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[Resenhando-BA] Ousadia, Jogo de Cintura e Pé no Chão: Festival Bailares em Feira de Santana

por Camila Saraiva

Repare, se você não conhece o Festival Bailares, pegue a visão! Pense em um projeto corajoso, ousado e revolucionário. Quem conhece o Bailares sabe do que eu tô falando! O Bailares foi idealizado e é produzido pela Trupe Mandhala - grupo de dança étnica contemporânea composto por Andrea Farias, Antonia Lyara, Mary Figuerêdo e Viviane Macedo - com o intuito de incentivar o desenvolvimento das artes na cidade de Feira de Santa – BA. Essas mulheres feirenses retadas fazem acontecer esse grande evento, totalmente gratuito, que envolve em média quinhentas pessoas desde 2012. O festival traz a dança como linguagem primordial, propondo um espaço democrático e motivador da cultura e da cidadania.  Mobilizando artistas e amantes da dança locais, mas também de outras cidades, estados e até mesmo de outras regiões, contribui com a divulgação da dança na cidade e com o envolvimento da comunidade no circuito artístico. Com uma programação de cair o queixo, o Bailares reúne workshops, shows, mostras, palestras, rodas de conversa, vivências, exposições, e campanhas de doações em um só evento! Diga aí se a Trupe Mandhala não joga duro?! Passou batido ou você tá ligad@ que eu falei que o festival é inteiramente gratuito? Pois não durma no ponto, temos muito o que aprender com essas moças que com muito profissionalismo, competência, dedicação, talento e amor realizam um festival de dança que é um exemplo de resistência para nós artistes.



Imagem de divulgação do evento, cedida pela produção.


A cidade de Feira de Santana fica a apenas 115 km de Salvador, em média 1 hora e 30 minutos de carro, porém essa distância é muito maior do que menos de 2 horas de estrada para quem deseja acessar o que uma capital promove no campo da arte e no circuito cultural. Foi com o desejo de facilitar o acesso a eventos culturais e difundir a dança em Feira que a Trupe Mandhala idealizou o Bailares. Com o propósito de união da classe artista, aproximando amantes da dança, a Trupe acredita que todes devem ter o direito de aprender com diferentes profissionais da dança e que artistes diversos precisam de espaço para divulgarem seus trabalhos e terem seus talentos reconhecidos. Para que esse sonho pudesse se concretizar as moças da trupe precisaram ter muito jogo de cintura, afinal não é tarefa fácil conseguir financiamento para realizar um festival de dança, ainda mais em uma cidade do interior. Mas, com o pé no chão, elas conseguiram realizar quatro edições do festival, todas gratuitas, com captação de recursos via patrocínio, através de políticas públicas e privadas. O Bailares foi contemplado por três editais públicos de fomento à cultura e um edital privado também de incentivo à cultura. 


Cartaz de divulgação da primeira edição do Festival Bailares, em 2012. Cedida pela produção.

A produção do Bailares é de tirar o chapéu, reúne artistes não apenas da dança do ventre, do estilo tribal e do fusion bellydance, mas também profissionais de outras linguagens e técnicas de dança. O evento agrega diversos outros estilos e modalidades, como por exemplo dança de salão, dança afro, dança contemporânea, dança moderna, danças populares regionais, danças urbanas, swing baiano, dentre outras. Como já deu pra perceber, a programação de cada edição contou com uma grade bem diversificada de profissionais, os workshops tiveram temas variados, contemplando gostos, aptidões e interesses diferentes. Essa característica de ser um festival democrático, que preza pela diversidade, união e reconhecimento de diferentes estilos e artistes, proporciona à todes os participantes, seja estudante, público, plateia, dançarin@, professor@, uma experiência super rica. E não é só “gogó”, não é da boca pra fora, o Bailares é um evento múltiplo, que respeita e apoia a diversidade. Ao longo dessas quatro edições, que aconteceram em 2012, 2014, 2018 e 2021, ocorreram workshops de dança do ventre, tribal fusion, indian fusion, tribal brasil, tribal ragga jam, tribal afro urbano, popping no tribal fusion, flamenco árabe, waack fusion, vogue, stiletto, twerk, dança afro, kuduro, pagotech, street jazz, balé, dança moderna, dança contemporânea, dança de salão, quizomba, zouk, expressão corporal, condicionamento físico para dançarinos e etc. Pire aí com tantos estilos variados! É um ambiente muito propício para experimentar possibilidades de fusões com dança do ventre! Pra quem curte fusões, hibridações, contaminações, influências de outras danças, vivenciar um evento como esse é um grande laboratório. Em outras palavras, é babado!


