Mostrando postagens com marcador Dança Cena e Ação!. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Dança Cena e Ação!. Mostrar todas as postagens

Valorize suas Filmagens!


por Mariáh Voltaire

Com o avanço da tecnologia e a democratização da mesma, hoje muitas pessoas tem acesso câmeras filmadoras com boa qualidade de filmagem. Com criatividade e disposição, qualquer bailarina consegue deixar seu registro coreográfico mais atraente e interessante.

Vejo que a maioria das filmagens são feitas em PLANO ABERTO, dificilmente vejo um CLOSE-UP ou um PLANO DETALHE.

Eu como bailarina também gosto de ver a outra bailarina de perto, ver os acessórios que ela usa, a textura do tecido do figurino que ela veste e suas expressões faciais. Quero saber o que ela sente enquanto dança. Como não posso estar presente em sua apresentação, ao menos quero ver tudo isso no vídeo, uma maneira mais íntima de ver a bailarina no palco.

Nesse post vou dar algumas dicas simples, mas que se você adotar pelo menos umas três em suas filmagens, com certeza fará a maior diferença no produto final. Por isso pegue sua câmera e comece a fazer pequenos experimentos.

Segue abaixo alguns exemplos:

01 -  PLANO ABERTO (“LONG SHOT”)


A câmera está distante da bailarina, de modo que ela ocupa uma parte pequena do cenário. É um plano de AMBIENTAÇÃO.

02 - PLANO MÉDIO (“MEDIUM SHOT”) 


A  câmera está a uma distância média da bailarina, de modo que ela ocupa uma parte considerável do ambiente, mas ainda tem espaço à sua volta. É um plano de POSICIONAMENTO e MOVIMENTAÇÃO.

03 -  PLANO FECHADO (“CLOSE-UP) 


A câmera está bem próxima da bailarina, de modo que ela  ocupa quase todo o cenário, sem deixar grandes espaços à sua volta. É um plano de INTIMIDADE e EXPRESSÃO.


04 - PLANO GERAL (PG) 


Com um ângulo visual bem aberto, a câmera revela o cenário à sua frente. A bailarina ocupa espaço muito reduzido na tela. Plano para exteriores ou interiores de grandes proporções.


05 - PLANO DE CONJUNTO (PC) 


Com um ângulo visual aberto, a câmera revela uma parte significativa do cenário à sua frente. A bailarina ocupa um espaço relativamente maior na tela. É possível reconhecer os rostos das pessoas mais próximas à câmera.


06 - PLANO MÉDIO (PM) 


A bailarina é enquadrada por inteiro, com um pouco de “ar” sobre a cabeça e um pouco de “chão” sob os pés.


07 - PLANO AMERICANO (PA) 


A bailarina é enquadrada do joelho para cima.


08 - MEIO PRIMEIRO PLANO (MPP)  


 A bailarina é enquadrada da cintura para cima.


09 - PRIMEIRO PLANO (PP) 


A bailarina é enquadrada do peito para cima. Também chamado de “CLOSE-UP, ou “CLOSE”.


10 - PRIMEIRÍSSIMO PLANO (PPP) 


A bailarina é enquadrada dos ombros para cima. Também chamado de “BIG CLOSE-UP” ou “BIG-CLOSE”.


11 - PLANO DETALHE (PD) 


A câmera enquadra uma parte do rosto ou do corpo (um olho, uma mão, um pé, etc.). Também usado para filmar detalhes, como olhos, boca, tatuagem...


Espero que com essas dicas ajudar as bailarinas em suas próximas filmagens.


 



Dança, Cena e Ação!
_________________________
Curitiba, PR


Inaugurando minha seção no blog!



 por Mariáh Voltaire

Vejo nitidamente que a videodança já não é mais novidade na cena tribal, pelo menos aqui no Brasil. A minha intenção nunca foi a de criar uma “tendência”,  mas sim usar de uma linguagem artísca totalmente poética e sensível para me comunicar com bailarinas de dança tribal do mundo inteiro.

