Entrevista#10: Aline Muhana


Em outubro, nossa entrevistada é Aline Muhana, bailarina de ATS®  e tribal fusion do Rio de Janeiro. Grande referência do ATS®  no Brasil, Aline conta sobre sua trajetória no estilo tribal, sua preferência pelo ATS® , assim como sua valorização pelo estilo no país e muito mais! Boa leitura =)



*** Entrevista atualizada com novas perguntas! (01/04/2015)***


BLOG: Conte-nos sobre sua trajetória na dança do ventre;como tudo começou para você? 
Sempre achei bonito, mas nunca tive aquele estalo “Vou fazer dança do ventre”. Já tinha visto em vários lugares; morei em uma cidade que tem uma enorme colônia libanesa, então, toda feira do folclore da escola tinha apresentações de folclore libanês, restaurantes e até na televisão, nos canais árabes. 

Em 2006 recebi uma sugestão de um amigo que tinha uma amiga, a qual tinha uma escola de dança do ventre em Botafogo. Essa amiga dele era a Jhade Sharif e a escola, a Asmahan. Fui lá fazer uma aula experimental  e não parei nunca mais. 
Danço desde 2006, mas acho que realmente comecei a me enxergar de uma forma mais “séria” a partir de 2009.
Além da dança também atuo como Artista Plástica e Figurinista.

BLOG: Quais foram as professoras que mais marcaram no seu aprendizado e por quê?
Basicamente a Jhade Sharif, que foi minha primeira professora de tribal. Foi a primeira pessoa que eu vi ao vivo dançando tribal e me marcou (e me marca) até hoje.

Nadja El Balady, no tribal e na dança do ventre, que me acompanhou  na Tribo Mozuna e em vários outros projetos. 


Guardo um espacinho especial também pra Nadhirra (Waleska Torres), minha primeira professora de dança do ventre; hoje em dia minha colega de trabalho na Asmahan.


E Carolena Nericcio-Bohlman! Tudo o que vivencio e aprendo, sobre mim mesma e sobre a vida, através do ATS®, devo a ela; foi realmente um marco na minha vida e estou muito feliz de poder passar mais um tempo estudando com ela este ano!
  
BLOG: Além da dança do ventre você já fez ou faz mais algum tipo de dança? Há quanto tempo?
Tentaram me colocar em uma aulinha de ballet quando eu tinha uns 4 anos. Enfim, não passou da primeira aula...Rsrs!

Comecei a praticar dança do ventre em 2006 e tenho aulas regulares até hoje.

BLOG: Quais foram suas primeiras inspirações? Quais suas atuais inspirações?
São tantas coisas! Basicamente tudo que eu bato o olho e me desperta um sentido de autenticidade. Os elementos folclóricos, étnicos; o que causa estranhamento e incomoda; o que mexe com o meu âmago, em qualquer mídia, tudo isso me alimenta!
Gosto de acompanhar páginas de coletivos de arte e de coleções de imagens (como o Pinterest e Tumblr) para que o meu estoque de inspiração esteja sempre em dia!

BLOG: O quê a dança acrescentou em sua vida?
Um lugar para vestir muitas peles, todas elas minhas; explorar lugares dentro do meu universo criativo que não estavam acessíveis apenas com a pintura e o desenho.

A criação coletiva e tudo que isso acarreta: aprender a lidar com o outro, como influenciar e ser influenciado em um processo criativo; e a satisfação de ver o resultado do trabalho e saber que você fez parte disso, e que tem muito a ver com mais uma dádiva: o sentimento de pertencimento!
  
BLOG: O quê você mais aprecia nesta arte?
A liberdade do gesto, que será sempre único e efêmero. A energia nunca se cristaliza, está sempre em movimento.

A representação de verdades individuais convivendo harmoniosamente em conjunto, a diversidade de pessoas se unindo em prol de um objetivo. É muito reconfortante!


BLOG: O quê prejudica a dança do ventre e como melhorar essa situação?
Basicamente, enxergar o outro; ver que não estamos sozinhas. Entender que somos uma categoria e devemos procurar melhorias e reconhecimento juntas. Não é ser amiguinha de todo mundo, mas reconhecer que enquanto não nos unirmos como uma comunidade, respeitando as necessidades e individualidades de cada um, estaremos enfraquecidas enquanto profissionais perante os desafios da nossa profissão. 