Programação da segunda edição do Festival Bailares, em 2014. Cedida pela produção.

Só pra você não ficar por fora, dá um saque em alguns nomes de artistes da dança do ventre e fusion que passaram por essas quatro edições do Bailares dando aulas e/ou dançando: Fernanda Guerreiro, Angela Cheirosa, Janah Ferreira, Bela Saffe, Joline Andrade, Kilma Farias, Lukas Oliver, Caique Melo, Mel Brevilliere, Gilmara Cruz, Mitsuyana Matsuno, Sidinha Damasceno, Heron dos Anjos, Verônica Vanessa, Priscila Sodré, Camila Saraiva, Lais Amorim, Jessie Raidah, Raíssa Medeiros e a Trupe Mandhala, que além de produzir o festival, oferece aulas e prepara performances para os shows e mostras. Foram tantos profissionais incríveis que participaram do festival nesses anos que não daria para citar todes, listei aqui apenas alguns da dança do ventre e fusões, mas você pode conferir mais informações, bem como os temas das aulas e as apresentações ao final desse texto nas referências.

 

E falando em ser um evento múltiplo, vou largar o doce, eu mesma nunca vi um festival gratuito na nossa área com tantas atividades diferentes. Entre 2012 e 2021 (no formato online), já rolaram palestras, rodas de conversa, oficinas, workshops, shows, mostras, exposições e até campanhas para arrecadação de alimentos e de apoio a abrigos de animais. O Bailares vem ocupando diferentes espaços na cidade, teatros diversos e outros equipamentos culturais como o MAC – Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira com palestra sobre Empoderamento Feminino com Angela Cheirosa e roda de conversa sobre Políticas Públicas voltadas para a Dança. Ocupou também lugares como o CRAS - Centro de Referência em Assistência Social de Feira de Santana, com vivências em dança do ventre em duas edições, uma com Mel Brevilliere e outra com Angela Cheirosa

 

Cartaz de divulgação da terceira edição do Festival Bailares, em 2018. Cedida pela produção.


 

Além dos shows e mostras específicas de cada edição, o festival também recebeu espetáculos que foram apresentados para toda a comunidade gratuitamente dentro da programação. O Balé do Teatro Castro Alves – BTCA (Salvador-BA) apresentou o espetáculo Delirium na segunda edição do festival. Em 2014 o Bailares também recebeu o espetáculo Feminino Plural da artista Kilma Farias (João Pessoa-PB). Na terceira edição, em 2018, o evento recebeu o espetáculo Cy Deusas da Própria História, dirigido pela artista Antonia Lyara, integrante da Trupe. Massa né? Essas moças brocam!

 

A edição mais recente do Festival Bailares foi em 2021, e por causa da pandemia do Covid-19 foi em um formato totalmente online. Os workshops aconteceram via plataforma Zoom e as apresentações do show e da mostra foram transmitidas ao vivo pelo Youtube. Você pode assistir a todas as performances dessa quarta edição no canal do Youtube Trupe Mandhala Oficial, bem como outros registros e vídeos na íntegra de performances de outras edições. Não deixe de acompanhar as redes sociais da Trupe e do Bailares no Instagram e no Facebook e fique por dentro, apoie e valorize iniciativas brilhantes como essa do festival. Veja também algumas divulgações nas mídias locais nas referências desse texto. Não dê mole, na próxima edição chegue junto e participe! Namoral, se eu fosse você, eu não perdia mais nenhuma edição! Falo por experiência própria, participei das duas últimas edições, conheço o trabalho da Trupe e fecho com elas, recomendo com orgulho! Elas me conquistaram desde a primeira vez que as assisti dançando, fiquei encantada. O apelido da cidade de Feira de Santana é “Princesa do Sertão”, e a Trupe Mandhala é majestade na produção cultural da cidade, merece toda a reverência. 

 

Cartaz de divulgação da quarta edição do Festival Bailares, em 2021 (Online). Cedida pela produção.