Mas vejo que essa “tendência” pegou, porque ,desde que lancei minha primeira videodança em 2010, apareceram novas adeptas dessa nova linguagem em vários cantos do Brasil. Por conta disso lancei um projeto também inovador no universo tribal intitulado: Projeto VTD – Videodança Tribal Dance, a videodança abrindo fronteiras, mas isso é conteúdo para outra postagem! Continuemos...

Comecei a pesquisa de videodança de maneira muito tímida e muito por acaso. Sempre tive interesse em vídeos com performances, mas o interesse aumentou quando eu vi no 63º Salão Paranaense, a videodança de Patrícia Osses (El Tango del Pasillo, 2009). O trabalho de Osses fala sobre o espaço e a relação que ele tem com o indivíduo. O vídeo ali apresentado deixou-me curiosa, porque não era simplesmente uma performance e também não era uma videoarte, era algo que envolvia dança e vídeo, e o modo como ela era captada fugia de um simples registro coreográfico. A partir desse momento comecei a pesquisar e a voltar a minha atenção a artistas que exploravam e exploram os recursos da imagem eletrônica juntamente com a dança. Desse modo, tentei compreender como diferentes linguagens artísticas como a dança e vídeo podem se transformar em uma obra de arte denominada videodança.



O simples fato de ter um vídeo com dança dentro do MAC (Museu de Arte Contemporânea do Paraná) me intrigou. Não era apenas um registro de uma coreografia, tinha um sentimento, uma poética por detrás daquelas imagens. Descobri que era esse o tema para minha pesquisa acadêmica. Ansiosamente eu buscava o termo correto para o vídeo que eu vi de Patricia Osses e descobri que não era videoarte, nem uma simples performance, e em uma das andanças pelo meio virtual descobri o termo correto: videodança. Fui lendo tudo o que eu encontrava a respeito do tema na internet, mas muitas das informações que se encontram disponiveis são duvidosas e muitas não possuem referências bibliográficas, o que é realmente importante para quem está fazendo uma pesquisa séria e que procura conteúdo nas informações que lê.

Depois de tantas pesquisas e leituras consegui entender melhor como funciona o diálogo da mídia e vídeo, e também a diferença de linguagens de uma coreografia feita para o vídeo e outra feita para o palco. Nesse momento tive a certeza que eu poderia propor um progresso nas linguagens que envolvem a minha dança e a minha arte, no caso a Dança Tribal.

Decidi  então fazer meu primeiro experimento em videodança. A idéia principal do vídeo, por falta de experiência, foi de apenas capturar movimentos coreográficos isolados a fim de salientar cada movimento dentro da Dança Tribal e posteriormente trabalhar em cima de edições de imagem. Desses movimentos isolados nasceu meu primeiro experimento de videodança: Isolado.  Em parceria com Ricardo Gimenes, no dia 02 de outubro, locamos o estúdio para filmagens da UTP, permanecemos 4h filmando e testando a iluminação e o espaço. No dia 07 de Outubro começamos o processo de edição, que durou cerca de 6h. O processo de edição foi o mais trabalhoso por termos que prestar muita atenção a sincronia da música com vídeo.


Problemas? Sim, houve alguns problemas na criação desse material, a falta de experiência fez com que eu ignorasse algumas etapas essencias para uma boa produção, irei falar sobre isso em outros posts.

Com esse primeiro experimento, eu tive a certeza de o que eu busco é a diluição de fronteiras, onde eu possa comunicar-me com dançarinas de Dança Tribal do mundo inteiro de maneira que eu as faça compreender minha dança dentro desse universo tão amplo, sempre buscando o despertar de novas percepções e enxergar novas possibilidade de unir continentes e culturas de maneira mais intimista e poética.

