Coreografar faz sentido?
Entre as características
principais do American Tribal Style®, está o improviso coletivo sincronizado
por meio de senhas e combinações de passos pré-estabelecidos. O sistema foi
desenvolvido porque as oportunidades de performance do FCBD® eram grande parte
improvisadas. Não havia jeito ou necessidade de coreografar porque o espaço
para dançar mudava no último minuto e as dançarinas não tinham qualquer
informação sobre os locais que iriam dançar (http://fcbd.com/about/ ).
No formato de apresentação há
sempre um líder que utiliza sinais para se comunicar com os outros e a dança é
tão sincronizada que o público sequer percebe que se trata de um improviso, e é
exatamente esta a magia do ATS®, por isso uma coreografia neste estilo parece
não fazer sentido e surgem muitas dúvidas sobre o que é ou não permitido.
Cerca de 10% da apresentação
normalmente pode ser coreografada, não que precise, mas você pode usar disso
para fazer uma entrada diferente; ou uma formação interessante em determinado
momento da música; ou até mesmo combinar um final perfeito e explosivo. No geral, se não for em ocasiões como estas a essência e aquela adrenalina que faz a
diferença no estilo pode se perder.
Se você tem um grupo, alunos,
amigos é normal que fique nervoso e sinta vontade de combinar algumas coisas. Se você dança com uma pessoa que tem restrições e sabe disso também é normal
que você combine o que vocês podem fazer para que ninguém se machuque. Enfim, na
maioria das vezes somente vocês irão saber e o público não vai perceber ou se
desinteressar pela sua performance, porém se as pessoas que estão assistindo
estão percebendo uma coreografia e ela não fica perfeita, tem algo errado e com
certeza sua performance perderá um pouco do entusiasmo e pode ficar parecendo
mal feita, afinal de contas, a melhor reação do público é quando você conta que
o ATS® não é uma coreografia.
Vídeo 1: FCBD com parte da
formação coreografada
Eu sempre preciso tocar snujs?
Os snujs são como uma extensão
do nosso braço no ATS®. Ele nos dá ritmo e energia; e mesmo nos lentos nos
proporciona um floreio mais bonito.
Quando dançamos acompanhadas de
um coro, a maior responsabilidade de tocar é dele, pois é o momento onde não
estamos com dificuldade para tocar e podemos ajudar a formação principal que já
tem o intuito de puxar a atenção do público para ela; ou quando estamos em um
dueto com uma música muito enérgica, entre tocar errado e parar, é melhor
parar.
Salvo alguns casos sempre
tocamos snujs.
Vídeo 2: Kristine e Kae,
dançando uma música bem acelerada, sem snujs.
Eu posso solar no ATS®?
Segundo Carolena, em sua aula de General Skills em São Francisco, é permitido fazer um solo por 8% do tempo de apresentação, com ou sem coro, mas como seria maçante usar os movimentos simples de ATS® para manter a atenção do público, seria mais desejável que se fizesse um solo de Tribal Fusion.
Se você está apresentando o
estilo a pessoas que nunca viram, viajando sem seu grupo, combinou com o grupo
todo de cada uma fazer um pequeno solo ou alguma ocasião especial é
compreensível que se faça um solo, mas se esse não for o caso, fica realmente
estranho, pois contradiz toda a filosofia do estilo, cujas principais características
são a interação e o fluxo de energia entre os integrantes, o espírito de tribo
que trabalha valores como generosidade, poder de decisão e humildade, sem que o
atrativo principal seja a sensualidade.
O American Tribal Style® é uma
dança de espírito coletivo, onde abrimos mão do nosso ego para compartilhar a
dança e a magia com o outro.
Vídeo
3: Solo Kristine Adams