BLOG: Você já sofreu preconceitos na dança do ventre ou fusões? Como foi isso?
O básico, devido a falta de conhecimento por parte das pessoas. Caso clássico de pré-julgamento por falta de informação. Mas já foi há muito tempo, graças a popularização do estilo, não tive mais problemas com isso.

BLOG: Houve alguma indignação ou frustração durante seu percurso na dança?
Sempre existem frustrações e indignações, das mais simples às mais complexas. Faz parte da vida aprender a lidar com situações adversas.

BLOG: E conquistas? Fale um pouco sobre elas.
Considero, desde o fato de ver uma aluna praticando uma improvisação ou o primeiro toque correto do snuj, uma conquista. Então são várias e muitas; ainda bem! Fico contente por reconhecerem o meu trabalho também. Sou muito grata a todos os convites para participações em festivais, enquetes e workshops, acredito que esse é um ótimo indicativo da qualidade do trabalho do profissional perante a comunidade. 

BLOG: Como  e quando você descobriu o tribal fusion e por quê se identificou com esse estilo? Quando começou a praticar o tribal fusion? 
Descobri através de um vídeo com a Rachel Brice uns anos trás. Comecei a me informar sobre o assunto pela internet e logo em seguida surgiu aquele meu amigo com a sugestão da “tal escola em Botafogo”. Comecei de verdade a praticar aula de tribal fusion em 2008, com a Jhade. Me “preparei” por um ano na dança do ventre,pois na época eu achava que isso ia me trazer uma base, já que nunca tinha feito nenhuma dança na vida. Essa decisão se provou muito acertada, para minha sorte!
BLOG:Você possui um ateliê para figurinos de tribal, chamado Nataraja Design’s. Como surgiu a idéia ou oportunidade de formá-lo? Como é o processo criativo para as linhas e suas inspirações para a composição das mesmas? Há alguma curiosidade a respeito do nome do ateliê? 
Em 2008, no primeiro Festival Tribal do Rio coloquei um estande em parceria com a Carol Schavarosk e, alguns meses depois, uma amiga nossa entrou na jogada também e colocamos o nosso primeiro estande como Nataraja Designs, em um evento em 2009. O tempo passou e dei continuidade ao trabalho, após a saída das duas. Na época escolhemos o nome por causa da música “Nataraja” do Solace. Gostávamos bastante dessa música, além de fazer sentido por ser Shiva Nataraja, o deus indiano da dança.


Normalmente trabalho sob encomenda, então parte da inspiração vem das propostas das minhas clientes. Quando faço peças em pronta entrega tento pensar em coisas que eu gostaria de usar; ou imagino alguém de quem gosto e imagino o figurino ou a peça para essa pessoa. Às vezes a pessoa chega lá e compra a peça... é bem estranho e divertido quando isso acontece! Rsrs!

Também pesquiso bastante as tendências internacionais em figurinos e moda em geral, juntamente com a pesquisa étnica, que é tão importante para o figurino tribal.

BLOG: Você foi uma das integrantes da antiga formação do Templária, dirigido por Jhade Sharif. Conte-nos como era a formação do mesmo, estilo de dança, preferências do grupo,etc.
O projeto já teve muitas formações, e normalmente é formado pelas alunas da Jhade ou pessoas convidadas por ela. Foi bastante gratificante e didático trabalhar com esse grupo, mas acho que ela é a melhor pessoa pra descrever o Templária.

BLOG: Você foi uma das integrantes do grupo Moirai . Conte-nos como era a formação do mesmo, estilo de dança, preferências do grupo,como surgiu o mesmo e qual a diferença deste para oTempláriaVocê tem pretensão em retomar com o mesmo?

Moirai

Essa foi do fundo do baú! Foi o primeiro “ensaio” de grupo que eu e umas colegas fizemos no primeiro Festival Tribal do Rio. Juntamos-nos por apenas uma performance. Foi interessante e fez parte do aprendizado também. 

BLOG: Você é uma das mais antigas bailarinas de tribal fusion do Rio de Janeiro. Conte-nos como era o tribal na época em que ele ainda estava engatinhando no Brasil. 
Assisti muito vídeo como todas nós e tive muita sorte em encontrar a Jhade e o Asmahan; pude estudar com uma professora presencial e através de vídeos e workshops também. Há 5 anos atrás isso não era tão comum, e sempre falo para as minhas alunas como elas tem sorte de ter tanto material à disposição nos dias de hoje. 

