[Venenum Saltationes] A Dança & O Tarot

por Hölle Carogne

93!

Primeiramente, gostaria de dizer que já estava com saudades!

Este nosso período em off foi curto, mas suficiente para que eu sentisse falta de escrever e interagir com vocês!

2018 chega com tudo e a Venenum Saltationes vem cheia de novidades!

Uma delas é que teremos uma série de estudos sobre o Tarot, dividida em várias partes, abordando trabalhos de dança que utilizaram este conceito e a simbologia das cartas!

Iniciemos, então, falando um pouquinho sobre o que é o Tarot, qual sua estrutura, seu possível surgimento e possibilidades de utilização.

Nosso foco é com certeza o corpo e a dança, mas é importante que, neste primeiro momento, a gente conheça melhor o conceito do oráculo propriamente dito.

Então vamos lá:

  • O tarot é um conjunto de 78 cartas composto por 21 trunfos + 1 Curinga e quatro conjuntos de naipes com 14 cartas cada um.
  • Os naipes latinos são: espadas, bastões (ou paus), taças (ou copas) e moedas (ou ouros).
  • Os alemães: corações, sinos, bolotas e folhas.


♦ O naipe de moedas (ouros) está relacionado ao elemento terra, à vida material, às conquistas financeiras, profissionais e ao mundo físico;

♣ O naipe de bastões (paus) liga-se ao elemento fogo que a tudo transforma sem ser alterado. Está relacionado ao plano energético: atividade física, corporal e criativa;

♥ O naipe de taças (copas) é ligado ao elemento água e ao mundo dos sentimentos: atividades psíquicas, emocionais e espirituais;

♠ O naipe de espadas corresponde ao elemento ar e está relacionado ao poder ambivalente da mente e do pensamento: as atividades intelectuais, psicológicas e abstratas.

As 14 cartas de cada naipe compreendem 10 cartas numeradas de 1 (ou Ás) à 10, mais 1 Rei, 1 Rainha, 1 Cavaleiro e 1 Valete. Essas 56 cartas são conhecidas no tarot esotérico como “Arcanos Menores”.

Já os 21 trunfos (juntamente com o Curinga) são conhecidos como “Arcanos Maiores” e a carta sem número chamada Curinga é conhecida como “O Louco” (arcano 0 ou 22).

Os 22 Arcanos Maiores: O Mago; A Sacerdotisa (ou A Papisa); A Imperatriz; O Imperador; O Hierofante (ou O Papa); Os Enamorados; O Carro; A Justiça; O Eremita; A Roda da Fortuna; A Força; O Enforcado; A Morte; A Temperança; O Diabo; A Torre; A Estrela; A Lua; O Sol; O Julgamento; O Mundo; O Louco.



As cartas de tarô surgiram entre os séculos XV e XVI no norte da Itália, e foram criadas para um jogo de mesmo nome, que era jogado pelos nobres e pelos senhores das casas mais tradicionais da Europa continental.

As palavras tarô, tarot, tarock, tarok, tarocco, tarocchi não possuem uma tradução específica. Não se sabe ao certo sua real etimologia. Acredita-se que ela possa originar da palavra árabe turuq, que significa "quatro caminhos", ou do árabe tarach, que significa "rejeito". Segundo a etimologia francesa, tarot é um empréstimo do italiano tarocco, derivado de tara, "perda de valor que sofre uma mercadoria; dedução, ação de deduzir".

Atualmente, o Tarot obtém expressão nas mais diversas áreas, sendo usado principalmente como método de adivinhação e de estudo na psicologia.

Na área da psicologia, as cartas são vistas como ilustrações das imagens arquetípicas, mencionadas pelo renomado psicólogo Carl Gustav Jung. 



Os Arquétipos seriam imagens arcaicas da memória coletiva ancestral que estão dentro do inconsciente e que podem ser ativadas por determinado Símbolo, que revigora e traz à tona toda a carga emocional que a imagem possui em si e que nos toca profundamente.

Já o tarô divinatório ficou cada vez mais popular no Novo Mundo a partir de 1910, com a publicação do Tarô de Rider-Waite (elaborado e executado por dois membros da Aurora Dourada), que substituía a tradicional simplicidade das cartas numeradas de naipe por cenas simbólicas. Este baralho também obscureceu as alegorias cristãs do Tarô de Marselha e dos baralhos de Eliphas Lévi mudando alguns atributos (por exemplo trazendo "O Hierofante" no lugar de "O Papa", e "A Alta Sacerdotisa" no lugar de "A Papisa").

A leitura do tarô é executada por meio de uma técnica específica, jogos e métodos a serem estudados. Porém, tem-se observado não ser tão simples jogar o tarô, como o imaginário popular o faz crer. Médiuns, escolhidos ou estudiosos devem seguir um longo estudo para uma leitura séria de tarô, cada qual dentro de seu contexto. Num processo mediúnico, o tarô, seria uma ligação espiritual entre o ser e o plano superior como qualquer outro instrumento o faria. Por outro lado, existem as técnicas de leitura baseadas numa teoria consistente que, neste caso, serve tanto às leituras quanto à busca por autoconhecimento e o desenvolvimento espiritual.



Após esta rápida pincelada sobre o Tarot, vamos falar sobre o uso deste oráculo como tema de coreografias e performances.

Bom, com certeza há pouquíssimo material de dança envolvendo o Tarot, assim como é raro o uso do ocultismo na Dança, mas o trabalho da coluna é exatamente este: garimpar, dentro do todo, estas raridades.

Dentro da Dança Tribal temos dois trabalhos que gostaria de destacar:

  • Zoe Jakes House of Tarot;
  • Tribal Secrets Tarot Cards por Anandha Ray.


Porém, nosso estudo se dará por partes. Sendo mais exata: cada postagem, compreenderá um dos Arcanos Maiores. Aí sim, trarei os trabalhos correspondentes a cada arcano, fazendo a interpretação da simbologia.

É importante dizer que a minha intenção aqui é fazer a relação da simbologia da carta com o trabalho de dança. E não apenas mostrar os trabalhos feitos. O objetivo maior desta série é o estudo do oráculo.

Então, nos encontramos no mês que vem, para conhecermos nosso primeiro Trunfo.

Lembrando que quem tiver material de dança sobre o Tarot, ou conhecer algum trabalho que aborde este conceito, pode enviar para mim!

Até a próxima!


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