 

 

Referências:

 

http://bailaresfsa.blogspot.com.br/

Matéria TV UEFS: https://www.youtube.com/watch?v=8akEmIogS80

@bailaresfestival

@trupemandhalaoficial

Facebook Bailares

Canal do Youtube Trupe Mandhala Oficial

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Resenhando-BA


Camila Saraiva (Salvador-BA) é artista da dança, baiana, LGBTQ+. Dançarina, professora e pesquisadora das danças dos ventres e suas fusões na contemporaneidade, com graduação e pós-graduação em Dança na UFBA. Atualmente é doutoranda em Dança pelo PPGDANÇA/UFBA e pesquisa a relação entre danças dos ventres, orientalismo, feminismos e estudos de gênero e sexualidade, numa perspectiva contemporânea.


Destaque Revelação 2014 - Categorias Ilustrativas

Indicações da Etapa 1, Sugestão do Público, da enquete Destaques Tribais 2014

Legenda:
[IA]= Indicação da Autora

Antonia Lyara (BA) - Bailares



Fernanda Lira (SP) - Campo das Tribos VI [IA]



Gabriela Farias (CE) - I Mostra de Dança Alinne  Madelon



Hölle Carogne (RS) -  "Cornibus Ad Inferni"



Izadora Ferreia (RS) - "Carrousel" 



Juliana Sayuri (DF) - Chá das Cinco




Karine Neves (RS) - 21ª As 1001 Noites




Luana Aires (PB)  - III Mostra de Dança do Studio Lunay



Mari Pheula (RS) - Clube Xavantes



Nathália Rayzel (CE) - "Tribal Fusion Bellydance"






Patricia Nardelli (RS) - Morituri te Salutant




Priscila Sodré (BA) - "Tribal Bells"



Raissa Medeiros (MG) - Up Up Fest 2014



Etapa 2 (Pré-Votação)  e Etapa 3 (Votação) após o dia 17/02

[Resenhando-BA] Bailares

Por Naiara Moura
Estudante de jornalismo
Autora do blog ruamundo.blogspot.com
Admiradora das danças orientais e fusões.


BAILARES
Festival de dança
De 16 a 27 de outubro de 2014.



Dança para os olhos, para os ouvidos e para o corpo. Este é um pequeno resumo da segunda edição do festival Bailares realizado em Feira de Santana (BA), entre os dias 17 e 26 de outubro. Além de podermos assistir artistas de reconhecimento nacional, ainda tivemos o benefício de participar de oficinas gratuitas com artistas, grandiosos em sua humildade. 

O Bailares Show foi um momento de deleite para os olhos e para a alma. Vi pessoas queridas (como Mel, Gilmara e as Mandhalas) e pessoas que admiro imensamente (como Kilma, Janah Lucas e Caique). Vi e senti todas essas pessoas através da sua dança. Eu, particularmente, sai de lá mexida com a Oxum apresentada pela paraibana (mas que poderia ser baiana, sem dúvida) Kilma Farias. Assistir as apresentações solo das meninas da Trupe Mandhala também foi um momento de total novidade - e novidade das boas. (espero vê-las novamente). Na Mostra de Dança, pude ver apresentações de duas ex-alunas e me senti muito orgulhosa de ter sido parte daquilo (de algum modo). 

As oficinas do Bailares nos deixaram com um gostinho de "quero-sempre", porque vamos combinar - não é todo dia que temos professores do Rio, de São Paulo, da Paraíba ou mesmo da quase vizinha Salvador na nossa princesa do sertão. Durante o Bailares, descobri o flamenco árabe. E olé! Dá vontade de participar de tudo, essa é a grande verdade do Bailares.

Infelizmente, não deu pra participar de tudo (não pude comparecer às palestras de Gil e Mel), mas, no que participei, posso dizer: Bailares é tudo de bom. Só nos resta aguardar pelo próximo.

E que venha o próximo! LILILILILILILI


Trupe Mandhala e Caique Melo

Mel Breviliere
 
Gilmara Cruz

Katson Freitas

Allegro Academia 



Nessi ZouKizomba e Carlos Pimenta

Viviane Macedo ( Trupe Mandhala)

Andrea Farias (Trupe Mandhala)

Mary Braga Figuerêdo (Trupe Mandhala)


The Fabolous



Carlos Cabral e Loa Williams

Antonia Lyara ( Trupe Mandhala)

Kilma Farias


Caique Melo
Marcos Cerqueira e Elisama Almeida
Mitsuyana Matsuno
Lukas Oliver

Janah Ferreira
Trupe Mandhala
 

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