Coreografias, Snujs e solos no ATS®

por Lilian Kawatoko | Nomadic Tribal




Coreografar faz sentido?

Entre as características principais do American Tribal Style®, está o improviso coletivo sincronizado por meio de senhas e combinações de passos pré-estabelecidos. O sistema foi desenvolvido porque as oportunidades de performance do FCBD® eram grande parte improvisadas. Não havia jeito ou necessidade de coreografar porque o espaço para dançar mudava no último minuto e as dançarinas não tinham qualquer informação sobre os locais que iriam dançar (http://fcbd.com/about/ ).

No formato de apresentação há sempre um líder que utiliza sinais para se comunicar com os outros e a dança é tão sincronizada que o público sequer percebe que se trata de um improviso, e é exatamente esta a magia do ATS®, por isso uma coreografia neste estilo parece não fazer sentido e surgem muitas dúvidas sobre o que é ou não permitido.

Cerca de 10% da apresentação normalmente pode ser coreografada, não que precise, mas você pode usar disso para fazer uma entrada diferente; ou uma formação interessante em determinado momento da música; ou até mesmo combinar um final perfeito e explosivo. No geral, se não for em ocasiões como estas a essência e aquela adrenalina que faz a diferença no estilo pode se perder.

Se você tem um grupo, alunos, amigos é normal que fique nervoso e sinta vontade de combinar algumas coisas. Se você dança com uma pessoa que tem restrições e sabe disso também é normal que você combine o que vocês podem fazer para que ninguém se machuque. Enfim, na maioria das vezes somente vocês irão saber e o público não vai perceber ou se desinteressar pela sua performance, porém se as pessoas que estão assistindo estão percebendo uma coreografia e ela não fica perfeita, tem algo errado e com certeza sua performance perderá um pouco do entusiasmo e pode ficar parecendo mal feita, afinal de contas, a melhor reação do público é quando você conta que o ATS® não é uma coreografia.

Vídeo 1: FCBD com parte da formação coreografada


  

Eu sempre preciso tocar snujs?

Os snujs são como uma extensão do nosso braço no ATS®. Ele nos dá ritmo e energia; e mesmo nos lentos nos proporciona um floreio mais bonito.

Quando dançamos acompanhadas de um coro, a maior responsabilidade de tocar é dele, pois é o momento onde não estamos com dificuldade para tocar e podemos ajudar a formação principal que já tem o intuito de puxar a atenção do público para ela; ou quando estamos em um dueto com uma música muito enérgica, entre tocar errado e parar, é melhor parar.

Salvo alguns casos sempre tocamos snujs.


Vídeo 2: Kristine e Kae, dançando uma música bem acelerada, sem snujs.





Eu posso solar no ATS®?


Segundo Carolena, em sua aula de General Skills em São Francisco, é permitido fazer um solo por 8% do tempo de apresentação, com ou sem coro, mas como seria maçante usar os movimentos simples de ATS® para manter a atenção do público, seria mais desejável que se fizesse um solo de Tribal Fusion.

Se você está apresentando o estilo a pessoas que nunca viram, viajando sem seu grupo, combinou com o grupo todo de cada uma fazer um pequeno solo ou alguma ocasião especial é compreensível que se faça um solo, mas se esse não for o caso, fica realmente estranho, pois contradiz toda a filosofia do estilo, cujas principais características são a interação e o fluxo de energia entre os integrantes, o espírito de tribo que trabalha valores como generosidade, poder de decisão e humildade, sem que o atrativo principal seja a sensualidade.

O American Tribal Style® é uma dança de espírito coletivo, onde abrimos mão do nosso ego para compartilhar a dança e a magia com o outro.


Vídeo 3: Solo Kristine Adams







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