fusion cearense e nordestino.

Todos os vídeos estão disponível no link:
https://goo.gl/1bhlzi

E todas as fotos aqui | Fotógrafa Kaori Lene:
https://goo.gl/uQxKxt

Apoiadores do Evento
Cia Adriel Rocha
Loja Metal Fatality





[Resenhando - BA] V Dramofone - Espetáculo de Dança Tribal e outras hibridações

por Mariana Braga Figuerêdo
Salvador, Bahia - Brasil

Cartaz de divulgação
No dia 5 de Julho de 2015 aconteceu mais uma edição do espetáculo Dramofone, a segunda edição realizada neste ano, que tem direção da professora e bailarina Joline Andrade.

´O espetáculo DRAMOFONE leva a uma imersão em universos exóticos e híbridos, através da dança e música étnica e contemporânea, permeando por uma estética antique/retrô´, já começando pelo título do espetáculo, inspirado no Gramofone, uma invenção de 1887.

O espetáculo, sempre realizado em salvador com início em 2013, aconteceu no Espaço Xisto Bahia, e trouxe nesta edição a apresentação das alunas de turma iniciante e intermediária de Joline, apresentação das coreografias criadas para o encerramento do Curso de Formação em Tribal Fusion com Joline Andrade deste ano, e teve como convidado especial a Trupe Mandhala, grupo que eu faço parte.

Roteiro das apresentações
O legal de toda edição do Dramofone é que vemos não só bailarinos, mas também ocorrem apresentações de poetas, atores, cantores, tem música ao vivo, e há uma fusão linda de tudo com o universo da Dança Tribal. É uma troca muito boa de experiências, de conhecimentos, de visões de mundo.

Como de costume, todo mundo chegou mais cedo para passar palco e conseguimos assistir a de quase todos. É no ensaio que geralmente a gente consegue isso porque durante o espetáculo em si nem sempre dá pra assistir todo mundo por conta da correria, troca de figurino e tudo mais (é assim em todo lugar rs). Fiquei feliz de ter assistido a dos demais no ensaio, pois todos foram bem criativos em seus temas. Mais abaixo vou fazer um apanhado geral sobre o que cada um trabalhou em suas coreografias. Quando a gente se deu conta já estava pertinho do espetáculo começar e aí é correr pra se arrumar a tempo e ainda fazer um pouquinho de resenha no camarim, claro! Como de costume, antes do público entrar a Joline convida a todos os artistas para uma grande roda para fazer uma dinâmica meio oração para trazer bons fluidos para a apresentação a seguir.

A casa estava cheia, mas com um público super educado. Não teve barulho, conversa alheia nem celular. Eram só olhos focados no palco para absorver tudo que seria apresentado.

Nós da Trupe fizemos a abertura com a coreografia Volante Tribal, um trabalho lindo de Tribal Brasil.


Trupe Mandhala – coreografia Volante Tribal


A gente já dançou essa coreo com a Kilma Farias no Bailares aqui em Feira de Santana, já dançamos ela em quarteto, até em trio, mas no Dramofone a gente levou uma versão super completa com 7 pessoas no elenco. Uma das apresentações mais lindas desta coreo.

Release: Entre Águias e Gaviões, falcões e Caracarás, espalharam-se pelos sertões adentro, exploradores e percussores de um mito de coragem com aspas ao medo, onde a fome e a seca eram misturadas entre ritmos de passos de alpercatas e tiros, onde se foi intitulado de Volante um exército de justiça pelas próprias mãos nem sempre justas, onde adereços se mesclando com cheiros e cores, tornaram a nossa história atrativa para todo o mundo. Pelas mãos e voz de Bruno Bezerra, artista local da cidade de Feira de Santana, a Trupe Mandhala apresenta o formato da Volante do Tribal, um segmento que representa de uma forma contemporânea uma colagem com estilos de danças populares regionais, com movimentações características do xaxado original, baião e tribal fusion. Uma visão arrebatadora da força que existe em cada um dos nordestinos pela dança que sempre a homenageia com maestria.

Como nesta edição fomos as convidadas especiais, levamos 4 coreografias, além do duo meu e de Vika que foi do encerramento do Curso de Formação em Tribal. Já que comecei com a Trupe, vou falar logo sobre as demais coreos que levamos e depois falarei sobre as outras apresentações da noite.

Outra coreo de grupo que levamos foi a Oráculo de Delfos, quem tem uma temática, música e ambientação bem diferente da Volante.