BLOG: Atualmente, como é o cenário da dança tribal no Rio de Janeiro? Pontos positivos, negativos, apoio da cidade, repercussão por parte do público bem como pela comunidade de dança do ventre/tribal? 
Estamos crescendo e nos diversificando. Novas professoras surgindo de tempos em tempos e mais público vem sendo formado a cada espetáculo. Em 2014 tivemos apresentações em praticamente todos os eventos de dança do ventre da cidade, não só do meu grupo,mas de outras trupes também. Festas e eventos particulares também entram na lista, e isso é muito bom. Precisamos de visibilidade para manter o público interessado e trazer novos praticantes à sala de aula. 

Nadja El Balady & Aline Muhana
BLOG: Como é fazer parte de um grupo de ATS®, como a Tribo Mozuna, dirigido por você e Nadja El Balady? Qual a importância que você vê no ATS®?
Foi uma das experiências mais transformadoras que eu já tive, em todos os sentidos. Foi um aprendizado incrível trabalhar com todas as pessoas que passaram pelo grupo e posso dizer que todas me ensinaram alguma coisa. Sou muito grata ao Universo por estar presente e ter sido uma das responsáveis por um projeto desses! Hoje em dia a Tribo Mozuna não existe mais. Eu e Nadja demos o projeto por finalizado de comum acordo, quando senti necessidade de seguir a minha jornada como coordenadora do meu próprio projeto.
O ATS® pra mim é uma das razões de continuar dançando. É reconfortante para mim  saber que faço parte de algo maior, de que pertenço a um grupo único.  E encontrar uma estranha (ou conhecida) pelo caminho e saber que se tem algo em comum, de uma natureza tão especial como essa é fantástico.

BLOG: O seu primeiro grupo de ATS® foi a Tribo Mozuna. Conte-nos como surgiu a Tribo Mozuna, a etimologia da palavra, seus integrantes, qual estilo marcante do mesmo e se ele sofreu alguma mudança estrutural ou de estilo desde quando foi criado.
A tribo “nasceu” de um encontro entre Nadja, Jhade e eu em 2009, no evento Tribal Y Fusion, em São Paulo.  Já ensaiávamos em grupo há alguns meses e nos apresentamos lá oficialmente como Mozuna pela primeira vez. Mozuna é aquele paetêzinho de metal que se encontra com facilidade nas peças marroquinas e paquistanesas e que usamos aos quilos nos nossos figurinos de tribal.



Tribo Mozuna





Sempre procurávamos nos alinhar com a estética e a filosofia do American Tribal Style® e fomos nos aperfeiçoando com o passar dos anos. Às vezes temperávamos as performances com música regional ou um figurino mais “dark”,  mas o cerne foi sempre ATS®.




BLOG: Conte-nos como surgiu o seu novo grupo de ATS®, o Zaman Tribal, a etimologia da palavra, seus integrantes, qual estilo marcante do mesmo e se ele sofreu alguma mudança estrutural ou de estilo desde quando foi criado até agora.

Zaman Tribal
Zaman é a tradução da palavra "tempo" em turco. Esse tempo tem vários significados: o tempo da música; o tempo que se leva a chegar de um ponto a outro; o tempo de brilhar e aproveitar o tempo que se investiu em preparação; e o tempo que parece infinito durante uma dança e ao mesmo tempo tão fugaz quando ela termina.


Criei esse projeto em 2014 com um núcleo de alunas do Asmahan e a proposta é criar oportunidades dessas estudantes subirem ao palco e promoverem o ATS® na nossa comunidade. O grupo é fluido, não existe um número máximo de integrantes,mas a cada performance as integrantes representam a realidade do momento. O que conta para a participação é a assiduidade e o comprometimento, além do nivel técnico exigido para cada performance. As estudantes mais assíduas no Zaman em 2014 foram Ana Asch, Helena Amyntas e Carol Marques. Estou muito satisfeita com os resultados do primeiro ano, acredito que o próximo ano vai ser ainda melhor!

