[Resenhando - PE] Caravana Tribal Nordeste: Travessias Tribais

por Luana Aires

Caravana: o mesmo que comitiva, comboio ou frota. Grupo que segue junto em uma viagem. Conjunto de pessoas que se unem para percorrer grandes distâncias, sejam mercadores, peregrinos ou viajantes. Normalmente associado à travessia de desertos (definições de dicionários online).
Mas,
Que viagem? Que distâncias? Que desertos?
Que ânsias nos levam a percorrer caminhos juntos?
Seguindo os mesmos princípios do ‘nomadismo’ uma caravana se apropria do sentido itinerante, transitório, passageiro e fugaz do viver. Do viver junto aos seus e da partilha. Como já traduzem muitos pensamentos, é no trajeto, no percurso entre o início e o fim que se consolida a existência. Quando esse trajeto não é linear e estável encontramos as sutilizas dessa existência. Dessa maneira, o termo e ideia de caravana não poderia melhor re(a)presentar a tradução do que é a dança tribal. Uma dança nômade, contemporânea e por este motivo atemporal.
Nesse cenário de constante fluxo que desde a origem permeia a dança tribal, muitos grupos do Brasil proporcionam encontros dos mais variados formatos para trocas, vivências e debates sobre o estilo. É neste sentido que a Caravana Tribal Nordeste vem agregar à cena tribal brasileira, em virtude do desenvolvimento da consciência corporal e integração cultural como Projeto de Fusão Tribal em Festival Itinerante
 Logotipo do projeto
Em junho de 2015 a Caravana Tribal Nordeste chegou a sua edição de 5 anos em Recife (PE) marcada profundamente por esse sentimento de encurtar distâncias e dividir as ânsias preconizadas por suas idealizadoras Kilma Farias (PB), Bela Saffe (BA) e Alê Carvalho (PE).

         Nossa caravana, o Studio Lunay, chegou numa manhã de sábado já desperto pelo conturbado trajeto João Pessoa (PB)/Recife (PE) para o primeiro workshop.
 Workshop “Danças urbanas de efeito” com Felipe Dupopping.
         Nesta ocasião em um grupo de 10 pessoas entre alunas, professoras e amantes da dança. A Cia Lunay também participou ministrando workshop sobre composição coreográfica em combos inteligentes.
 Workshop “Danças urbanas de efeito” com Felipe Dupopping.
      Sempre é de grande valia ver todas as turmas de oficinas praticamente lotadas demonstrando o interesse majoritário de pesquisa sobre o tribal. Logo mais, aquela bagunça tão sadia tomou conta dos bastidores entre conversa de almoço, camarim, selfies, aquecimento e tudo o mais que antecipa aquele dado momento da cena. Tão engenhosamente carregado de toda essa efusividade. E nossa, como somos efusivas (risos) !

Horário de almoço compartilhado por integrantes de diversos grupos.

    A Aquarius Cia de Dança mostrou a força de uma produção dedicada desde os registros audiovisuais até a marcação de palco. Nas palavras de uma das produtoras “Foi um encontro entre amigos que há muito tem suas mãos dadas seguras e sustentas (...) Marcou a chegada de novas companheiras, cheias de boa vontade e amor por essa causa. Trouxe àqueles bem amados que já de muito conhecemos e toda uma nova geração esmerada, estudando e se dedicando com afinco; se arriscando sem medo de errar, sabendo que cada tropeço é sim, um passo no digno caminho do eterno aprendizado”.
O objetivo documental e pesquisador da Caravana Tribal Nordeste resume a força desse evento direcionado ao fortalecimento do Tribal Brasil. Além de dar o caráter autêntico da proposta, tal estilo é o suporte e fio condutor do projeto buscando um tribal brasileiro sobre a base de elementos da cultura popular nordestina essencialmente.
Sumariamente, essa edição da Caravana Tribal Nordeste foi uma celebração cênica de união, renovação e sintonia. Cada entrada, das mais de 20, respondia no palco à cada corpo e emoção que emanava da plateia e das coxias.
Somos isso - esse conjunto de pessoas que se unem para percorrer grandes distâncias em comboio, comitiva, em muitos lililililili’s - atrás de sonhos e delírios em agradecimento à nossa travessia do movimento.

Solo de Alê Carvalho - Tragédia n°9 -  experimento 3. Soneto do desapego


“...certas histórias são para ser assim, sem fim! Lembrar quando éramos apenas cinco e hoje ver salas cheias de uma legião Tribal faz perceber mais uma vez que a aliança Aquarius e Lunay só mostra mais força, e a tranquilidade do estar lado à lado dividindo um ideal que se constrói de Arte e se realiza na Dança. A casa é para sempre de vocês!!!” (Alê Carvalho – PE – Aquarius Cia de Dança).



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