Com essa videodança participei da exposição, “Possíveis Conexões” no MAC (Museu de Arte Contemporânea do Paraná).  Fiquei ansiosa em compartilhar meu primeiro experimento em videodança em um ambiente propício à interação de jovens artistas de várias instituições que lecionam artes no Paraná e também a visão que meu trabalho teve a partir dessa exposição. Fazendo com que as pessoas compreendessem uma das maneiras pela qual o corpo pode ser usado no meio tecnológico e desse meio transformar-se em arte.



Hoje continuo pesquisando sobre o tema e também criando obras de videodança. Agora com esse espaço no blog me sinto responsável em ajudar bailarinas de Tribal Dance a conhecer e reconhecer essa linguagem como uma forma de transformar sua dança em uma obra de arte.


O CORPO IMAGEM – O QUE É O MEU, O QUE É O SEU CORPO?
Como falar de videodança e não falar do corpo em si? Partiremos desse ponto então. Vivemos em um mundo em constante transformação, no qual a tecnologia anda crescendo e tomando conta de experiências cotidianas, fazendo com que o corpo deixe de adquirir experiências estéticas e sensíveis. Uma sociedade capitalista que faz apologia a um corpo que a cada dia adormece. Diante de tantas ferramentas de auto-expressão, a única preocupação é a de esculpir esse corpo que sente, que dança, que adoece, e que busca uma saída diante do vazio dos simples moldes de celebridades.



Como reeducar esse corpo que foi sedimentado há décadas e que já não compreende mais a sabedoria que está guardada dentro de si? 
Os corpos das atuais gerações estão sendo educados de maneira a ignorar seu corpo como meio de expressão. Privilegiam apenas o conhecimento abstrato e deixam de lado a capacidade que o corpo tem de sentir o mundo. Um corpo que está atrofiando atrás de monitores de computadores e de televisão.


Esse corpo já não sabe mais como se articular e se mostrar diante do mundo, um mundo globalizado que ainda o quer ver, mesmo que sem o tocar mostrando a ele ferramentas onde esse corpo ávido possa expressar-se através da linguagem que transforma o vídeo em arte. Proporcionando o resgate e a reeducação desse corpo sensível, que pode adquirir um conhecimento e desenvolvimento estético através da videodança.




"Arte não existe para reproduzir o visível, mas para tornar visível aquilo que está mais além dos olhos." (FERNANDES, 2003, p. 14).


aerithtribalfusion.blogspot.com.br/2014/03/danca-cena-e-acao-por-mariah-voltaire.html





Dança, cena e ação!
_______________________________________
Curitiba, Paraná

Dança, Cena e Ação! por Mariáh Voltaire


  Dança, cena e ação!
Mariáh Voltaire - Curitiba - PR, Brasil

O que é isso?

Aqui nessa seção vocês irão encontrar todo o tipo de informação relacionada à VIDEODANÇA. O objetivo dessa seção é apresentar uma reflexão sobre a diferença entre um mero registro coreográfico em relação à linguagem artística e poética da videodança. Para chegar a esse objetivo serão repassados um repertório teórico e algumas técnicas de filmagem, percebendo a relação do corpo-imagem podem contribuir para a construção poética de um trabalho artístico audiovisual e os processos criativos para a criação de uma videodança. Pelo menos uma vez por mês estarei trazendo novidades, tirando dúvidas e dando dicas.

Quais serão os objetivos:
  • Fazer com que as bailarinas entendam como se procede o registro da videodança;
  • Ensinar técnicas de filmagem:
    -  Planos de corte (ex: plano americano, zoom e etc).
    -  Movimentos de câmera (ex: tilts, travelling e etc).

  • Incentivar as bailarinas a criarem suas próprias videodanças;
  • Fazer com que esses novos conhecimentos proporcionem um respeito maior pelo corpo que na contemporaneidade perdeu-se em meio à busca apenas pelo um corpo perfeito fora do campo de sensações;
  • E fazer com esse corpo não procure mostrar o que parece ser, mas que ele mostre o que sente e compartilha através de monitores de computador, onde milhões de olhos ocultos o sentem.