Trupe Mandhala – coreografia Oráculo de Delfos


Gente, eu AMO todas as coreos da Trupe, mas essa é especial, sempre me deixa arrepiada por tudo que ela é. A coreografia é inspirada na história deste Oráculo situado em Delfos, na Grécia. Havia lá um templo consagrado a Apolo, onde a sacerdotisa Pítia tinha visões e apresentava profecias em total estado de transe (alguns dizem que este transe era provocado por vapores que subiam de uma fenda no rochedo onde o templo havia sido construído). Trouxemos então alguns personagens que representam estas visões, que são delírios de uma sociedade doente, com variados transtornos mentais, e apenas Pítia, a personagem principal vê, e interage com eles. A partir desta explicação, assistir o vídeo vai ter um significado todo especial agora. Outra coisa que adoro é a música, ou melhor, as músicas. A principal é "Aerials" do System of a Down, e a introdução é uma mixagem com vários trechos de músicas de Marilyn Manson e Mike Patton montada por mim. A ideia da música, do figurino e de toda a ambientação é trazer um clima de terror, de pânico, de loucura. E eu que amo essas bandas, o estilo, o terror, fiquei imensamente satisfeita. :D


Trupe Mandhala – solo Viviane Macedo

Esta coreo, criada por Lyara e por Vika, foi inspirada no mito das fiandeiras do destino, ou Moiras. Na mitologia grega, as Moiras eram as três irmãs que determinavam o destino, tanto dos deuses, quanto dos seres humanos. Eram três mulheres lúgubres, responsáveis por fabricar, tecer e cortar aquilo que seria o fio da vida de todos os indivíduos. As Moiras eram: - Cloto (significa "fiar") - segurava o fuso e tecia o fio da vida e atuava como deusa dos nascimentos e partos; - Láquesis (significa "sortear") - puxava e enrolava o fio tecido, e atuava sorteando o quinhão de atribuições que se ganhava em vida; - Átropos (significa "afastar") - cortava o fio da vida, determinando o seu fim.
Vika então neste solo representa a primeira fiandeira, segurando o fuso e tecendo o fio da vida de Sofia, que está em seu ventre e vai nascer em breve.


Trupe Mandhala – Duo Mary Figuerêdo e Viviane Macedo

Este duo foi nosso trabalho de encerramento para o Curso de Formação em Tribal e o tema que escolhemos foi o Urban Tribal. Começamos com a inspiração na Dança de Rua, nas batalhas de Freestyle onde um grupo de dançarinos se reúnem para verem seus colegas mostrarem suas habilidades nas mais variadas técnicas de dança através da improvisação. É comum estes dançarinos ´´tirarem onda´´, fazendo gracinhas para seus rivais, e foi aqui que buscamos trabalhar a nossa expressividade através de brincadeiras onde uma fica desafiando a outra a mostrar sua melhor técnica, mas também trazendo momentos em que as duas se unem, mostrando que na dança, o importante acima de tudo é a união.

Trupe Mandhala – coreografia Makeda – A Rainha de Sabá
Infelizmente devido a um problema técnico não houve vídeo desta coreo, mas ela pode ser vista no youtube, basta colocar na pesquisa o nome acima.

´´A Rainha de Sabá, conhecida entre os povos etíopes como "Makeda", que recebeu diferentes nomes ao longo dos tempos, foi uma célebre soberana do antigo Reino de Sabá (Etiópia). Ao som de Baiana System, na música Pangeia que explora a guitarra baiana e conta a história de Makeda, Lyara inova trabalhando com a linguagem de sinais e movimentos de danças populares realizados de forma diferente do tradicional, tudo muito lento e pausado. Uma delícia de assistir, até porque Lyu arrasa #agenteéfã

Agora voltando para as apresentações das alunas de Jo e das alunas do Curso de Formação, como eu disse lá em cima, todo mundo foi bem criativo explorando temas inusitados.

Tatiane Cassiano trabalhou o tema Stiletto Fusion dançando tribal com um saltão agulha lindamente na cara da sociedade (invejinha, meu joelho podre não aguenta muita coisa de salto).


Luciana Carvalho fez uma coreo inspirada nos movimentos dos felinos. 



Tatiana Freitas fez um solo incluindo posições de yoga no início (é o yoga dominando o tribal no Brasil também) com uma música linda da banda The XX chamada "Tides".

Isadora Moraes trabalhou o tema Dança Dramática, com referência ao Butoh no figurino ao dançar com o corpo todo pintado de branco, e realizou uma experimentação com um tipo de véu wing estilizado, que ela mesma fez, inspirado no figurino de La Serpetine Danse. De acordo com ela, as asas entraram para provocar a sensação de morte e de plenitude, e houve também a influência da Dança Indiana, pois ela conta no solo a história da tentação de Buda através de Yasodhara, que dança como um fantasma que faz uma dança de amor e saudade para o príncipe que ela tanto amou e esperou (Sidartha), mas ele está no caminho da mortificação e ela fica viúva. A dança dela é descrita então como uma dança lânguida, aquática e singela, porém com a energia da lótus (fertilidade). Foi um solo com uma pegada totalmente contemporânea.



