por Mimi Coelho
Fase 3: Culmination –
quando tudo floresce em colaboração e em criatividade
A
fase 3 do 8 Elements representa o
grande ápice de todo o programa desenvolvido por Rachel Brice, quando nos
preparamos e trabalhamos mais do que nunca para nos tornarmos oficialmente um 8
Elements Practitioner. Até este
momento experimentamos a vivência do “construir a habilidade”, ampliando os
nossos próprios limites, além de quebrarmos internamente o grande paradigma
social referente à carreira profissional, o velho “Mito do Prodígio”. Passamos
a acreditar e a praticar de acordo com a nova verdade de que não existe mágica,
talento nato, herança genética revelada em facilidades naturais, vocação
especial ou algo do tipo “aquela pessoa nasceu para dançar ou aquela pessoa
possui dotes naturais para dança”. O sucesso precoce acaba por ser um fraco
preditor para o sucesso de longo prazo. Isto reforça a ideia de que o talento
pode ser construído dia após dia, através do constante e consistente esforço de
se trabalhar nas barreiras do limite próprio, o ponto em que as melhorias
acontecem. E é por isso que o processo muitas vezes se torna doloroso e
frustrante: somos instigados a abandonar a conhecida “zona de conforto”
próprio. No entanto, posso garantir que para nós que chegamos à terceira fase
não há mais meios de se voltar ao que éramos, evoluímos sem exageros como seres
humanos e profissionais da arte. O 8 Elements em sua completude é uma
experiência de transformação de vida. Nossas práticas, nossas crenças, nossa
maneira de ver o mundo e a arte se alteram totalmente. Rachel Brice através do conhecimento
e do estudo aplicado nos guia por estas mudanças e, assim, está construindo uma
nova comunidade, uma nova família de membros que colaboram entre si e se apoiam
de maneira admirável.
Nesta
fase, então, Rachel Brice não só reúne todos os conhecimentos e práticas
anteriores como também amplia as dificuldades e o leque de possibilidades ao
aprofundar o conhecimento e a prática que sustenta os 8 elementos. Somos
conduzidos por dias intensos de trabalho e estudo, em que há uma ênfase à
construção de composições de dança de forma colaborativa, em grupos de no
máximo 5 pessoas. Aprendemos a utilizar o processo de resposta crítica.
Trata-se do exercício que leva o artista a refletir sobre o próprio trabalho de
forma positiva, objetivando o aprendizado e a melhoria do mesmo, ao invés de se
falar diretamente como ele poderia alterá-lo para um provável aperfeiçoamento.
Todas as atividades são desenvolvidas utilizando-se linguagem e postura
positiva, já que isto contribui para a maior eficiência das conexões cerebrais.
A composição de dança é desmembrada em seus mínimos detalhes que a compõem,
revelando-se todas as ferramentas necessárias para se desenvolver um processo
de criação de arte, desde os elementos primários até a iluminação cênica. Entre
os laboratórios de música, adorno e maquiagem e criação (este último com a
maravilhosa Lee Kobus da Fool Proof), a regra era manter-se em estágio de
curiosidade e abertos ao processo, enquanto pressionávamos os próprios limites
em direção ao objetivo maior: a construção de um Show Case, uma apresentação de
trabalhos em grupo, composições de dança criadas por nós em 8 dias somente e de
solos próprios que trouxemos na nossa bagagem para o programa.
Foram
muitos desafios e emoções que acompanharam este nosso experimento e celebração
de aprendizado. Descobrimos e provamos que como “criativos” devemos abraçar a
incerteza, pois não há garantias do outro lado de nossos esforços. Entretanto,
quando aprendemos a trabalhar em colaboração, inovações e surtos criativos
inesperados podem nos brindar com um fantástico resultado. Sabemos agora que
temos algo a transmitir através de nossa arte e que “ser brilhante demanda
muita coragem”. Não devemos nos entregar ao medo de rejeição, de falhar ou até
de parecer ridículo, em algumas ocasiões. Devemos fazer algo que seja
importante para nós mesmos, esvaziarmos o que trazemos dentro de nós, porque
assim temos a chance de mostrar o nosso melhor trabalho.
Dançamos
nossas essências naquele Julho de 2015. Na plateia, ELA, nossa mestra, com os
olhos direcionados diretamente para a nossa alma e muitos outros amigos e
membros de nossa família 8 Elements.
Uma experiência indescritível, uma transformação visível nos palcos e na vida.
Vídeos
de nossas apresentações no Show Case em Portland:
Grupo Canarican Japaguese Girls
Solo Xique-xique Fusion – Mimi Coelho
Retornei
com a alma vibrante e, claro, com um desafio assustador, a tarefa de realizar
um projeto de conclusão de curso e a construção de uma habilidade em 8 semanas
(snujs em uma música impossível de rápida com improviso). Mas o desafio para
nós estudantes do 8 Elements é valorizado
como um processo de aprendizado, sem medo de falha e com promessa de
crescimento.
Vídeo
do Projeto Final dos 8 Elements – Gipsy Forró com Bastet Tribal Troupe:
O
real propósito dos intensivos de Rachel Brice é nos envolver com um amor pelo
aprendizado e por uma mente direcionada para o crescimento (nos familiarizando
com esta condição) e, assim, nos nutrir com a confiança necessária para
perseguir nossos objetivos. Termino este texto, então, com a mensagem para o
próximo ano de 2017: Seja corajoso e faça algo que seja importante pra você!
Você precisa encontrar sua própria voz se quiser prosperar! Ame o processo,
evite a motivação pelas armadilhas do trabalho (pagamento, prestígio, etc.),
comprometa-se pessoalmente com o resultado e navegue pelo caminho da
contribuição! Inspiração é para amadores! O segredo está no trabalho! Be brave!
[1] Para maiores detalhes sobre o programa, descrição das fases que o
compõe, lista dos praticantes e professores e datas dos próximos cursos acesse
o site http://www.rachelbrice.com/about8elements/.