A videodança permite que artistas aliem-se as novas tecnologias, fazendo delas as principais ferramentas do seu trabalho. Não querem mais reprimir esse corpo que fala, usam-no como veículo de informação. Não há mais limites para esse corpo que procura se comunicar com outras culturas, que viajam rapidamente através de sinais de internet. Esse corpo não menospreza a época em que vive, ele usufruiu o que há de melhor em componentes que poderiam congela-lo e anestesiá-lo. Ele não procura mostrar o que parece ser, ele mostra o que sente e compartilha através de monitores de computador, onde milhões de olhos ocultos o sentem.


Sejam bem vindas (os)

Mariáh Voltaire
Pesquisadora do universo da videodança.


Quem é a Mariáh Voltaire?

Bem, falar de nós mesmos não é uma tarefa fácil, creio que a tendência seja sempre tentarmos passar a melhor imagem de quem nós somos, e eu acho bem complicado tudo isso. Por isso escolhi essa citação:

“O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!"

(Florbela Espanca)

Vou falar de maneira simples algumas coisas, como por exemplo, tenho 28 anos, sou de Curitiba/PR. Hoje atuo como professora de Artes no Ensino Médio e também desenvolvo um trabalho diferenciado dentro da minha formação. Esse trabalho é desenvolvido dentro de um Centro de Atendimento Especializado, que tem como base a psicanálise. Dentro dessa instituição atendo pacientes de 5 a 13 anos de maneira individual uma vez por semana. Essas crianças apresentam desde sintomas de aprendizagem a sintomas de comportamento. Com esses pacientes busco acessar o inconsciente de cada um trabalhando as imagens do corpo: a do corpo que a criança vê e a do corpo que a criança sente. Tentando criar um laço com essas crianças incapazes de manifestar seu mal estar com palavras e que tem só o seu corpo para exprimir suas angustias.

Antes de ser professora fui designer gráfico, tenho grande interesse pelas tecnologias, principalmente as que envolvem as artes visuais. Desde que comecei a trabalhar, uma das minhas maiores funções foi diretamente ligada com a manipulação digital, edição de imagem e vídeo. Sou formada em Artes Visuais e a base das minhas pesquisas sempre foi o corpo. No ano de 2008 iniciei minha graduação em Artes Visuais com Ênfase em Computação (BACH) na Universidade Tuiuti do Paraná. Em 2010 terminei a graduação com nota máxima no TCC que tinha como linha de pesquisa a videodança. Onde o objetivo do trabalho apresentado era a reflexão sobre a diferença entre um mero registro coreográfico em relação à linguagem artística e poética da videodança, intitulado O CORPO IMAGEM. Para chegar a esse objetivo foram estudadas especificidades de, até que ponto a relação do corpo-imagem podem contribuir para a construção poética de um trabalho artístico audiovisual e os processos criativos para a criação de uma videodança.

Nem preciso dizer que amo dançar! Sou co-criadora do grupo Damballah Tribal Dance, juntamente com minha mãe Bety Damballah. Uso o meu corpo como meio de expressão artística, e para mim a videodança se encaixou perfeitamente aos meus propósitos como artista visual e bailarina de dança tribal. Vi na videodança a possibilidade de me comunicar com bailarinas do mundo inteiro, e de alguma maneira transmitir através de imagens como me sinto quando danço e o que eu vejo dentro da minha cabeça quando danço. Fui a primeira bailarina do Brasil e fazer de fato uma videodança, baseado em estudos e pesquisas, de maneira planejada. Continuo a estudar e a pesquisar e principalmente a produzir materiais.




Entrevista

Clique na imagem acima para acessar a entrevista.
Clique no título do menu acima para ser redirecionado ao artigo desejado. Boa leitura!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...