por Mari Garavelo
Sejam muito bem-vindas e muito bem-vindos à minha coluna aqui no blog! Estou muito feliz com essa oportunidade de trazer um pouco da minha pesquisa e das minhas reflexões sobre esse tema para vocês.
Esta coluna tem o objetivo de fazer pequenas análises e levantar reflexões
sobre a velha escola do tribal a fim
de aproveitar esse universo de possibilidades e idéias que ela traz para
evoluir nosso estudo e prática da dança atualmente.
Vamos começar pelo próprio conceito de uma velha escola, ou old school: o que significa?
A expressão provinda do inglês, old school, ao pé da letra em português é “velha escola”, podendo também ser interpretado como “à moda antiga”. Esse termo se refere a um conjunto de elementos do passado que foram bastante utilizados ou valorizados em determinada época, e que são considerados hoje um pouco obsoletos, com um quê de démodé (palavra que provém do francês e significa “antiquado”, podendo se referir a algo considerado fora de moda, ou que já teve seu momento).
O old school pode referir-se também a algo que se tornou clássico ou estabelecido como tradicional de alguma maneira, como tatuagem old school, hip hop old school, moda old school etc.
Exemplo old school na moda, tatuagem e artista do movimento hip hop, Tupac Shakur. |
Vale muito ressaltar que old school não é necessariamente o mesmo que vintage ou retrô. Vintage se refere geralmente a elementos que são originalmente antigos, que foram produzidos no passado, enquanto o retrô tenta reproduzir a estética do vintage em elementos atuais.
Outra característica muito importante é a de que no conceito de old school nós podemos observar um
conjunto de elementos de uma determinada época e que geralmente fizeram parte
de uma vanguarda (guarde essa
palavra!) de um nicho específico.
Então, quando falo em hip hop old school
não falo necessariamente da mesma época da tatuagem old school, são momentos diferentes na linha do tempo, mas que tem
possuem essa característica da vanguarda e do pioneirismo em comum.
Compreendendo o conceito podemos começar a traçar uma pequena linha do tempo da história do Tribal, e aqui, eu falo exclusivamente do que conhecemos como Tribal Fusion ou Dança do Ventre Tribal para buscar seu momento de vanguarda e começar nossa análise. Minha pesquisa não engloba o ATS Ⓡ (FCBD Style Ⓡ) porque além de não ser meu foco de estudo também exige uma análise dedicada.
Um último disclaimer antes da linha do tempo é que gostaria de afirmar que não concordo com a ideia de que o Tribal Fusion tem uma história linear. Ao meu ver, não há histórias lineares, existem pontos na história da linguagem que são muito importantes e eles estarão mencionados na linha do tempo para nossa análise, mas, no geral, o desenvolvimento do que nós chamamos de Tribal hoje esteve em alguns lugares ao mesmo tempo e foi se imbricando com as trocas, eventos, as demandas e a internet. Sendo assim, esta linha do tempo abaixo é bastante simplificada, não contempla todos os grandes profissionais envolvidos no Tribal, mas já nos dá um panorama.
Conforme podemos observar na imagem acima, a partir dos anos 2000, houve um boom de eventos e personalidades que foram cruciais para o desenvolvimento e o crescimento do Tribal Fusion. Dentre estes, estão a criação do Urban Tribal, a entrada de Rachel Brice no Bellydance Superstars, a amizade e parceria que ela criou com Mardi Love e o Serpent Rouge, o show memorável (e que eu sei que você ama!) que saiu em turnê com a última formação do The Indigo.
É possível observar, no período que vai de 2000 a aproximadamente 2008, que houve muito pioneirismo e trocas entre as criações que estavam sendo feitas. Eu acredito então que este seja o fragmento da linha do tempo em que se localiza o Tribal Fusion old school. Antes desse período, o tribal se desenvolvia de uma forma mais lenta, e, a partir desta época, observamos uma eclosão de eventos importantes para a história do estilo.
O que pode ter influenciado e ocasionado esta eclosão? De que forma esse período ditou como a linguagem se desenvolveria futuramente? Nas publicações seguintes desta coluna vamos buscar as respostas, mas, por ora, temos aqui bastante material para estudar e pensar.
Aqui abaixo está um link de uma playlist que eu criei com vídeos que eu costumo usar para estudar e ensinar sobre tribal old school, pega uma pipoca e faça um watch party com as amigas (tem cada pérola!)!
Não deixe de
comentar o que achou dessa postagem e se ficou alguma dúvida, isso é muito
importante para o desenvolvimento dos próximos textos.
Até mais!
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