BLOG: Você foi uma das primeiras bailarinas do Brasil a se envolver com o ATS® e divulgar sua importância para o movimento “Tribal”. Por que você começou a querer ou ver necessidade em se aprofundar no ATS®? Como eram as informações sobre o estilo na época em que você começou a pesquisar? Como era visto o ATS® naquela época e como hoje ele vem se apresentando na cena brasileira?
Foi uma coisa muito natural quando senti a necessidade, por causa de uma questão prática (que também foi primordial na criação do estilo),que era a apresentação em grupo sem coreografia (improvisação coordenada); e depois se tornou uma obsessão (no bom sentido rsrs). Na verdade, me identifiquei muito mais com o ATS® do que com o Fusion por um bom tempo. A minha essência como ser humano se afina muito com a filosofia e as práticas do ATS®, por isso essa insistência minha.

Quando mergulhei no ATS®  foi profundo, passava dias conectada em um fórum chamado Tribe.net  lendo tudo o que existia sobre o assunto, via os vídeos no youtube, ia em todos os links,  fazia perguntas e era muito legal quando eram respondidas! E isso foi me animando a ponto de traduzir essas informações em textos que eu criava  ou traduzia do original  na antiga comunidade de ATS® do orkut. Eu mesma não sabia da importância que o ATS® tinha para o Tribal Fusion até ler depoimentos das fusionistas mais conceituadas e ouvir ao vivo da própria Sharon Kihara que um era produto direto do outro. 

Aqui no Brasil as “primeiras gerações” do Tribal dificilmente falavam do ATS® com propriedade; acho que a maioria das pessoas nem sabiam que existia, por que até hoje o que mais chama a atenção e faz sucesso é o Tribal Fusion por conta de inúmeros motivos. Hoje em dia e depois de muito trabalho por parte de algumas pessoas, das companhias de ATS®, textos, blogs, vídeos e da presença das gringas, as pessoas já dão um pouco mais de importância para coisa toda. Acredito que, em um futuro próximo, possamos começar o processo pela base, com o ATS®, e depois partir para as fusões. As próximas gerações já estão muito mais bem encaminhadas!

BLOG: Em 2013, você realizou o evento “Kristine Adams in Rio”, que contou com a participação especial da bailarina Kristine Adams, membro do FCBD®. Conte-nos como surgiu a idéia do evento, sua proposta e objetivos, organização e elaboração deste,bem como a repercussão do mesmo para a comunidade tribal quanto para seu público. Quais foram as impressões de Kristine para a cena tribal no Brasil? 
Quando fiquei sabendo desse projeto fiquei muito animada! Acompanho a página do FCBD® via facebook e foi por lá que soube de todos os detalhes desse projeto ambicioso de Kristine Adams: dar a volta ao mundo através da comunidade internacional de ATS®. Foi em 2012, no dia do meu aniversário. Não pensei duas vezes, escrevi um e-mail para a Kristine, que logo me respondeu concordando em passar pelo Rio!  Á partir daí tive que me adaptar a mais uma faceta da nossa profissão: Produtora de Eventos. Utilizei  a experiência que angariei colaborando em vários eventos como o  Tribes Brasil e Gothla BR.

Kristine in Rio (2013)






Contei com a ajuda muito valiosa das minhas alunas, amigas e família. Produzimos um show no Asmahan Cinelândia  e o workshop de 5 horas com a Kristine na Sauer Danças. A proposta era oferecer um workshop a um preço acessível e dar a oportunidade à comunidade de Dança Tribal carioca de ter instrução com uma professora de alto nível técnico diretamente da fonte. O workshop e o show lotaram e recebi muitas críticas positivas. 

Neste momento, em 2013, não conversamos especificamente sobre a cena tribal no Brasil, mas em 2014 , quando nos encontramos novamente no Festival Campo das Tribos, Kristine disse estar muito satisfeita com o progresso e o nível técnico da comunidade brasileira.


BLOG: Sobre os bailarinos adeptos ao ATS®, você acha que, apesar de ter passado apenas alguns anos desde os primeiros grupos do estilo  terem surgidos, a dança amadureceu no país ou ainda seu avanço é tímido e temos muito o que trilhar? 

Acho que o amadurecimento de uma comunidade se mede pela forma como os membros dessa comunidade se relacionam e posso dizer que a grande maioria dos grupos envolvidos são cordiais, simpáticos e amigáveis. Isso para mim é evolução e amadurecimento. Mas sempre podemos melhorar, sem dúvida.