Ia Santanche é a mulher das onomatopeias, da expressividade, do yoga, da natureza zen, do teatro, do sorriso solto, do cabelo enorme e laranja, como se estivesse em chamas. Eu particularmente adoro a Ia, me parece sempre uma pessoa muito sincera, alegre, e adoro o fato de ela parecer nunca ´´estar nem aí´´ para nada. Ela não se importa que começou a estudar Tribal agora, ela não tem medo de fazer feio, ela só quer ir lá e mostrar toda essa energia e amor que ela tem pela arte.

A performance super teatral dela se chama Garuda, uma figura mitológica presente nos mitos do hinduísmo, originariamente uma águia. Pássaro solar brilhante como o fogo, é a montaria do deus Vishnu, que é ele próprio de natureza solar. Garuda é também a palavra alada, o triplo Veda, um símbolo do verbo, ou seja, o mesmo que a águia representa na iconografia cristã. Deste mito ela se inspirou para o figurino, e o vôo inspirou sua locomoção no espaço, ela utiliza toda a área da plateia e do palco, correndo entre os espectadores proferindo versos adaptados do "Cântigo Negro" de José Régio. Ela comentou que já tinha esta performance, e aí ela tribalizou o figurino, colocando cores, se inspirando também em Bethânia no Doces Bárbaros, usou postura de yoga e focou nos braços para enfatizar a dramaticidade de suas palavras. Ia me contou que quis aprender Tribal para ampliar o vocabulário gestual dela, focando nas performances do evento Dominicaos, e que com o tempo ela percebeu que os movimentos do Tribal serviam para ampliar a voz também. E eu acho que Garuda reúne isso que ela vem aprendendo.

Texto completo Cântigo Negro - http://www.releituras.com/jregio_cantico.asp

Mariana Noronha inovou ao trazer o músico Leonardo Ogando que tocou Didjeridoo no palco (lindo demais aquilo gente) enquanto ela dançava.  Didgeridoo, ou Didjeridu, é um instrumento de sopro típico dos aborígenes australianos. Ele também tocou pau-de-chuva, clave e chocalhos numa apresentação agradável e poderosa, que deu toda uma atmosfera praticamente mágica à apresentação da Mariana. Parecia que estávamos sendo transportados a algum lugar ancestral, tivemos algumas visões, e depois fomos trazidos de volta.


Cibele Aguiar trabalhou o tema Afro Fusion fazendo uma homenagem à água, onde se inspirou nas lendas de Oxum e de Iemanjá para criar a seguinte história - Diz a lenda que Oxum é a responsável por encher os rios, daí a Cibele pensou como seria se Oxum um dia fizesse greve. Os rios começariam a esvaziar, chegando as águas escassas no mar. Iemanjá vendo isto, resolve ela mesma fazer o serviço, tomando o vaso mágico de Oxum. Mas como o vaso não era dela, foi necessário que Iemanjá fizesse um ritual para poder usar o vaso, e é este ritual que a Cibele apresentou em sua coreografia; Viviane e eu escolhemos o tema Urban Tribal (que já expliquei lá em cima na parte da Trupe); entre outras meninas, algumas que não puderam se apresentar.

Das alunas de Jo, além das que participaram do Curso de Formação, teve apresentação de 3 coreos de grupo,  duas de turmas iniciantes e uma da turma intermediária,  e alguns solos, incluindo outro solo da Tatiana e solo de Ana Caroline Antunes toda uma indiana com um cabelão lindo e movimentos precisos.

Turma Intermediária de Joline (coreografia inspirada em Mardi Love):



Ana Carolina Antunes:


Turma Iniciante 2 de Joline:


A noite foi linda como devida ser. E terá outra edição do Dramofone ainda este ano. Apesar de eu estar no dia recém saída da chicungunya, dei o melhor de mim e fiz o que pude dentro das possibilidades. Fique muito feliz em participar de mais uma edição do Dramofone (a Trupe participa desde a primeira edição se não me engano), e é sempre bom ter a oportunidade e o espaço para mostrar nosso trabalho em Salvador. Obrigada Jo, e vida longa ao Dramofone!!!
Lilililililili 
Foto final com todo elenco

Assista todos os vídeos do V Dramofone:


Confira as fotos e vídeos das edições anteriores http://www.jolineandrade.com/#!dramofonefestival/c1llo

Fique por dentro das notícias das próximas edições curtindo a Fanpage do evento 

´´O Dramofone é um espaço de experimentação onde diversos multiartistas (dançarinos, músicos, atores, poetas e cantores) já fizeram pesquisas de hibridação com a dança tribal.´´ - Joline Andrade




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