Um dos pontos altos da minha viagem a San Francisco (CA) foi a visita ao Studio Salimpour e a conversa que tiver com Suhaila. Não há dúvida, sequer um lampejo, de que Jamila e Suhaila estabeleceram sólidas bases para o que hoje chamamos de Bellydance, no Ocidente; e para a técnica que serve de base aos estilos Tribais, portanto estar diante de todo esse legado foi incrível, surreal e emocionante.
Ao chegar no estúdio ainda vazio, Suhaila vem lá de dentro e abre a porta com um largo sorriso no rosto, iluminando tudo imediatamente. É uma mulher grande, daquele tipo que preenche o recinto com sua presença, opinião e sorriso. Apaixonei naquele exato instante!
Paredes e mais paredes repletas de inspiração. Toda história contada através dos vários Cd´s de música, Jamila...Jamila....Jamila era tudo sobre essa mulher extraordinária, intensa e forte. Então, entro no escritório de Suhaila e vejo três desenhos feitos por Isabella (ainda pequenina, como minha Marina), eles estavam afixados em lugar de destaque e retratavam sua mãe. Com meu caderno à mão, feito por minha pequena, mostrei o desenho que também tinha em situação assemelhada e aquilo nos conectou, pois mães entendem o significado desses gestos.
Uma frenética conversa se inicia: tinha tanta necessidade de dizer o quanto a admirava, como Jamila era importante e querida para mim, para Carine (sim contei a história do Pilares e como nossa gaúcha apaixonou nas Salimpours). Suhaila sorria, novamente iluminando a sala; era surreal estar diante daquela mulher que eu conhecia “tão bem” através de fotos e leitura de tudo que chegava a minha mão.
Então, percebi que uma aula se iniciava no grande salão do estúdio; fui convidada para assistir e voltar para fazer uma experimental. Não fosse a agenda apertada com os estudos no Studio do FCBD e o pavor que me deu ao ver a aula, certamente teria voltado. Pensa numa aula punk!!! Agora eleva a infinita potência...Era por aí... Meus olhos esbugalharam e ela me diz: são iniciantes (Oi???????!!!!!!). Bem, certamente estarei lá em janeiro de 2017 para estudar, pois a técnica é absurdamente forte e isso pode mudar a dança de qualquer um.
De volta a sala administrativa, ela lembra de mostrar o Livro recém publicado que conta boa parte do legado de Jamila. Pirei-surtei-babei com o que estava a meu alcance e com o valor do dólar que tornava aquele item ouro. Bem, tive que levar comigo e posso garantir que foi uma das melhores aquisições que fiz na viagem!!! O livro nos remete aos idos de 1940, atmosfera, cenário, dançarinas egípcias e uma Jamila que nem imaginava que se tornaria o ícone do bellydance. Consegue vislumbrar insegurança na matriarca das Salimpour? Pois é, isso já ocorreu, ou seja, (ufa!) ela é de carne e osso. Estou devorando com avidez cada página, afinal é como uma viagem no tempo e, como sempre digo, saber da nossa dança é a melhor forma de dançá-la bem (junto a muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito estudo prático, lógico).
No caminho para porta, aquela sensação de harmonia, afinal, estava estudando com Carolena, conheci Suhaila, vi um lindo vídeo de Jamila cantando parabéns para a filhota. E ela continua com aquele semblante altivo ☺, havia tido uma conversa deliciosa sobre a dança que nos une, sobre o porque das coisas e, para selar aquele momento, ganho alguns Cd´s, dedicatória no meu caderno de dança e no livro de Jamila. Incrível, lembro e começo a sorrir sozinha.
Ah, tá curiosa sobre a conversa né? Então, não sei se seria elegante da minha parte dividir em público comentários muito íntimos que Suhaila fez sobre nossa dança, mas para não parecer que nada será compartilhado, posso dizer que o nome TRIBAL Suhaila atribui à Jamila, quando do surgimento do Bal Anat.
Super xeros, nossa conversa sobre San Francisco ainda não acabou, tou atrasada nas resenhas, mas asseguro que escreverei.