BLOG: Como você enxerga a cena tribal hoje, quando todos já tem conhecimento sobre o que é o ATS® e sua importância para o tribal fusion? Na sua opinião, o quê precisa ser melhorado, aperfeiçoado e até mesmo mudado no comportamento da tribalista(o) brasileira (o)?
Estamos muito mais conscientes e mais ativos quanto a procurar o conhecimento e onde encontrá-lo, e isso reflete na qualidade do trabalho apresentado e na repercussão, principalmente internacional, do nosso trabalho. A divulgação do ATS®, como base do tribal fusion, não pode parar, precisa ser uma jornada contínua para assegurar as bases do estilo e eu vejo isso ser feito em muitos lugares, o importante agora é manter essa mentalidade e não deixar a peteca cair.

BLOG: Em dezembro de 2012 você esteve em uma imersão na Califórnia a estudos pela dança tribal e por sua certificação em ATS® com a criadora do estilo, Carolena Nericcio. Gostaria que nos explicasse melhor sobre o processo de certificação(General Skills/ Teacher Training1 e 2) e como se alcança o tão estimado selo de Sister Studio. E qual importância de conseguir tal certificação, em sua opinião.
O processo se inicia com a inscrição na verdade. Ao se inscrever no curso nos é pedido um pequeno currículo com a nossa trajetória no ATS® para que possamos ser avaliadas desde o princípio. Durante as aulas somos observadas e avaliadas também. Fazemos o General Skills primeiro e repassamos todos os passos do ATS®, com explicações detalhadas sobre a postura e a execução dos passos. São aulas puxadas, de 5 horas por dia com alguns pequenos intervalos.

Aline e Carolena Nericcio (2012)






Depois, durante o Teacher Training, temos uma oportunidade de "olhar dentro da cabeça" da Carolena, pois ela nos explica fundamentos da metodologia de ensino do ATS® , e temos um teste de aula em inglês e no nosso idioma nativo.

Frequentar as aulas simplesmente nos proporciona os certificados de conclusão, mas a opinião pessoal de Carolena é o que define se você está apta para ser uma Sister Studio. Isso só ela pode decidir a partir da observação da forma como nos  colocamos como instrutoras nos testes. E isso por si só já é um senhor voto de confiança dela na gente!

BLOG: Sua presença nos EUA ajudou-a a entender melhor todo o processo por trás da criação dessa dança? Compartilhe suas impressões sobre essa maravilhosa jornada! =) 

Sem dúvida. São Francisco é uma cidade fervilhante de expressões culturais de diversos povos, e isso é evidente pela quantidade de restaurantes étnicos e diversidade de gente na rua. Me lembro de uma cena incrível que vivenciamos na Union Square que fez a ficha cair para todas nós. Era um grupo de dançarinos cubanos sensacional fazendo um show no meio da rua, pedido cachê num chapéu. O nível técnico deles era absurdo e eles estavam ali, a um passo de distância. De repente, um grupo de pessoas se aproxima deles, senhores e senhoras de meia idade e todos começam a dançar juntos em casais, e ambos mandam muitíssimo bem. Nessa hora vimos que uma cidade que transpira cultura e criatividade dessa forma só poderia ser o berço da nossa dança.

BLOG: Como surgiu a oportunidade de dançar no evento Folk You? Como foi a experiência e a repercussão do público diante da dança tribal? Na sua opinião, o estilo musical folk e a dança tribal tem uma relação artística coerente? 

Zaman no Folk You








Foi muito banaca e sou muito grata ao Phreddie pela oportunidade! O tribal é essa massa de modelar muito louca que permite que você faça quase que qualquer coisa com ela. Acho que combinou super bem e a repercussão foi muito boa, várias pessoas vieram falar conosco depois e nos parabenizar. O estilo folk, assim como o  Estilo tribal, também está calcado em uma estilização de uma época, um povo, uma cultura, à partir da visão do que nós somos hoje em dia. Então acho sim que pode ter tudo a ver.

BLOG: Hoje contamos com diversos recursos de estudos. O próprio FCBD® vem lançando materiais muito bons nos últimos anos. Em relação ao estudo de ATS®, que dicas você daria para aqueles que ainda não podem estudar com uma professora do estilo, mas que gostariam de aprender mais sobre o mesmo, tanto na teoria quanto na prática? 


