[Fórum Tribal] Produção de Evento

 Resumo do 4º Dia do Fórum Tribal - 1ª edição

Tema: Produção de Evento

29 de novembro de 2020 às 15 Hs 

Tempo da reunião: 02:30         

Integrantes da mesa mediadora: Cibelle Souza (RN), Annamaria Marques (MG)e Aerith (PR)

O quarto dia do Fórum Brasileiro de dança Tribal e Fusões teve como tema:

“Produção de eventos”, escolhido previamente entre os participantes por meio de votação. 

O debate foi aberto pela mediadora Cibelle Souza, seguida por Annamaria Marques e Aerith, membros da organização,  com as seguintes questões: 

. Como produzir eventos de dança na realidade brasileira: quem produz, por quê e para quem, o que te faz querer produzir um evento, o que está incluído no trabalho de um produtor, ética e produção.

. A importância dos eventos na construção da cena local (dentro do brasil de forma geral): como a escolha do contratado, da locação e do público-alvo impactam a cena que estamos construindo. Além de se discutir se é possível abraçar dicotomias e garantir a qualidade do evento (artista nacional ou internacional, workshop ou show, evento urbano ou retiro).

. Colaboração entre produções: diálogo entre os eventos para criar uma cena mais rica e diversificada, criação de um calendário de eventos para facilitar a organização da cena e facilitar o acesso ao público em comum, estabelecimento de parcerias respeitosas e efetivas (em promoções, divulgação, participação).

. Principais desafios e inquietações: Produção e finanças: (lucro, patrocínios, editais), eventos em tempos de pandemia, acessibilidade e inclusão social (oportunidades para somar às causas, proporcionar espaço para as minorias), Minorias na produção de eventos e quem define o  mercado ( produção ou público?)

            Aberto o debate, foi colocado que a produção de eventos é um assunto de grande interesse já que, enquanto o estilo de dança, o estilo tribal de dança do ventre ainda não tem grande visibilidade na comunidade de forma geral e acaba por tornar-se necessário  que os próprios artistas se tornem produtores de forma a fomentar esta  visibilidade e também oportunidades de que outras pessoas da área possam mostrar seus trabalhos ao público em geral e a outros artistas da dança. Porém, um resultado disso seria o uso de formatos padrão de evento e, segundo a fala, reduz a diversidade de tipos de evento que acontecem e pode, inclusive, engessar como entendemos nossa própria dança. "A nossa dança modela caminhos" de acordo com o participante.

             Em seguida, foi colocada a questão de se os novos produtores se perguntam, antes de ingressar nesta área, o por quê de estarem fazendo aquilo (diretrizes), quais os objetivos do evento, os riscos envolvidos e qual seria a preparação que deveriam ter antes disso, visto que a demanda logística, financeira organizacional/ de gestão e até psicológica de se produzir o evento pode ser muito complexa. Neste sentido foi apontado como estratégia essencial se ter uma equipe, e de preferência uma  boa equipe profissional nesta área, para que o evento alcance bons resultados para o público e para a organização, seja o evento virtual seja presencial.

            A equipe profissional também pode gerenciar questões importantes como a curadoria artística e o acesso a fomentos governamentais na área artística. O produtor também está fazendo dança.

            Outro ponto abordado foi o alcance dos eventos, se e até onde é válido montar eventos visando atender a um público mais especializado e consequentemente mais restrito ou buscar alcançar mais pessoas de forma a difundir e educar o público (fomento) com relação ao nosso estilo de dança. 'Levar o tribal a outras esferas" como colocou outro participante.

            Foram relatadas experiências com a produção e participação em eventos de portes diversos. Além disso, um  evento em particular foi citado como exemplo de como é possível haver um diálogo entre vários estilos de dança e eles estarem "convivendo" naquele mesmo espaço. Pensar também em que tipo de experiência se está proporcionando para o público (leigos, alunos e profissionais).

            Também foi discutido o "canibalismo" entre eventos visto que vários acontecem ao mesmo tempo, ou muitos em seguida, obrigando o público e alunos (e até produtores) não só a escolherem um em detrimento de outro, mas a falta de diversidade de temas gera desinteresse do público. 

            Como desdobramento deste assunto, apontou-se a construção de parcerias e diálogo entre produtoras como um caminho possível e frutífero para o crescimento da da produção de eventos de dança.

            Não é possível abarcar todos os assuntos devido à amplitude de desdobramentos possíveis das questões propostas e ficou a proposta de que cada um busque colaborar ao máximo com o crescimento da cena.

            Uma das moderadoras sugeriu também que fosse abordada a inclusão social nos eventos de tribal e se havia alguém no grupo presente que fizesse parte de minorias e quisesse falar a respeito da representatividade em eventos e também na produção de eventos de tribal, mas não houve pronunciamento. Um "silêncio ensurdecedor", foi a fala da participante, apontando justamente a ausência dessas pessoas na atuação enquanto produtoras e o quanto isso é preocupante no meio. 

            Uma fala que aconteceu sobre o assunto foi uma sugestão de se observar também a ausência de referências (artistas famosas) dessas minorias ou fora do padrão eurocêntrico presentes e em destaque em eventos grandes e pequenos no Brasil. E quando houver a possibilidade de se abrir espaço para estas discussões, como tornar isso atraente e receptivo para todos. Mais do que isso, se conscientizar de que há a necessidade de que antes de determinar o que as minorias querem ouvir, precisamos saber o que elas querem falar.

            Falou-se sobre a valorização e desvalorização do artista, inclusive dentro do meio, sugerindo aos produtores uma reflexão de como que o produtor e o artista possam ser mais valorizados nas suas atividades e juntos possam fomentar o crescimento da cena.

            Por fim, foi abordado o assunto de quem determina o que é feito no evento, discutindo que o público tem uma demanda relacionada a eventos, mas os produtores também são responsáveis por guiar o público para que haja um crescimento e valorização da cena também. E houve a sugestão de se buscar a conscientização de que cada região do país tem suas facilidades e dificuldades para se produzir.

            No final do encontro, debatemos os possíveis encaminhamentos para o pós Fórum, sendo eles a criação de uma agenda on-line do estilo Tribal nacional e de um grupo de produtores que colaborem entre si no fomento de eventos de tribal, além de um grupo de estudos para dar continuidade às conversas iniciadas no fórum.

            Ao todo, 23 pessoas estiveram presentes.

            Mais uma vez, agradecemos a todos os participantes do Fórum pela presença e contribuição e desejamos que ele possa ser um espaço de troca, crescimento e parceria.

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