por Karina Leiro
Dentre os vários giros que
existem na dança flamenca, está a volta de peito (vuelta de pecho), que
provavelmente foi a volta que serviu de inspiração para o Barrel Turn. Digo
provavelmente, porque assim como a vuelta de pecho, a volta quebrada também tem
quebra de torso. Segundo Monica Gonzalez Sanchez no artigo "Clasificación de los
Giros en el Baile Flamenco", a diferença está em que a volta de peito é pela frente (en dedans) e a
quebrada é por trás (en dehors). Portanto, por ser girando pela frente, o barrel
turn se assemelha mais à volta de peito.
No flamenco, a volta de
peito costuma ser feita rapidamente e os braços são mais arredondados, não tão
alongados como no barrel turn, até para ajudar na velocidade, concentrando a
energia no centro do corpo. Ao ver o barrel turn, que faz parte dos movimentos
do repertório lento do ATS ®, tenho
a sensação de que (com algumas adaptações) é como ir demonstrando lentamente
cada etapa da volta de peito.
No flamenco, os giros fora
do eixo vertical procedem da escola bolera. Sergundo Gabriel Veudagna Arango em
seu livro "Apuntes de Clases: La Danza Española y el Baile Flamenco", a escola
bolera é considerada o verdadeiro ballet clássico da Espanha. Sua origem
remonta o século XVII e teve seu auge durante o século XVIII. Bolero é uma
possível tradução de “volar”, voar, já que os intérpretes costumavam dar
grandes saltos inspirados nos bailarinos da dança clássica francesa. A escola
bolera seria, uma espécie de combinação do acadêmico ballet francês com as
danças espanholas.
Os giros fora do eixo
vertical consistem em efetuar um giro sobre um eixo forçado ou quebrado, fruto
de inclinar lateralmente o tronco, modificando diagonalmente o eixo longitudinal.
De maneira que a parte inferior gire sobre o eixo vertical e o tronco gire sobre
esse eixo longitudinal inclinado.
Segue um vídeo:
Fontes de pesquisa:
Revista del Centro de
Investigación Flamenco Telethusa