Existem várias formas de estudar, sem dúvida. Os DVDs são minha opção número um porque eles estão sempre disponíveis e tem explicações gerais sobre os passos. Você só paga uma vez e tem eles para sempre. As aulas por assinatura também são muito boas e estão bem atualizadas, valem muito a pena, mas não são tão econômicas. Temos o livro que foi lançado recentemente em versão física e virtual. Sempre estou com ele no smartphone para usar como consulta ou para exemplificar alguma técnica para minhas alunas, e é um ótimo negócio,pois o preço do e-book é bem acessível. E se você tiver algumas amigas que morem longe é possível formar grupos de estudo via skype também, é uma forma de se dançar com outra pessoa sem sair de casa.

BLOG: Conte-nos como estão sendo realizados os cursos preparatórios de ATS® no Rio de Janeiro para a vinda de Carolena Nericcio  em 2015 no Campo das Tribos.
Já estamos na reta final, cobrimos todo o repertório de passos do ATS®, treinamos todas as combinações possíveis de formações para improvisação coordenada em grupo e tocamos snuj até ficarmos surdas (brincadeira)! Falamos bastante sobre nossas expectativas com o curso e expliquei algumas dinâmicas que a Carolena usa nos cursos, falamos também sobre dicas para um melhor aproveitamento e informações gerais. Expliquei também da diferença cultural entre nós brasileiras e elas ( norte-americanas e latinas em geral que estarão presentes) e como se portar da melhor forma possível para promover integração e respeito com as colegas de dança e as instrutoras. Tem sido muito bacana, acredito que será uma experiência inesquecível para elas, assim como foi para mim.
BLOG: Em 2015, o Festival Campo das Tribos estará recebendo pela primeira vez  no Brasil a criadora do ATS®, Carolena Nericcio. Além disso, será a primeira vez que teremos o TT e GS por aqui, possibilitando e facilitando a formação de mais sister studios brasileiros. Como estão os preparativos e expectativas para sua vinda? Podemos dizer que é um marco na história da cena tribal brasileira? 
Sim, com certeza e por vários motivos: a ampliação do contingente de Sister Studios Nacionais, que ampliará o mercado e trará mais conhecimento para mais estados brasileiros; a integração com a comunidade latino-americana de ATS®, através da vinda das hermanas para cá; e pela própria atenção da comunidade mundial que estará nos observando mais intensamente a partir do momento que entramos na rota de workshops da Mama. Tudo isso com certeza vai mudar nossa história para sempre!
BLOG: O quê você mais gosta no tribal fusion?
A oportunidade de criar uma forma muito pessoal para sua expressão como artista/bailarina, e com a liberdade de incorporar elementos dos mais variados.

BLOG: O quê você acha que falta à comunidade tribal?
Consciência do que realmente quer dizer viver em uma tribo.

BLOG: Como você descreveria seu estilo? 
Tribal simplesmente. Eclético, se isso é possível. Não tento me limitar a um “estilo” fechado (novamente me pergunto se isso é possível em uma dança que já é uma fusão). O que realmente me atrai não é o estilo de fusão em si, e sim o que é dito através dele em uma performance.


BLOG: Como você se expressa na dança?

Da maneira mais sincera possível; tento dançar o que eu sou e o que eu estou sentindo.

BLOG: Quais seus projetos para 2015? E mais futuramente?
Fazer mais um curso de aperfeiçoamento em Dança Oriental e trabalhar para aumentar a capacidade do meu atelier.

BLOG: Improvisar ou coreografar?E por quê? 
Improvisar para depois coreografar, se necessário. Improvisando me solto e crio; coreografando eu condenso e aprimoro. Normalmente coreografo pouco por causa do ATS®, mas gosto de me aventurar de vez em quando.
  
BLOG:  Você trabalha somente com dança?
Sim. Considerando que o atelier produz basicamente para dança. Mas acredito que realmente trabalho com Arte.

BLOG: Deixe um recado para os leitores do blog.
“Todos os dias acontece algo que te ensina alguma coisa, esteja aberto para receber essas lições.”


Contato
Tel/cel: 
(21) 992475846

E-mail: 
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